segunda-feira, 20 de abril de 2020

Bolsonaro tenta impor escalada autoritária

Por Guilherme Boulos, na revista CartaCapital:

A pandemia do coronavírus já é um marco irreversível da nossa história e o mundo, mesmo após seu controle sanitário, seguramente não será igual.

O desfecho de uma crise dessas proporções é sempre imprevisível.

Como bem apontou a pensadora norte-americana Naomi Klein, choques como o que vivemos hoje fazem com que ideias antes tidas como impossíveis repentinamente tornem-se possíveis.

Para o bem ou para o mal.

As saídas podem caminhar para a construção de um modelo mais solidário ou para o aprofundamento da desigualdade e do autoritarismo no mundo. A sorte está lançada…

Os surtos de febre amarela e outras doenças infectocontagiosas no século 19 e início do 20 mostram a vocação histórica que nosso país infelizmente apresenta em momentos de tragédia.

Impeachment ou golpe!

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

As peças do impasse político começaram a se movimentar neste domingo, dia do Exército.

Ou o Brasil reage e enfrenta o impeachment de Bolsonaro, ou sofrerá o plano golpista que ele escancarou ontem.

Depois de participar de manifestação em frente ao QG, pedindo golpe militar, fechamento do STF e do Congresso, Bolsonaro teria se reunido com seus ministros militares, enquanto o STF recebia um mandado de segurança pedindo a imediata suspensão de parte de seus poderes para evitar que ele continue cometendo crimes de responsabilidade e atentando contra a democracia, face à comissão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em autorizar a abertura de seu processo de impeachment.

Solidariedade ao jornalista Rodrigo Vianna

Do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A TV Record, emissora de televisão que tem se posicionado no cenário midiático como porta voz da extrema-direita (que ocupa hoje o Planalto) e chancelado as práticas presidenciais criminosas que atentam contra a democracia, a saúde pública e a vida dos brasileiros, demitiu, na última sexta-feira (17), o jornalista Rodrigo Vianna.

Repórter premiado, com passagem por alguns dos veículos de comunicação mais renomados do país, Vianna trabalhava na TV Record há 13 anos. A alegação da emissora de Edir Macedo foi de que a empresa passa por uma “reestruturação”, por razões financeiras. No entanto, a suposta reestruturação não atingiu outros profissionais, apenas Rodrigo Vianna, jornalista que, coincidentemente, é bastante crítico ao governo de Jair Bolsonaro.

Moradores de rua e o auxílio que não chega

A socialização do prejuízo nas crises

Presteza, correção e coletividade

Por João Guilherme Vargas Netto

Um grande dirigente revolucionário já disse que há dias que valem semanas e tomadas de posição que orientam toda uma conjuntura.

A nota coletiva das centrais sindicais contra a tentativa de golpe bolsonarista e a ameaça de ditadura e em defesa da democracia e da mais ampla frente de resistência marcou a jornada e orientou o campo sindical.

Ela é forte, em seus três aspectos positivos.

Em primeiro lugar pela presteza, a reação imediata a um perigo imediato. Mesmo em período de isolamento social, aproveitando-se do suporte tecnológico à disposição, os dirigentes sindicais reagiram prontamente a uma agressão desvairada do presidente da República à democracia, às instituições, ao Exército e à vida dos brasileiros.

O jogo de Bolsonaro é transparente

Por Luis Felipe Miguel

O jogo de Bolsonaro é transparente:

(1) continuar tumultuando as medidas de combate à pandemia;

(2) eximir-se de qualquer responsabilidade pelas dezenas ou centenas de milhares de mortes, porque, afinal, não baixou o tal decreto de liberação do comércio;

(3) dizer que os governadores e prefeitos são os culpados pelo desemprego e quebradeira de empresas. Daí, em 2022, ele será candidato à reeleição com discurso de oposição.

Trata-se de um caminho em que não importam vidas, não importa o país, não importa nada que não seja seu ganho político imediato.

O cavalo arreado está passando...

Por Antonio Barbosa Filho

"O cavalo passa arreado uma vez na vida', diz o ditado popular. É falso: o cavalo arreado, significando a oportunidade de ouro, passa várias vezes à nossa frente. Os mais alertas, saltam sobre a cela e dominam a besta, conduzindo-a. Quem hesita, vê o cavalo passar e afastar-se. Lá na frente, alguém mais esperto saberá montá-lo.

Nossas esquerdas vacilam desde antes do golpe de 2016, da farsa eleitoral de 2018, e hoje, quando a população aguarda um cavaleiro ágil que assuma as rédeas e nos conduza a um bom pasto. Mais republicana do que a Constituição e do que Maquiavel (nem falo em Lênin, que ninguém leu (ou todos se esqueceram), nossa esquerda faz cara de paisagem pela qual o cavalo arreado desfila, em lento trote, sabendo que não carregará peso algum. Talvez em ano de eleições (2020, 2022, 2050?) a esquerda anime-se a buscar um papel ativo e não pusilânime como até hoje.

domingo, 19 de abril de 2020

O Brazil não conhece o Brasil

A impunidade de Eldorado do Carajás

Medidas econômicas insuficientes na crise

Redes sociais ainda sustentam Bolsonaro

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Nesta sexta-feira (17), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tirou da pauta a Medida Provisória (MP) 905, sobre contrato de trabalho “verde e amarelo”, que perderá a validade se não for votada até a próxima segunda-feira (20). Pela manhã, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, presente na cerimônia de posse do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, declarou a jornalistas: “Está tudo sob controle, não sabemos de quem”.

O isolamento do presidente Jair Bolsonaro, no contexto de crescimento da pandemia de coronavírus, é claro. Mesmo assim, ele continua a desafiar atores políticos de peso e as orientações científicas e médicas mundiais para combatê-la.

O massacre de Eldorado dos Carajás

Deixe a ficha cair. É só o começo!

A estratégia contra as mentiras de Bolsonaro

A força do Estado em tempos de crise

Por Pedro Henrique Evangelista Duarte, no site Brasil Debate:

O momento de crise chama mais uma vez a atenção para um debate que, vez por outra, ganha destaque entre os economistas: o papel do Estado na sociedade e na economia. Mais uma vez, a situação de caos promove a rara união entre as mais diferentes escolas do pensamento econômico, todas elas certas de que neste momento cabe ao Estado a solução, ou a mitigação, dos efeitos danosos de uma crise sanitária que tem tido reflexos proeminentes sobre a atividade econômica, a ponto de considerarem que essa crise terá proporções mais amplas que a grande crise capitalista de 1929. Mas qual é a função do Estado em meio à crise?

O inferno em nome de Deus

Por Fernando Brito, em seu blog:

Já faz tempo que Jair Bolsonaro tornou-se um aproveitador da fé.

Isso, porém, chegou ao ponto do mais farisaico fundamentalismo.

Sua política não tem a menor vergonha de invocar Deus como avalista de seus atos demoníacos, que despreza vidas humanas.

Hoje, chegou a cúmulo, ao levantar uma imagem de Cristo diante de fanáticos adoradores. Adoradores de um homem que está lançando pessoas à morte pela doença, como antes adorava a morte pelas armas.

Bolsonaro ataca Rodrigo Maia e a democracia

Carreata contra o quarentena/isolamento social (19/4/20,
Av Paulista São Paulo SP). Foto: Roberto Parizotti/Fotos Públicas
Editorial do site Vermelho:

O uso da palavra “respeito” pelo presidente Jair Bolsonaro ao se referir ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo maia (DEM-RJ), tem um significado que vai muito além da etimologia. Ao dizer que Maia “resolveu assumir o papel do Executivo” e precisa respeitá-lo, o presidente está dizendo, no fundo, que cabe ao Legislativo o papel de mero seguidor das suas diretrizes de governo.

A afirmação de Bolsonaro de que Maia “quer atacar o governo federal” para tirá-lo do poder tem como propósito fustigar o Legislativo com a intenção de difamá-lo entre os bolsonaristas. Não é preciso grande esforço para se entender que a forçada de barra do presidente pela polêmica diz respeito à forma como ele e Maia vêm agindo a respeito da crise econômica e da Covid-19.

Nos EUA, R$ 45 mil por um exame de Covid

Por Charles Nisz, no Diário do Centro do Mundo:

David Nemer tem 33 anos e é professor de antropologia da tecnologia na Universidade da Virgínia, nos EUA.

Radicado nos EUA desde 2005, estuda etnografia digital e outros temas do campo da tecnologia.

Por conta da pandemia do Covid-19, Nemer realizou dois exames de sangue – para detectar a presença do coronavírus e um check-up anual.

O custo, segundo a conta enviada pelo laboratório, é de US$ 8.352 – cerca de R$ 43.764.

Nemer postou a foto do boleto no Twitter:

“Já reforçou o seu apoio ao SUS hoje? Eu fiz um exame de sangue – check-up & covid19, e ontem chegou a conta: US$8,352 (R$ 44,000). É para agradecer a bater tambor a favor do SUS, que também é um maior player no mercado por manter os preços mais acessíveis no setor privado”, escreveu.

Mandetta maior que Bolsonaro