Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
Passada a eleição, é hora de selecionar os grandes “micos” dessa campanha eleitoral que mobilizou ódio e preconceito – por fim, derrotados na urna.
Faço aqui uma breve lista, mas gostaria que os internautas ajudassem a completá-la.
1) Marina Silva
Ganhou, disparado, o grande troféu de mico eleitoral. Sorriu sobre o caixão de Eduardo Campos em agosto. Depois, terceirizou sua campanha ao Itaú, enquanto se apresentava como “terceira via”… No fim, desmontada pelos fatos, soltou os cabelos numa cerimônia constrangedora de adesão a Aécio Neves.
Marina destruiu dois partidos (PSB e Rede), e avacalhou sua própria história.
Derreteu quando fugiu do debate com Dilma no primeiro turno. Raivosa, apoiou Aécio no segundo turno.
Ao lado do tucano, perdeu a eleição e a pose.
2) Sensus e Istoé
Quando todas as pesquisas, na reta final, já davam Dilma em primeiro lugar, o instituto Sensus produziu estranhíssimos levantamentos que indicavam Aécio até 15 pontos na frente. É, nitidamente, caso para investigação policial. A revista “Istoé” arrastou-se na lama publicando as pesquisas aecistas.
Mas pior foi ver o Estatístico que dirige o instituto afirmar: “rasgo o meu diploma se a pesquisa estiver errada”. Aguarda-se agora que ele cumpra a promessa de campanha.
3) Lobão e Mainardi
O roqueiro prometeu ir embora do Brasil se Dilma ganhasse.
Mais um que faz promessas só para iludir o povo. Diante da derrota, o ex-roqueiro declarou que voltava atrás – frustrando milhões de brasileiros que já se cotizavam para pagar o bilhete aéreo do rapaz.
Lobão recebeu, na última hora, a companhia do moço que trabalhava na “Veja” e fugiu para Veneza. Diogo Mainardi prometeu que se jogaria pela janela se Dilma vencesse. Até agora, não cumpriu a promessa.
4) “Veja” e a classe média paulista
A revista da marginal lançou-se com fúria infantil na campanha. Às portas da falência, apostou tudo na eleição de Aécio Neves – produzindo uma capa que atendia aos interesses tucanos.
A capa virou panfleto nas mãos da furiosa classe média paulista – que na tare de sábado (25/outubro) distribuía o material em uma desesperada passeata na avenida Paulista.
A mesma classe média espalhou boatos de que o doleiro Youssef (principal “fonte” da revista) teria sido “envenenado pelo PT”. Era mentira.
“Veja” e a classe média conservadora acabaram por se afogar no próprio ódio.
A revista da marginal pagou o mico de publicar um direito de resposta do PT em seu sítio eletrônico – por ordem do TSE.
Já a classe média conservadora pagou o mico de terminar a eleição espalhando mensagens preconceituosas pelas redes sociais – contra o Nordeste.
Detalhe: a derrota de Aécio não se deu no Nordeste. Mas no Rio e em Minas.
5) A viúva de Pernambuco
A família de Eduardo Campos mergulhou na campanha de Marina (e, depois, de Aécio) de forma abrupta. Filhos e viúva foram os primeiros a desrespeitar o luto.
Pagaram o mico duplo: usaram o cadáver na campanha, o que não impediu uma derrota humilhante no segundo turno.
Entre a exploração mórbida da memória de Eduardo e o reconhecimento ao ex-presidente Lula, o povo pernambucano ficou com o segundo.
6) “O povo não é bobo…”
A Globo de Ali Kamel iniciou o segundo turno descarregando o escândalo da Petrobras sobre Dilma. A família Marinho imaginava que ali decidiria a eleição. Mas Dilma resistiu – bravamente.
A capa da “Veja”, na véspera do segundo turno, mostrou uma Globo já mais vacilante.
Na sexta-feira (24/outubro), Ali Kamel fugiu do assunto – temendo que Dilma desmascarasse a Globo no debate ao vivo que aconteceria naquela noite. E Dilma mandou mesmo recado no debate, quando abriu sua resposta sobre a revista com a frase: “o povo não é bobo…”.
No sábado antes da eleição, a Globo entrou no assunto – de forma covarde. Dilma já não teria como responder. Mas o JN não teve o mesmo ímpeto de outras eleições. Mostrou-se fraco.
Quando Dilma fazia o discurso da vitória no domingo, com transmissão ao vivo, a platéia interrompeu: “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”.
Dilma manteve um meio sorriso no rosto. O áudio vazou no ar, inclusive na Globo.
Mais um mico para a coleção de Ali Kamel (diretor de Jornalismo da emissora) – que se dedica a processar blogueiros, enquanto vê a audiência da TV despencar.
7) “Vamos conversar? Não, obrigado…”
Aécio foi um candidato competitivo. Agressivo demais em alguns momentos.
Mas mostrou coragem, ao defender o legado de FHC, e ao reconhecer a vitória de Dilma de maneira republicana e tranquila.
Mas, do ponto de vista visual, o grande mico da eleição foi a foto que abre esse texto.
Aécio iniciou a campanha com o mote “vamos conversar”. Os ricos e remediados toparam falar com ele. E votaram nele.
Mas Aécio jamais conseguiu chegar aos pobres. Na visita a uma comunidade em BH, um morador recolheu a mão quando o candidato estendeu a dele para o cumprimento.
Mico registrado para a posteridade.
Mico tão grande quanto perder a eleição em Minas – onde ele esperava uma vitória “consagradora”.
Passada a eleição, é hora de selecionar os grandes “micos” dessa campanha eleitoral que mobilizou ódio e preconceito – por fim, derrotados na urna.
Faço aqui uma breve lista, mas gostaria que os internautas ajudassem a completá-la.
1) Marina Silva
Ganhou, disparado, o grande troféu de mico eleitoral. Sorriu sobre o caixão de Eduardo Campos em agosto. Depois, terceirizou sua campanha ao Itaú, enquanto se apresentava como “terceira via”… No fim, desmontada pelos fatos, soltou os cabelos numa cerimônia constrangedora de adesão a Aécio Neves.
Marina destruiu dois partidos (PSB e Rede), e avacalhou sua própria história.
Derreteu quando fugiu do debate com Dilma no primeiro turno. Raivosa, apoiou Aécio no segundo turno.
Ao lado do tucano, perdeu a eleição e a pose.
2) Sensus e Istoé
Quando todas as pesquisas, na reta final, já davam Dilma em primeiro lugar, o instituto Sensus produziu estranhíssimos levantamentos que indicavam Aécio até 15 pontos na frente. É, nitidamente, caso para investigação policial. A revista “Istoé” arrastou-se na lama publicando as pesquisas aecistas.
Mas pior foi ver o Estatístico que dirige o instituto afirmar: “rasgo o meu diploma se a pesquisa estiver errada”. Aguarda-se agora que ele cumpra a promessa de campanha.
3) Lobão e Mainardi
O roqueiro prometeu ir embora do Brasil se Dilma ganhasse.
Mais um que faz promessas só para iludir o povo. Diante da derrota, o ex-roqueiro declarou que voltava atrás – frustrando milhões de brasileiros que já se cotizavam para pagar o bilhete aéreo do rapaz.
Lobão recebeu, na última hora, a companhia do moço que trabalhava na “Veja” e fugiu para Veneza. Diogo Mainardi prometeu que se jogaria pela janela se Dilma vencesse. Até agora, não cumpriu a promessa.
4) “Veja” e a classe média paulista
A revista da marginal lançou-se com fúria infantil na campanha. Às portas da falência, apostou tudo na eleição de Aécio Neves – produzindo uma capa que atendia aos interesses tucanos.
A capa virou panfleto nas mãos da furiosa classe média paulista – que na tare de sábado (25/outubro) distribuía o material em uma desesperada passeata na avenida Paulista.
A mesma classe média espalhou boatos de que o doleiro Youssef (principal “fonte” da revista) teria sido “envenenado pelo PT”. Era mentira.
“Veja” e a classe média conservadora acabaram por se afogar no próprio ódio.
A revista da marginal pagou o mico de publicar um direito de resposta do PT em seu sítio eletrônico – por ordem do TSE.
Já a classe média conservadora pagou o mico de terminar a eleição espalhando mensagens preconceituosas pelas redes sociais – contra o Nordeste.
Detalhe: a derrota de Aécio não se deu no Nordeste. Mas no Rio e em Minas.
5) A viúva de Pernambuco
A família de Eduardo Campos mergulhou na campanha de Marina (e, depois, de Aécio) de forma abrupta. Filhos e viúva foram os primeiros a desrespeitar o luto.
Pagaram o mico duplo: usaram o cadáver na campanha, o que não impediu uma derrota humilhante no segundo turno.
Entre a exploração mórbida da memória de Eduardo e o reconhecimento ao ex-presidente Lula, o povo pernambucano ficou com o segundo.
6) “O povo não é bobo…”
A Globo de Ali Kamel iniciou o segundo turno descarregando o escândalo da Petrobras sobre Dilma. A família Marinho imaginava que ali decidiria a eleição. Mas Dilma resistiu – bravamente.
A capa da “Veja”, na véspera do segundo turno, mostrou uma Globo já mais vacilante.
Na sexta-feira (24/outubro), Ali Kamel fugiu do assunto – temendo que Dilma desmascarasse a Globo no debate ao vivo que aconteceria naquela noite. E Dilma mandou mesmo recado no debate, quando abriu sua resposta sobre a revista com a frase: “o povo não é bobo…”.
No sábado antes da eleição, a Globo entrou no assunto – de forma covarde. Dilma já não teria como responder. Mas o JN não teve o mesmo ímpeto de outras eleições. Mostrou-se fraco.
Quando Dilma fazia o discurso da vitória no domingo, com transmissão ao vivo, a platéia interrompeu: “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”.
Dilma manteve um meio sorriso no rosto. O áudio vazou no ar, inclusive na Globo.
Mais um mico para a coleção de Ali Kamel (diretor de Jornalismo da emissora) – que se dedica a processar blogueiros, enquanto vê a audiência da TV despencar.
7) “Vamos conversar? Não, obrigado…”
Aécio foi um candidato competitivo. Agressivo demais em alguns momentos.
Mas mostrou coragem, ao defender o legado de FHC, e ao reconhecer a vitória de Dilma de maneira republicana e tranquila.
Mas, do ponto de vista visual, o grande mico da eleição foi a foto que abre esse texto.
Aécio iniciou a campanha com o mote “vamos conversar”. Os ricos e remediados toparam falar com ele. E votaram nele.
Mas Aécio jamais conseguiu chegar aos pobres. Na visita a uma comunidade em BH, um morador recolheu a mão quando o candidato estendeu a dele para o cumprimento.
Mico registrado para a posteridade.
Mico tão grande quanto perder a eleição em Minas – onde ele esperava uma vitória “consagradora”.
7 comentários:
e tem mais: a imprensa Recifense que pagou um belo mico traindo o povo desta terra que vivo desde 1986! esse 2014 ficará marcado como o"ano dos micos"!
Nós, mineiras e mineiros, tivemos dupla vitória: ganhamos no Brasil e em Minas Gerais, mostrando ao país quem era o candidato tucano.
Falta FHC
Para essas duas promessas se cumprirem vamos todos rezar uma novena para São Judas Tadeu, padroeiro das causas impossíveis!
Juntem-se a mim nesta novena e será um enorme alívio para o Brasil se a duas promessas abaixo se cumprirem:
1. Lobão ir embora pra Miami.
2. O Diogo Mainardi pular do avião ( Nossa essa é particularmente desejada por todos!!)
Salve, Rodrigo! Não vamos esquecer este mico da mata atlântica que é o Eduardo Jorge, sabichão e hipócrita ao mesmo tempo. É sabido que os ambientalistas não gostam de Dilma, mas apostar as fichas no neo-liberalismo?
1. FHC, uma bala quase de prata: "os mais pobres votam mal não por serem mais pobres, mas porque são mal informados". Grande ajuda de FHC. merece uma medalha e uma capa da Carta Capital
2. Arminio Fraga e suas declarações sobre os bancos públicos: "não há espaço para três grandes bancos públicos. Vamos reduzir funções do BNDES. Não estou dizendo que vai acabar mas não sei bem o que vai sobrar". Hoje ouvi de um trabalhador de baixa escolaridade que ouviu dizer que Aecio acabaria com a CEF. Grande Arminio! Obrigado pela ajuda.
Minhas sugestões de novos micos para serem apreciados/acatados/e ou incluídos ou desprezados.
1º Os ataques enfurecidos à Presidenta, de William Bonner e Patrícia Poeta, no Jornal Nacional no primeiro turno;
2º O xingamento de Aécio em direção a Dilma em um dos debates "leviana", na minha opinião foi um grande mico, mas demonstrou cabalmente o caráter do candidato.
3º O Aécio ter encerrado o debate eleitoral na Globo, evocando uma passagem bíblica da carta do Apóstolo Paulo a Timóteo, onde ele disse "Falei a verdade", momento este em que ele deve ter cruzado os dedos e o nariz aumentado, tendo em vista a quantidade de mentiras proferidas durante a campanha.
4º Ele ter deixado propositalmente e como forma de vingança de agradecer o povo mineiro pelos votos recebidos, na sua mensagem derrotada, ao final da eleição.
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