quarta-feira, 2 de maio de 2018

Golpistas trocam panelas por armas de fogo

Por Rogério Correia, no blog Viomundo:

Não é possível mais alimentar qualquer ilusão: o Brasil do golpe, aquele que retira direitos dos mais pobres e vende o país por mixaria à banca internacional, já estende seus tentáculos para a ameaça física a quem a ele se opõe. Essa realidade instiga todas as forças democráticas do país à união. A frente antifascista não é mais um caminho, mas uma exigência.

É fundamental neste momento a compreensão de que a direita montou e está aperfeiçoando um verdadeiro braço armado a fim de defender seus interesses. Para levar a cabo essa lida, não se constrange sequer em camuflar ações belicosas.

Conta para isso com o desmedido apoio de servidores públicos localizados nas polícias e no Judiciário, que por seu turno têm o auxílio da mídia corporativa, que dá de ombros para a violência das milícias de direita , bem como incita o ódio nos noticiários parciais.

As investigações da execução de Marielle Franco continuam até hoje sem progresso evidente.

Em situação idêntica encontram-se as apurações referentes a atentados contra sedes do PT e outras agremiações de esquerda pelo país afora, bem como as mortes de trabalhadores rurais assassinados por latifundiários reacionários.

A isso se acrescentam os atentados à caravana de Lula e ao Acampamento Marisa Letícia, em Curitiba. As milícias que certamente estão por trás destes atos contam no mínimo com a complacência e morosidade das instâncias subordinadas aos golpistas.

Mais do que ataques a pessoas da esquerda, do PT, do Psol ou do MST, são achaques contra a democracia, já suficientemente insultada desde a queda de Dilma Rousseff.

O fascismo que avança, sob a proteção de bolsonaristas infiltrados em órgãos que deveriam constitucionalmente defender o cidadão brasileiro, revela-se incapaz de conviver com a diferença. À diversidade de opiniões, vários que ontem respondiam com panelas hoje não se encabulam a valer-se de armas.

O Primeiro de Maio deste ano tornou-se, desta forma, uma oportunidade sem igual para exprimir essa união democrática. A decisão de todas as centrais sindicais de peso no país, pela concentração unitária em Curitiba, comprova a visão dessa necessidade histórica.

O Lula Livre virou mais que uma palavra de ordem. Lula é um chamado à união de todos os democratas.

Defender Lula é agora um símbolo contra o obscurantismo patrocinado pela Lava Jato tucana, pelo Judiciário seletivo e por uma mídia, liderada pela Globo, que oculta ou aumenta fatos de acordo com seu interesse em defender o golpe empreendido há dois anos.

O fascismo saiu do armário. A frente antifascista que precisamos crescer vai encarcerá-lo de volta ao lugar devido, o de esgoto da história.

* Rogério Correia é deputado do PT/MG.

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