sexta-feira, 14 de abril de 2017

A crise política e a distopia tropical

Por Olímpio Cruz Neto

O país já não se escandaliza nem reage aos desmandos cometidos, aqui e ali, pelos principais atores no centro do palco da política nacional. Caricatos, os homens que comandam a República fingem uma normalidade institucional que vulgariza a política e atropela o bom senso. Tudo em nome dos novos tempos e dos brados de uma redução fiscal que faça do Orçamento uma ponte para o século 19.

No Congresso, enfia-se goela abaixo do povo uma sucessão de reformas que destroem o futuro e fulmina as esperanças da construção de um país mais justo. No Judiciário, os principais agentes públicos – juízes e procuradores – trocam insultos e ofensas, sem ficarem ruborizados com as desfeitas cometidas em nome da Justiça, enquanto fingem não ver desfeitas e ilícitos confessados.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

A implosão do sistema político como meta

Por Jeferson Miola

A abertura do sigilo das investigações da Lava Jato tem o efeito bombástico de implodir o sistema político. Num sistema derrocado, nada fica em pé, nem mesmo a candidatura Lula.

Esta medida extremada não parece ser o desfecho original idealizado para a Lava Jato, mas pode significar a alternativa restante para evitar o retorno do Lula à presidência do Brasil.

É cada vez mais claro que Lula e o PT sempre foram os alvos estratégicos da Lava Jato. Os estrategistas da Operação apostavam que o golpe causaria a derrocada do PT e a destruição simbólica do ex-presidente Lula no imaginário popular. Não foi, porém, o que aconteceu.

Delator da Odebrecht cita Mainardi

Cardápio de maldades contra o trabalhador

Editorial do site Vermelho:

O ataque promovido pelo governo ilegítimo de Michel Temer contra os direitos dos trabalhadores é feito pela articulação de várias iniciativas legislativas, como as reformas trabalhista e previdenciária, e a aprovação da lei que permite a terceirização irrestrita.

São mudanças que atentam contra a dignidade do trabalho e impõem aos trabalhadores a urgência de lutar contra elas, para impedir que deteriorem ainda mais as relações de trabalho no Brasil, levando-as de volta aos tempos anteriores à revolução de 1930 – pior ainda, retrocedendo ao século 19. A reforma trabalhista atende a exigências antigas dos empresários, que nunca aceitaram a legislação que cria barreiras contra a ganância patronal e a superexploração dos trabalhadores.

Morte incômoda demais para virar notícia



Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Edvaldo Alves, 19 anos, foi ferido por um tiro à queima-roupa durante um protesto no interior de Pernambuco, em 17 de março, contra a violência na cidade de Itambé. A bala de borracha dilacerou a perna de Edvaldo, que não resistiu aos ferimentos e morreu nesta terça-feira, 11 de abril.

A morte de Edvaldo não foi destaque na mídia comercial nacional, nem como nota de rodapé dos jornalões diários ou linha fina na home de seus portais na internet.

O jovem pernambucano não foi vítima de uma bala perdida, nem de um “confronto” com a polícia. Ele não estava mascarado, ele não estava armado, ele não se colocou na linha de tiro. Argumentos que a corporação policial e a mídia usam para justificar as injustificadas ações da polícia militar no Brasil.

Dilma: Marcelo Odebrecht mentiu

Do site Dilma:

Nota à imprensa:

A propósito das referências ao nome de Dilma Rousseff nas delações firmadas por executivos da Odebrecht, a Assessoria de Imprensa da presidenta eleita esclarece:
1- É fato notório que Dilma Rousseff nunca manteve relação de amizade ou de proximidade com o senhor Marcelo Odebrecht. Muitas vezes os pleitos da empresa não foram atendidos por decisões do governo, em respeito ao interesse público. Essa relação distante, e em certa medida conflituosa, ficou evidenciada em passagens do depoimento prestado pelo senhor Marcelo Odebrecht.

Alckmin entra na correnteza da Lava-Jato

Por Rodrigo Martins e Sergio Lirio, na revista CartaCapital:

Identificado como “Santo” nas planilhas de propinas da Odebrecht e até então alvejado indiretamente por trechos de delações vazados à mídia, o governador paulista, Geraldo Alckmin, foi lançado à correnteza da Lava Jato. Em despacho assinado digitalmente em 4 de abril, mas divulgado em edição extra do Diário da Justiça na noite da terça-feira 11, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, retirou o sigilo das delações contra o tucano, até então o menos desgastado pré-candidato do PSDB à Presidência da República em 2018.

Odebrecht pergunta: "Por que só agora?"

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Em meio à enxurrada de depoimentos divulgados por Edson Fachin convém prestar atenção aos 32 minutos gravados por Emílio Odebrecht, manda chuva do grupo nos últimos 30 anos, voz influente nas nomeações dos principais dirigentes, interlocutor de presidentes e personagens decisivos da política brasileira nas últimas décadas.

O governador, senador e ministro Antonio Carlos Magalhães, homem forte dos anos finais da ditadura e do governo José Sarney, era o contato de Emílio Odebrecht com a chamada Nova República. Mais tarde, tinha conversas frequentes com Fernando Henrique Cardoso, numa relação que merece várias referências elogiosas nas memórias de FHC. Também foi o interlocutor de Lula, com quem dialogava antes, durante e depois de seus dois mandatos no Planalto.

A culpa da Globo na agressão no BBB

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

A articulação Rede Mulher e Mídia protocolou, na tarde desta terça-feira (11), uma representação no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) contra a Rede Globo de Televisão. O coletivo pede que o órgão investigue a responsabilidade da emissora no caso de agressão de Marcos Harter contra Emilly Araújo, ambos participantes desta edição do programa Big Brother Brasil (BBB).

A Rede Mulher e Mídia reúne dezenas de organizações da sociedade civil, movimentos sociais e centenas de ativistas de todo o país.

A dependência de trajetória caótica

Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:

Primeira Lei dos Economistas: “para cada um, existe outro igual e contrário”. Segunda Lei dos Economistas: “ambos estão errados”. Essas são leis profissionais, pois estes representam castas de natureza ocupacional que têm conflitos de interesses entre si.

Recentemente, o Estado de Bem-Estar Social estava sendo construído no Brasil pela aliança entre a casta dos trabalhadores organizados e/ou sindicalizados e a subcasta dos sábios desenvolvimentistas. Apesar de vitoriosa em quatro eleições presidenciais seguidas, foi golpeada por uma aliança entre as castas dos mercadores-industriais-financistas, dos aristocratas oligárquicos regionalistas no Poder Legislativo e dos sábios do Poder Judiciário. Estas contaram com o apoio explícito da subcasta dos sábios neoliberais-midiáticos e da casta dos guerreiros-policiais federais.

Metroviários aprovam adesão à greve geral

Metroviários votam a participação na Greve Geral no dia 28/4 contra
as reformas do governo Temer. Foto: Paulo Iannone
Da Rede Brasil Atual:

Em assembleia organizada na noite de ontem (11) pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo, os trabalhadores aprovaram adesão à greve geral do dia 28, contra a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e a lei que libera a terceirização de todas as funções. A paralisação será de 24 horas, como a realizada na paralisação nacional do dia 15 de março. Além deles, o Sindicato dos Motoristas da capital paulista e os aeroviários dos aeroportos de Guarulhos (SP) e Brasília também já indicaram que vão parar os serviços no mesmo dia, mas as categorias ainda farão assembleias para definir a posição e detalhes da mobilização.

Globo tenta tirar FHC da lista de Fachin

Fernando Henrique e Merval Pereira
Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Logo depois que o ministro Edson Fachin divulgou a lista com os nomes de autoridades que devem ser investigadas por suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro e uso de caixa 2, a tropa de choque do PSDB na GloboNews entrou em ação.

No Jornal das 10, Merval Pereira e Cristiana Lôbo minimizaram as suspeitas contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, levantadas a partir do depoimento do Emílio Odebrecht, no acordo de colaboração do Grupo Odebrecht com a Justiça.

“Era um outro tempo, ainda sem doação de campanha de empresa e não tinha a prestação de contas como é hoje”, disse Cristiana Lôbo.

Merval ecoou: “A legislação era outra”.

Denúncia contra Lula é uma farsa grotesca

Por Bajonas Teixeira, no blog Cafezinho:

A primeira coisa que chama atenção na denúncia de Marcelo Odebrecht é que já começa com duas versões, as duas contadas pelo mesmo Marcelo: primeiro diz que destinou a Lula 35 milhões mas, logo depois, sobe esse valor para 40 milhões. E faz isso sem explicação nenhuma. A hipótese mais provável é que essa falta de explicação tenha uma boa explicação: agradar à Lava Jato e angariar os benefícios de uma delação premiada.

Em toda essa denúncia não há sequer uma prova, não há o mínimo indício, não existem comprovantes, nenhuma gravação, nenhum cheque, nenhum local em que os encontros tivessem ocorrido, nada enfim que pudesse gerar a menor expectativa de comprovação.

Sheherazade e o machismo de Silvio Santos

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Não suporto Rachel Sheherazade. Ideologicamente, estamos em campos opostos. Para mim, ela é uma das mais legítimas representantes da direita que mais desprezo: a que vocifera, baba de raiva, principalmente contra minorias, contra feministas e a esquerda em geral. Mas não posso me calar diante do que o apresentador Silvio Santos fez com ela no domingo, diante de milhões de espectadores do seu Troféu Imprensa. Mexeu com uma, mexeu com todas, mesmo. Não só com quem a gente gosta.

Lista de Fachin e a reforma política

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Há um elefante sob o tapete da política institucional brasileira, desde ontem. Ao reconhecer que há sinais de verdade nas delações dos executivos da Odebrecht e pedir investigação sobre os expoentes máximos dos principais partidos do país, o ministro Edson Fachin, do STF, criou um fato político extraordinário. Se interpretado corretamente e se – mais importante – houver coragem para tirar dele todas as suas dolorosas consequências, ele poderá reverter a maré de retrocessos que varre o país. Porque seus três sentidos principais são claros.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Lula volta a ser acusado sem provas!

Zuzu Angel, uma heroína brasileira

A lista de Janot, o senhor do Tempo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – o vazamento da lista da Janot

A divulgação da lista de inquéritos autorizados pelo Ministro Luiz Fachin não significa que, enfim, a Lava Jato resolveu tratar as investigações com isonomia, que o pau que dá em Chico dá em Francisco.

O Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot continua dono absoluto do calendário. Através do controle do ritmo das investigações, ele decide monocraticamente quem vai e quem não vai ser condenado.

Durante três anos, toda a carga foi em cima do PT e, especialmente, de Lula. Em três anos de investigações, há cinco ações em andamento contra Lula, uma perseguição impiedosa que culminou com o vazamento, ontem, da suposta delação de Marcelo Odebrecht, sob as barbas do juiz Sérgio Moro e ele alegando a impossibilidade de identificar o vazador. Some-se a informação do procurador Deltan Dallagnol de que o único vazamento efetivo de informações foi para o blogueiro Eduardo Guimarães. O que significa que todas os demais vazamentos ocorreram sob controle estrito da Lava Jato.

Manifesto denuncia desmonte do Brasil

Luiz Carlos Bresser-Pereira
Enviado por Eleonora de Lucena

Liderados pelo ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, economistas, professores, físicos, engenheiros, sociólogos, músicos, arquitetos, cineastas, escritores, intelectuais, políticos, advogados estão lançando o Manifesto do Projeto Brasil Nação.

O texto afirma que o Brasil passa por um desmonte, com o esquartejamento da Petrobrás, a destruição da indústria, a demolição de direitos sociais. Esse processo levará o país “à dependência colonial e ao empobrecimento dos cidadãos, minando qualquer projeto de desenvolvimento. Privatizar e desnacionalizar monopólios serve apenas para aumentar os ganhos de rentistas nacionais e estrangeiros e endividar o país”.

Rio: traição, corrupção e calvário

Por Wadih Damous

Não faz muito tempo o Rio de Janeiro era o centro das atenções mundiais. À expectativa pela realização da Copa do Mundo e à confirmação da cidade maravilhosa como sede dos Jogos Olímpicos, somava-se o fato de o estado liderar o ranking, entre todas unidades da federação, dos investimentos dos governos de Lula e Dilma, na forma de obras, convênios e parcerias.

Na esteira das altas sucessivas na cotação internacional do barril do petróleo, a economia fluminense parecia voar em céu de brigadeiro com o recebimento dos royalties e participações especiais do petróleo extraído nas profundezas da Bacia de Campos. Essa onda de euforia levou o governador Sérgio Cabral e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, a se reelegerem no primeiro turno.