domingo, 26 de abril de 2020

Bolsonaro recoloca Moro no centro da política

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Ao longo de seus 16 meses, Sérgio Moro foi o Ministro da Justiça mais subserviente da história moderna do país.

Atendeu Bolsonaro várias vezes, abrindo inquéritos contra críticos baseado na Lei de Segurança Nacional.

Invocando a mesma LSN, colocou a Polícia Federal em cima de um caseiro para obrigá-lo a mudar seu depoimento. Não incluiu o miliciano Adriano da Nóbrega – procurado pela polícia de dois estados – na lista dos maiores criminosos brasileiros.

Mais do que isso, suportou toda espécie de humilhações quando Bolsonaro estava no auge. Ontem mesmo – segundo ele próprio admitiu – estaria disposto a aceitar a demissão de Marcelo Valeixo, se pudesse opinar sobre seu substituto.

Moro liquida Jair Messias

Por Eric Nepomuceno

Sergio Moro mostrou ao país um Sergio Moro em estado puro.

Agindo exatamente como agiu quando era juiz de primeira instância, despediu-se do cargo conquistado como prêmio por ter impedido Lula da Silva de ser eleito em 2018 manipulando e distorcendo a verdade.

A cachoeira de autoelogios que despejou sobre a própria cabeça carece de verdade.

De tudo que ele disse sobre sua atuação, talvez uns trinta por cento sejam reais.

O resto apenas reforça o seu lado pulha.

Seja como for, o fato é que com o que se ouviu de Moro não resta dúvida de que Jair Messias está liquidado.

Rachadinha do 01 bancou prédios da milícia

Por Sérgio Ramalho, no site The Intercept-Brasil:

Flávio Bolsonaro financiou e lucrou com a construção ilegal de prédios erguidos pela milícia usando dinheiro público. É o que mostram documentos sigilosos e dados levantados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro aos quais o Intercept teve acesso. A investigação preocupa a família Bolsonaro – os advogados do senador já pediram por nove vezes que o procedimento seja suspenso.

O investimento para as edificações levantadas por três construtoras foi feito com dinheiro de “rachadinha”, coletado no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, como afirmam promotores e investigadores sob a condição de anonimato. O andamento das investigações que fecham o cerco contra o filho de Jair Bolsonaro é um dos motivos para que o presidente tenha pressionado o ex-ministro Sergio Moro pela troca do comando da Polícia Federal no Rio, que também investiga o caso, e em Brasília.

Moro queria tornar PF um anexo da Lava-Jato

Por Gilberto Maringoni

Tudo bem, há que se combater Bolsonaro. É a questão central.

Mas que história é essa de autonomia para a Polícia Federal?

Moro não queria autonomia alguma. Seu objetivo era tornar a PF um anexo da Lava Jato. Em termos gerais, é errado qualquer órgão de Estado ter “autonomia”.

O que significa, por exemplo, “autonomia” do Banco Central? Significa que a política monetária não se subordinará ao poder democraticamente eleito, mas ao mercado financeiro. Significa entregar o BC aos banqueiros. Objetivamente, privatizá-lo.

Vale o mesmo para a “autonomia” do Ministério Público e de outros órgãos estatais.

Em uma sociedade de classes, na qual a classe dominante exerce sua hegemonia, “autonomias” desse tipo são pura hipocrisia. Cortinas de fumaça para lá de interessadas.

Quem sai a Bolsonaro, já sai degenerado

Por Fernando Brito, em seu blog:

A Folha dá manchete para o que seria a identificação, pela Polícia Federal, de que é Carlos Bolsonaro o coordenador da rede de fake news.

Não é uma notícia, propriamente, mas a confirmação de algo já sabido por todos.

E faz tempo.

Jair Bolsonaro fez da política uma empresa familiar.

Não bastou a ele transformar em parlamentares os filhos, todos carregando o brasão familiar da “arminha” fascistóide.

Mas isso, que era sabido, foi deixado de lado até que, agora, passou a ser a melhor arma – não uma arminha – contra ele.

sábado, 25 de abril de 2020

As mulheres e o Brasil pós-coronavírus

Bolsonaro admite chantagem de Moro

Bolsonaro libera armas e munições

Os crimes de responsabilidade de Bolsonaro

A morte silenciosa no Amazonas

Moro pulou do barco que afunda

O fator militar no Brasil pós-pandemia

O coronavírus e o orçamento de guerra

Moro e as provas para o impeachment

A queda de Moro e a força das milícias

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Só vão sobrar os milicos no laranjal?

Por Altamiro Borges

Em meio aos enterros do coronavírus, Jair Bolsonaro também cava sua sepultura. Na semana passada, ele chutou o popular Mandetta; agora, demitiu o diretor-geral da PF e forçou a queda do "herói"  Sergio Moro. Já há boatos de que o abutre Paulo Guedes também vai dançar. Só vão sobrar os milicos no laranjal?

Mas já há tensão nos quarteis. Ouvidos pelo jornal Estadão, "oficiais-generais avaliam que o governo de Jair Bolsonaro terá dificuldades de se levantar após a despedida de Sergio Moro... Eles se disseram 'perplexos' e 'chocados' com as declarações acusando o presidente de interferência na PF e fraude".

Ainda segundo o jornalão, "um dos militares disse que Bolsonaro virou, no mínimo, um 'zumbi' no Palácio do Planalto... 'Tudo tem limite', afirmou um dos generais à reportagem. Outro disse que o presidente cometeu 'suicídio' e não recupera mais seu capital político".

A queda de Moro, a pandemia e a mídia

Moro aposta em ser 'herói do impeachment'

Por Fernando Brito, em seu blog:

As declarações de Sergio Moro no anúncio de sua demissão são, de fato, mais que suficientes para a abertura de um processo por crime de responsabilidade.

Não apenas porque disse que Bolsonaro, como todos sabiam, queria trocar o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro e que “tinha preocupação com os inquéritos no STF”.

Mas porque Moro revelou que foi forjado um documento oficial, com o “a pedido” falso no pedido de exoneração do diretor da PF e a aposição de sua assinatura no ato de demissão.

Pior: foi explícito na afirmação de que Bolsonaro queria dirigentes da Polícia Federal que lhe passassem, até por telefone, “relatórios de inteligência”.

Comunismo tira o sono do ministro Araújo

Por Umberto Martins, no site da CTB:

O fantasma do comunismo, que parecia amuado e abatido desde a queda do Muro de Berlin, em 1989, complementada pela dissolução da União Soviética em 1991, reapareceu com força em meio a nuvens obscuras que esvoaçam sobre este Brasil desgovernado pelo Clã Bolsonaro. O pavoroso espectro não para de perturbar o sono do enigmático chefe do Itamaraty, Ernesto Araújo, personagem responsável pelas relações do país com a chamada comunidade internacional, fonte de piadas inacreditáveis e vexaminosas para a sofrida pátria.

As forças populares contra a pandemia