sexta-feira, 4 de junho de 2021

O passo largo do golpismo

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

Mais tarde será tarde, se já não for. Bolsonaro respondeu aos protestos populares, à CPI, ao panelaço e ao fracasso de seu governo com um passo vigoroso em seu projeto golpista. Subjugou o Exército, que não punindo o general Pazuello, assumiu-se como partido armado de Bolsonaro, e não como instituição de Estado. Mas não são apenas as Forças Armadas. O bolsonarismo está dominando as PMs, a PRF e a PF.

Às favas os escrúpulos

Por Lygia Jobim, no site Carta Maior:


A frase dita pelo Coronel Jarbas Passarinho, quando ministro do Trabalho e da Previdência Social, durante a reunião na qual se decidiu pela decretação do AI-5, em dezembro de 1968, pode ser colocada na boca do comandante do Exército, General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira: "Às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência."

Só que o General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ao deixar de punir a participação de Eduardo Pazuello em manifestação política-partidária, mandou às favas igualmente o princípio básico pelo qual, todo militar, deve obediência ao que determina, não só o regulamento disciplinar do Exército como o Estatuto dos Militares, abrindo espaço para que a indisciplina se instale dentro da força que comanda.

A resiliência de Jair M. Bolsonaro

Por João Feres Júnior, no site A terra é redonda:

Toda pessoa que acompanha o noticiário político brasileiro, a essa altura dos acontecimentos, já deve ter se perguntado qual seria a razão da popularidade de Bolsonaro apresentar tamanha resiliência, uma vez que os problemas que acometem sua gestão e seu comportamento seriam potencialmente muito danosos para qualquer político. Pesquisa após pesquisa, assistimos a uma flutuação razoavelmente tímida do índice de aprovação da gestão do presidente, que se manteve acima de 30% ao longo da série temporal, a despeito da crise do Coronavírus e sua administração desastrosa por parte do governo federal.

A última rodada da pesquisa “A cara da Democracia”, realizada entre 20 e 27 de abril, detecta uma queda significativa do índice de aprovação do Governo Bolsonaro: a proporção agregada de avaliações ótimo/bom foi de apenas 22%. Efeito semelhante foi observado pela pesquisa do Datafolha, divulgada em maio. O resultado completo da avaliação do governo na pesquisa A Cara da Democracia vai no gráfico abaixo:

Bolsonaro quer Exército para golpear o voto

Por Fernando Brito, em seu blog:


É bom que se tome a sério, pois vem do decano do antilulismo, Merval Pereira, a advertência de que Bolsonaro prepara e conta com o Exército para um golpe que reverta sua cada vez mais previsível derrota eleitoral:

Bolsonaro convenceu os militares, e o núcleo duro de seus seguidores, de que a volta do PT ao poder, que hoje as pesquisas de opinião detectam como provável, é um perigo comunista que tem que ser evitado. Por isso está criando um clima antecipadamente de possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas, para ter um pretexto para comandar um golpe caso seja derrotado por Lula.

Percebam: é o autor da afirmação o que a torna dramática e que, portanto, capaz de exigir que se pretenda, já e agora, a proclamação do que seria óbvio, o compromisso de respeito ao resultado das eleições.

Um estranho otimismo no ar!

Por Vanessa Grazziotin, no jornal Brasil de Fato:

Inegavelmente, os atos de último dia 29 de maio, realizados em todos os estados - e em mais de 200 cidades brasileiras - assim como a forte mobilização nas redes sociais, comprovam não só o sucesso da mobilização, mas a disposição de importantes parcelas da sociedade em levar adiante, e dar destaque cada vez maior à luta pelo "Fora Bolsonaro".

Como tenho ressaltado aqui na coluna, essa não se trata somente de uma palavra de ordem, mas de uma necessidade efetiva e objetiva do país. Essa é uma necessidade para salvar vidas, para garantir saúde, educação e as bases mínimas para que possamos sair desse buraco em que Bolsonaro nos empurra a cada dia.

Bolsonaro faz demagogia com a Copa América

Editorial do site Vermelho:

A realização da Copa América no Brasil se inscreve no rol das barbaridades do governo Bolsonaro como mais uma de suas ações irresponsáveis. O futebol brasileiro tem importância demais para ser submetido a interesses meramente politiqueiros, incensados por gigantescos esquemas econômicos. Consequentemente, a decisão de Bolsonaro resulta da soma de oportunismos que, no caso dele, atende tão-somente aos seus objetivos eleitoreiros.

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Panelaço abafa mentiras de Bolsonaro na TV

Por Altamiro Borges

O estridente panelaço em centenas de cidades abafou as mentiras obradas pelo "capetão" genocida em rede nacional de TV na noite desta quarta-feira (2). O presidente Jair Bolsonaro, o cínico negacionista que sempre foi contra as "vachinas" para enfrentar a "gripezinha" da Covid-19, deve ter ido para a cama em pânico, com sua arminha debaixo do travesseiro.

O farsante, que até agora se jacta de não ter tomado a vacina, garantiu que "todos os brasileiros que assim o desejarem serão vacinados" ainda neste ano. O picareta também mentiu sobre o sucesso da imunização no Brasil, um dos piores países do mundo nesse quesito – e o segundo em mortes decorrentes do novo coronavírus.

O cerco se fecha contra o desmatador Salles

Por Altamiro Borges

O cerco a Ricardo Salles, ministro da devastação ambiental de Bolsonaro, está se fechando. Na quarta-feira (2), a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito para investigar o envolvimento do suspeito ricaço na exportação ilegal de madeira da Amazônia.

Segundo denúncias do delegado Alexandre Saraiva, afastado por Jair Bolsonaro da superintendência da Polícia Federal no Amazonas, o ministro teria atrapalhado a apuração da maior apreensão de madeira do país. Ele e outros serviçais do seu ministério lucraram com essa ação junto à "máfia das madeireiras". Em sua decisão, Cármen Lúcia foi enfática:

As semelhanças entre Bolsonaro e Mussolini

A rebelião da PM e Bolsonaro na TV

Copa de Bolsonaro e a ameaça de apagão

Nomeação de Pazuello afronta poder civil

Por Jeferson Miola, em seu blog:


O general Paulo Sérgio de Oliveira, Comandante do Exército, além de até o momento ainda não ter punido Eduardo Pazuello pela participação ostensiva em atividade político-partidária flagrada ao vivo pela TV e mídias sociais [23/5], também autorizou a nomeação do general transgressor na Secretaria de Assuntos Estratégicos da presidência.

De acordo com o Decreto 8.798/2016, por delegação presidencial compete ao Comandante do Exército a “autorização de oficial para ser nomeado ou admitido para cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, inclusive da administração indireta”.

Dupla lição para os políticos

Reeleitura de Tarsila do Amaral por Cristiano Siqueira
Por João Guilherme Vargas Netto


Aqui no Brasil o bom senso das direções sindicais corrigiu, muitas vezes, o sectarismo, o voluntarismo e a passividade das direções partidárias de esquerda.

Isto ocorreu na história do Partidão (mesmo na clandestinidade) e aconteceu também na história do PT.

Atribuo isto à relação mais próxima e permanente da direção sindical com a base dos trabalhadores e os ativistas sindicais.

Nos partidos políticos os dirigentes e os candidatos aproximam-se do povo nos momentos eleitorais e dele se afastam passadas as eleições; ocupam-se de outras tarefas e, até mesmo o sucesso eleitoral os distancia dele.

Na vida sindical a eleição é apenas um dos acontecimentos e tem o mesmo peso de uma greve, de uma assembleia, de uma campanha salarial vitoriosa.

Só a pressão popular enterrará o bolsonarismo

Por Roberto Amaral, no seu blog:


Consideram-se justas e consequentes as linhas políticas, e as palavras de ordem delas decorrentes, na medida em que atendem ao dado momento do processo social; este, por definição, é um movimento, um fazer-se e refazer-se, como as ondas do mar, que nunca são as mesmas. Não há, pois, coerência tática quando mantemos vigentes palavras de ordem, que, embora originalmente corretas, se apresentam num determinado momento como inadequadas em face do quadro de realidade mutante. Por consequência, não deve ser vista como contraditória ou incoerente, por si, a mudança de linha cuja correção atende a exigência de uma nova realidade política. Contrariamente, não mudar, em tal caso, equivaleria a confundir a forma com o conteúdo, a aparência com o real, ter o hábito pelo monge. A coerência que a História reclama não é de ordem formal, estática, posto que diz respeito à fidelidade de objetivos (e eficiência de meios), a interdependência entre princípios e fins. Em síntese: se muda a conjuntura, necessariamente há de mudar o caráter e o modus da intervenção do sujeito social.

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