domingo, 3 de junho de 2018

Mídia se faz de ignorante para criticar o povo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O principal argumento da mídia do pensamento único para desqualificar o apoio da população à greve dos caminhoneiros é um exagero em matéria de mistificação política.

A tese foi resumida por Merval Pereira no Globo de hoje: "enquanto 87% dos pesquisados apoiaram a greve, 81% mostraram-se contrários a pagar os custos das reivindicações através dos impostos". Numa versão radical da crítica a esse ponto de vista, a colunista da Folha Mariliz Pereira Jorge não perdeu a oportunidade: "o pior do Brasil é o brasileiro", escreveu.

É simplesmente ridículo.

Boff: “Devemos manter a indignação”

Por Ivan Longo, na revista Fórum:

Poucos episódios ligados à política nacional brasileira deste ano foram tão tristes como o dia em que o teólogo Leonardo Boff, aos seus 79 anos, foi impedido de visitar o ex-presidente Lula na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso há quase dois meses.

A imagem de Leonard Boff sentado à sombra da cabine policial, aguardando para visitar seu amigo há mais de 30 anos, rodou o mundo e ajudou a denunciar uma Justiça arbitrária e insensível.

“Negaram a minha humanidade e a do ex-presidente Lula”, disse Boff, aos prantos, na ocasião.

FHC, o demiurgo de alma pequena

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Desde seus tempos iniciais em política, Henrique Cardoso se perdeu pela falta de coragem e excesso de oportunismo. De certa forma ele lembra CEOs de uma empresa, que se preocupam exclusivamente com o próximo balanço trimestral e em preparar as desculpas para a assembleia de acionistas.

Não cometeria a indelicadeza de compará-lo ao ex-Ministro Cristovam Buarque, que é um FHC sem nenhuma sutileza intelectual.Também não gosto de reduzir os grandes conflitos públicos aos fatores pessoais, aos pequenos sentimentos de inveja, arrogância, prepotência, tão ao gosto dos diagnósticos de redes sociais.

A quem pertence a Petrobras?

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

A greve dos caminhoneiros transportou para o mundo real o debate sobre o papel da Petrobras, da compreensão estratégica do petróleo enquanto patrimônio do povo brasileiro e quem deve ser o real destinatário dos serviços gerados pelas empresas estatais. Deste debate, entre placas de “pare e siga” para umas e outras análises, perguntas são ligadas, freadas ou estacionadas em locais não pavimentados por respostas sólidas. Mas todos, com raríssimos derrapes excludentes, assumindo a condição de motorista, passageiro, mecânico ou transeunte assumiram o direito de opinar sobre a nova crise gerada pelo governo plantonista. E eu sigo pela mesma estrada opinativa.

sábado, 2 de junho de 2018

A intervenção e o discurso da barbárie

Por Henrique Matthiesen

A contemporaneidade do momento político brasileiro expõe, de forma gritante, o grau de ódio e incivilidade em que coexistimos.

Os ataques ao pouco Estado Democrático de Direito que temos afrontam a memória dos que lutaram pela democracia, assim como insultam os conceitos elementares da existência humana, e ultrajam a própria história do Brasil.

Trágico, patológico e irracional é utilizar-se de direitos democráticos para pedir o seu fim, para suplicar o regime autoritário, para calar os contrários ao seu pensamento.

Temer não renuncia por medo de ser preso

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Com os gigantescos prejuízos causados pela paralisação dos caminhoneiros, setores da mídia e políticos especulam sobre uma iminente queda do presidente Michel Temer. Inclusive porque parcela importante de grandes empresários teria definitivamente perdido a paciência com o “mandatário”. Mas há quem acredite que uma queda de Temer poderia tornar o cenário ainda mais obscuro.

“Michel Temer não tem nenhuma condição de governar o país. A crise dos caminhoneiros revela que hoje o país está acéfalo”, avalia o deputado federal Orlando Silva (PCdoB).

Demissão de Parente: lamentos e alívios

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:


A demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras tem um custo alto mas, apesar dos lamentos, e mesmo do pedido que Temer lhe fez para adiar a saída, tornou-se inevitável depois da greve dos caminhoneiros e trouxe alívio para a área política do governo. Permitirá que agora seja implementada com mais liberdade uma política de preços de combustíveis focada no consumidor. A eleição vem aí. Apoiando uma greve que lhe impôs privações, a população mostrou o tamanho de sua irritação. Tal alívio transpareceu nas entrelinhas de várias declarações.

O novo trabalhador sem classe

Por Rui Fernando Correia Ferreira, na revista Teoria e Debate:

“Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!” Em um grito expresso em seu Manifesto, Karl Marx conclama a unidade do proletariado constituindo as definições teóricas e básicas da luta de classes. Entretanto, existe um perigoso aspecto destrutivo sendo gestado e aplicado nas organizações empresariais por meio da nova era da economia tecnológica e da informação que pode acabar com o reconhecimento das classes. O trabalho imaterial com seus fetiches de uma burocracia flexível que propicia as cooperações entre trabalhadores e apropriação dos seus intelectos para o processo capitalista.

Ninguém aguenta mais: libertem Lula e o Brasil

Por Marcelo Zero

A atual situação de desabastecimento de combustíveis é apenas a face mais evidente da pior crise econômica, social e política da História do Brasil.

Assiste-se, em nosso país, a uma avassaladora devastação social e econômica, que afeta, sobretudo, os mais pobres. O desemprego aumenta em níveis insustentáveis, a pobreza volta a se espalhar pelo Brasil, a subnutrição golpeia de novo as nossas crianças e o país volta a entrar no vergonhoso Mapa da Fome.

A política de preços dos combustíveis

Por José Sérgio Gabrielli, no site da Fundação Maurício Grabois:

A greve dos caminhoneiros e dos petroleiros revelou de forma muito clara as limitações dos princípios fundamentais da atual política econômica: mecanismos de mercado exacerbados, despreocupação com os impactos sociais das políticas e austeridade apenas naquilo que se destinar aos mais pobres. A solução encontrada pelo governo, além de paliativa de curto prazo, é uma bomba de efeito retardado, se os preços internacionais de petróleo não se estabilizarem.

Na Rede Globo a Bahia é branca

Por Pedro Alexandre Sanches, na revista CartaCapital:

Até pareceu que desde sua origem a Rede Globo não elegeu representar brasileiros negros como protagonistas apenas quando produz novelas e séries sobre escravizados ou presidiários.

Nas semanas que antecederam a estreia de Segundo Sol, a nova novela principal da casa, por algum despertar ainda inexplicado, o Movimento Negro conseguiu articular uma reação rumorosa à ausência quase completa de personagens e atores negros numa história sobre axé music ambientada na Bahia.

É o mesmo que já aconteceu em dezenas de novelas com sotaque baiano ou nordestino, mas desta vez não passou batido.

O falso discurso da ditadura sem corrupção

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Se adiantasse alguma coisa para quem parece disposto a urrar, não a pensar, seria boa a leitura da Folha de hoje aos defensores de uma intervenção militar como forma de “restaurar a moralidade” em nosso país.

Afinal, podem não acreditar nos que viveram aqueles tempos mas, canino que é seu comportamento, hão de dar crédito a documentos estrangeiros.

Legado de Parente: desastre para a Petrobras

Do site da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Desde que o nome de Pedro Parente foi cogitado para assumir a presidência da Petrobrás, a FUP se posicionou, alertando a sociedade brasileira para os riscos da empresa passar a ser administrada pelo mercado financeiro e não mais pelo Estado. Em carta aos acionistas e ao Conselho de Administração, os petroleiros deixaram claro que o passado de improbidades de Pedro Parente como gestor público não o qualificava para o cargo e denunciaram o Teste de Integridade ao qual foi submetido.

Corrupção e fascismo derrubam Rajoy

Ilustração: Linda Galmor
Por Juan Carlos Osuna, no site Carta Maior:

O socialista Pedro Sánchez, um economista de 46 anos, natural de Madrid, foi eleito como o novo presidente do governo espanhol, em substituição do corrupto e ultra-direitista Mariano Rajoy, o primeiro presidente do país a ser derrubado do poder pela via da moção de censura (processo similar ao impeachment no Brasil), mas não o primeiro corrupto.

A corrupção foi o que detonou a aniquilação política de Rajoy, o sucessor de José María Aznar como impulsor do projeto da ultradireita no comando do governo espanhol. Esse quadro se deve à proliferação asfixiante de dezenas de casos de desvios de recursos públicos, em pequena, média e grande escala, que afetam praticamente a todas as organizações territoriais, governos locais e autonômicos – calcula-se que há mais de mil autoridades regionais envolvidas, com um saldo de bilhões de euros em desfalques.

Globo trata como gênio o vilão da Petrobras

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Uma das coisas mais divertidas de se assistir à GloboNews - se você não for do tipo que se irrita facilmente - é apreciar o mundo paralelo onde vivem Cantanhêde, Valdo Cruz e o resto da turminha.

Segundo esse pessoal, Pedro Parente é um gênio, um gestor incrível que salvou a Petrobras do buraco onde Dilma e Lula a haviam metido.

Cantanhêde o colocou num “dream team” do governo Temer, outra tragédia que ela ajudou a vender.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Henning processa o SBT em R$ 20 milhões

Por Altamiro Borges

O mercenário Silvio Santos, puxa-saco oficial de Michel Temer, precisará garantir mais uma grana em publicidade do covil golpista para bancar uma possível dívida trabalhista. O jornalista Hermano Henning, que foi apresentador do SBT por 23 anos, entrou com uma ação na 2ª Vara do Trabalho de Osasco (SP) exigindo o pagamento de férias, 13º salário, depósito no FGTS e multa de 40% em razão de sua recente demissão da emissora. Segundo o repórter Gilvan Marques, do UOL, “o valor pedido pelo ex-âncora do ‘Jornal do SBT’ é de quase R$ 20 milhões”. O processo se encontra na sua fase final e o ricaço trambiqueiro está cada vez mais encrencado.

Por que Pedro Parente caiu?

Charge: Fábio St. Rios
Por Gilberto Maringoni

Houve uma combinação de interesses que tornou insustentável a permanência de Pedro Parente à testa da Petrobrás.

O primeiro e mais evidente deles foi a abrangência de um maciço movimento de massas policlassista que paralisou o país por dez dias. Os efeitos da mobilização dos caminhoneiros foram os de uma verdadeira greve geral nacional.

O parentesco de Parente é com o PSDB

Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:

Pedro Parente e o modo como geriu a Petrobras têm no DNA a ideologia entreguista de Serra, Doria, Alckmin, Goldman. FHC e partidários do PSDB em geral. Lembremos das privatizações das telefônicas, das empresas de energia elétrica, dos bancos estaduais e muitas outras empresas que acabaram em mãos estrangeiras. Para quem não leu, é fortemente recomendado o livro Privataria Tucana. Lembremos que tirar a obrigatoriedade da Petrobras estar nas associações para explorar o pré-sal foi o primeiro projeto de Serra após o golpe.

Greves derrubam o vendilhão da Petrobras

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Parabéns, caminhoneiros e petroleiros!

A greve dos petroleiros, que despertou a fúria do judiciário mancomunado ao golpe, teve ao menos uma consequência muito positiva para a estatal e para o Brasil.

Pedro Parente, o presidente da estatal mais vendilhão e entreguista da história, acaba de pedir demissão.

A crise brasileira e a dimensão de sombra

Por Leonardo Boff, em seu blog:

A crise brasileira generalizada, afetando todos os setores, pode ser interpretada por diferentes chaves de leitura. Até agora prevaleceram as interpretações sociológicas, políticas e históricas. Pretendo apresentar uma derivada das categorias de C.G.Jung com sua psicologia analítica pois é esclarecedora.

Avanço já a hipótese de que o atual cenário não representa uma tragédia, por mais perversas que continuam sendo as consequências para as maiorias pobres e para o futuro do país com o estabelecimento do teto de gastos (PEC 55). É mais que o congelamento de gastos, significa a impossibilidade de se criar um Estado Social e com isso jogar no lixo o bem comum que inclui a todos.