quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O dia em que o Senado virou Supremo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

É um exercício curioso acompanhar as justificativas dos votos dos Senadores que votaram pelo “não” no caso Aécio Neves. Isto é, por não dar autorização para o STF (Supremo Tribunal Federal) investigá-lo.

Alguns foram mais sinceros e alegaram que, se o próprio STF passou a batata quente para o Senado, agora o Senado devolveria a batata quente ao Supremo.

Muito se falou nas prerrogativas do Senado, nas suas atribuições de fazer as leis e, exagerando, de ser o verdadeiro guardião da Constituição, de ser compostos por pessoas eleitas pelo voto popular. Falou-se do risco da ditadura do Judiciário, dos diversos casos em que a Procuradoria Geral da República se precipitou, com as trapalhadas de Rodrigo Janot, e depois o próprio Supremo corrigiu.

Cultura inútil: Moralismo e moralistas

Por Mouzar Benedito, no Blog da Boitempo:

Estamos num tempo em que se fecham exposições “imorais”, se proíbe peças de teatro “ofensivas”… E os moralistas que promovem isso fecham os olhos para um governo imoral, veem seus líderes políticos cometendo imoralidades imensas (ferraram outros por muito menos) e ficam de bico calado, fazem parte dos 3% da população que aprovam um governo que acaba com direitos sociais, entregam o país à sanha negocista, promovem a entrega de reservas ambientais e indígenas aos sanguessugas do agronegócio…

E daí?

A ficha corrida de João Doria (em 22 itens)

Por Eduardo Hegenberg, no site Jornalistas Livres:

João Doria não esconde de ninguém que irá deixar no ano que vem o posto de garoto-propaganda da prefeitura (já que o cargo de prefeito jamais assumiu) para disputar a presidência da república. Ambição à qual devemos expressar o nosso mais sincero respeito. Afinal, é preciso admitir, João Doria atende com distinção os requisitos para a posição: seu currículo é de causar inveja aos mais gabaritados sanguessugas do Planalto. Um natural sucessor ao presidente Michel Temer, sem nada a dever em matéria de sobreposição do público com o privado, associação com os piores estratos da elite empresarial e arsenal infalível de manobras para abafar as ilegalidades.

Profecia de Jucá falha com Aécio Neves

Por Katia Guimarães, no blog Socialista Morena:

Um dos principais personagens do golpe que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff, o tucano Aécio Neves foi salvo nesta terça-feira, 17 de outubro, pelo plenário do Senado, que rejeitou, por 44 votos a 26, a determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) de afastar o parlamentar mineiro de seu mandato. A postura da Casa foi totalmente inversa à decisão tomada no caso do ex-senador Delcídio do Amaral, então no PT, que teve sua prisão mantida pela maioria absoluta dos senadores em 2015. É que tucano tem foro “diferenciado”.

Anticomunismo ainda cega os militares

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                 
Como não consegue ver um palmo além do nariz, a mídia monopolista interpretou como uma manifestação de revolta contra a corrupção generalizada o recente assanhamento golpista dos militares. Nada mais falso.

Ressalvadas todas as exceções - eu mesmo sou testemunha da retidão moral de um irmão militar e de meu falecido pai, veterano da FEB-, mas desde quando os militares têm autoridade para posar de paladinos da lisura no trato da coisa pública?

Sob o escudo protetor da censura, sabe-se que a corrupção correu solta durante a ditadura. Uma ínfima minoria de casos veio a público depois que a imprensa, mesmo amordaçada, furou o cerco e conseguiu denunciar escândalos como as tenebrosas transações (salve Chico Buarque de Holanda) reveladas pelos escândalos Coroa-Brastel e Delfim.

O Senado na terra do salve-se quem puder

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A sabedoria popular ensina que em casa onde falta pão todo mundo briga e ninguém tem razão. No Brasil de 2017, o desemprego em alta e o salário em baixa explicam a falta de pão à mesa de muitos brasileiros.

Mas não é a única carência essencial. Também falta o pão da política civilizada, que são princípios e valores democráticos.

Um ano e seis meses depois do golpe que afastou Dilma Rousseff, as sucessivas operações de guerra para construir uma ordem econômica e política em desacordo aberto da vontade da maioria da população transformaram a Constituição num farrapo sem valor real, que cada parte procura utilizar de acordo com a própria conveniência, o que pode variar de acordo com o momento e o personagem envolvido.

Os interesses da mídia monopolista


O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé preparou um ciclo de debates que marcam a Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, que vai até o próximo sábado (21). O encontro de abertura, na noite desta segunda-feira (16), tratou o tema Crise Política e o Papel da Mídia. Fizeram parte da mesa a ex-diretora executiva do jornal Folha de S.Paulo Eleonora Lucena, o autor do blog Escrevinhador, Rodrigo Vianna, e o editor do portal Vermelho, Inácio Carvalho.

Os mortos governarão os vivos?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

As decisões do Supremo e do Senado completaram o império, na classe média, de que “todos eles são iguais” em relação aos políticos.

A sobrevivência de Michel Temer e de Aécio Neves, ainda que na condição de zumbis, despertando o asco quase unânime da opinião pública, claro, representa a degradação da política.

Ao mesmo tempo, reduz a menos do que pó a legitimidade do Congresso que destituiu o governo eleito e enfia todo o golpismo num saco só, e de odor insuportável.

Destrói qualquer possibilidade de que, no conglomerado governo-PMDB-PSDB, surja uma candidatura viável para 2018, ao menos neste momento.

Aécio teve a vitória amarga dos canalhas

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A imagem definitiva da saga de Aécio Neves é a dele na janela de sua casa em Brasília, no Lago Sul, logo após o resultado da votação no Senado que o livrou do afastamento, olhando a movimentação na rua.

A foto, assinada por Natália Lambert, retrata o que restou do senador tucano: um pária, salvo por seus cúmplices, com medo da vida real.

Blindado pelos colegas, Aécio não poderá aparecer em público tão cedo. A antiga promessa da direita foi reduzida a um jagunço dedicado a salvar a própria pele, refém de si mesmo.

Faz sentido um trabalhador ser de direita?

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

A galera da pelada de segunda-feira aqui em São Paulo me “zoa”, como dizem os paulistanos, por ser de esquerda.

Eu normalmente respondo com uma pergunta: tu é trabalhador? Após a resposta positiva, eu aviso que a pessoa deveria, então, ser de esquerda.

O governo Temer, explicitamente de direita, comprova perfeitamente a validade da teoria de que se a pessoa pertence à classe trabalhadora, deveria ser de esquerda.

O fascismo vem aí?

Por Gustavo Noronha, no site Brasil Debate:

Quase todas as análises possíveis do tamanho do estrago do golpe em qualquer possível projeto de país já foram feitas. Os impactos da Emenda Constitucional nº 95 transcendem os limites do absurdo. Nenhuma área foi poupada dos cortes e isso implica um teto de gastos ainda mais baixo do que o antes imaginado. A contrarreforma trabalhista e terceirização irrestrita foram aprovadas sem dificuldades e a contrarreforma da previdência continua na pauta. A agenda das privatizações avança para sua pauta máxima. Para além da Eletrobras, a venda da Petrobras já foi lançada ao vento por um ministro enquanto o mercado especula que o Banco do Brasil também sairá do controle do Estado.

Nutricionistas criticam "ração do Doria"

Por Eliane Gonçalves, no jornal Brasil de Fato:

Segundo a prefeitura de São Paulo, o programa foi criado para combater o desperdício de alimento, ao mesmo tempo que garante os nutrientes para as pessoas de baixa renda.

Para isso, um grupo especializado em liofolização, que é a desidratação de alimentos, a Plataforma Sinergia, vai transformar produtos próximos a data de vencimento em um granulado que depois será distribuído para a população carente. O produto vai passar a integrar as cestas básicas distribuídas pelos Centros de Referência de Assistência.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

A luta pela anulação do impeachment

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff pedirá ao Supremo Tribunal Federal que o conteúdo da delação premiada do doleiro Lúcio Funaro seja incluído no mandado de segurança que ela impetrou no dia seguinte à aprovação de seu impeachment, em 1º de setembro de 2016.

O processo em que Dilma pede a anulação do seu impeachment ainda não julgado pelo STF após mais de um ano engavetado naquela Corte.

Em vídeo divulgado pela Câmara dos Deputados, Funaro afirma ter dado R$ 1 milhão em 2016 para o então presidente da Câmara Eduardo Cunha “comprar” votos a favor do impeachment de Dilma. Funaro disse que recebeu mensagem de Cunha, dias antes da votação no plenário, pedindo doação para o caixa do suborno de seus pares na Câmara.

Venezuela dá uma lição de democracia

Foto: Correo del Orinoco
Editorial do site Vermelho:

Uma vitória da “paz e da democracia” – estas foram as palavras usadas pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao falar sobre o resultado das eleições para governadores deste domingo (15).

São palavras que revelam a intenção política de superar a grave crise que o país vive, protagonizada por uma oposição que beira ao fascismo e rejeita regularmente os resultados das urnas. Atitude antidemocrática que se repetiu agora quando o dirigente da oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD), Gerardo Blyde, anunciou não reconhecer o resultado e, alegando “irregularidades”, vai pedir uma auditoria sobre eles.

Mídia sustenta o golpe e agrava a crise

Foto: Anderson Bahia
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O papel da mídia na crise política pela qual passa o país foi tema de discussão na noite desta segunda-feira (16), em São Paulo. Os jornalistas Eleonora de Lucena, Rodrigo Vianna e Inácio Carvalho participaram da mesa de abertura de Ciclo de Debates promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé durante a Semana Nacional pela Democratização da Comunicação que, neste ano, ocorre entre 15 e 21 de outubro.

As violações à liberdade de expressão

Do site do FNDC:

Na semana em que a campanha Calar Jamais! completa exatamente um ano de lançamento, o Fórum Nacional pela Democratização (FNDC) publica o balanço das violações à liberdade de expressão registradas ao longo desse período. O relatório “Calar Jamais! – Um ano de denúncias contra violações à liberdade de expressão”, disponível em versão digital, documenta cerca de 70 casos apurados, organizados em sete categorias: 1) Violações contra jornalistas, comunicadores sociais e meios de comunicação; 2) Censura a manifestações artísticas; 3) Cerceamento a servidores públicos; 4) Repressão a protestos, manifestações, movimentos sociais e organizações políticas; 5) Repressão e censura nas escolas; 6) Censura nas redes sociais; e 7) Desmonte da comunicação pública.

Temer e o chicote na mão do capital

Por Adilson Araújo, no Blog do Renato:

Imbuído de impor uma agenda retrógrada e de total desmonte dos direitos sociais e trabalhistas, o governo Michel Temer, através do Ministério do Trabalho, avança mais uma vez contra a classe trabalhadora ao publicar portaria que dificulta a caracterização do trabalho escravo no Brasil.

O que testemunhamos é uma ofensiva sem limites contra o nosso povo. Essa decisão não só atende aos interesses daqueles que exploram de forma desumana a classe trabalhadora, como dificulta a fiscalização dos que ainda hoje são condenados a condições de total precarização.

Bolsonaro: fascismo à moda do 1%

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Os monstros surgem nos interregnos – quando o velho ainda não sucumbiu e o novo não nasceu completamente –, escreveu Antonio Gramsci, em meio à ascensão de Mussolini. O árduo cenário brasileiro foi marcado, esta semana, pelo fortalecimento de Jair Bolsonaro, o candidato fascista às eleições de 2018. Ele está neste momento nos Estados Unidos. Anima reuniões de direitistas de churrascaria, homens de acaju e loiras de farmácia que o chamam de “mito”. Mas não viajou para isso. Terá, em Boston e Nova York, encontros com grandes investidores. O homem que defendeu o fechamento do Congresso e a tortura; e que continua dizendo, aos fanáticos de Miami, que dará carta branca aos policiais para matar, está se convertendo numa opção firme dos mercados financeiros – que alguns veem como muito sofisticados – para governar o Brasil. Como isso é possível? E quais os caminhos pra enfrentar Bolsonaro?

Gentili, Lava-Jato e os reflexos da mídia

Jornalistas debatem papel da mídia no golpe

Por Renato Bazan, no site da CTB:

Três jornalistas essenciais para a imprensa progressista se reuniram na noite desta segunda-feira (16) para falar do papel da mídia na política: Eleonora de Lucena, ex-editora executiva da Folha de S.Paulo; Inácio Carvalho, editor do Portal Vermelho; e Rodrigo Vianna, autor do blog Escrevinhador e diretor do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

O encontro inaugura o ciclo de palestras organizado pelo Barão de Itararé para comemorar a Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, e aborda um dos três aspectos centrais dos debates conjunturais frente ao golpe de 2016: a atuação da imprensa, a atuação da equipe econômica e a atuação do Judiciário. Você pode assistir à íntegra do primeiro debate [aqui].