terça-feira, 11 de dezembro de 2018

"Mito" quer governar por fake news

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Ao ser diplomado presidente da República no TSE, nesta segunda-feira, Jair Bolsonaro foi recebido aos gritos de “Mito” pela seleta platéia de seguidores.

De fato, a sua eleição está mais ligada à mitologia nativa que cria tipos como João de Deus do que à escolha racional de um país civilizado do século 21.

Num texto mais adequado ao Facebook do que à pomposa cerimonia da diplomação de um presidente, a única coisa útil do seu discurso mambembe, lido com dificuldade, foi revelar que pretende governar exatamente como fez campanha, quer dizer, sem intermediários, sem debates, sem dar muita satisfação aos insatisfeitos.

O fim do Ministério do Trabalho

Por Manoel Dias 


Uma das primeiras ações da Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, foi a compreensão, pela primeira vez no Brasil, sobre a luta de classes.

Enfim a oposição, entre diferentes classes da sociedade brasileira, fora incluída no debate nacional; o conflito, não apenas econômico, mas também cultural e social de imposição de uma classe dominante sobre a outra, ganhara um equilíbrio.

Em 26 de novembro de 1930, através do Decreto 19.433, Getúlio Vargas cria o Ministério do Trabalho, com claros objetivos: a geração de emprego, o apoio ao trabalhador, a modernização das relações do trabalho - o que seria, futuramente, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e a política salarial.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

'Guerras Híbridas', mais do que o WhatsApp

Por Fernando Rosa, no site da Fundação Perseu Abramo:

O livro Guerras Híbridas - das revoluções coloridas aos golpes, do jornalista e analista político russo Andrew Korybko, chegou em hora para contribuir com o debate nacional sobre o caráter atual da luta social, politica e ideológica, tão necessário quanto estratégico. Editado pela Expressão Popular, a obra pode ajudar a entender os atuais processos de disputa política no mundo, em suas novas formas de ação. O livro trata especificamente das "guerras" da Síria e da Ucrânia, mas a riqueza de informações agregadas à análise tornam os dois casos universais.

O que a França tem a aprender com o Brasil

Por Jean Wyllys, no blog Socialista Morena:

Nas últimas semanas, o mundo inteiro acompanha as notícias dos telejornais sobre os massivos e violentos protestos dos “jalecos amarelos” em Paris. As imagens da Avenue des Champs-Élysées coberta de fogo, pedras e poeira assombram os telespectadores; tanto no sentido espanhol do termo “asombrar“, que denota surpresa, admiração, quanto no francês “assombrir“, semelhante ao português “assombrar”, que remete ao medo, à preocupação, àquilo que é triste e sombrio. Ao mesmo tempo, porém, elas evocam em muita gente uma identificação romântica com a ideia revolucionária: o povo na rua, o questionamento ao sistema que tantas injustiças produz, a rebelião.

Comunicação é direito humano

Charge: Elena Ospina
Do site do FNDC:

No dia em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos, nesta segunda-feira, 10 de dezembro de 2018, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e a campanha Calar Jamais! lançam mais um vídeo para denunciar a escalada de violência e violações à liberdade de expressão no país e reafirmar que a comunicação é direito humano fundamental, base de qualquer sociedade democrática.

Receita de caos no governo Bolsonaro

Por Fred Melo Paiva, na revista CartaCapital:

Eleito pelo WhatsApp, amparado por ministros blogueiros, um filósofo de Facebook e os três filhos escolados no Twitter, o youtuber Jair Bolsonaro prepara-se para o inevitável desembarque na realidade. Egresso de pelo menos quatro anos em que labutou no mundo virtual, a vender como lebre da antipolítica o gato que cumpriu sete mandatos de deputado federal, parece agora armar-se para uma guerra na fronteira de sua bolha. Acercou-se de dois “superministros”, um deles Super Moro, cujos poderes já se mostraram de fato especiais. E convocou os quartéis: até o fechamento desta edição, contavam-se nove os militares chamados ao entorno do presidente, incluindo o vice, general Hamilton Mourão.

A fritura precoce de Bolsonaro

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Se existe um consenso sobre o futuro governo Bolsonaro é o de que sua maior fragilidade está na falta de uma base parlamentar sólida e no confuso esquema de articulação política, em contraste com os núcleos militar e técnico.

E isso piorou ontem com os sinais de que o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, pode ter caído na frigideira antes mesmo de tomar posse: Bolsonaro ameaçou usar sua caneta Bic se houver “comprovação ou denúncia robusta contra quem quer que seja”. Falava do caso Lorenzoni mas, usando dois pesos e duas medidas, não disse que isso vale para o futuro superministro da Economia, Paulo Guedes, que também está sendo investigado.


O 1% rico do país e a mentira do MBL

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Vídeo difundido pelo WhatsApp e que traz a sigla MBL (Movimento Brasil Livre, de extrema direita) revela que o 1% mais rico da população do país seria constituída por funcionários públicos federais (políticos, diplomatas, auditores fiscais e membros do Poder Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas, Banco Central, Companhia de Valores Mobiliários) e não por grandes empresários. Em virtude disso, a desigualdade no Brasil, em vez de ser explicada pela natureza da dinâmica capitalista, seria expressão dos “marajás federais” que se apossaram do Estado, tornando-o desnecessário e promotor de desigualdade, ademais de financiado por elevada carga tributária a atingir fundamentalmente os mais pobres.

Sérgio Acácio Moro e o “juízo de omissão”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Foi Sérgio Moro quem assumiu que, no governo, diante de denúncias, seria dele o “juízo de consistência” (seja lá o que isso for) sobre denúncias que surgissem sobre seus integrantes e, por suposto, seu próprio chefe.

Uma espécie de continuidade, agora sem toga, do que fazia, decidindo quem deveria passar a ser objeto da perseguição (dos doutores dizem persecução, um sinônimo que soa menos chocante) judicial.

Lênin e a imprensa revolucionária

Por Dênis de Moraes, no Blog da Boitempo:

Em memória de Luiz Alberto Moniz Bandeira.

A trajetória jornalística e as concepções de Vladimir Ilitch Lênin (1870-1924) sobre a imprensa situam-se no contexto de duas tendências que se delinearam no âmbito europeu desde fins do século XIX até as décadas inaugurais do século XX, num período de ascensão de movimentos de massa, de divulgação junto aos trabalhadores das ideias socialistas e de eclosões revolucionárias, em meio a crises econômicas, disputas geopolíticas e guerras. A primeira tendência refere-se a intelectuais de esquerda que atuaram como jornalistas e ativistas, a partir da percepção da importância da disseminação em periódicos de propostas e intervenções políticas. 

O “ponto G” das nossas utopias

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Às vezes é difícil. Na última semana, a ministra dos “direitos humanos” do próximo Governo afirmou ao jornalista Bernardo de Mello Franco que “é o momento da Igreja governar”, depois de afirmar que o “ponto G” é uma ideia desenvolvida pelo Ministério de Educação durante os governos petistas. Esta tese sucedeu a sua opinião – já então tornada pública – que a “ideologia de gênero é morte”. Se é o momento da Igreja governar, se as pessoas acreditam que o ponto G é uma invenção petista, se a ideologia de gênero pode ser configurada – como se fosse apenas uma insensatez – como “morte”, é preciso não somente “resistir”. É preciso repropor a utopia, não somente como meta, mas sobretudo como ação política unitária contra a barbárie que se avizinha, pois a utopia de direita venceu.

Três lições de 2018

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Meus queridos,

2018 chega ao fim. Um ano trágico para o Brasil e para todos nós que lutamos, com todas as forças, contra a ameaça Bolsonaro, agora, uma triste, perigosa e sintomática realidade que teremos pela frente. Realidade que enfrentaremos juntos.

Para tal, não podemos perder de vista três importantes lições de 2018:

A primeira delas:

“É o Imperialismo, estúpido”.

domingo, 9 de dezembro de 2018

Um retrato fiel do capitalismo brasileiro

Por Umberto Martins, no site da CTB:

As estatísticas divulgadas nesta quarta-feira (5) pelo IBGE nos fornecem um retrato fiel do capitalismo brasileiro, temperado pelos efeitos perversos da restauração neoliberal promovida pelo golpe de Estado travestido de impeachment consumado em 2016. A concentração e centralização do capital estão refletidas no crescimento da polarização social e da desigualdade.

Os 10% mais ricos abocanham nada menos que 43,1% da renda nacional, 17,6 vezes mais que a parte atribuída aos 40% mais pobres. A diferença chega a 34,3 vezes em Salvador. O comentário do pesquisador do instituto, Leonardo Athias, sobre esta realidade é esclarecedor:

Dois sem-terra são assassinados na Paraíba

Do site do MST:

"Exigimos justiça com a punição dos culpados e acreditamos que lutar não é crime", afirma em nota a direção do MST na Paraíba, após assassinato dos militantes José Bernardo da Silva e Rodrigo Celestino, que ocorreu na noite deste último sábado (8), no acampamento Dom José Maria Pires, localizado em Alhandra - PB.

O Movimento denuncia o ocorrido, exige celeridade nas investigações e convoca os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade a seguirem em luta contra a atual repressão e os assassinatos em decorrências de conflitos no campo.

As tretas internas do PSL

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Quando tem um cara muito ruim de bola na pelada, dizemos que ninguém precisa marcá-lo porque “esse a natureza marca”. Ao que parece, a oposição não terá tanto trabalho para marcar os governistas do PSL. O partido reúne todas as condições para se estrepar sozinho. Uma conversa do grupo de WhatsApp “Bancada PSL 2019″, que reúne integrantes do partido, foi vazada para O Globo e mostra que o debate interno lembra muito mais um episódio da Escolinha do Professor Raimundo do que de uma sigla que elegeu o presidente e que representará uma das maiores bancadas da Câmara.

O inacreditável mundo dos Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – os núcleos de poder

Conforme já descrevemos em outros Xadrez, há quatro grupos iniciais de poder do futuro governo Bolsonaro.

1- A corte familiar, englobando os três filhos, mais os ministros ideológicos.

2- A núcleo militar, ocupando a infraestrutura e monitorando as ações de Bolsonaro, corrigindo cada declaração estapafúrdia.

3- Paulo Guedes e seus chicagos boys.

4- Correndo por fora, Sérgio Moro tentando fincar uma torre fora do alcance de Bolsonaro.


O Caixa Eletrônico do Bolsonaro

Por Jeferson Miola, em seu blog:       

Além de Posto Ipiranga, Bolsonaro tem seu Caixa Eletrônico privativo, uma espécie de saque fácil.

Bolsonaro já tinha apresentado ao país seu Posto Ipiranga, o ultraliberal Paulo Guedes, que promete liquidar o patrimônio público e as riquezas brasileiras; escancarar as portas do Brasil para empresas estrangeiras, em prejuízo da produção nacional; abandonar o mercado estratégico do Mercosul; restaurar o trabalho escravo e desregulamentado; privatizar a educação e monetizar o SUS; destruir a previdência social a la Chile – exemplo de reforma do sistema de aposentadorias e pensões que legou ao país andino a macabra condição de país com o mais assombroso índice de suicídios de idosos do mundo.

O que nos aguarda no governo Bolsonaro

Por Roberto Amaral, em seu blog:

É de bom conselho não tomar a realidade pela sua aparência, nem confundir os movimentos tectônicos com as marolas que se quebram na praia. Se o pessimismo pode levar ao niilismo inconsequente e irresponsável, o otimismo panglossiano é o caminho mais curto para o suicídio político. Tampouco recomenda-se menosprezar a ameaça do adversário no intuito de torná-la menos perigosa, porque a expectativa do melhor não é um determinismo histórico, porque não há vitórias políticas preestabelecidas (nem necessariamente duradouras), e porque o pior é sempre possível.

Acuado pelo Coaf, Bolsonaro ataca o PT

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

É o truque mais velho do livro, mas a validade venceu.

Em discurso por vídeo no encerramento da Cúpula Conservadora das Américas, em Foz do Iguaçu, auto proclamada resposta da direita ao Foro de São Paulo, Jair Bolsonaro insistiu na retórica da campanha.

Sem uma resposta decente para o caso do ex-assessor de seu filho Flávio citado no Coaf, escândalo que respingou em toda a família e em sua papagaiada anti corrupção, ele voltou suas baterias para o velho espantalho petista.

“Ou mudamos agora o Brasil, ou o PT volta, com muita mais força do que tinha”, falou.

O "monstro" francês que ameaça Macron

Do site Vermelho:

O movimento chamado coletes amarelos, que começa a se expandir para além das fronteiras francesas, fez o presidente francês ceder, mas não dá sinais de arrefecimento. Depois do quarto sábado consecutivo de protestos, cresce a revolta com Emmanuel Macron. Segundo o jornal português Público, ele, que pretendia ser um presidente "jupiteriano" - numa referência a Júpiter, o rei dos deuses na mitologia romana, alguém que estaria acima das politiquices (uma rejeição aos partidos tradicionais que o impulsionou para a vitória e para uma maioria absoluta na Assembleia Nacional) e que empreenderia reformas ambiciosas, sem ceder à pressão das ruas - desceu à terra.