segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O terrorismo midiático na Venezuela

Reproduzo artigo de Natasha Pitts, publicado no sítio Adital:

Não é de hoje que a República Bolivariana da Venezuela sofre com ataques que buscam desestabilizar a paz regional e o governo do presidente Hugo Chávez. A mídia tem sido uma das principais armas desta guerra e uma das provas mais recentes é o documentário "Os guardiões de Chávez", realizado pela Cadeia TV 4, da Espanha. Além de Chávez, jornalistas venezuelanos também se manifestaram contra o plano conspirativo.

Unidos no Movimento pelo Jornalismo Necessário da Venezuela (MPN, por sua sigla em espanhol), jornalistas repudiaram e denunciaram as constantes ofensivas, que estão chegando ao país, principalmente, por meio de um "terrorismo midiático".

"Em sintonia com o sistema neoliberal e o imperialismo, liderados desde Espanha e Estados Unidos, meios de poderosa inserção na opinião pública difamam diária e continuamente o processo bolivariano e o governo democraticamente eleito do presidente Chávez, com ataques que se iniciam e se replicam em nosso próprio país e em toda América através de suas agências internacionais".

ONG’s, grupos políticos e até mesmo organizações e comunicadores venezuelanos estão entre os agentes financiados pelas grandes potências, em sua maioria pelo governo dos EUA, para fortalecer os ataques e se infiltrar no país a fim de exercer controle e influência. De acordo com os jornalistas da MPN, a penetração alcança inclusive universidades que são ‘contaminadas’ com as oficinas realizadas por ONGs que tentam manipular o modo de pensar dos estudantes.

Segundo investigações realizadas pela Dra. Eva Golinger, "Espaço Público" e "Instituto de Imprensa e Sociedade" são as principais organizações venezuelanas que recebem capital estrangeiro e são encarregadas de distribuir os fundos e projetos do Departamento dos Estados Unidos. No mesmo caminho se encontra, há bastante tempo, o ‘quase desaparecido’ Colégio Nacional de Jornalistas (CNP, por sua sigla em espanhol), que chegou a ter como presidente um ex-correspondente da Voz de América, órgão divulgador do Departamento de Estado dos EUA.

Ciente deste panorama de conluio e buscando resguardar a soberania nacional do seu país, os membros do Movimento pelo Jornalismo Necessário solicitaram à Promotoria Geral da República uma profunda investigação para esclarecer todas as "extremas associações antivenezuelanas".

O presidente venezuelano Hugo Chávez também respondeu ativamente aos ataques que buscam distorcer as ações de ser governo e colocar em xeque a ‘gestão do governo revolucionário’. Na coluna, ‘As linhas de Chávez’, o mandatário denunciou e relatou com detalhes as ações da campanha midiática internacional que está sendo articulada contra a Venezuela.

Chávez chamou atenção para o endurecimento dos ataques na medida em que se aproxima o próximo dia 26, data das eleições parlamentares. "Ponderando no mês de batalha eleitoral que se avizinha (...) devemos ter a dimensão exata de como se estão comportando os interesses que querem ver a Venezuela de novo prostrada ante as ordens do império ianque. As forças contrárias à Revolução não só estão em casa, mas também me rodeiam por seus limítrofes e têm a mira posta em setembro", assinalou.

Um dos ataques mais recentes à Venezuela foi o documentário "Os guardiões de Chávez", realizado pela espanhola Cadeia TV 4. O presidente definiu o vídeo como "um conjunto de grosseiras mentiras" e denunciou que a única intenção é criar e estender "uma matriz de opinião para que se declare a Venezuela país fora da lei". O presidente ainda lamentou o fato de grandes meios de comunicação de alcance mundial terem reproduzido as mentiras documentadas.

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1 comentários:

Paulo Cavalcanti disse...

A mídia, precisa de regras (leiam com muita, muita atenção)

“Comentário é algo perfeitamente respeitável no jornalismo. Desde que seja separado. Opinião e fato deveriam ser claramente separados. A verdade é que uma grande parte da mídia hoje simplesmente não separa mais fato de opinião e se comporta como se isso fosse muito natural. Em outras palavras: isso (misturar fato com opinião) não é exceção. É rotina”.“Confiar nos jornalistas não é muito diferente de acreditar nos políticos (...). Há um desejo pela imparcialidade (..) A mídia vai temer qualquer ameaça de diminuição das vendas. Mas o caso é o contrário. Eles precisam reafirmar suas próprias vendas com a distinção entre notícia e opinião. E terá que, inevitavelmente, mudar esse caminho. O marco regulatório, de algum modo, pedirá essa revisão”, acrescentou.Concluindo: “Uma maneira precisa ser encontrada (para regular a relação mídia-atividade pública.) Eu realmente acredito que essa relação entre vida pública e meios de comunicação se danificou, a ponto de exigir reparação. Esse dano corrói a crença e o auto-conhecimento do país; ela solapa a avaliação de si mesmo, suas instituições e, acima de tudo, reduz nossa capacidade de tomar as decisões certas, com o objetivo de construir um futuro melhor”.

Pronunciamento do Primeiro Ministro Britânico, Toni Blair à Agência Reuters em 12/06/2007