quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A Sheherazade da TV da Hungria



Por Altamiro Borges

A jornalista Rachel Sheherazade, que já exibiu seus preconceitos odiosos e sua visão fascistoide nos telejornais do SBT e na rádio "Ku Klux Pan", deve ter ficado com inveja da cinegrafista Petra Lazlo, da emissora N1TV da Hungria. Expressão da intolerância e do ódio contra os imigrantes, ela chutou crianças e adultos sérvios que tentavam atravessar a fronteira do país. A imagem teve forte impacto nas redes sociais, que dias antes já tinham expressado sua indignação mundial com a morte de Aylan Kurdi, uma criancinha síria de três anos, nas águas do Mediterrâneo.

Segundo a emissora britânica BBC, a atitude não foi meramente intempestiva. Foi um gesto de ódio pensado. Numa das cenas, Petra Lazlo aparece chutando crianças; e outra, ela dá uma rasteira num homem que carregava uma criança no colo e tentava escapar da polícia. "Ainda ontem (8) veio à tona que a cinegrafista tem ligações com o partido de extrema-direita Jobbik, fundado em 2003 e que hoje é a terceira maior legenda no Parlamento Húngaro", revela a BBC. Horas depois da cena revoltante, a jovem fascista foi demitida da emissora e ainda pode ser condenada a até cinco anos de prisão.

Ainda segundo a BBC, a postura intolerante não é exclusividade da cinegrafista e do seu partido. "O premiê húngaro, Viktor Orban, tem sido alvo de críticas pelo discurso inflamado contra a entrada de imigrantes estrangeiros e por ordenar a construção de uma cerca ao longo da fronteira com a Sérvia para tentar conter o fluxo de migrantes e refugiados que tentam atravessar a Hungria para chegar à Áustria e à Alemanha... Orban é líder do Fidesz, partido de tendência nacionalista e conservadora. Recentemente, ele criticou os planos da União Europeia de criar cotas de recebimento de refugiados e disse estar defendendo 'interesses cristãos contra o fluxo de muçulmanos chegando à Europa'".

Já uma reportagem da agência Ansa confirma que a emissora em que Petra Lazlo trabalhava costuma difundir preconceitos xenófobos e racistas na sociedade húngara. A N1TV "é considerada próxima ao partido de extrema-direita Jobbik, que é radicalmente contrário à imigração e defende ideias neonazistas". Devido à repercussão negativa do caso, a emissora demitiu a profissional para abafar a polêmica. "Consideramos inaceitável o ocorrido. A nossa relação de trabalho com a cinegrafista está encerrada. Da nossa parte, o caso está fechado", afirmou em comunicado oficial. 

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2 comentários:

Anônimo disse...

O mundo está doente. É preciso ver para acreditar que uma mulher possa ser tão maldosa a ponto de passar o pé num homem desesperado carregando uma criança. Tenho vontade de pedir pro bonde parar pra eu descer em outra civilização.

Mário Silva disse...

Os senhores das guerras e das armas esfregam as mãos de júbilo, pela oportunidade de grandes conflitos armados.