quinta-feira, 10 de maio de 2018

EUA brincam com a guerra nuclear

Por Philippe Leymarie, no site Outras Palavras:

É preciso compreender esse infeliz presidente Trump. Uma lei adotada durante o governo de Barack Obama (mas sob pressão republicana) obriga o executivo norte-americano a confirmar, a cada três meses, a assinatura do acordo sobre a desnuclearização militar do Irã – o Plano de Ação Integral Conjunto (JCPoA – Joint Comprehensive Plan of Action, em inglês) –, “certificando” que está suficientemente bem implementado, para que Washington retome a rodada: uma abordagem que enfurece o presidente norte-americano. Sente-se ridicularizado, ele que não parou, desde sua nomeação em novembro de 2016, de qualificar esse acordo como “catastrófico”, “injusto”, “podre”, “perigoso” e outras cortesias. Trump deu até o próximo 12 de maio aos europeus, e portanto a Emmanuel Macron, para encontrar um novo texto que preencha o que ele chama de “as terríveis lacunas” do acordo atual.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

O STF contra a democracia

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Promulgação da Constituição de 1988: poucos textos poderão, como esse, dizer que nasceram da vontade popular

A Constituição brasileira de 1988 – alquebrada, mas ainda vigente, não obstante o STF, é triste dizê-lo – é muito mais que um código de observância obrigatória. Ela é, a um só tempo, símbolo e cristalização da opção política do povo brasileiro, que, nas ruas, exigiu uma Assembleia Constituinte para decretar, de uma vez por todas, o fim do ordenamento autoritário.

Privatização dos Correios é um ato criminoso

Editorial do site Vermelho:

O escândalo das privatizações de empresas públicas pelo governo do usurpador Michel Temer fica outra vez explícito no anunciado projeto de entrega, para empresários privados, da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O projeto foi definido pelo governo em fevereiro. E mantido em sigilo, que foi rompido neste domingo (6), por matéria de O Estado de S. Paulo.

O governo pretende fechar 513 agências dos Correios e demitir 5.300 trabalhadores – num quadro onde faltam pelo menos 20 mil novos funcionários, situação que já levou à greve, no início deste ano, reivindicando, entre outras coisas, novas contratações para não precarizar ainda mais as difíceis condições de trabalho. Situação que, com a anunciada privatização, vai piorar ainda mais.

Vai para a Argentina, coxinha!

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Apenas 29 meses depois de Mauricio Macri assumir como presidente, a Argentina vive mais uma vez um pesadelo dentro de seu próprio pesadelo econômico: voltamos a bater às portas do tristemente célebre Fundo Monetário Internacional.

Quando, em dezembro de 2005, o ex-presidente Néstor Kirchner liquidou antecipadamente a dívida com o FMI de 9,8 milhões de dólares, muitos dos argentinos não souberam valorizar aquele momento histórico, o que apresentava saldar uma dívida de 50 anos e se livrar dos juros sobre os juros. Neste dia, pelo qual nunca iremos agradecer ao “flaco”, como era chamado Kirchner, recuperamos não só a independência econômica como nossa dignidade como povo.

Huck, Barbosa e o fiasco dos marqueteiros

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Dois meses depois da pantomima de Luciano Huck e seu “sou-não sou candidato”, a vez agora foi de Joaquim Barbosa “brincar” de “candidato a presidente”.

Hoje, foi a hora do ex-ministro dizer “não quero mais brincar”.

Tudo quanto se lê de suas razões – a lacônica, no Twitter (“estritamente pessoais”) e as reveladas por Bernardo de Mello Franco (“temia perder dinheiro e tranquilidade, não necessariamente nesta ordem”) e por Lauro Jardim ( “meu coração já vinha me dizendo: não mexe com isso, não”) - revela um homem imaturo, sem consciência do que é ser um presidente da República ou, mesmo, um pretendente ao cargo.

Michel Temer e a cautela tucana

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Os movimentos do presidente Michel Temer a favor de uma candidatura de unidade da centro-direita coincidem com o avanço das investigações sobre ilícitos de que é acusado. Procuradores já falam em medida cautelares contra ele, tão logo deixe o cargo, o que pode significar até uma prisão preventiva. A nomeação para um cargo que lhe garanta o foro especial, por um sucessor eleito com seu apoio, é sua chance de escapar do cerco judicial. Para os candidatos, a aliança com Temer pode representar um beijo da morte mas o tucano Geraldo Alckmin, ao lhe telefonar, indicou que admite correr o risco.

A politização da tragédia em São Paulo

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

A tragédia do desabamento do prédio em São Paulo não trouxe à tona somente a omissão do poder público em relação à situação calamitosa da falta de moradia no país, mas também o oportunismo canalha de políticos, militantes reacionários nas redes sociais e setores da imprensa, que se aproveitaram do caso para criminalizar movimentos sociais em um momento em que a única coisa que se esperava era solidariedade. A tragédia foi usada politicamente por aqueles que pretendem deslegitimar a luta por moradia, que nada mais é do que um direito garantido pela Constituição.

Jornada pela Democracia pede #LulaLivre

Do Jornal GGN:

A luta pela democracia une personalidades políticas e sociais em defesa da liberdade do ex-presidente Lula e também pela sua candidatura à presidência da República, na próxima segunda-feira, 14 de maio. E o local escolhido para abrigar esta edição da Jornada pela democracia foi o Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, onde a concentração está marcada para as 18 horas.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Suíça assusta Serra e Nordeste ignora Alckmin

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Em reunião com aliados no diretório do PSDB em Teresina, no Piauí, um homem pediu a Geraldo Alckmin “a receita de tucano para não ser preso”.

“Não sei se entendi bem a pergunta”, desconversou o presidenciável tucano, e acrescentou: “A rigor, a Justiça não tem cor. É para todos”.

No aeroporto de São Luís, havia apenas 20 políticos maranhenses para recepcioná-lo. Poucos jornalistas apareceram.

Desmonte e repactuação do Brasil

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Os ciclos históricos têm começo e fim. O ciclo iniciado nas grandes greves do ABC dos anos 1970 e 1980 condensou impulsos que nos fizeram chegar até aqui. Agora já não tem mais a força necessária para nos levar adiante até porque as condições objetivas mudaram nesses quase 40 anos.

A classe trabalhadora brasileira também sofreu transformações. Gerações mudaram. A precarização avançou. Empregos de baixa qualidade predominam em um cenário de industrialização declinante.

Precisamos de novos instrumentos com abrangência e capilaridade para enfrentar o mais virulento cerco contra conquistas democráticas históricas, incluindo-se os direitos políticos, sociais e trabalhistas desde o golpe de 1964.

Paulo Preto, o sombra dos tucanos

Do blog Nocaute:

Segundo denúncia publicada hoje pela Folha, menos de dois meses após ter sido nomeado diretor de Engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), Paulo Vieira de Souza, o “Paulo Preto” abriu quatro contas na Suíça no banco Bordier & Cie, em Genebra.

De acordo com um documento enviado ao Brasil pelo Ministério Público da Confederação Suíça, e entre os anos 2007 e 2009, durante o governo de José Serra (PSDB), as contas receberam “numerosas entradas de fundos”.

O 1º mês da prisão de Lula e as más notícias

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O balanço do primeiro mês da prisão de Lula é repleto de más notícias - para a direita e seus carcereiros.

Curitiba tornou-se capital da resistência lulista, com três acampamentos montados nas imediações da sede da Polícia Federal.

Na esquina Olga Benário, em frente ao prédio, atos acontecem frequentemente. A saudação “Bom dia, presidente Lula” enlouquece fascistoides. Um deles teve um piti e quebrou o aparelho de som.

O VI Encontro de Ativistas Digitais

Quatro projetos da esquerda em 2018

Por Theófilo Rodrigues, no blog Cafezinho:

Mantidas as atuais condições de temperatura e pressão, a eleição presidencial de 2018 contará com ao menos quatro candidaturas da esquerda ou, como preferem alguns, do campo progressista ou popular democrático. Ciro Gomes (PDT), Manuela D ´Ávila (PCdoB), Guilherme Boulos (PSOL) e Lula (ou outro candidato do PT) são as possibilidades dispostas na mesa até agora.

Apesar da crise, ricos ficam mais ricos

Por Juliana Gonçalves, no jornal Brasil de Fato:

A parcela 1% mais rica da população mundial concentra hoje 50,1% da riqueza das famílias de todo o mundo, de acordo com relatório do Credit Suisse de 2017. A tendência é que o percentual continue a aumentar, segundo o estudo a Biblioteca da Câmara dos Comuns britânica, encomendado pelo deputado trabalhista Liam Byrne.

Se as tendências observadas desde a crise financeira de 2008 continuarem, observa o relatório, o chamado 1% terá em suas mãos 64% da riqueza global daqui a apenas 12 anos.

De resistentes a golpistas

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Cada um veste a camisa que lhe convém e troca a roupa quando lhe é conveniente. Tem sido assim a trajetória adotada por parte da dita esquerda brasileira após a ditadura.

Uma massa enorme desses ex-militantes migrou para o lado oposto, a ultradireita golpista. Parece que arrependidos com o que eram. Subiram a escada pela esquerda e desceram pela direita até o inferno.

A migração da esquerda para a direita não é novidade no mundo todo, mas por aqui o fenômeno passa a ser mais curioso e assustador. Há muitos exemplos. É o caso de Fernando Gabeira, ex-integrante da luta armada que, sob a ditadura, participou do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, no Rio de Janeiro, em 1969.

A ausência de negros na novela da Globo

Do blog Socialista Morena:

Criticada nas redes sociais por não escalar negros para uma novela ambientada na Bahia, estado onde, segundo o IBGE, há uma população de quase 80% de pretos e pardos, a Globo resolveu jogar a “culpa” sobre as atrizes negras Taís Araújo e Camila Pitanga. Em nota oficial divulgada pelo jornalista Maurício Stycer, do UOL, a emissora diz: “na época da escalação de Segundo Sol discutiram-se nomes como o de Taís Araújo, que não poderia pois está em Mister Brau, e de Camila Pitanga, que não se sente pronta para voltar às novelas, depois do acidente que causou a morte de Domingos Montagner no final de Velho Chico”. Ou seja, a culpa é do negro por não ter negro na novela.

Feira do MST teve samba e rumo político

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país em esforço permanente para encontrar um destino civilizado, a III Feira Nacional da Reforma Agrária produziu um marco histórico e um exemplo.

Encerrada na noite de domingo, ao longo de quatro dias a Feira levou 260.000 pessoas ao Parque Água Branca, uma das mais antigas áreas públicas de São Paulo. Neste período, a praça de alimentação ofereceu 75 iguarias diferentes. As barracas de agricultores e feirantes comercializaram 420 toneladas de 1530 produtos. Na feira de livros, eram vendidas obras primas da ficção mundial e brasileira, além de raridades da literatura revolucionária do início do século XX, as vendas são estimadas, também, em várias toneladas.

Temer trouxe a nova segregação social

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Com o governo Temer, a volta do receituário neoliberal – somente possível sem o respeito à vontade popular – trouxe consigo uma nova forma de manifestação da segregação social no Brasil. Isso porque no ano de 2017, por exemplo, a pobreza enquanto medida de distanciamento de um padrão digno de vida, terminou por crescer mais acentuadamente nos segmentos que até pouco tempo pareciam estar protegidos, como brancos, homens, mais escolarizados e adultos.

domingo, 6 de maio de 2018

Bolsonaro: o candidato da (in)segurança

Por Leandro Gavião e Alexandre Valadares, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

De todos os presidenciáveis para as eleições de 2018, Jair Bolsonaro é aquele que busca de maneira mais enfática se apresentar como o candidato capacitado a solucionar o problema da violência que assola o país.

Na ausência de um programa, é possível recorrer ao farto material disponível na internet, de modo a antecipar aquilo que provavelmente será sua proposta para a segurança pública. As declarações presentes em vídeos, reportagens e entrevistas ajudam a fazer uma leitura interessante desse personagem que, mesmo sem nunca ter concorrido à Presidência, consegue ter mais seguidores no Facebook do que qualquer outro político brasileiro [1].