Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:
O que tem em comum o Afeganistão, o Iraque e a Líbia? Todos foram vitimas de brutais intervenções militares, que derrubaram seus governos e agora estão em franco processo de desagregação como países.
Com o fim da guerra fria, os EUA se tornaram a única superpotência e puderam impor a Pax Americana sem fronteiras. Avançaram tudo o que puderam no leste europeu e, sobretudo, no Oriente Médio. Não por acaso, os países que sofreram ocupações militares têm a ver com recursos energéticos, petróleo e/ou gás.
Os EUA passaram a valer-se da sua inquestionável superioridade militar para militarizar os conflitos. Foi assim na ocupação do Afeganistão, do Iraque. Mais de 10 anos depois, os EUA não se mostram capazes de resolver dois conflitos militares ao mesmo tempo, sua retirada militar se mostra uma farsa, enquanto ambos países se encontra em processo de decomposição interna, com esfacelamento dos seus Estados, com a proliferação de grupos armados que se disputam o poder.
Na Líbia, deturpando uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que havia decidido por uma proteção à população civil, a OTAN montou uma gigantesca operação militar, que bombardeou a Líbia durante seis meses, ao mesmo tempo que armava grupos opositores internos. Não havia nessa ação nada que se parecesse a proteção da população civil. Uma operação que desembocou na queda do regime de Kadafi e na sua morte, de maneira muito similar ao que havia acontecido no Iraque.
A primavera árabe se havia iniciado com grandes movimentos populares no Egito e na Tunísia, que derrubaram ditaduras no poder há décadas, apoiadas pelas potencias ocidentais. Tentou-se estender à Líbia essa onda, algumas pessoas de esquerda, na Europa, chegaram a enganar-se com isso, mas logo ficou claro que não havia nada similar à primavera árabe na Líbia, não se tratava de movimentos populares contra o regime, mas de uma operação militar da OTAN.
A ocupação do Afeganistão e do Iraque, há já mais de uma década, apresenta países desfeitos. Mesmo eleições fantasmas realizadas recentemente e legitimadas pelos EUA, não conseguiram trazer legitimidade mínima aos governos eleitos com mínima participação popular. No Afeganistão dois candidatos reivindicam a vitória e não reconhecem o triunfo do outro. No Iraque, os próprios EUA consideram que o presidente reeleito do pais é um obstáculo para a tentativa de construção de um governo minimamente abrangente no pais, enquanto os curdos ocupam mais territórios no norte, e os islâmicos radicais ocuparam a segunda cidade da Líbia, incluídos importantes poços de petróleo e ameaçam avançar sobre Bagdá.
A Líbia também teve eleições há pouco tempo, no começo de agosto deveria tomar posse o novo Parlamento, em meio a lutas já não apenas políticas, mas abertamente militares entre facções armadas. Em Bengházi, cidade em que mais se concentrou a repartição de armamentos aos grupos internos opostos ao regime de Kadafi, há enfrentamentos militares abertos, ao mesmo tempo que o aeroporto da capital está praticamente destruído pela disputa entre dois grupos militares. Um incêndio em poços de petróleo ameaça provocar um desastre de proporções incontroláveis no pais.
Afeganistão, Iraque e Líbia tem em comum serem vitimas de ocupações militares das potencias ocidentais que, nos dois primeiros casos, destruíram algumas das mais antigas e avançadas civilizações do mundo. A Líbia apresenta, por sua vez, penosas imagens de uma sociedade destruída, abandonada agora por todas as mais importantes representações diplomáticas, entregue a seu destino.
O que tem em comum o Afeganistão, o Iraque e a Líbia? Todos foram vitimas de brutais intervenções militares, que derrubaram seus governos e agora estão em franco processo de desagregação como países.
Com o fim da guerra fria, os EUA se tornaram a única superpotência e puderam impor a Pax Americana sem fronteiras. Avançaram tudo o que puderam no leste europeu e, sobretudo, no Oriente Médio. Não por acaso, os países que sofreram ocupações militares têm a ver com recursos energéticos, petróleo e/ou gás.
Os EUA passaram a valer-se da sua inquestionável superioridade militar para militarizar os conflitos. Foi assim na ocupação do Afeganistão, do Iraque. Mais de 10 anos depois, os EUA não se mostram capazes de resolver dois conflitos militares ao mesmo tempo, sua retirada militar se mostra uma farsa, enquanto ambos países se encontra em processo de decomposição interna, com esfacelamento dos seus Estados, com a proliferação de grupos armados que se disputam o poder.
Na Líbia, deturpando uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que havia decidido por uma proteção à população civil, a OTAN montou uma gigantesca operação militar, que bombardeou a Líbia durante seis meses, ao mesmo tempo que armava grupos opositores internos. Não havia nessa ação nada que se parecesse a proteção da população civil. Uma operação que desembocou na queda do regime de Kadafi e na sua morte, de maneira muito similar ao que havia acontecido no Iraque.
A primavera árabe se havia iniciado com grandes movimentos populares no Egito e na Tunísia, que derrubaram ditaduras no poder há décadas, apoiadas pelas potencias ocidentais. Tentou-se estender à Líbia essa onda, algumas pessoas de esquerda, na Europa, chegaram a enganar-se com isso, mas logo ficou claro que não havia nada similar à primavera árabe na Líbia, não se tratava de movimentos populares contra o regime, mas de uma operação militar da OTAN.
A ocupação do Afeganistão e do Iraque, há já mais de uma década, apresenta países desfeitos. Mesmo eleições fantasmas realizadas recentemente e legitimadas pelos EUA, não conseguiram trazer legitimidade mínima aos governos eleitos com mínima participação popular. No Afeganistão dois candidatos reivindicam a vitória e não reconhecem o triunfo do outro. No Iraque, os próprios EUA consideram que o presidente reeleito do pais é um obstáculo para a tentativa de construção de um governo minimamente abrangente no pais, enquanto os curdos ocupam mais territórios no norte, e os islâmicos radicais ocuparam a segunda cidade da Líbia, incluídos importantes poços de petróleo e ameaçam avançar sobre Bagdá.
A Líbia também teve eleições há pouco tempo, no começo de agosto deveria tomar posse o novo Parlamento, em meio a lutas já não apenas políticas, mas abertamente militares entre facções armadas. Em Bengházi, cidade em que mais se concentrou a repartição de armamentos aos grupos internos opostos ao regime de Kadafi, há enfrentamentos militares abertos, ao mesmo tempo que o aeroporto da capital está praticamente destruído pela disputa entre dois grupos militares. Um incêndio em poços de petróleo ameaça provocar um desastre de proporções incontroláveis no pais.
Afeganistão, Iraque e Líbia tem em comum serem vitimas de ocupações militares das potencias ocidentais que, nos dois primeiros casos, destruíram algumas das mais antigas e avançadas civilizações do mundo. A Líbia apresenta, por sua vez, penosas imagens de uma sociedade destruída, abandonada agora por todas as mais importantes representações diplomáticas, entregue a seu destino.
1 comentários:
Desde aquela retirada da pacata população do atol de Bikini, no pacífico, para experimentos nucleares, em 1946; a explosão da bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki que matou 200 mil pessoas, em 1945... Realmente vem de longe, muito longe as vítimas do governo estadunidense. E nada há que se contraponha a esse poder, sem o risco de um conflito mundial horroroso. Mesmo porque esse país é belicoso e amoral, e se diz investido por deus para "democratizar" (dominar?) o mundo.
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