sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Para desmontar o bolsonarismo

Charge: Céllus
Por João Feres Júnior, no Diário do Centro do Mundo:

Sempre digo aos jornalistas que me procuram em época de eleição: infelizmente, a bola de cristal que encomendei por uma bagatela do Ali Express ainda não chegou.

Contudo, eles insistem em demandar previsões sobre o futuro político do nosso país. A mais frequente é acerca do futuro do bolsonarismo.

Só posso utilizar o conhecimento acumulado sobre o bolsonarismo para ensaiar esse exercício de futurologia.

Em meados de 2021, coordenei no âmbito do Laboratório de Estudos da Mídia e Esfera Pública (LEMEP), junto com a cientista política Carolina de Paula, uma pesquisa qualitativa de alcance nacional com grupos focais de pessoas que haviam votado em Bolsonaro em 2018, cujos resultados podem ser encontrados nesse link.

Essa pesquisa serve de base ao exercício feito no presente artigo, juntamente com informações colhidas de outras pesquisas qualitativas feitas pelo LEMEP ao longo de 2022 e algumas análises quantitativas que venho produzindo a partir de micro dados de pesquisas de institutos conhecidos.

Os desafios da reconstrução

Curitiba, 18/9/22. Foto: Ricardo Stuckert
Por Roberto Amaral, em seu blog:


“O Brasil tem um potencial para o atraso e para a violência muito grande, que anos de governos mais ou menos civilizados não foram capazes de reduzir” - Maria Hermínia Tavares (Valor, 28/10/2022)

O pronunciamento da soberania popular no último 30 de outubro deu um basta a um governo em guerra contra o país. Mas, acima de tudo, afastou do horizonte visto a olho nu a mais grave ameaça à democracia desde a intervenção militar de 1º de abril de 1964, ao impedir a instauração da pior das ditaduras, aquela que se instala com o respaldo do pronunciamento eleitoral, e se legitima na ordem constitucional permanentemente revista segundo seus interesses. Há, pois, muito o que comemorar, e muito que agradecer à ação dos militantes, decisivos em momento de inédita e radical polarização política.

Bolsonaro deixa rombo no orçamento

A ameaça nazista no Brasil

Ruralistas lideram atos golpistas no MS

O religioso revolucionário da Independência

A vitória de Lula e a cobertura da mídia

As piores reações dos bolsonaristas. Hilário!

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Lula e a transição para superar o fascismo

Foto: Ricardo Stuckert
Por Altamiro Borges


Após a vitória épica nas eleições presidenciais de domingo passado, Lula começa a montar a transição para superar o fascismo e a barbárie no Brasil. Ainda há obstáculos no caminho até a posse, no início de janeiro. Não dá ainda para descartar outras maluquices do golpista que tem mais dois meses no Palácio do Planalto. Mas, aos poucos, o “capetão” Jair Bolsonaro é forçado a admitir a derrota.

Numa conversa com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ele teria dito que “acabou”. Mesmo sem citar o nome de Lula, após 48 horas de silêncio acovardado, ele reconheceu a derrota no seu primeiro pronunciamento como mal perdedor. Na sequência, temendo os efeitos dos bloqueios criminosos das estradas – patrocinados por empresas e ruralistas -, ele apelou para o recuo dos seus fanáticos seguidores.

Brasil espera prisão de um golpista grandão

Por Moisés Mendes, em seu blog:


A extrema direita tem hoje no Brasil o destemor que parte das esquerdas já teve durante a ditadura. Mas há uma vantagem nas afrontas do bolsonarismo sem medo.

Eles têm a certeza de que as instituições não contam com braços nem forças suficientes para alcançar todos eles.

As esquerdas foram perseguidas, e o Brasil teve cassações, expurgos, torturas, mortes e desaparecimentos. Em todos os casos, com julgamentos sumários. As estruturas repressivas e punitivas funcionavam.

A extrema direita já testou a capacidade de reação do Ministério Público e do Judiciário (nem vamos falar das polícias), e o sentimento é de que não dá nada.

Não dá nada pedir golpe, fazer discursos em churrascarias de beira de estrada com caminhoneiros, aglomerar diante de quarteis e encomendar a cabeça de ministros do Supremo e de Lula.

Não dá nada participar de grupos de golpistas de tios e tias do zap, porque se reorganizam e driblam controles das próprias redes e das autoridades.

General Mourão continua a guerra fascista

Charge: Enio
Por Jeferson Miola, em seu blog:


“Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo”.
Eduardo Bolsonaro, antes do primeiro turno da eleição de 2018.

O general Hamilton Mourão funciona como o falso-gênero do militar democrata, profissional, legalista e civilizado. Na realidade, no entanto, o brutamontes não passa de um Bolsonaro “perfumado”, por assim dizer.

Mourão é tão antidemocrático, autoritário e contrário ao STF quanto o Bolsonaro. Eles jogam no mesmo time – ou melhor, no mesmo Partido Militar – que desacredita as instituições e combate “o sistema”.

A diferença entre eles é que o general subiu na carreira militar e o capitão ganhou o prêmio da promoção, ao invés de ser expulso do Exército por prática terrorista. O baderneiro planejou explodir bombas-relógio em instalações militares no Rio de Janeiro em 1988.

O futuro do bolsonarismo e da democracia

Charge: Adnael
Por Luis Nassif, no jornal GGN:


Peça 1 – os bolsonaristas

Fui ver de perto as manifestações em frente ao quartel, no Ibirapuera, em São Paulo.

Havia de tudo, o jovem de periferia que dizia que iria salvar o país, famílias com crianças, senhoras de mais idade, um lúmpen de periferia, majoritariamente da faixa até 5 salários mínimos, casais educados e valentões dos grotões.

Enfim, um grupo diverso vestindo camisetas verde-amarelas e cantando com emoção o hino nacional.

Não é a ultradireita.

É um pessoal que jamais teve participação política, que foi abandonado pelos partidos e movimentos e conquistados pelas igrejas e pelo bolsonarismo. É um grupo ridiculamente amador. Mas, por trás dele, tem a ultradireita, violenta, armamentista e armada. E, no comando, um capitão baratinado.

No início, houve o silêncio de Bolsonaro, enquanto os filhos e o gabinete do ódio convocaram baderneiros para açular os quartéis.

Bolsonaro chocou o ovo do golpe que gorou

Charge: Nando Motta
Por Fernando Brito, em seu blog:

A quinta-feira começou com alguns bloqueios de estradas, mas é visível que este movimento está politicamente acabado e o ponto de viragem não foi nem as falas “1 e 2” de Jair Bolsonaro, tardias e de indisfarçável simpatia pelos que faziam arruaças, mas a entrada das forças policiais dos Estados na liberação das vias, diante da evidente simpatia da Polícia Rodoviária Federal às ações ilegais.

Já é hora, portanto, de ver aquilo que é o rescaldo político do espasmo pós-eleitoral do bolsonarismo.

E a primeira constatação é que isso diminuiu a expressão política e institucional do ainda presidente e de seus adeptos, ao mesmo tempo em que acentuou – e muito – a sua periculosidade.

O faniquito golpista após eleição de Lula

Atos antidemocráticos nas redes sociais

Bolsonarismo segue vivo após as eleições?

O bolsonarismo sem Bolsonaro

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Idolatria bolsonarista assusta a sociedade

Bloqueios golpistas tendem a se enfraquecer

Lula e um país em carne viva

Charge: Mau
Por Cristina Serra, em seu blog:


Bolsonaro, nunca mais teus maus bofes, tua vulgaridade e tuas mentiras, tuas agressões às mulheres, teus arrotos e palavrões, tuas ofensas aos negros, aos povos indígenas e aos brasileiros do Nordeste, teu ódio aos pobres.

Nunca mais teus fardados bolorentos, teus valentões de Twitter, tuas falanges raivosas, tuas milícias terroristas. Como disse o anônimo haitiano que te enfrentou, em 2020: “Bolsonaro, acabou”.

Bolsonaro nunca mais? Não, seus 58 milhões de votos não permitem tal afirmação. As urnas mostraram que vencedores e vencidos têm projetos de país inconciliáveis e pouquíssima capacidade de se comunicar, mas, ao realizar a façanha de se eleger para o terceiro mandato, Lula já diz a que veio.