domingo, 27 de janeiro de 2019

Bolsonaro: entre a degola e a coleira

Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:

Após 3 semanas de (des)governo, aconteceu o que se esperava. A incompetência, mediocridade, ignorância, arrogância e violência só podiam gerar o caos. O baixo nível do Ministério só contribui para piorar. Depois de Davos, a desmoralização do governo brasileiro tornou-se definitivamente internacional.

Em meio a esse pântano de irracionalidade, há alguns segmentos racionais. São eles:

1) Alguns generais de direita que põem limites às alucinações presidenciais, como foi o caso da base militar americana no Brasil ou da transferência da embaixada para Jerusalém.

Vale vai atuar para esconder seu crime

Por Lu Sudré, Rute Pina e Joana Tavares, no jornal Brasil de Fato:

“Uma tragédia anunciada”, diz Thiago Alves, integrante do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), sobre o rompimento da barragem Mina do Feijão, da mineradora Vale, nesta sexta-feira (25). Até o momento, há cerca de 200 desaparecidos no município de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Perspectivas apontam que o número de desaparecidos pode subir para 600 pessoas.

Quem tem medo dos coletes amarelos?

Por Philippe Scerb, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

É impossível prever o destino dos coletes amarelos. De partido competitivo em meio ao desgaste das forças políticas tradicionais ao esquecimento repentino, as possibilidades são numerosas para esse movimento que de novembro a janeiro, pelo menos, vem bloqueando estradas e promovendo manifestações suntuosas na maioria das cidades francesas. O que parece claro é que de símbolo radical da crise da democracia – a mesma que elegeu Trump e Bolsonaro e alimenta governos como os de Orbán e Erdogan, ele pode ter se tornado o motor de seu retorno. Emmanuel Macron relutou, mas finalmente cedeu ao espírito dessas manifestações em série ao propor um “grande debate nacional”, em que todas as prefeituras chamarão seus moradores a discutir temas de interesse público e manifestar suas expectativas.

Bolsonaro e Trump provocam a Venezuela

Por Jeferson Miola, em seu blog:         

Num desatino diplomático que evidencia o desespero em criar fatos políticos para distrair a opinião pública dos escândalos que poderão custar seu mandato [ler aqui], Bolsonaro se associou ao extremista Donald Trump e a outros líderes lunáticos no apoio ao golpe da extrema-direita que poderá fazer da Venezuela a Síria latino-americana.

A posição do governo brasileiro em relação ao conflito no país vizinho destoa da tradição de 200 anos da tradição diplomática do Brasil [ler aqui].

Os bilionários voltam ao bunker de Davos

Por Jorge Cordeiro, no site Outras Palavras:

Uma taxa extra de apenas 0,5% sobre a riqueza dos bilionários que fazem parte do 1% mais rico do planeta arrecadaria mais do que o suficiente para educar 262 milhões de crianças que estão fora da escola hoje no mundo, e também providenciar serviços de saúde que poderiam salvar a vida de mais de 3 milhões de pessoas.

Ao não taxarem apropriadamente os muito ricos e as grandes corporações, e por terem dificuldades orçamentárias para investir adequadamente em serviços públicos como saúde e educação, os governos estão contribuindo para aumentar as desigualdades, prejudicando milhões de pessoas que vivem na pobreza – principalmente as mulheres.

Jean Wyllys será o primeiro autoexilado?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Eu, particularmente, sou a favor de um “paredão” profilático para determinados entes… O Jean Willis, por exemplo, embora não valha a bala que o mate e o pano que limpe a lambança, não escaparia do paredão…” (Desembargadora Marilia Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em 29 de dezembro de 2015).

***

Como a desembargadora Castro Neves continua solta, três anos após fazer a ameaça, o deputado federal reeleito Jean Wyllys (PSOL-RJ) decidiu renunciar ao mandato e se autoexilar para sobreviver ao novo regime miliciano-fundamentalista, instalado no país há apenas 25 dias, 55 anos após o golpe militar que o presidente Jair Bolsonaro defende.

Witzel, Flávio Bolsonaro e milícia no RJ

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

A recente prisão de milicianos no Rio traz à tona elos do grupo, acusado à Justiça por formação de quadrilha e assassinato, com Flávio Bolsonaro. Como deputado estadual no Rio, Flávio empregou a mãe e a esposa de um dos chefes da milícia das favelas de Rio das Pedras e Muzema, propôs condecorações e fez discursos a favor de milícias.

Há mais razões para desconfiar de vínculos do primogênito do presidente Jair Bolsonaro com a milícia que acaba de ser denunciada pelo Ministério Público (MP)? Há: a eleição do atual governador do Rio, Wilson Witzel, do PSC, em outubro passado.

A terra é plana!

Por Frei Betto, no site Correio da Cidadania:
Homem de fé que sou, e ainda mais mi­neiro, sempre des­con­fiei dessa ci­ência in­flu­en­ciada pelo marxismo. Se a Terra fosse re­donda e gi­rasse em torno do pró­prio eixo, no mí­nimo de­ve­ríamos sentir ton­turas. Esse pre­con­ceito contra o ge­o­cen­trismo de Pto­lomeu de­corre dos ma­lé­volos con­ceitos paulo­frei­ri­anos as­su­midos por Co­pér­nico e Ga­lileu. Eles ado­taram o prin­cípio mar­xista de que o lugar so­cial de­ter­mina o lugar epis­tê­mico, e ao re­tirar os pés da Terra para fixá-los no Sol, in­ven­taram a teoria do he­li­o­cen­trismo. Ora, basta er­guer os olhos ao céu e cons­tatar que o Sol gira em torno da Terra, caso con­trário não ha­veria dia e noite.

Um arranjo monstruoso comanda o país

Por Reginaldo Moraes

Turbilhão de fatos assombrosos. Um mais forte do que o outro. A cada um deles, mais se consolida a impressão de que está no comando do país algo que pode ser - e digo pode ser porque sempre se deve ser prudente em afirmações tão graves - pode ser um arranjo monstruoso de crime organizado, máfia financeira e forças imperiais.

Devo estar, é claro, delirando sob o efeito de substâncias alucinógenas, não é mesmo?

Afinal, mais uma teoria conspiratória? Antes fosse, antes fosse.

sábado, 26 de janeiro de 2019

Jean Wyllys e a selvageria bolsonariana

Por Marcelo Zero

O exílio forçado de Jean Wyllys, comemorado com deboche por Bolsonaro, demonstra não apenas a falência da democracia no Brasil.

Demonstra o desmoronamento da nossa civilização. E demonstra algo pior: a perda da nossa humanidade.

Não são somente as instituições democráticas que não estão mais funcionando.

Algo mais profundo se rompeu em nossa sociedade.

Estamos voltamos ao estágio de bellum omnia omnes, de luta de todos contra todos, do homo homini lupus, referido por Hobbes.

Ah, a Vale... antes de ser privatizada!

Por Gilberto Maringoni

A Companhia Vale do Rio Doce, estatal fundada por Getúlio Vargas, era, nos anos 1990, um conjunto de 27 empresas, cujas atividades iam da prospecção do subsolo, extração processamento de minérios, até sofisticadas atividades de química fina.

Além disso, a Companhia era caracterizada por inúmeros projetos culturais, sociais e comunitários em todo o Brasil.

Nunca houve desastre ambiental que chegasse perto dos de Mariana e Brumadinho.

Comunicadores repudiam golpismo dos EUA

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O Fórum de Comunicação para a Integração de Nossa América, que reúne diversas organizações sociais e meios de comunicação alternativos da América Latina e do Caribe, incluindo o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, publicou nota sobre a situação da Venezuela. No documento, as entidades que compõem o órgão rechaçam com veemência o claro plano de golpe de Estado colocado em marcha pelos Estados Unidos e seus governos satélites na região a partir da auto-proclamação do deputado Juan Guaidó como suposto presidente interino. Leia na íntegra a seguir ou a versão original, em espanhol no link: https://www.integracion-lac.info/en/node/42368

Com Bolsonaro, crime organizado chega ao poder

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Circula pelo submundo nazifascista pró Bolsonaro versão criminosa do caso envolvendo Jean Wyllys. Segundo os bandidos, Wyllys foi ameaçado por estar envolvido no “atentado” a Bolsonaro. Essa versão tenta justificar um presidente da República ter comemorado a vitória do crime organizado ao conseguir fazer um representante do povo se exilar do Brasil.

Quem está dizendo não é o Blog da Cidadania, mas um dos maiores jornais do mundo, o El País, da Espanha: existe um “elo”, uma ligação entre Flávio Bolsonaro e a milícia investigada pela morte de Marielle Franco, vereadora do PSOL do Rio de Janeiro que teve a cabeça estraçalhada por disparos de uma arma de fogo de alto calibre.



O exercício da maldade contra Lula

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Praticar a maldade é, sempre, algo covarde, porque depende da fraqueza alheia que faz o poder do malvado ampliar-se.

A sra. Carolina Lebbos Moura, que está exercendo a condição de carcereira de Lula, ao reduzir as visitas ao ex-presidente Lula pratica esta regra.

Lula está preso, silenciado (nem mesmo pode conceder uma entrevista), não oferece nenhum perigo de praticar os crimes que, embora falsamente, lhe são atribuídos.

A essência da lista de metas de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

Convencionou-se dizer que os primeiros cem dias de governo são determinantes para se ter uma base sobre como será a sua gestão. Esse período seria tempo suficiente para traçar as metas dos próximos anos e divulgar balanços das primeiras ações da administração. E assim fica-se sabendo se o que foi prometido na campanha e registrado no plano de governo faz parte das metas e quais são as ações de curto, médio e longo prazos. Nesse tempo também é possível conhecer a equipe do governo e quais são suas ações efetivas para dar cumprimento ao que foi anunciado.

Faltou assunto pra Bolsonaro em Davos

Por Ana Prestes, no site da Fundação Maurício Grabois:

O Fórum Econômico Mundial de Davos, em sua edição de 2019, não está muito concorrido por chefes de Estado e Governo. Faltaram Putin, Trump, Xi Jinping, Macron, Theresa May e outros. Bolsonaro poderia ter sido, portanto, uma grande estrela da festa. Ainda vão mais alguns dias de encontro até 25 de janeiro e ele pode surpreender (será?), mas o que tudo indica é que ficaremos mesmo na exposição de mostruário que ele adotou como tom de participação no encontro: “aqui está Sérgio Moro”, vejam que Ministro qualificado nós temos para por fim à corrupção, e “aqui está Paulo Guedes”, o homem que vai abrir o Brasil para ser um grande player do comércio internacional e destino de vultosos investimentos.

A conspiração da extrema-direita na Europa

Por Manuel Castells, no site Sul-21:

As eleições para o Parlamento Europeu, no dia 26 de maio, são decisivas para o projeto da integração europeia. Os ultranacionalistas em ascensão definiram como objetivo a constituição de um bloco para bloquear as políticas europeias comuns (um terço das cadeiras) que, junto com sua presença em diversos governos, possa reverter a Europa a um sistema de nações limitadas em sua colaboração a acordos específicos, sempre priorizando os interesses nacionais. Também defendem a redução drástica da imigração, o enfrentamento com o Islã em defesa da Cristandade e a restauração do patriarcado tradicional, eliminando a proteção aos direitos de homossexuais e mulheres. O que era uma tendência em toda a Europa, exemplificada na Espanha pelo Vox e por um setor do PP, está convertendo-se em um projeto coordenado. Prepara-se para esses dias, em Bruxelas, o lançamento de uma fundação denominada “O Movimento”, impulsionada por Steve Bannon, que foi estrategista de Trump, eficiente diretor de sua campanha presidencial e assessor especial na Casa Branca.

Mourão já manda muito no governo Bolsonaro

Por Renato Rovai, em seu blog:

O general Mourão já mostrou que não é um vice decorativo no governo Bolsonaro. Desde quando disse que o senador Magno Malta não seria ministro (e não foi) já deu para perceber que sua voz não era só dele.

Mourão representa a elite do Exército no arranjo da intervenção militar pelo voto.

Ontem, em mais uma declaração, Mourão desautorizou Bolsonaro em uma “canelada” bem das grossas. Disse que o Brasil não participará de intervenção na Venezuela.

Brasil fica mais triste sem Jean Wyllys

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Filho de lavadeira e pintor de carros, Jean Wyllys nasceu há 44 anos na pequena Alagoinhas, no leste da Bahia. Formou-se em Jornalismo na UFBA, exerceu a profissão na imprensa baiana, se tornou professor universitário e ganhou um reality show. Foi eleito deputado federal por três mandatos consecutivos, sempre escolhido anualmente entre os melhores parlamentares brasileiros. Sob qualquer ponto de vista que se olhe, é um vencedor. Pois este homem brilhante está sendo impedido de viver em sua própria terra porque ameaçam matá-lo apenas por defender os direitos dos cidadãos LGBTs.

O futuro a nós pertence

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Carta Maior comemora 18 anos no próximo dia 28.

Concebida como um portal de esquerda, na atmosfera de esperança e paixão, durante a inauguração do I Fórum Social Mundial de Porto Alegre, Carta Maior sempre tratou a informação como um bem público e chegamos a ter uma redação com 22 jornalistas e dezenas de correspondentes em várias partes do mundo.