segunda-feira, 4 de junho de 2018

O medo da população como aposta eleitoral

Por Marina Gama Cubas, na revista CartaCapital:

Em 12 de maio, Márcio França, sucessor de Geraldo Alckmin no governo de São Paulo, homenageou a cabo da Policia Militar Katia Sastre, que matou um bandido em frente a uma escola infantil no seu período de folga. Uma enquete que chegou à sua equipe mediu que 90% dos entrevistados apoiaram a atitude do governador.

O gesto de França ocorreu em meio à sua pré-candidatura ao Palácio dos Bandeirantes pelo PSB. Ele não é o único a tentar capitalizar com o episódio. A própria Sastre flerta com a possibilidade de deixar a atuação na PM para começar uma nova carreira na política. Ela aceitou se filiar ao PR e deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2018.

Lição tardia para os saudosos da ditadura

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Leandro Loyola, na edição de hoje de O Globo, publica mais uma revelação de documentos estrangeiros mostrando corrupção no regime militar.

De novo, nenhum efeito fará, porque para os cínicos e hipócritas a verdade tem pouca serventia.

A leitura é, porém, interessante para que se entenda que, embora alguns espertalhões de farda possam tem tirado gordas vantagens, a instituição militar teve um imenso prejuízo com o papel autoritário a que se prestou e que esta consciência, sob os quepes menos obtusos, prevalece há três décadas.

domingo, 3 de junho de 2018

Militares, corrupção e os coxinhas insanos

Por Altamiro Borges

Contaminados pela mídia golpista com sua escandalização da política, setores da classe “mérdia” saíram às ruas para exigir o “Fora Dilma”. Vestidos com as camisetas da “ética” CBF e portando os patinhos da Fiesp, eles ajudaram a alçar ao poder a quadrilha de Michel Temer. A promessa de que a vida melhoria de forma “instantânea”, como bravateou o escravocrata Flávio Rocha, dono da Riachuelo, não vingou e muitos até estão arrependidos – como atestou recente matéria da revista Época. Agora, pendurados na brocha, esses “midiotas” voltam às ruas para exigir “intervenção militar”. Trocam a camiseta amarela pela farda. Durante a greve dos caminhoneiros, que atestou o colapso do covil golpista, alguns “coxinhas” ergueram faixas e fizeram atos diante de quartéis.

Um hino em defesa dos direitos humanos

Miriam Leitão cai com Parente

Por Miguel Enriquez, no blog Diário do Centro do Mundo:

Exatos dois anos depois de sua posse, no dia 1º de junho de 2016, Pedro Parente não é mais o presidente da Petrobras.

Queridinho do mercado, fora apresentado como o homem providencial e o melhor gestor de crises de que o país dispunha, o executivo adequado para sanar a estatal, abalada pelo chamado Petrolão.

Entre os áulicos, ninguém superou a jornalista Miriam Leitão, a decana dos comentaristas de economia dos veículos do grupo Globo.

Militares criaram dependência rodoviária

Por Isaías Dalle, no site da Fundação Perseu Abramo:

O recente movimento dos caminhoneiros despertou, entre outros, o debate sobre como o Brasil é bastante dependente do transporte rodoviário. A capacidade da frota de caminhões de parar o país espantou muitos.

A dependência das estradas decorre de diferentes fatores, porém, é evidente que esse processo teve forte impulso durante o regime militar. O mesmo regime que desperta saudosismo entre segmentos da opinião pública.

Ditadura e a maluquice dos intervencionistas

Por Emílio Rodriguez e Guilherme Silva, no site Jornalistas Livres:

Andar com uma bandeira do Brasil não te faz patriota, pois defender o Brasil é lutar para preservar nossas riquezas, nosso patrimônio, lutar contra a privatização, lutar pela redução da desigualdade entre os brasileiros e por uma vida digna para todos.

Há dois anos os intervencionistas estavam nas ruas pedindo a subida de Temer ao poder e agora dizem na maior cara de pau que querem limpar o país da corrupção. Eles são responsáveis pelo golpe, pela destruição de direitos do povo, venda do nosso patrimônio, aumento da desigualdade, ou seja, pela destruição de nosso país.

Alckmin é candidato de Temer e da direita

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Em março de 2016, convidados pelo MBL, Alckmin e Aécio encheram uma van de tucanos e aliados e se dirigiram para a Avenida Paulista para participar de um protesto a favor do impeachment de Dilma, que cairia no mês seguinte. O apoio daquela van foi decisivo para que Temer e o MDB traíssem a chapa pela qual foram eleitos e implantassem o programa de governo tucano que havia sido rejeitado pelas urnas.

Petrobras sofre novos ataques especulativos

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

O senhor Pedro Parente pediu demissão da presidência da Petrobras no meio do pregão, provocando uma grande instabilidade no preço das ações da estatal, que sofreram bilionária desvalorização – quase R$ 60 bilhões de prejuízo. Quer dizer, além do prejuízo monstruoso causado à economia pelo aumento criminoso no preço dos combustíveis, além dos danos provocados pela greve dos caminhoneiros, que também chegam a dezenas de bilhões de reais, igualmente causados por uma política irresponsável de preços, o senhor Pedro Parente ainda causou um prejuízo de mais de R$ 60 bilhões ao se demitir, abruptamente, no meio de um pregão, sem negociar com governo e mercado uma transição para sua gestão.

Petrobras: mudar mais que o presidente

Editorial do site Vermelho:

Há um debate causado pela demissão do entreguista ultraliberal Pedro Parente da presidência da Petrobrás. É um debate necessário, que envolve a definição sobre o papel de uma empresa estatal, e a que objetivos ela serve.

Há aqueles que, rigidamente mercadistas, privatistas, supõem que uma empresa do porte da Petrobras deve apenas gerar lucros polpudos a seus investidores, que é um eufemismo para designar o grande capital, brasileiro e principalmente estrangeiro.

Mídia se faz de ignorante para criticar o povo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O principal argumento da mídia do pensamento único para desqualificar o apoio da população à greve dos caminhoneiros é um exagero em matéria de mistificação política.

A tese foi resumida por Merval Pereira no Globo de hoje: "enquanto 87% dos pesquisados apoiaram a greve, 81% mostraram-se contrários a pagar os custos das reivindicações através dos impostos". Numa versão radical da crítica a esse ponto de vista, a colunista da Folha Mariliz Pereira Jorge não perdeu a oportunidade: "o pior do Brasil é o brasileiro", escreveu.

É simplesmente ridículo.

Boff: “Devemos manter a indignação”

Por Ivan Longo, na revista Fórum:

Poucos episódios ligados à política nacional brasileira deste ano foram tão tristes como o dia em que o teólogo Leonardo Boff, aos seus 79 anos, foi impedido de visitar o ex-presidente Lula na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso há quase dois meses.

A imagem de Leonard Boff sentado à sombra da cabine policial, aguardando para visitar seu amigo há mais de 30 anos, rodou o mundo e ajudou a denunciar uma Justiça arbitrária e insensível.

“Negaram a minha humanidade e a do ex-presidente Lula”, disse Boff, aos prantos, na ocasião.

FHC, o demiurgo de alma pequena

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Desde seus tempos iniciais em política, Henrique Cardoso se perdeu pela falta de coragem e excesso de oportunismo. De certa forma ele lembra CEOs de uma empresa, que se preocupam exclusivamente com o próximo balanço trimestral e em preparar as desculpas para a assembleia de acionistas.

Não cometeria a indelicadeza de compará-lo ao ex-Ministro Cristovam Buarque, que é um FHC sem nenhuma sutileza intelectual.Também não gosto de reduzir os grandes conflitos públicos aos fatores pessoais, aos pequenos sentimentos de inveja, arrogância, prepotência, tão ao gosto dos diagnósticos de redes sociais.

A quem pertence a Petrobras?

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

A greve dos caminhoneiros transportou para o mundo real o debate sobre o papel da Petrobras, da compreensão estratégica do petróleo enquanto patrimônio do povo brasileiro e quem deve ser o real destinatário dos serviços gerados pelas empresas estatais. Deste debate, entre placas de “pare e siga” para umas e outras análises, perguntas são ligadas, freadas ou estacionadas em locais não pavimentados por respostas sólidas. Mas todos, com raríssimos derrapes excludentes, assumindo a condição de motorista, passageiro, mecânico ou transeunte assumiram o direito de opinar sobre a nova crise gerada pelo governo plantonista. E eu sigo pela mesma estrada opinativa.

sábado, 2 de junho de 2018

A intervenção e o discurso da barbárie

Por Henrique Matthiesen

A contemporaneidade do momento político brasileiro expõe, de forma gritante, o grau de ódio e incivilidade em que coexistimos.

Os ataques ao pouco Estado Democrático de Direito que temos afrontam a memória dos que lutaram pela democracia, assim como insultam os conceitos elementares da existência humana, e ultrajam a própria história do Brasil.

Trágico, patológico e irracional é utilizar-se de direitos democráticos para pedir o seu fim, para suplicar o regime autoritário, para calar os contrários ao seu pensamento.

Temer não renuncia por medo de ser preso

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Com os gigantescos prejuízos causados pela paralisação dos caminhoneiros, setores da mídia e políticos especulam sobre uma iminente queda do presidente Michel Temer. Inclusive porque parcela importante de grandes empresários teria definitivamente perdido a paciência com o “mandatário”. Mas há quem acredite que uma queda de Temer poderia tornar o cenário ainda mais obscuro.

“Michel Temer não tem nenhuma condição de governar o país. A crise dos caminhoneiros revela que hoje o país está acéfalo”, avalia o deputado federal Orlando Silva (PCdoB).

Demissão de Parente: lamentos e alívios

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:


A demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras tem um custo alto mas, apesar dos lamentos, e mesmo do pedido que Temer lhe fez para adiar a saída, tornou-se inevitável depois da greve dos caminhoneiros e trouxe alívio para a área política do governo. Permitirá que agora seja implementada com mais liberdade uma política de preços de combustíveis focada no consumidor. A eleição vem aí. Apoiando uma greve que lhe impôs privações, a população mostrou o tamanho de sua irritação. Tal alívio transpareceu nas entrelinhas de várias declarações.

O novo trabalhador sem classe

Por Rui Fernando Correia Ferreira, na revista Teoria e Debate:

“Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!” Em um grito expresso em seu Manifesto, Karl Marx conclama a unidade do proletariado constituindo as definições teóricas e básicas da luta de classes. Entretanto, existe um perigoso aspecto destrutivo sendo gestado e aplicado nas organizações empresariais por meio da nova era da economia tecnológica e da informação que pode acabar com o reconhecimento das classes. O trabalho imaterial com seus fetiches de uma burocracia flexível que propicia as cooperações entre trabalhadores e apropriação dos seus intelectos para o processo capitalista.

Ninguém aguenta mais: libertem Lula e o Brasil

Por Marcelo Zero

A atual situação de desabastecimento de combustíveis é apenas a face mais evidente da pior crise econômica, social e política da História do Brasil.

Assiste-se, em nosso país, a uma avassaladora devastação social e econômica, que afeta, sobretudo, os mais pobres. O desemprego aumenta em níveis insustentáveis, a pobreza volta a se espalhar pelo Brasil, a subnutrição golpeia de novo as nossas crianças e o país volta a entrar no vergonhoso Mapa da Fome.

A política de preços dos combustíveis

Por José Sérgio Gabrielli, no site da Fundação Maurício Grabois:

A greve dos caminhoneiros e dos petroleiros revelou de forma muito clara as limitações dos princípios fundamentais da atual política econômica: mecanismos de mercado exacerbados, despreocupação com os impactos sociais das políticas e austeridade apenas naquilo que se destinar aos mais pobres. A solução encontrada pelo governo, além de paliativa de curto prazo, é uma bomba de efeito retardado, se os preços internacionais de petróleo não se estabilizarem.