terça-feira, 8 de junho de 2021

OAB vai pedir afastamento do juizeco Bretas

Eleição no Peru e as perspectivas no Brasil

O que a eleição no Peru pode nos ensinar

Pedro Castillo. Foto: Francisco Vigo/EFE
Por Renato Rovai, em seu blog:


O candidato outsider de esquerda Pedro Castillo deve se tornar o próximo presidente do Peru depois de uma apuração duríssima em que a virada só veio nos últimos 6% dos votos.

Deve não significa que será, porque essas últimas urnas reservam muitas emoções. Além do voto do interior mais distante, ainda há votos de peruanos que vivem no exterior, onde Keiko tem vantagem.

De qualquer forma, se a vitória vier ela será histórica. Inclusive porque Castillo não estava entre os favoritos até a reta final do primeiro turno.

A chance maior era de um segundo turno entre a extrema-direita, liderada por Keiko Fujimori, e uma candidatura liberal de direita.

Uma vitória de Castillo acabará se tornando uma poça de água no deserto. Mas é preciso analisar também a força do fujimorismo.

Militares: Nada de novo no front

Por Leandro Fortes, no Diário do Centro do Mundo:

Em 1975, o Exército aceitou e disseminou a informação que o jornalista Wladimir Herzog, assassinado sob tortura nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo, havia se suicidado. De joelho, como mostra a foto do inquérito policial militar, à época.

Apontado como subversivo pela ditadura militar, Herzog, funcionário da TV Cultura, se apresentou voluntariamente à unidade do Exército para dar esclarecimentos sobre sua atuação política. Submetido a choques elétricos e a um espancamento brutal, o jornalista morreu durante o interrogatório.

Em 1981, o Exército aceitou e disseminou a informação que dois militares, o capitão Wilson Dias Machado e o sargento Guilherme Pereira do Rosário, haviam sido vítimas de um ataque terrorista no Centro de Convenções do Riocentro, na Zona Oeste do Rio, onde milhares de pessoas estavam reunidas para um show comemorativo de Primeiro de Maio.

Brasil, uma democracia militarizada

Por Maud Chirio, no site Carta Maior:


Assim que o ex-capitão paraquedista Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República, em 1º de janeiro de 2019, a forte tendência militarista de seu governo não atraiu grande atenção dos observadores políticos.

Ela era menos inquietante do que a extrema radicalidade das propostas do então novo presidente, seus apelos à violência e o perfil ultraconservador de alguns dos seus ministros civis, como os críticos ao aquecimento global Ricardo Salles e Ernesto Araújo, respectivamente ministros do Meio Ambiente e das Relações Exteriores.

Este último, fiel trumpista e discípulo do pseudo-filósofo de extrema direita, Olavo de Carvalho, compõe o que os jornalistas chamam de “ala ideológica” do governo, a mais inclinada às teorias da conspiração, à ruptura com o ambiente internacional e à designação de inimigos dentro de uma chamada “guerra cultural” que os bolsonaristas pretendem travar.

Um deserto chamado Brasil?

Por Frei Betto, em seu site:


A data de 5 de junho comemora o Dia Mundial da Ecologia e do Meio Ambiente. O que celebrar em nosso país se, em 2019, foram desmatados no Brasil 1.218.708 hectares (12.187 km²), sendo que 63% na Amazônia, segundo o Relatório Anual do Desmatamento do MapBiomas 2020.

É considerado desmatamento a supressão total ou quase total da vegetação nativa. Portanto, o conceito não inclui derrubada de árvores isoladas ou queimadas para aberturas de roças.

A Amazônia Legal perdeu 64 km² de área de florestas entre março de 2020 e março de 2021 – aumento de 156%. Principais causas: impunidade aos crimes ambientais, abertura de pastos, extração de madeira, mineração, garimpo e grilagem ilegais em terras do poder público.

Bolsonaro e o falso discurso de incorruptível

Políticas sociais x desmonte da proteção

A economia vai bem, mas o povo vai mal

Eletrobras: Maior golpe da história do Brasil

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Amado Batista já pagou sua dívida ambiental?

Copa América: Bolsonarismo ocupa a CBF!

Bolsonaro e o Marco Civil da Internet

Comandante do Exército agiu com prudência

Por Vivaldo Barbosa, no site Brasil-247:


Acostumado a remar contra marés temporárias, passageiras, que atingem até setores lúcidos e progressistas, desde os tempos que trabalhava de perto com Leonel Brizola, afirmo o seguinte: o Comandante do Exército agiu com prudência.

A maré de opinião de muitos setores cobra punição ao general, sem o que a disciplina e hierarquia teriam ficado irremediavelmente comprometidas.

A lei e os regulamentos não devem ser sempre aplicados em uma linha reta.

É claro que esse general fez muito mal ao Exército, deixou o Comandante mal, prejudicou até o Bolsonaro. Nunca deveria ter feito o que fez.

Nem ele nem Bolsonaro.

Acontece que, se o Comandante o pune, estaria igualmente punindo o Presidente.

Pois Bolsonaro o levou para o caminhão, o abraçou, passou o microfone a ele, com sua costumeira irresponsabilidade. E o Presidente da República é o Comandante em Chefe do Exército.

A impunidade de Eduardo Pazuello

Por Luis Felipe Miguel, no site A terra é redonda:


A impunidade de Pazuello é um indicador poderoso da posição dos militares e da complexidade da conjuntura política no Brasil para quem sonha com a restauração do caminho democrático.

Dissipa-se de vez a ilusão de que os generais podem servir de freio a Bolsonaro.

Para não brigar com ele, assumiram um vexame homérico: aceitar a desculpa esfarrapada de um general embusteiro, num caso que atraiu os olhares de toda a nação, avacalhando de vez a hierarquia (que, segundo o discurso oficial, seria a marca distintiva dos militares) e escancarando a partidarização dos quartéis.

Para Bolsonaro, que cultiva hoje, como cultivou no passado, a agitação política do baixo oficialato, é uma vitória e tanto.

Seus adeptos mais aguerridos ganharam carta branca para fazer o que bem entenderem. Para o generalato covarde, é a absoluta desmoralização.

A arma na parede de Bolsonaro

Foto: Reprodução
Por Eugênio Aragão, no Diário do Centro do Mundo:

É do teatrólogo russo Anton Chekov a frase célebre “se for, no primeiro ato, pendurar, na parede, uma pistola, no último, deve-se atirar com ela – do contrário, não a pendure.”

Bolsonaro pendurou, desde seu primeiro dia no governo, a pistola na parede.

Ameaçou o STF, homenageou um torturador, afrouxou as regras de aquisição e posse de armas pela população, participou de atos públicos contra o Congresso e o judiciário e, dentre outras bazófias, prenunciou não aceitar o resultado das eleições presidenciais de 2022, se ele não for eleito.

Ninguém pode dizer que não viu a pistola dependurada.

Todos os dias fomos assaltados com o discurso ameaçador e disruptivo do presidente da república.

Seu mandato tem sido exercido com improbidades e indecoro a rodo. Não pode ter passado desapercebido.

E no Brasil, vai ter Copa América!