quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Três ondas que poderão engolfar Bolsonaro

Crise e a quebradeira de pequenas empresas

Naturalizamos o horror?

Por Maria Rita Kehl, no site da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco:

É noite. Sinto que é noite/
não porque a treva descesse/
(bem me importa a face negra)/ mas porque dentro de mim/
no fundo de mim, o grito/
se calou, fez-se desânimo//

Sinto que nós somos noite/
que palpitamos no escuro/
e em noite nos dissolvemos/ Sinto que é noite no vento/ noite nas águas, na pedra/
E de que adianta uma lâmpada?/
E de que adianta uma voz?…

Carlos Drummond de Andrade, “Passagem da Noite”, em A rosa do Povo (1943-45)

Nós, humanos, nos acostumamos com tudo. Melhor: com quase tudo. Há vida humana adaptada ao frio do Ártico e ao sol do Saara, à mata Amazônica ou o que resta dela assim como às estepes russas. Há vida humana em palacetes e palafitas, em academias de ginástica e UTIS de hospital. E o pulso ainda pulsa. Há pessoas sequestradas por psicopatas durante décadas, há meninas e meninos estuprados pelo tio ou pelo patrão da mãe. Sem coragem de contar, porque podem levar a culpa pelo crime do adulto. E o pulso ainda pulsa.

Invasões em terras indígenas aumentam 130%


Em 2019, a violência contra povos indígenas se amplificou em âmbito nacional. Relatório Anual do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), divulgado nesta quarta-feira (30), identificou crescimento de mais de 130% nas invasões possessórias às Terras Indígenas. O que aponta para danos ao meio ambiente, ao patrimônio da União e ao modo de vida dos povos originários.

O estudo mostra que no ano passado ocorreram 256 invasões de territórios indígenas, bem mais que as 109 invasões de 2018, o que resulta no porcentual elevado anunciado hoje. Já no ano passado, o Cimi mostrava que as invasões vinham em crescimento, com alta de 13%, considerando as 109 ocorrências em relação ao total de 96 invasões de 2017.

Renda mínima, sim! Corte na educação, não!

Editorial do site Vermelho:

Não foi Bolsonaro, mas sim o Congresso Nacional, com a ação destacada da oposição, que tomou a iniciativa de instituir o auxílio emergencial de R$ 600. Agora, o presidente cortou pela metade essa quantia. E, novamente, é a oposição que se empenha para manter o R$600, sem redução, até dezembro. O debate, agora, é como fica a situação da população carente a partir de janeiro de 2021. É o que está em pauta no exame do Orçamento do governo federal para o ano próximo.

Até dezembro, agora

Por João Guilherme Vargas Netto


Há duas quase unanimidades sobre o auxílio emergencial de 600 reais por mês votado pelo Congresso Nacional.

A primeira delas confirma com números seus efeitos positivos para as pessoas, para o comércio, para as arrecadações fiscais e para a economia em geral; sem o auxílio a pandemia teria sido, além de mortífera, um verdadeiro pandemônio.

A segunda quase unanimidade é o silêncio sobre a manutenção do auxílio, pelo menos até dezembro e a inação para discutir, votar e derrotar a MP 1.000 que cortou o auxílio pela metade e eliminou milhões de beneficiários.

As únicas instituições nacionais representativas que se posicionaram afirmativamente exigindo a manutenção do auxílio foram as centrais sindicais.

terça-feira, 29 de setembro de 2020

“Novo normal” será de agravamento da crise



Entrevista com Nelson Marconi, professor de macroeconomia e finanças públicas da Fundação Getúlio Vargas e coordenador do Fórum de Economia da FGV. Integra a Associação Keynesiana Brasileira (AKB) e o Projeto Brasil Nação. Nas eleições de 2018, coordenou a equipe que elaborou o programa econômico desenvolvimentista do ex-ministro Ciro Gomes (PDT)

A lei do emprego

Por Duarte Pereira

Na rinha capitalista,
as mutações tecnológicas
são cada vez mais velozes.
A riqueza multiplica-se.
Diminui o tempo necessário
para criá-la.
Deveria aumentar
o tempo livre
para o lazer e a alegria.

Projeto de Bolsonaro tira verbas da Educação

Por Carlos Pompe


O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira, 28, a intenção de criar o Renda Cidadã como substituto do Bolsa Família e do auxílio emergencial que termina em dezembro. Não informou detalhes, custo ou valor do novo benefício, mas já antecipou que parte dos recursos serão desviados da educação – mais precisamente, pretende usar 5% do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), recentemente aprovado no Congresso à revelia do governo. As entidades sindicais da área de educação repudiaram a iniciativa governamental.

Jovens, pandemia e oportunidades de trabalho

Já temos uma justiça miliciana?

Pandemia, vacina e a volta às aulas

Pressão pela saída de Salles se intensifica

É crime atrás de crime por este governo!

Democracias frágeis e ameaçadas

Volta às aulas em Manaus é macabra

Por Altamiro Borges

Eleito na onda bolsonarista, o governador do Amazonas, o "outsider" Wilson Lima (PSC), insiste em cometer insanidades – o que quase causou o seu impeachment. Agora, em pleno aumento das mortes provocadas pelo coronavírus, o aloprado decidiu impor a volta às aulas para 217 mil alunos da rede pública em Manaus.

A revista Época registra: “O aumento dos casos de Covid-19, após período de aparente estabilidade, resultou em nova determinação de fechamento de bares, restaurantes e balneários em Manaus. No entanto, decreto publicado pelo governador manteve a volta às aulas em mais de 100 escolas públicas da capital”.