domingo, 19 de fevereiro de 2017

França: eleição dramática e imprevisível

Por Immanuel Wallerstein, no site Outras Palavras:

Há um ano, as eleições presidenciais francesas de 2017 pareciam muito seguras. Havia três partidos importantes: Les Républicains (LR), de centro-direita, o Partido Socialista (PS), de centro-esquerda e a Frente Nacional (FN), de ultra-direita. Como na França há normalmente dois turnos, com apenas dois candidatos no segundo, a questão central sempre é qual dos três será eliminado no primeiro turno.

Parecia certo que a FN estaria no segundo turno, encarnando o sentimento anti-Establishment. Parecia igualmente certo que o presidente François Hollande, caso tentasse a reeleição, perderia feio. Isso significa que o candidato dos LR estaria no segundo turno. Seria ainda mais provável se os LR escolhessem Alain Juppé, em vez do ex-presidente Nicolas Sarkozy. A maior parte das pessoas considerava que Juppé tinha muito maiores possibilidades de atrair os votos dos socialistas e do centro; e de ganhar a presidência.

Temer faz o que Dilma não fez na comunicação

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Em relação a essa matéria da Folha, sobre Temer pagar Youtubers para fazer propaganda do governo, me desculpem, tenho que, com muita dor no coração, parabenizar o governo.

É o que sempre sugerimos, gratuitamente, à Dilma fazer. Não exatamente esse tipo de jabá descarado, que me parece indecente e corrompe os youtubers.

Mas isso apenas porque Temer é um Midas às avessas, e falta-lhe o principal: legitimidade.

Um segundo turno entre Lula e Bolsonaro?

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

A possível candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República ainda tem sido tratada por parte considerável da imprensa, de analistas e intelectuais e da elite política como uma piada ou um assunto escatológico e, portanto, proibido em rodas de conversa educadas.

E há um complicador para essa discussão. Considerando um hipotético segundo turno entre Lula (que segue à frente nas pesquisas de intenção de voto) e Bolsonaro (que, assim como o ex-presidente, subiu na preferência e, neste momento, surge em segundo lugar), em quem uma parcela da direita esclarecida e dos liberais anti-PT votariam? Não estou falando de certos grupos que não podem ser chamados de direita, flertam com o fascismo descaradamente, acham que toda pessoa que não se encaixa em seu padrão de mundo deva ser exterminada e vestem a camisa do deputado federal. Falo do pessoal responsável que ainda não se forma totalmente por memes na rede e não acredita que há um golpe comunista em curso no país.

Blocos soviéticos agitam carnaval


Por Pável Rítsar, no site da Fundação Maurício Grabois:

No ano de celebração do centenário da Revolução Russa, blocos de carnaval soviéticos irão agitar três capitais brasileiras a partir desta sexta-feira (17). Além do tradicional bloco Tô no Vermelho e o Bloco Soviético, que debutou em 2013, Belo Horizonte e Brasília também ganham seus próprios grupos embalados pela ideologia socialista.

A ideia do primeiro bloco soviético surgiu em São Paulo, em 2013, em uma brincadeira no Twitter que incluiu a cantora Vange Leonel (falecida em 2014) e sua então companheira, a jornalista Cilmara Bedaque. Do primeiro ano, em que menos de 200 pessoas compareceram à concentração nos entornos do bar Tubaína, na rua Haddock Lobo, em São Paulo, o número de foliões subiu para quase 5.000 em 2016.

Câmara rejeita “Lei Claudia Cruz”

Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Foi por pouco, muito pouco. Graças a um destaque apresentado pelo PCdoB, o plenário da Câmara dos Deputados rejeitou a inclusão de cônjuges e parentes de políticos no projeto que reabre prazo para legalização de dinheiro mantido irregularmente no exterior por brasileiros (PL 6568/16). Se aprovada, a manobra possibilitaria aos cônjuges e parentes de políticos trazerem de volta, sem penalidade alguma, seus depósitos na Suíça e outros paraísos fiscais. O projeto já estava sendo apelidado de “Lei Claudia Cruz”, em referência à mulher do ex-deputado federal Eduardo Cunha, que possui R$7,5 milhões na Suíça.

Monopólio da mídia não resiste à luz do sol

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                      

Li uma postagem no facebook na qual alguém que não lembro o nome, afinal vivemos em uma época de overdose de informações e não há memória que resista, relativizava o poder manipulador da mídia ao assinalar que ela fora derrotada por Lula e Dilma nas campanhas eleitorais de 2002, 2006, 2010 e 2014. Nessas quatro eleições presidenciais, Serra duas vezes, Alckmin e Aécio não só contaram com o apoio incondicional de Globo, Folha, Veja e Estadão, como os candidatos do do PT foram alvo de toda sorte de mentiras, baixarias e calúnias.

A direita tucana x 'bolsomitos'

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Vi os posts e comentários sobre a briga entre Reinaldo Azevedo e Joyce Hasselman, que até pouco tempo serviam na mesma bateria de obuses da Veja que dava cobertura à ofensiva pelo impeachment.

Aos maiores de idade, apreciadores de “barraco” e resistentes de estômago, a longa, grosseira e injuriosa fala de Reinaldo Azevedo pode ser vista aqui. Talvez pela minha idade, tenho limites ao me referir a uma pessoa asquerosa como a ex-musa do impeachment, destronada na reta final por Janaína Paschoal.

A baixaria é inenarrável.

Barão de Itararé busca novos amigos

Da Rede Brasil Atual:

O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé está em busca de parceiros para prosseguir com suas atividades. A campanha “Seja Amigo do Barão” chama o público para conhecer e apoiar a entidade que tem como objetivo central a luta pela democratização da mídia no Brasil. “Quem defende a liberdade de expressão deve ser amigo do Barão, entidade que luta bravamente por esse direito fundamental”, afirmou a deputada federal Luíza Erundina (Psol-SP).

Os brasileiros não gostam de Temer

Editorial do site Vermelho:

O ilegítimo Michel Temer nunca foi apreciado pelos brasileiros, como revelam as pesquisas de opinião desde o momento que o golpe midiático-judicial-parlamentar o levou à presidência da República, em maio de 2016.

Agora, passados nove meses desde então, ele afunda ainda mais na avaliação popular. Uma pesquisa recente da CNT-MDA, divulgada na quarta-feira (15), mostrou o tamanho da queda: 44,1% dos entrevistados desaprovam o governo golpista como ruim ou péssimo. A desaprovação pessoal a Temer chegou a 62,4%; em outubro de 2016 já era ruim, e atingia de 51,5%

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Os negócios milionários do sinistro da Saúde

Por Altamiro Borges

No sábado passado (11), a Folha publicou uma matéria bombástica que reforça a ideia de que só dá bandidos no covil golpista de Michel Temer. Segundo a reportagem, “o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), e uma empresa imobiliária fecharam um acordo particular e sigiloso para a compra de um terreno de R$ 56 milhões em Marialva (PR) em dezembro de 2013. Com o acordo, Barros se tornou dono de 50% do imóvel, embora na época detivesse um patrimônio declarado à Justiça Eleitoral de R$ 1,8 milhão”. A denúncia, porém, já sumiu da mídia – sabe-se lá a que preço em anúncios publicitários e outras benesses!

Globo oculta que Cabral é do PMDB de Temer

Por Altamiro Borges

A poderosa famiglia Marinho – dona da TV Globo, da GloboNews, do jornal O Globo, da revista Época, da rádio CBN e de vários outros veículos de comunicação – segue com seu bombardeio diário contra o ex-governador Sérgio Cabral. No passado, ela foi muito amiga do atual presidiário, o que lhe garantiu milionários negócios no Rio de Janeiro com publicidade oficial, “projetos culturais” e outras benesses. Agora, a ingrata famiglia trata o ex-governador como um corrupto ambicioso – o que ele é, de fato. O interessante, porém, é que a Rede Globo evita destacar que Sérgio Cabral é do PMDB, o partido controlado por Michel Temer, e que ele teve participação ativa no “golpe dos corruptos” que depôs a presidenta Dilma.

Programa do golpe fracassou; falta a saída!

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A semana que se encerra foi pródiga em sinais de que o programa do golpe de 2016 fracassou, embora Temer e sua coalizão continuem governando. Os sinais vieram da economia, da Lava Jato, das pesquisas, da vida real e do mundo simbólico, a exemplo do que houve nesta sexta-feira na entrega do prêmio Camões: uma das maiores estrelas de nossa literatura denunciou o golpe e suas degenerações autoritárias. Foi desancado pelo ministro da Cultura. O plano golpista fracassou mas o país ainda não encontrou uma saída. Se ela não vier antes de 2018, a resposta virá das urnas mas a terra estará mais arrasada e a restauração terá custo maior.

Temer paga youtubers para enganar seu filho



Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro de Mundo:

Pergunte ao seu filho adolescente se ele leu o livro que a escola encomendou. Ele não saberá o nome, provavelmente.

Agora pergunte se ele assistiu ao último vídeo de algum youtuber. A resposta positiva virá com uma descrição minuciosa. Batata.

A estratégia do governo Temer de pagar influenciadores do YouTube para fazer propaganda disfarçada das reformas no ensino médio segue o padrão vigente: é um golpe vagabundo.

Esses rapazes estão sendo pagos com dinheiro público para enganar o público.

Fonte da IstoÉ se contradiz ao acusar Lula

Do Jornal GGN:

"O personagem que estampa a capa desta edição de IstoÉ chama-se Davincci Lourenço de Almeida. Entre 2011 e 2012, ele privou da intimidade da cúpula de uma das maiores empreiteiras do País, a Camargo Corrêa", introduz a revista na apresentação de sua fonte do suposto "furo" que manchetou: "Levei mala de dinheiro para Lula".

Foi descrito pela publicação como uma pessoa próxima da família do ex-presidente da construtora, Dalton Avancini. Mas a revista, que ganhou o contato pelo promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, revelou apenas partes recortadas do suposto furo e evitou aprofundar quem é Davincci Lourenço de Almeida.

Lula: o "elo frágil" do golpe

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

As forças políticas e econômicas que patrocinaram o golpe não podem suportar o risco de uma candidatura Lula sair vitoriosa em 2018. Enfrentando um cenário que tende a se agravar, impondo aceleradamente medidas que elevam a tensão social, sabem que mesmo enfrentando enormes dificuldades eleitorais, assumindo um governo ainda mais blindado pelo neoliberalismo, Lula representa um perigo inaceitável.

O golpe precisa inabilitar Lula. Apesar de terem utilizado todo o arsenal midiático numa ofensiva implacável durante os últimos anos, Lula emerge liderando a pesquisa, saindo vitorioso em três hipóteses num eventual segundo turno. É muito risco para uma conjunção de forças que conseguiu dar o golpe e não aceitará "morrer na praia".

Cunha jogará o nome de Temer “na lama”?

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

A mulher do presidente, Marcela Temer, foi vítima em 2016 de um chantagista que ameaçava jogar “na lama” o nome do marido. O réu por corrupção Eduardo Cunha (PMDB-RJ) parece ter os mesmos planos para Michel Temer (PMDB-SP). O objetivo? Sair da cadeia, um pedido negado na quarta-feira 15 pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dia após a decisão do STF, o site da revista Época noticiou a existência de mais um roteiro intimidatório de perguntas elaborado por Cunha para serem respondidas por Temer. Neste caso, em um processo por corrupção movido em Brasília contra o deputado cassado.

Lula é o único que poderá deter Bolsonaro

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Após junho de 2013, passei a buscar todas as informações disponíveis sobre a ascensão do fascismo na Alemanha dos anos 1920/1930. Mergulhei em livros, artigos, estudos, documentários, ficções e dramatizações e tudo mais que fosse possível encontrar sobre o processo e, após mais de três anos, concluí que processo análogo vige no Brasil.

Não aborrecerei o leitor com os detalhes sobre por que há uma ascensão fascista no Brasil, até porque já existem estudos sobre o processo que saíram não faz tanto tempo. Até a Globo entrou no assunto:

Trump e o ano da Grande Muralha

Ilustração: Cival Einstein
Por Ignacio Ramonet, no site Carta Maior:

É possível que 2017 seja recordado na história como o ano da Grande Muralha. Por que? Porque Donald Trump, o novo presidente dos Estados Unidos, está decidido a edificar uma monumental barreira de proteção na fronteira com o México – segundo ele, para impedir a “invasão” dos imigrantes ilegais vindos do “perigoso sul”.

Alguém deveria ensinar um pouco de História ao mandatário estadunidense, recordar a ele a parte que contra que essas ciclópeas fortificações quase nunca tiveram a eficácia que delas se esperava. Afinal, os chineses, na antiguidade, construíram a Grande Muralha para deter o avanço dos mongóis. O Império Romano, no norte da Inglaterra, ergueu o colossal Muro de Adriano para rechaçar os bárbaros da Escócia. Como se sabe, em ambos os exemplos históricos, essas gigantescas paredes de pedra não foram capazes de evitar o fracasso. Os mongóis passaram, também os manchus, assim como os caledonianos em Britânia… Como seguirão passando, rumo aos Estados Unidos, os mexicanos, os centro-americanos, os caribenhos, os muçulmanos… Na eterna dialéctica militar do escudo e da espada, a ideia de Trump de fazer sua grande muralha resultará em milhares de túneis subterrâneos, que provavelmente já estão se estão perfurando…

Doria e o elogio ao colonialismo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Distribuído como peça de propaganda em sua viagem a Doha, a principal contribuição do vídeo de quatro minutos do prefeito João Dória sobre São Paulo ocorre no plano cultural. É um lamentável monumento do colonizado a colonização, aqui exibida como opção para salvar a maior cidade brasileira.

Cinco séculos depois da chegada das caravelas de Cabral ao litoral da Bahia, o prefeito da maior cidade brasileira assume a postura do chefe tribal - nada a ver com autoridade eleita democraticamente, direito que os brasileiros só puderam conquistar séculos mais tarde - que decide negociar as riquezas erguidas na cidade. Estamos falado de um patrimônio formado, tijolo a tijolo, desde 1554, pelo trabalho duro de seus cidadãos, numa história que inclui três séculos de escravidão, o braço que plantou e colheu as riquezas originais, para promover o "maior programa de privatização de sua história."

Ministério Público esconde supersalários

Por Fernanda Valente, no site Justificando:

Em uma reunião realizada no começo do mês (07/02), o Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo propôs uma medida considerada urgente para que o pagamento de verba indenizatória de seus membros seja feito em folhas separadas, como forma de “aperfeiçoar a privacidade”. A resolução foi publicada hoje (17) no Diário Oficial do Estado.

Em dezembro de 2016, a Agência Pública fez uma reportagem, que foi compartilhada no Justificando, expondo que “quase 80% dos membros do MP-SP recebem acima do teto constitucional: vale-livro, auxílio-moradia e supersalários somam até R$ 130 mil por mês”. Além disso, a reportagem apontou que a previsão do governo de São Paulo com o orçamento para a instituição neste ano é de R$ 2,3 bilhões – orçamento três vezes maior do que o previsto para a Secretaria de Cultura e o dobro do que será destinado para pastas como Agricultura, Meio Ambiente ou Habitação.