sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Aécio Neves não foi o primeiro a ser comido

Por Hermínio Porto, no site Jornalistas Livres:

Após ter sido gravado em declarações nada republicanas, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) teve seu pedido de prisão preventiva negado pelo STF, que entendeu pelo afastamento do senador, implicado em graves acusações de corrupção, tendo contra si substanciosas provas. O Senado Federal, por sua vez, restabeleceu o mandato de Aécio por 44 votos favoráveis a si.

O Senador Romero Jucá (PMDB), líder do Governo no Senado, que foi flagrado em escuta falando que “o primeiro a ser comido” seria o Aécio, foi um dos 44 senadores que votaram a favor do senador tucano. O líder do Governo, comandante da tropa de choque do retrocesso, disse com precisão que o governo Temer é um grande “pacto nacional” que conta “com o Supremo [Tribunal Federal], com tudo”. É sintomático o alinhamento de interesses: Aécio e Temer tiveram suas máculas expostas no mesmo dia, a partir do acordo de delação dos irmãos Batista, da JBS.

Empresa que elegeu Trump chega ao Brasil

Por Guilherme Coutinho, no blog Socialista Morena:

Uma empresa de inteligência artificial, que garante ser capaz de ler a cabeça de milhões de pessoas em tempo real, está protagonizando uma verdadeira revolução conservadora no mundo. Este poderia ser o roteiro de um capítulo da série de ficção científica Black Mirror ou parte de um futuro distópico imaginado por George Orwell, mas é exatamente o que tem ocorrido com a empresa de big data Cambridge Analytica. A empresa, que trabalhou nas campanhas vencedoras do Brexit e de Donald Trump, instalou uma operação no Brasil visando as eleições de 2018. E já parece ter o candidato ideal por aqui.

Prefake lança "Ração Doria Premium"

Gilmar Mendes não é um escravo

Por Andrew Fishman, no site The Intercept-Brasil:

Ministros do Supremo Tribunal Federal são escolhidos por serem – teoricamente – os mais eruditos e sapientes magistrados do país. Um dos escolhidos para debater e avaliar os casos mais complexos à luz da Constituição, o Excelentíssimo Ministro Gilmar Mendes fez, nesta quinta (19), o julgamento mais difícil de sua carreira quando avaliou em entrevista coletiva que ele mesmo não faz um trabalho escravo.

“Nós mesmo já tivemos, no Supremo Tribunal Federal, debates a propósito disso, em que se diz que alguém se submete a trabalho estressante, exaustivo. Nós aqui… eu, por exemplo, acho que eu me submeto a um trabalho exaustivo. Mas com prazer. Eu não acho que eu faço um trabalho escravo.”

Só falta revogar a Lei Áurea

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Manifesto meu total apoio ao movimento dos profissionais da área de fiscalização do Ministério do Trabalho que estão entrando em greve em todo o o país para protestar contra a portaria do governo Temer que tornou o Brasil tolerante e leniente com a exploração do trabalho análogo à escravidão.

A portaria assinada pelo governo Temer é indigna, desumana e envergonha o Brasil perante o mundo civilizado.

Para obter votos no Congresso que salvem sua pele das acusações de corrupção, o presidente golpista se rende ao que há de pior e mais retrógrado, subordinando-se a empresários atrasados, egoistas e responsáveis por práticas de trabalho escravagistas.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Mídia dificulta compreensão da realidade

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Se o mundo parecia acabar e o Brasil caminhava para o abismo em certos momentos históricos, agora, mesmo sem dados efetivos, o noticiário dá conta de uma "recuperação" em curso. A diferença estava no governo da vez. "O contrário do terrorismo econômico é a euforia econômica indevida", diz a economista Leda Paulani, professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), durante debate sobre a cobertura jornalística promovido pelo Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, ontem (18) à noite, na região central de São Paulo.

Gilmar e o trabalho escravo: cinismo togado

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Gilmar Mendes não é nenhum tolinho.

Sabe que, ao abrir a boca, fala um ministro do Supremo Tribunal Federal.

E que, portanto, não tem o direito de pronunciar frases estúpidas.

Dizer que trabalha muito, exaustivamente, mas que não considera isso “trabalho escravo” é debochar da inteligência que ninguém lhe nega, conquanto nem todos o mesmo de seu caráter – vide Joaquim Barbosa.

MBL pode perder a marca na Justiça

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

O III Congresso Nacional do MBL ocorrerá nos dias 11 e 12 de novembro em São Paulo. Contará com a presença de João Doria, Nelson Marchezan Jr, Marco Feliciano, Luiz Felipe Pondé e outros desconhecidos para discutir ‘as importantes conquistas que tivemos no país nos últimos anos’, conforme descrito na apresentação do evento, com painéis como ‘A falácia do discurso de igualdade’. Ingressos a 100 reais.

Mas é MBL ou MRL? Porque MBL é uma marca que, segundo o advogado Vinícius Carvalho Aquino, pertence a ele.

A luta contra o fim da Lei do Audiovisual

Verdades sobre o agronegócio

Temer, Aécio e a degradação do Brasil

Por Wadih Damous, no blog Viomundo:

Não causa nenhuma surpresa a informação de que Temer atuou freneticamente nos bastidores do Senado para livrar um de seus sócios mais proeminentes no empreendimento golpista, Aécio Neves, da guilhotina.

Fazendo o uso mais execrável possível do axioma popular “uma mão lava a outra”, Temer liberou algo em torno de 200 milhões de reais em emendas individuais pendentes de senadores, para seduzi-los a votar contra as medidas cautelares impostas pelo Supremo.

Logo chegou a vez de Aécio retribuir, instando a bancada tucana, primeiro na CCJ, e depois certamente no plenário da Câmara, a rejeitar a segunda denúncia da PGR contra o usurpador, desta feita por organização criminosa e obstrução da justiça.

Mídia: Do terrorismo econômico à torcida

Foto: Cidoli
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Como podem os grandes meios de comunicação passarem do terrorismo na economia antes do impeachment para um inabalável otimismo após Michel Temer assumir a cadeira presidencial? Os economistas Márcio Pochmann e Leda Paulani discutiram o tema na noite desta quarta-feira (18), no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo.


A salvação de Temer e o trabalho escravo

Editorial do site Vermelho:

O desprezo pelo povo e pelos trabalhadores, marca do governo golpista de Michel Temer, foi exposto mais uma vez quando na portaria nº 1.129/2017, que anula os avanços que o Brasil havia conquistado no combate ao trabalho escravo.

A portaria faz parte do esforço para obter o apoio da bancada ruralista na votação do pedido de impeachment de Temer que tramita na Câmara dos Deputados. Atende reivindicações antigas de fazendeiros inescrupulosos contra a legislação que reprime a prática daquele sistema iníquo de exploração da força de trabalho. Cria dificuldades enormes para a fiscalização e denúncia pelos fiscais do trabalho, submete à aprovação do ministro do Trabalho a divulgação da lista suja de patrões que usam o trabalho escravo, e reclassifica o conceito de trabalho escravo.

Destituição de Aécio não redime o PSDB

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Ninguém bateu panelas mas o desgaste do PSDB com a salvação do mandato de Aécio Neves bateu fundo no partido, que saudou o retornante com a defesa de sua renúncia definitiva à presidência da sigla. Tasso Jereissati, interino desde maio, não falou sozinho. Foi porta-voz de uma confabulação interna entre os tucanos, no sentido de que teriam fazer alguma coisa para mitigar o estrago e afastar a ideia de que o partido juntou-se com Temer numa operação casada para salvar Aécio e depois ajudar a enterrar a segunda denúncia na Câmara.

A crise econômica que a mídia oculta

A certidão de casamento do PMDB e o PSDB

Por Jeferson Miola

Michel Temer [PMDB], o chefe da cleptocracia, desempenhou um papel decisivo no senado para safar Aécio Neves [PSDB] da cassação.

A imagem é uma marca vergonhosa; inapagável da história do Brasil.

Em troca disso, Temer receberá o apoio do PSDB na câmara. Apoio esse que vai safar Temer da cassação e que, ao mesmo tempo, conseguirá livrar Padilha e Moreira – o primo e o angorá, na planilha de propinas da Odebrecht – do julgamento, no STF, pelos crimes de obstrução da justiça e organização criminosa.

A face arcaica do governo Temer

Por Manoel Dias

Elevado a Presidência da República, por meio das mais baixas conspirações das elites brasileiras, o governo de Michel Temer revela a sua face mais primitiva, revela sua cruzada de desmonte do Estado nacional associados às suas medidas que beiram a barbárie civilizatória e assombram o mundo.

Sua mais nova investida reacionária a Portaria 1.129/2017 que altera o conceito sobre o trabalho escravo. Remontando-nos à quase abolição da Lei Áurea de 1888, absurdamente assistimos esse governo ainda com o conceito ultrapassado de que o trabalhador seja mero objeto de exploração, desprovido de direitos e garantias.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Lista dos deputados que salvaram Temer

Da revista CartaCapital:

Mais uma vez a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara decidiu barrar o prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB-SP). Os deputados aprovaram nesta quarta-feira 18 o relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que defende a rejeição da segunda denúncia contra o presidente, e desta vez incluía também os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). Foram 39votos a favor do relatório - e contra o prosseguimento da denúncia - e 26 contra.

O dia em que o Senado virou Supremo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

É um exercício curioso acompanhar as justificativas dos votos dos Senadores que votaram pelo “não” no caso Aécio Neves. Isto é, por não dar autorização para o STF (Supremo Tribunal Federal) investigá-lo.

Alguns foram mais sinceros e alegaram que, se o próprio STF passou a batata quente para o Senado, agora o Senado devolveria a batata quente ao Supremo.

Muito se falou nas prerrogativas do Senado, nas suas atribuições de fazer as leis e, exagerando, de ser o verdadeiro guardião da Constituição, de ser compostos por pessoas eleitas pelo voto popular. Falou-se do risco da ditadura do Judiciário, dos diversos casos em que a Procuradoria Geral da República se precipitou, com as trapalhadas de Rodrigo Janot, e depois o próprio Supremo corrigiu.

Cultura inútil: Moralismo e moralistas

Por Mouzar Benedito, no Blog da Boitempo:

Estamos num tempo em que se fecham exposições “imorais”, se proíbe peças de teatro “ofensivas”… E os moralistas que promovem isso fecham os olhos para um governo imoral, veem seus líderes políticos cometendo imoralidades imensas (ferraram outros por muito menos) e ficam de bico calado, fazem parte dos 3% da população que aprovam um governo que acaba com direitos sociais, entregam o país à sanha negocista, promovem a entrega de reservas ambientais e indígenas aos sanguessugas do agronegócio…

E daí?