quarta-feira, 16 de abril de 2025
Parece que Vargas Llosa não leu seus romances
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| Vargas Llosa. Foto: Prefeitura de Madri |
"Parece que Vargas Llosa não leu seus próprios romances.”
O comentário, feito pelo escritor argentino Ricardo Piglia, dá uma indicação da aguda contradição entre a obra libertária e as posições políticas direitistas do autor peruano, falecido no último domingo (13).
Nem sempre foi assim. Até os 35 anos, Llosa foi um marxista vigoroso, entusiasta da revolução cubana e de Fidel Castro. Começou a se decepcionar quando se deu a intervenção da União Soviética na Tchecoslováquia, em 1968, e com a prisão de um escritor pelo governo cubano, em 1971. Passou a valorizar a democracia, a defender ideias liberais, a iniciativa privada, o livre mercado e foi tendendo cada vez mais para a direita.
O comentário, feito pelo escritor argentino Ricardo Piglia, dá uma indicação da aguda contradição entre a obra libertária e as posições políticas direitistas do autor peruano, falecido no último domingo (13).
Nem sempre foi assim. Até os 35 anos, Llosa foi um marxista vigoroso, entusiasta da revolução cubana e de Fidel Castro. Começou a se decepcionar quando se deu a intervenção da União Soviética na Tchecoslováquia, em 1968, e com a prisão de um escritor pelo governo cubano, em 1971. Passou a valorizar a democracia, a defender ideias liberais, a iniciativa privada, o livre mercado e foi tendendo cada vez mais para a direita.
O caos de Trump e a montanha russa da Europa
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| Charge: Enrico Bertuccioli/Cartoon Movement |
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, jogou a Europa numa montanha russa. Não se trata do fato dele se propor a negociar a situação da Ucrânia diretamente com Moscou. Mas sim ao sobe-desce e aos solavancos em que ele atirou o continente com seu "tarifaço" da semana passada, e seu recuo parcial na sequência.
Trata-se de um “recuo parcial” porque ele apenas suspendeu a sua aplicação aos países europeus por noventa dias, ao invés de revogar o tarifaço. Ao mesmo tempo, num primeiro momento manteve sua aplicação e elevou-o a 145% para a China.
Depois recuou de novo, isentando do "tarifaço" produtos eletrônicos chineses importados pelas big techs dos Estados Unidos. Fica a dúvida sobre o porquê deste último recuo: se foi a pressão das empresas norte-americanas, ou o contra-tarifaço chinês, taxando em 125% produtos dos Estados Unidos.
"Uma no cravo e uma na ferradura"
Glauber Braga e a degradação do parlamento
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| Charge: Latuff/247 |
A defesa do mandato de Glauber Braga é ponto inescapável da luta pela democracia.
Não se trata apenas de solidariedade a um valente parlamentar perseguido. Trata-se de manter a dignidade mínima do Legislativo.
Não sabemos exatamente como surgiram e evoluíram os Estados, mas sabemos que, em seu formato moderno, ocidental e burguês, legisladores autônomos são inerentes ao preceito de soberania popular.
A degradação dos Parlamentos, que não controlam aparelhos repressivos, antecede golpes de Estado.
A cassação de Glauber culminaria o descredenciamento contínuo da atividade parlamentar iniciado após a Constituinte de 1988.
Armínio Fraga no capitalismo de rapinagem
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| Charge: Amarildo |
A proposta do Armínio Fraga de congelar por seis anos o salário mínimo que hoje é de 1.518 reais é uma indecência.
O poder de compra do atual salário mínimo, que seria de menos de 900 reais não fosse a política de aumento real implantada pelos governos petistas e interrompida por Temer e Bolsonaro, é insuficiente para atender as necessidades essenciais dos trabalhadores e suas famílias.
Só para comprar os itens alimentícios da cesta básica o trabalhador brasileiro gasta, em média, mais de 40% do salário mínimo. Em São Paulo o custo da cesta básica é o maior do país – R$ 851,82, quase 60% do salário mínimo. Um detalhe: mais de 70% das famílias brasileiras sobrevivem com no máximo dois salários mínimos.
O Dieese calcula que em fevereiro de 2025 o salário mínimo deveria ser de R$ 7.156 para propiciar condições mínimas de sobrevivência de famílias de quatro pessoas.
O poder de compra do atual salário mínimo, que seria de menos de 900 reais não fosse a política de aumento real implantada pelos governos petistas e interrompida por Temer e Bolsonaro, é insuficiente para atender as necessidades essenciais dos trabalhadores e suas famílias.
Só para comprar os itens alimentícios da cesta básica o trabalhador brasileiro gasta, em média, mais de 40% do salário mínimo. Em São Paulo o custo da cesta básica é o maior do país – R$ 851,82, quase 60% do salário mínimo. Um detalhe: mais de 70% das famílias brasileiras sobrevivem com no máximo dois salários mínimos.
O Dieese calcula que em fevereiro de 2025 o salário mínimo deveria ser de R$ 7.156 para propiciar condições mínimas de sobrevivência de famílias de quatro pessoas.
Caos e burrice não gerarão empregos nos EUA
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| Divulgação |
O que Trump está fazendo não tem precedente histórico equivalente.
Sua atuação brutal, improvisada, bisonha e errática, principalmente na área econômica, estende um manto obscuro de perplexidade e incerteza em todo o mundo.
Suas intermináveis “idas e vindas” em torno do “tarifaço” ou dos vários tarifaços e sua obsessão em torno de um protecionismo primário, exacerbado e sem uma estratégia racional mergulharam o planeta numa Era do Caos, segundo a sisuda e conservadora The Economist.
Ao contrário do que se possa acreditar, a recentemente anunciada pausa de 90 dias no tarifaço, está longe de resolver o caos instalado e não significa que Trump desistiu de sua desvairada e improvisada agenda protecionista.
Em primeiro lugar, porque ninguém sabe o que Trump fará daqui a 90 dias. Nem mesmo ele.
Em segundo, porque as tarifas de 10% continuam para todo mundo, além das outras tarifas específicas, como as do aço e as dos automóveis, por exemplo.
Sua atuação brutal, improvisada, bisonha e errática, principalmente na área econômica, estende um manto obscuro de perplexidade e incerteza em todo o mundo.
Suas intermináveis “idas e vindas” em torno do “tarifaço” ou dos vários tarifaços e sua obsessão em torno de um protecionismo primário, exacerbado e sem uma estratégia racional mergulharam o planeta numa Era do Caos, segundo a sisuda e conservadora The Economist.
Ao contrário do que se possa acreditar, a recentemente anunciada pausa de 90 dias no tarifaço, está longe de resolver o caos instalado e não significa que Trump desistiu de sua desvairada e improvisada agenda protecionista.
Em primeiro lugar, porque ninguém sabe o que Trump fará daqui a 90 dias. Nem mesmo ele.
Em segundo, porque as tarifas de 10% continuam para todo mundo, além das outras tarifas específicas, como as do aço e as dos automóveis, por exemplo.
terça-feira, 15 de abril de 2025
domingo, 13 de abril de 2025
O boicote dos roqueiros bolsonaristas ao Ira
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| Nasi, vocalista da banda Ira/Divulgação |
Pelotas e Caxias do Sul estão entre as cidades que teriam shows do Ira e foram cancelados. Os ‘últimos acontecimentos’ são o motivo alegado pelos produtores.
Direita e extrema direita não gostaram da posição assumida pelo vocalista Nasi, em show em Minas, contra a anistia para manés e terroristas.
Nasi pediu que os bolsonaristas, que reagiram com vaias, fossem embora e nunca mais voltassem.
Vejam esse detalhe da nota da 3LM Entretenimento, produtora dos shows também em Jaraguá do Sul e Blumenau, ambos cancelados:
Efeito bumerangue faz Trump recuar
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| Charge: Marian Kamensky/Cagle Cartoons |
Editorial do site Vermelho:
O verdadeiro tremor de terra no comércio internacional provocado pelo “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou um imediato efeito bumerangue, com reações em larga escala, obrigando o presidente dos Estados Unidos a rever sua atitude de taxar todos os países de acordo com critérios estabelecidos por ele próprio. O recuo é temporário, mas os efeitos das sobretaxas anunciadas tendem a se prolongar.
O passo atrás de Trump ocorre sob forte pressão da oligarquia financeira. Ele foi obrigado a rever suas posições ao sentir que a terra lhe fugia dos pés. Na verdade, ao usar a força Trump jogou luz sobre pontos vulneráveis da economia dos Estados Unidos. Ele fez um movimento para tentar reverter o declínio do seu país, que imediatamente causou instabilidade e incertezas diante da possibilidade de deterioração e desmanche da dinâmica do circuito de produção e das cadeias e de valor, uma ameaça severa de obstrução e desarranjo do comércio internacional, que rapidamente contagiou a esfera financeira.
A força bruta do imperialismo trumpista
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| Charge: Thiago/Cartoon Movement |
Nos últimos dias, o mundo entrou em polvorosa em razão da guerra tarifária deflagrada pelo presidente de extrema direita dos Estados Unidos, Donald Trump, contra todas as demais nações do planeta, mas que, no final, acabou sendo mesmo uma agressão aberta e direta contra a China.
Se, num primeiro momento, parecia que o extremista de direita que está no comando da Casa Branca estava atirando a esmo, visando alvejar a todos os demais países, independentemente de que fizessem ou não parte do grupo subordinado às diretrizes estadunidenses, agora, o panorama vai se mostrando de modo mais cristalino. Já está mais do que evidente que o propósito prioritário do ataque era e é, especificamente, encurralar e inviabilizar o funcionamento normal da economia do país que demonstrou haver aprendido melhor do que quaisquer outros a nadar nas águas da globalização, pensada e gestada por representantes de Washington com o objetivo primordial de ajudar os Estados Unidos a manterem sua absoluta hegemonia internacional.
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