domingo, 17 de fevereiro de 2019

Bebianno se tornou refém de Sergio Moro

Por Renato Rovai, em seu blog:

O laranjal está tão adensado que cada dia fica mais difícil entender o que acontece no PSL. Não porque existe complexidade nas relações entre os diferentes atores que dominam a sigla usada para completar o golpe iniciado com o impeachment de Dilma. Mas porque cada dia aparecem mais peças num quebra-cabeça que vai se tornando ao mesmo tempo vergonhoso e, por que não, também um tanto divertido.

Quem é o "perigoso" Gustavo Bebianno?

Por Thais Reis Oliveira, na revista CartaCapital:

Gustavo Bebianno está perto demais de perder a chefia da Secretaria-Geral da Presidência da República. Depois de uma reunião a portas fechadas com Bebianno e Mourão, na noite desta sexta 15, o presidente preferiu dispensá-lo. A exoneração deve ser publicada na segunda-feira.

Embora tenham havido alguns recuos em nomeações, Bebianno será a primeira baixa ministerial do governo. O rompimento também é o primeiro dentro do núcleo mais próximo a Bolsonaro, e pode provocar uma reação em cadeia: o aliado guarda várias informações das quais Bolsonaro certamente não quer ser lembrado.

Rogério Marinho, o carrasco da Previdência

Por Rafael Duarte, no site Saiba Mais:

Responsável pelo texto-base da reforma da Previdência que será enviado ao Congresso Nacional após a análise final do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o ex-deputado federal do Rio Grande do Norte e atual secretário especial de Previdência e Trabalho Rogério Marinho (PSDB) é investigado em quatro inquéritos e ainda espera pela decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a quinta denúncia já apresentada pelo Ministério Público.

As investigações contra o potiguar vão de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem tributária e falsidade ideológica.

Mourão, um novo animal na floresta

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Há um novo animal na selva política do Planalto Central. É um espécime diferenciado. Trata-se de um predador, instalado no topo da cadeia alimentar do universo regressista abancado em Brasília. Enquanto a maioria da fauna bolsonarista se engalfinha, demarcando seu território com urina, em meio a guinchos, berros e zurros, este forasteiro no matagal político pragmaticamente amplia seu espaço, passo a passo. É o general Antônio Hamilton Martins Mourão.

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Maju Coutinho e o racismo na televisão

Por Altamiro Borges

A estreia neste sábado (16) da jornalista Maju Coutinho como apresentadora do “Jornal Nacional”, o telejornal de maior audiência da tevê brasileira, teve forte impacto nas redes sociais. A maioria dos internautas parabenizou a profissional e a TV Globo. Já alguns fascistas, que saíram do esgoto com a onda conservadora que resultou na eleição de Jair Bolsonaro, destilaram seu ódio e preconceito. Como registrou a própria Maju Coutinho, em entrevista a Mauricio Stycer, do UOL, a repercussão da sua estreia do JN “é simbólica”, mas evidencia que o racismo ainda é uma realidade repugnante no Brasil.

Argentina afunda e Macri abraça Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Sem maior repercussão na mídia colonizada, que só realça a ofensiva imperialista contra a Venezuela, nesta quarta-feira (13) a vizinha Argentina parou. Convocado pelas centrais sindicais e movimentos sociais, o protesto nacional contra o desemprego e a inflação paralisou Buenos Aires e outras 50 cidades do país, com bloqueios de ruas e inúmeras marchas e atos públicos. Segundo a imprensa argentina, que é amplamente favorável ao presidente-rentista Mauricio Macri, as manifestações superaram as expectativas e indicam novos enfrentamentos para breve. Nas próximas semanas, importantes categorias de trabalhadores iniciam suas negociações coletivas. Apesar da inflação ter batido em 47,6% no ano passado, os patrões já anunciaram que não farão a correção salarial e nem concederão aumento real. As centrais sindicais já prometem uma poderosa greve geral.

Bebianno ameaça Bolsonaro: "Brasil vai tremer"

Por Altamiro Borges

Até para o bolsominion mais tapado a situação do "presidente-capetão" Jair Bolsonaro está cheirando muito mal – e olha que o "mito" já retirou a bolsa de colostomia. A crise envolvendo um dos chefões da sua campanha eleitoral, Gustavo Bebianno, ex-presidente do PSL (Partido Só de Laranjas), parece não ter fim. A imprensa especula que o atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência será exonerado na segunda-feira, mas parece que ele decidiu ligar o ventilador no esgoto. Segundo matéria postada no site da Veja na tarde deste sábado (16), "uma fonte disse que 'se isso (a demissão) acontecer na segunda, o Brasil vai tremer’. Além de ter sido presidente do PSL e um dos seus maiores conselheiros durante as eleições, o ministro era um frequentador assíduo da casa do presidente".

Âncora da Globo pede demissão ao vivo

Por Altamiro Borges

A crise do modelo de negócios da mídia monopolista  decorrente da explosão da internet, da perda de credibilidade de seus veículos, da incompetência dos gestores familiares e da crise econômica que a própria imprensa tenta esconder, entre outros fatores  segue vitimando seus profissionais. A onda de demissões, precarização do trabalho e arrocho salarial não atinge apenas os trabalhadores dos jornalões e revistonas. Ela também produz duros golpes nas emissoras de rádio e tevê. Nos últimos dias, ela atingiu com força uma importante afiliada da Rede Globo, a TV Verdes Mares, do Ceará. A crise só se tornou pública porque um dos seus jornalistas, o apresentador Kaio Cézar, pediu demissão ao vivo durante o encerramento do Globo Esporte neste sábado (16).

Que tal uma delação premiada do Bebianno?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Nas redes sociais, já se pergunta se Sérgio Moro vai oferecer uma “delação premiada” a Gustavo Bebianno para denunciar a organização criminosa que se formou para a tomada do poder no Brasil.

Afinal de contas, foi notória a ameaça de revelar a face oculta da campanha que guindou Bolsonaro ao Planalto.

Como cansou de escrever Moro, em “cognição sumária” há indícios suficientes para iniciar uma apuração dos fatos.

E, mesmo “sem ato de ofício”, está claro que Jair Bolsonaro era o chefe e, portanto, aquele que garantiria as transações espúrias feitas por seus auxiliares.

Davi Alcolumbre é fruto da velha política

Por Amanda Audi, no site The Intercept-Brasil:

Davi Alcolumbre não dormia havia duas noites quando deixou o apartamento funcional localizado em área nobre de Brasília na manhã de 1º de fevereiro, uma sexta-feira. Passara as horas anteriores em conversas com 20 senadores, um périplo que só terminara às 5h da manhã. Mesmo assim, saiu cedo de casa, levando, no carro oficial, o colega Randolfe Rodrigues, da Rede, também eleito pelo Amapá.

Minutos depois, no Senado, os dois se dirigiram ao gabinete do tucano Tasso Jereissati, que havia se transformado em um bunker contra Renan Calheiros, do MDB alagoano. Apesar de ser visto com ressalvas até pelo próprio partido, que preferia centrar esforços na eleição de Rodrigo Maia na Câmara, Alcolumbre estava confiante. Fora treinado para enfrentar o que sabia que viria pela frente.

Bolsonaro cria Lava-Jato da Educação

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Não é preciso ser nenhum gênio da análise política para entender que essa iniciativa de Bolsonaro e Sergio Moro visa cumprir dois objetivos estratégicos:

1) produzir factoides político-midiáticos contra as gestões petistas, talvez visando atingir o ex-ministro de Educação de Lula, Fernando Haddad, um dos nomes mais importantes da oposição e desde já potencial competidor em 2022;

Precisamos democratizar a mídia

Foto: Lucas Martins / Jornalistas Livres
Por Lucas Martins, no site Jornalistas Livres:

Se você mora na cidade de São Paulo e, ontem, por volta das 17h ou 18h, circulou pelas regiões atendidas pela avenida 23 de Maio, você com certeza enfrentou um trânsito fora do comum, mesmo para os padrões congestionadíssimos da grande Metrópole. Muito provavelmente, você não sabe por que ficou parado um tempão a mais no trânsito. Já abrimos o spoiler: o que congestionou mais ainda a cidade foi a greve dos servidores municipais. “Como?” Olha aí… você nem sabia que os servidores estavam em greve.

Previdência: os porquês da nova guerra

Por Eduardo Fagnani, no site Outras Palavras:

A Previdência é um dos pilares da cidadania social brasileira. Entre 2001 e 2012, o total de benefícios diretos do segmento urbano cresceu 48% (passando de 11,6 milhões para 17,2 milhões de beneficiários), enquanto na Previdência Rural o acréscimo foi de 38% (de 6,3 milhões para 8,7 milhões). Segundo a PNAD (Pesquisa por Amostra de Domicílio) de 2001, do IBGE, para cada beneficiário direto há 2,5 indiretos (membros da família). Em 2012, a Previdência Social beneficiou, direta e indiretamente, mais de 90 milhões de brasileiros.

Bolsonaro e a "classe média" no poder

Por Ivana Bentes, no site Mídia Ninja:

Bem na sua cara! A Classe Média no poder! Interrompendo minhas férias para comentar essa foto sensacional a partir das observações do Ricardo Sardenberg. Isso é que é choque cultural! O que temos aqui? Uma foto típica dos grupos no poder, o Presidente da República ladeado por aliados na Biblioteca do Palácio da Alvorada. E no centro da foto, entronizado, o Presidente de chinelo Rider, calça de moletom, camiseta e um paletó improvisado e mal ajambrado jogado por cima de tudo. Bolsonaro está “em casa” de chinelo recebendo as visitas.

Lava-Jato da Educação e o estado policial

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O anúncio da Lava Jato na Educação é a inauguração oficial do estado policial no país. Não há fato definido, não há crime relatado. A própria denominação é o indício mais evidente de que haverá uma movimentação política na área.

A estratégia é óbvia.

Nos anos de governo PT, os dois setores mais beneficiados foram as empreiteiras, devido à volta das grandes obras, e a educação, devido às políticas implementadas, desde a expansão das universidades federais ao estímulo ao setor privado através do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil).

As diferenças entre Lula e Bolsonaro

Foto: Francisco Proner
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Me lembro até hoje do susto que levei logo cedo ser chamado às pressas para ir ao gabinete do presidente Lula.

Ao lado dele estavam o vice presidente José Alencar e o ministro da Defesa, José Viegas, ambos com ar grave, em silêncio.

Eu era na época o secretário de Imprensa e Divulgação do primeiro governo Lula, encarregado de dar as boas e más notícias ao país.

Sem maiores explicações, o presidente me deu a ordem:

As incessantes fábricas de ódio e mentira

Por Boaventura de Sousa Santos, no site Carta Maior:

Quando o respeitado Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, renunciou ao cargo em 2018, a opinião pública mundial foi manipulada para não dar atenção ao facto e muito menos avaliar o seu verdadeiro significado. A sua nomeação para o cargo em 2014 fora um marco nas relações internacionais. Era o primeiro asiático, árabe e muçulmano a ocupar o cargo e desempenhou-o de maneira brilhante até ao momento em que decidiu bater com a porta por não querer ceder às pressões que desfiguravam o seu cargo, desviando-o da sua missão de defender as vítimas de violações de direitos humanos para o tornar cúmplice de tais violações por parte de Estados com importância no sistema mundial.

O desastre econômico do Brasil de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

Um país à deriva. Essa é a impressão que passa a equipe econômica do governo do presidente da República, Jair Bolsonaro, liderada pelo ministro Paulo Guedes, com seu programa embalado pela “reforma” da Previdência Social como samba de uma nota só. O governo e a mídia querem fazer crer que tudo se resolverá quando o sistema de aposentadoria for reduzido a quase nada ou, dito de outra forma, o país não terá salvação enquanto os trabalhadores não perderem essa conquista.

Uma ditadura em uma democracia

Por Raphael Silva Fagundes e Wendel Barbosa, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

A censura se funda como um desdobramento repressivo dos governos, impelidos pela necessidade de manter o controle social sobre a informação. Nos anos de 1960, no Brasil, houve um processo de institucionalização dessa prática, na medida em que foram criadas leis que a regulasse. Naquela época, esse mecanismo repressivo foi consolidado na noite do dia 13 de dezembro de 1968. Na ocasião, o então Ministro da Justiça, Gama e Silva, e o locutor Alberto Cury, ocuparam cadeia nacional de rádio e TV para ler os doze artigos do Ato Institucional nº 5 (AI-5) e o Ato Complementar nº 38 que previa o fechamento do Congresso sem prazo determinado, em uma tentativa de impedir que os ideais superiores da “Revolução” fossem frustrados, num pronunciamento onde a palavra “democracia” foi pronunciada dezenove vezes.