Charge: Quinho |
Os atentados terroristas de 8 de janeiro afetaram irremediavelmente a confiança do presidente Lula nas Forças Armadas. E sedimentaram nele a convicção sobre o protagonismo central das cúpulas militares na guerra fascista de destruição da democracia e da República.
O marco significativo desta inflexão foi a decisão de decretar intervenção na segurança do DF ao invés de convocar os militares para a operação de Garantia da Lei e da Ordem [GLO] proposta a Lula pelo ministro da Defesa José Múcio Monteiro.
A decisão pegou de surpresa o Alto Comando do Exército. Mesmo sem requisição prévia do presidente da República, o Exército já tinha colocado de prontidão uma impressionante tropa de 2.500 soldados para intervir no caos e na desordem que eles próprios arquitetaram. A presteza para “governarem” o país via GLO contrasta com a lentidão na desmontagem dos acampamentos ilegais e antidemocráticos nas áreas dos quartéis.