domingo, 1 de setembro de 2019
Casamento de conveniência: Bolsonaro e Moro
Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:
Por mais que Bolsonaro e Sergio Moro finjam que não, a crise no casamento entre bolsonarismo e lavajatismo parece irreversível. Se durante a campanha eleitoral um se alimentou do outro, agora, com Bolsonaro no poder, as duas correntes começam a bater cabeça. Nas últimas semanas, o presidente tem se empenhado em sabotar Moro e controlar as rédeas da Lava Jato. O ex-superministro viu seus poderes sendo esvaziados e tem sido tratado com desprezo pelo presidente. Foram várias declarações, gestos e decisões que contrariam a cartilha lavajatista.
Mais-valia e previdência social
Por Carlos Fernando Galvão, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
O Estado (poder público) é apropriador de mais-valia (sintética e resumidamente, lucro) pelo viés fiscal: ele recolhe os impostos e ainda administra empresas públicas. O Estado também é o garantidor da mais-valia privada do povo, do povo detentor de capital. E por capital não devemos entender, apenas dinheiro. Capital é isso, mas também são as máquinas e os aparelhos e instrumentos tecnológicos das empresas; capital é o acesso à crédito subsidiado; capital é a base educacional, de saúde, de transporte e segurança que poucos têm, efetivamente, para acessar os postos de poder na sociedade, enfim, capital é, como mostraram Marx e Engels, dentre outros, uma relação social de produção e poder. O Estado capitalista-liberal é, pois, o garantidor desse processo.
Internet dos ricos é diferente da dos pobres
Por Michael Fertik, no site Carta Maior:
Imagine uma Internet onde mãos invisíveis façam uma curadoria de toda a sua experiência. Onde terceiros escolham as notícias, os produtos e preços que você vê – e até as pessoas que você encontra. Um mundo em que você pensa estar fazendo escolhas, mas onde, na realidade, suas opções são reduzidas e refinadas e o seu controle é apenas uma ilusão.
Isso não está longe do que acontece hoje. Graças à tecnologia que permite ao Google, Facebook e outros coletar informações sobre nós e usá-las para adaptar a experiência do usuário aos nossos gostos, hábitos e renda pessoais, a Internet se tornou um lugar diferente para os ricos e para os pobres. Muitos de nós nos tornamos atores inconscientes em um conto de duas Internets. Há a sua e a minha, a deles e a nossa.
Imagine uma Internet onde mãos invisíveis façam uma curadoria de toda a sua experiência. Onde terceiros escolham as notícias, os produtos e preços que você vê – e até as pessoas que você encontra. Um mundo em que você pensa estar fazendo escolhas, mas onde, na realidade, suas opções são reduzidas e refinadas e o seu controle é apenas uma ilusão.
Isso não está longe do que acontece hoje. Graças à tecnologia que permite ao Google, Facebook e outros coletar informações sobre nós e usá-las para adaptar a experiência do usuário aos nossos gostos, hábitos e renda pessoais, a Internet se tornou um lugar diferente para os ricos e para os pobres. Muitos de nós nos tornamos atores inconscientes em um conto de duas Internets. Há a sua e a minha, a deles e a nossa.
Glenn Greenwald e os lucros da Globo
Do blog Viomundo:
Em entrevista ao programa Entre Vistas, da TVT, o jornalista Glenn Greenwald, do Intercept Brasil, explicou a estratégia que usou para atrair parceiros e aumentar o alcance da Vaza Jato.
Ele também falou sobre a parceria preguiçosa do Jornal Nacional, da TV Globo, com a Operação Lava Jato.
Segundo Greenwald, o apresentador William Bonner fazia as chamadas sobre revelações de grandes escândalos e garantia audiência do telejornal, mas a emissora não gastava um tostão sequer na apuração das denúncias, ou seja, na confirmação das delações que propagava como verdadeiras.
Ele também falou sobre a parceria preguiçosa do Jornal Nacional, da TV Globo, com a Operação Lava Jato.
Segundo Greenwald, o apresentador William Bonner fazia as chamadas sobre revelações de grandes escândalos e garantia audiência do telejornal, mas a emissora não gastava um tostão sequer na apuração das denúncias, ou seja, na confirmação das delações que propagava como verdadeiras.
Queiroz devia fazer Toffoli corar de vergonha
Por Bepe Damasco, em seu blog:
Isso se o presidente do STF não figurasse hoje na galeria dos homens públicos mais execráveis da República, de mãos dadas a Bolsonaro, Moro e Dallagnol.
Isso se ele não pudesse ser comparado a um ser invertebrado, dado ao seu comportamento camaleônico, ao sabor das conveniências políticas de momento.
Isso se não tivesse se deixado tutelar por generais-assessores, feito inédito em toda a história do Supremo, impensável até durante a ditadura militar.
Isso se não tivesse se tornado “corda e caçamba” do sujeito que ocupa a cadeira presidencial de forma indigna.
Isso se o presidente do STF não figurasse hoje na galeria dos homens públicos mais execráveis da República, de mãos dadas a Bolsonaro, Moro e Dallagnol.
Isso se ele não pudesse ser comparado a um ser invertebrado, dado ao seu comportamento camaleônico, ao sabor das conveniências políticas de momento.
Isso se não tivesse se deixado tutelar por generais-assessores, feito inédito em toda a história do Supremo, impensável até durante a ditadura militar.
Isso se não tivesse se tornado “corda e caçamba” do sujeito que ocupa a cadeira presidencial de forma indigna.
Moro segue o ocaso dos generais
Charge: Gladson Targa |
Quando se iniciou o governo, 11 em cada dez analistas políticos previam que, por quantidade e postos, os militares teriam um papel reitor na gestão de Jair Bolsonaro.
Oito meses bastaram para ver que, de fato, se deu o contrário: Bolsonaro transformou os generais em solícitos ajudantes-de-ordens e espirrou para fora do governo o general Santos Cruz, o único que quis resistir aos ensandecidos métodos do ex-capitão.
sábado, 31 de agosto de 2019
A história será implacável com os golpistas
No dia 31 de agosto de 2016, consumado o afastamento do exercício da Presidência da República, Dilma Rousseff se dirigiu ao povo brasileiro na sala dourada do Palácio da Alvorada, residência oficial onde viveu por seis anos. Foi seu último pronunciamento, em que antevê os retrocessos impostos ao povo brasileiro e denuncia os riscos econômicos e sociais para o país.
“O projeto nacional progressista, inclusivo e democrático que represento está sendo interrompido por uma poderosa força conservadora e reacionária, com o apoio de uma imprensa facciosa e venal. Vão capturar as instituições do Estado para colocá-las a serviço do mais radical liberalismo econômico e do retrocesso social”, profetizou.
Em três anos de golpe, o desmonte do Brasil
Por Paulo Donizetti de Souza, na Rede Brasil Atual:
O complexo processo político, jurídico e midiático que levou ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff dá margem para muitas efemérides. Dezembro de 2015, quando o hoje encarcerado Eduardo Cunha acolheu o pedido de impeachment elaborado por Janaína Pascoal e Miguel Reale Jr. Abril de 2016, quando a Comissão Especial aprova relatório favorável à abertura do processo, seis dias antes de, no dia 17, o plenário aprovar por 367 a 137 o encaminhamento do processo para o Senado.
Com pibinho, galinha tenta alçar novo voo
Editorial do site Vermelho:
Investimento e consumo. Essa é a base da dinâmica da economia, o motor do desenvolvimento de um país. No caso do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que apresentou crescimento de 0,4%, não há nem uma coisa nem outra. O presidente Jair Bolsonaro, que confessa desconhecer como funciona a economia, comemorou o resultado que livra o país de uma recessão técnica, dizendo que ele é fruto de investimento e que logo vem o consumo. Na prática, Bolsonaro fez como o personagem que ouviu o galo cantar, mas não sabe onde.
Investimento e consumo. Essa é a base da dinâmica da economia, o motor do desenvolvimento de um país. No caso do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que apresentou crescimento de 0,4%, não há nem uma coisa nem outra. O presidente Jair Bolsonaro, que confessa desconhecer como funciona a economia, comemorou o resultado que livra o país de uma recessão técnica, dizendo que ele é fruto de investimento e que logo vem o consumo. Na prática, Bolsonaro fez como o personagem que ouviu o galo cantar, mas não sabe onde.
A cabeça nas nuvens ou os pés no chão
Por João Guilherme Vargas Netto
Eu não soube nunca de um exército derrotado que tentasse impor os termos da rendição aos vitoriosos.
E é isto, me parece, que algumas direções sindicais andam tentando fazer ao se debruçarem com uma insistência desmoralizadora sobre o projeto de uma futura organização sindical.
Desconhecem o estrago já causado nas fileiras sindicais pela recessão, pela deforma trabalhista e pelo governo Bolsonaro e insistem em documentar qual seria uma proposta vantajosa para o movimento sindical a ser apresentada às centrais sindicais e discutida com elas e com a CNI para orientar a ação no Congresso.
Eu não soube nunca de um exército derrotado que tentasse impor os termos da rendição aos vitoriosos.
E é isto, me parece, que algumas direções sindicais andam tentando fazer ao se debruçarem com uma insistência desmoralizadora sobre o projeto de uma futura organização sindical.
Desconhecem o estrago já causado nas fileiras sindicais pela recessão, pela deforma trabalhista e pelo governo Bolsonaro e insistem em documentar qual seria uma proposta vantajosa para o movimento sindical a ser apresentada às centrais sindicais e discutida com elas e com a CNI para orientar a ação no Congresso.
sexta-feira, 30 de agosto de 2019
A perversão desumana do lavajatismo
Por Gustavo Freire Barbosa, na revista CartaCapital:
Lavajatismo e bolsonarismo são fenômenos que se confundem. Seus valores são praticamente os mesmos: moralismo exacerbado, messianismo, criminalização da política, ojeriza a evidências científicas e desprezo ao que se convencionou a chamar de estado democrático de direito. Tudo temperado com um maniqueísmo adolescente e com uma profunda, bizarra e constrangedora indigência intelectual.
Lavajatismo e bolsonarismo são fenômenos que se confundem. Seus valores são praticamente os mesmos: moralismo exacerbado, messianismo, criminalização da política, ojeriza a evidências científicas e desprezo ao que se convencionou a chamar de estado democrático de direito. Tudo temperado com um maniqueísmo adolescente e com uma profunda, bizarra e constrangedora indigência intelectual.
Amazônia "não é mais nossa", diz Bolsonaro
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Em circulação pela internet, um vídeo de um minuto e 20 segundos é de particular utilidade para se compreender as ideias e a visão de mundo de Jair Bolsonaro, eleito em outubro de 2018 para ocupar a presidência do Brasil até janeiro de 2023.
Postado no tuite do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), com uma marca "Bolsonaro TV," o vídeo é uma peça da campanha presidencial e mostra Bolsonaro de microfone na mão, em pé diante de uma mesa, na qual é possível reconhecer o filho 03 - hoje candidato a embaixador em Washington - e a cabeça branca do Major Olimpio, eleito senador.
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