quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O pior dia para deflagrar o impeachment

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há duas circunstâncias que levam ao impeachment: a perda total da base de apoio e a legitimidade do pedido. Nenhuma das duas circunstâncias está presente no momento.

Aliás, a grande notícia é a de que a presidente – e o país – livraram-se de um chantagista.

O papel da oposição é complexo. Por mais que a popularidade da presidente Dilma Roussef esteja em baixa, como justificar a aliança com um futuro réu condenado – e provavelmente preso – contra uma presidente sem nenhum respingo da corrupção levantada pela Lava Jato?

Cunha escolheu o pior dia para dar encaminhamento ao impeachment.

1. Com o PT votando pela admissibilidade do julgamento, seu gesto caracterizou retaliação e juridicamente abuso de poder.

2. Foi no dia em que foi votado a mudança da meta fiscal, regularizando definitivamente todas as pedaladas fiscais.

3. Foi na mesma semana em que Cunha foi acusado de receber dinheiro do BTG para modificar projetos de lei, comprovando a impossibilidade de ele continuar presidindo a casa.

A aprovação das mudanças fiscais ocorreu depois do encaminhamento da proposta de impeachment, comprovando que, aos poucos, inequivocamente o governo começa a reconstruir sua base no Congresso.

O ano termina agora. Há uma boa probabilidade da aprovação da CPMF no primeiro trimestre de 2016, graças a um pacto entre governadores e prefeitos.

É possível que o gesto de Cunha tenha finalmente supurado a infecção que conturbava o ambiente político, com a presidência da Câmara entregue ao mais suspeito dos seus membros.

Espera-se que, agora, haja alguma dispersão desse exército das trevas que saiu das profundezas para ser liderado por Eduardo Cunha.

1 comentários:

Anônimo disse...


Nesse dia, nunca vi tanta felicidade na globonews, no seu jornal das 10. Saiba que tudo o que vai acontecer no país de agora em diante, pelo menos no período de seis meses(até parece previsão de tarô), já foi profetizado por aqueles jornalistas(?). Um homem chamado Merval fechou com chave de ouro a profecia: quem vai estar esperando toda a documentação de impeachment da presidenta Dilma, será a ministra Cármen Lúcia, a mineira. Pergunto-me, se tudo acontecer como eles estão prevendo, o que a oposição fará com o vice-presidente? Depois de descartá-lo, o que fará com o seu substituto? E depois com o substituto do substituto? Será assim até 2018?....