quinta-feira, 30 de maio de 2019

Os donos da mídia eleitos em 2018

Da Rede Brasil Atual:

Em 10 estados brasileiros, pelo menos 34 políticos que se candidataram nas eleições de 2018 possuíam concessões de rádio ou televisão em cidades com mais de 100 mil habitantes. Estratégias como as de donos de emissoras de radiodifusão que se beneficiaram eleitoralmente das concessões públicas são apenas alguns dos dados do Relatório Direito à Comunicação no Brasil de 2018, divulgado nesta terça-feira (28) pelo coletivo Intervozes, indicando que, do total de candidaturas de donos de veículos de comunicação analisadas, 28 conseguiram a eleição.

Modernização neoliberal e trabalho forçado

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

Há décadas várias organizações internacionais divulgam recordes seguidos de aumento da desigualdade que, provavelmente por ter assumido características de um problema crônico, suscita perguntas a respeito de eventuais efeitos acumulados das diferenças cada vez mais extremadas entre ricos e pobres. Sabe-se que o abismo atual de renda e de condições de vida e trabalho tem a mesma profundidade daquele existente no fim do século XIX, mostram as estatísticas analisadas em numerosos estudos econômicos, mas o que terá acontecido com as sociedades submetidas ao efeito combinado de concentração de renda, precarização do trabalho, globalização e intensificação do movimento migratório?

Bolsonaro aparelha Ministério da Educação

Por André Cintra, no site da Fundação Maurício Grabois:

A presidenta da União da Juventude Socialista (UJS), Carina Vitral, afirmou que Jair Bolsonaro (PSL) usa o Ministério da Educação (MEC) como eixo da disputa ideológica travada pelo governo federal. As críticas de Carina ao presidente foram feitas nesta terça-feira (28), durante sua participação no 5º Salão do Livro Político, na PUC-SP. Ela foi uma das debatedoras da mesa “Educação ou Barbárie: A Volta da Idade Média?”.

PIB afunda puxado pela queda da indústria

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Neste dia 30 de maio, os jornais brasileiros estamparam em suas manchetes a contração do PIB do primeiro trimestre, sob o comando de Paulo Guedes. Na série com ajuste sazonal calculada pelo IBGE houve um recuo de 0,2% em relação ao último trimestre de 2018.

Mas os dados mais dramáticos, escondidos das manchetes, foram as quedas acentuadas da produção industrial (-0,7%) e, pelo lado da demanda, dos investimentos (-1,7%). O país segue perdendo densidade industrial, voltando a patamares da década de 1920, enquanto os investimentos se mantêm em um nível não apenas baixo (15,5% do PIB) mas também insuficiente para alavancar ganhos de produtividade, sem os quais não sairemos do buraco.

O capitão em seu labirinto

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Assistimos domingo último a um estranho ‘protesto a favor’ de um governo e de suas políticas impopulares, das quais a desmontagem da previdência pública – saudada na Av. Paulista – é apenas um indicador perverso. Quando este texto chegar aos seus leitores o IBGE já terá confirmado, com a queda do PIB, que o Brasil de Guedes e Bolsonaro está prestes a concluir sua caminhada suicida para a depressão econômica – com tudo o que ela traz consigo, a começar pelo agravamento do desemprego, tanto mais grave quanto o ultra-liberalismo investe na desmontagem dos mecanismos de proteção social, na precarização das relações de trabalho e no aprofundamento das desigualdades sociais.

PIB cai 0,2%. É ruim, mas vai ficar pior

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Você pensa que a queda de o,2% apurada pelo IBGE no primeiro trimestre do ano é a pior noticia sobre a situação de nossa economia?

Espere, porque amanhã vai ser pior.

Uma hora antes do IBGE divulgar a retração do PIB, a Fundação Getúlio Vargas revelou resultado de um levantamento feito em 1887 empresas do setor de serviços, entre os dias 02 e 24 deste mês, sobre seu desempenho e expectativas para os próximos meses. O resultado:

“O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 3,1 pontos em maio, para 89,0 pontos, voltando ao nível de maio de 2018 (89,0 pontos). No acumulando dos últimos quatro meses houve perda de 9,2 pontos, devolvendo a alta de 9,3 pontos entre outubro e janeiro”.

Ou seja, toda a “marola” de expectativas levantada com a eleição e Bolsonaro já refluiu.

Ontem, a FGV mostrou pesquisa idêntica entre as indústrias e deu ao seu release um título que dispensa maiores explicações: "Empresariado pessimista e expectativas piorando em maio“.

O alvo negro do neofascismo

Por Sandra Russo, no site Carta Maior:

Em 14 de março de 2018, quatro balas na cabeça terminaram com a vida de Marielle Franco, no Rio de Janeiro. Seu acompanhante, o motorista Anderson Gomes, também morreu. Ambos saíam de uma reunião política (ela pertencia ao partido PSOL), quando um carro que os perseguia começou a disparar. Quatro atingiram a cabeça de Marielle, onde ela tinha guardadas suas ideias e sonhos, seus projetos para o seu povo, o mais fraco entre os mais fracos.

Economia: a opção pelo “corte eterno”

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

No apagar das luzes de 2016, a equipe de Michel Temer achava que estava com a bola toda. O vice-presidente havia conseguido afastar, de forma definitiva, Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, graças à articulação e à aprovação de um golpeachment sem nenhum embasamento jurídico consistente. Passados pouco mais de três meses após a votação do afastamento pelo Senado Federal, o comando da economia estava em mãos de Henrique Meirelles e o financismo havia articulado com os grandes meios de comunicação a sedimentação de uma narrativa tão triunfante quanto falaciosa. Afinal, o Brasil ingressava na fase da bonança: não havia dúvidas de que tudo se acertaria dali em diante. Mas para tanto, as elites exigiam novamente o sacrifício da maioria.

Nacionalismo de Bolsonaro é uma farsa

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“Para a elite brasileira, Bolsonaro é um capitãozinho brega. Eles estão usando o Bolsonaro para acabar com o direito do trabalhador e com a condição de país soberano. Se Bolsonaro não consegue entregar a encomenda feita na campanha, eles derrubam o Bolsonaro. Uma boa parte dos empresários já desembarcou do Bolsonaro”.
Essa é a avaliação do ex-senador Roberto Requião em entrevista ao Tutaméia (acompanhe no vídeo). Para ele, o discurso nacionalista de Bolsonaro “é uma farsa”. Ao contrário, o presidente é um entreguista que segue os interesses dos EUA.

Um ano sem Audálio Dantas

Por Antonio Barbosa Filho

Há exatamente um ano atrás, os jornalistas brasileiros perderam um de seus mais emblemáticos representantes - falecia, aos 88 anos de idade, o repórter, escritor, sindicalista e militante político Audálio Ferreira Dantas. Com ele foi-se um pedaço importante da história das lutas democráticas contra a ditadura anterior, aquela de 64-85, e da própria memória do Jornalismo nacional.

Dizem que ninguém é insubstituível, mas a ausência de Audálio pode demorar um pouco a ser preenchida. Temos brilhantes jornalistas, temos grandes militantes nas novas mídias, temos exemplos de ética profissional. Poucos, entretanto, somarão essas características de maneira tão marcante quanto podemos encontrar em Audálio. Infelizmente, o Jornalismo vive momentos de abastardamento que, num futuro em breve, envergonhará boa parte da categoria profissional.
 

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Por que caminhar em defesa da universidade?

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

O ano letivo de 2018 ainda não havia concluído o seu papel inclusivo quando, desavisada e surpreendentemente, uma deputada estadual catarinense recém-eleita vociferava que o alunato deveria fiscalizar, denunciar e gravar o conteúdo das aulas dos professores. Era a senha do que seria a “nova política” do “novo” governo eleito que acredita na força do canhão vencendo os livros da educação. Foi o que se revelou nos refrões governamentais seguintes, especialmente quando o próprio presidente e o já exonerado primeiro ministro da área começaram a caminhar e a cantar as rimas dessa “nova lição”.

Radiografia dos massacres no Amazonas

Editorial do site Vermelho:

Ninguém de bom senso nega que a criminalidade atingiu proporções inaceitáveis no Brasil. Não se pode ignorar, também, que essa situação exige pulso firme e medidas urgentes. E isso passa pelo Estado de Direito, com instituições capazes de impor a sua presença e coibir a marginalidade. A violação do arcabouço da legalidade abre caminho para a aceitação de regras que florescem no submundo da sociedade. E há várias formas de se fazer isso, inclusive em nome de uma suposta legalidade para combater o crime.

Bolsonaro quer pacto para submeter poderes

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A notícia de que Jair Bolsonaro pretende convencer o Congresso e o Supremo a formalizar um pacto político já indica, em si, a profundidade da crise em que seu governo se encontra, antes de terminar o quinto mês no Planalto.

A pauta do pretendido acordo é uma aberração pela forma e pelo conteúdo.

Não por acaso a divisão entre poderes ("harmônicos e independentes entre si") é um dos princípios fundamentais da Carta de 1988 e de todo regime democrático digno deste nome.

Sobram democratas, falta democracia

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

O Brasil vive uma situação insólita: possui excesso de democratas mas convive com muito pouca democracia. Democratas saíram às ruas no domingo 26 para, muitos deles, pedirem o fim da democracia com o fechamento do Congresso e do Supremo. Democraticamente.

É preciso admitir, porém, que nem o parlamento nem o judiciário são, por assim dizer, entusiastas da democracia. Ambos assinaram embaixo dos golpes de estado de 1964 e de 2016. Mais delicada ainda a situação do STF. Embora entre suas atribuições conste o papel de “Guardião da Constituição”, num momento e noutro, achou por bem cuidar mais de suas lagostas do que da Carta Magna. Assim, em Pindorama, o amor dos democratas por sua condição convive sem sobressaltos com sua ojeriza à democracia.

Neoliberalismo, neofascismo e burguesia

Por Luiz Filgueiras e Graça Druck, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O objetivo deste texto é discutir a conjuntura imediata que, nas últimas semanas, tem se acelerado de forma impressionante. Para isso, se faz necessário tentar identificar e estabelecer o nexo, as relações existentes, entre neoliberalismo, neofascismo e burguesia no Brasil; tal como se evidenciou a partir do movimento social de massa que desembocou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Dessa forma, espera-se conseguir contextualizar a conjuntura para além de sua aparência imediata, reconstituindo-se a disputa dos interesses de classe, e frações de classe, que estão subjacentes. Acredita-se que essa contextualização permitirá identificar e compreender melhor as possíveis ações das distintas classes, frações de classe e sujeitos em disputa; permitindo especular acerca do futuro do Governo Bolsonaro.


Um pacto para destruir o Brasil

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

No último domingo (26), as hordas fascistas bolsonarianas, sob o comando do seu líder, declararam guerra aos poderes Legislativo e Judiciário. “Fechar o STF e o Congresso Nacional” foram palavras de ordem e ameaças com que a militância de extrema-direita arremeteu contra a democracia e o Estado de direito.

A empresa não é fácil e o resultado é duvidoso, mas num quadro em que a luta política é aberta e sem quartel, as forças que têm sentido estratégico e objetivos finais desvelam a sua identidade, mesmo quando determinados objetivos são de imediato inexequíveis.

A insana e insólita destruição do Brasil

Por José Eduardo Bicudo, no Diário do Centro do Mundo:

Muito já foi dito sobre o processo de desconstrução do Brasil, desde o golpe branco de 2016 até o presente momento. Certamente o que escrevo não é novidade para ninguém.

O que ocorre, e não posso me conformar com isso, é que a destruição vem sendo feita de maneira insana e insólita, às vezes de modo silencioso e nefasto. Até agora, porém, sem os tanques nas ruas, sob o comando de um terrorista amplamente conhecido desde os tempos da ditadura militar e eleito presidente pelos “bolsocrentes”, conforme qualificação muito bem posta por Eliane Brum em seu artigo recente no El País. Dentre esses bolsocrentes há uma parcela ponderável da classe média, inclusive uma parte que se considera intelectualizada. Alguns destes são também fiéis seguidores do “deus mercado”, mas que desconhecem ou preferem desconhecer a história recente do país. É curioso, no entanto, ouvir com frequência desses bolsocrentes intelectualizados que eles depositavam esperanças em um “novo governo”, que as coisas poderiam ser diferentes.

O day after da farra dos bolsominions

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Cessada a farra de domingo, recolhidas as faixas e bandeiras e guardadas as camisetas amarelas da CBF, voltamos à vida real.

Como as manifestações a favor do governo não geraram nenhum emprego, a segunda-feira de ressaca começa com novos números negativos na economia.

Segundo o Boletim Focus do Banco Central, a previsão de crescimento do PIB para este ano caiu pela 13ª vez e está em 1,23%, um colosso produzido pelos frentistas do Posto Ipiranga. A China que se cuide…

Estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) revela que estão novamente fechando mais lojas do que sendo abertas no país.

Atos pró-Bolsonaro mudos sobre Flávio

O Papa Francisco é de esquerda