Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
O golpe de Veja na eleição de 2014
Atentado na França e regulação da mídia
Foto: Jean-Pierre Muller/AFP |
Neste domingo (11), mais de um milhão e meio de pessoas foram às ruas em Paris em homenagem às doze vítimas do atentado à revista Charlie Hedbo, no último dia 7, e dos acontecimentos que o sucederam, quando outras quatro pessoas foram assassinadas dentro de um supermercado de produtos judaicos na cidade. Foi a maior manifestação da história da França. Mais de quarenta líderes e chefes de Estado se encontraram com o Presidente François Hollande e reafirmaram seu compromisso no combate ao terrorismo. Depois do Arco do Triunfo, foi a vez da estátua que simboliza a República Francesa e seus valores ser iluminada com a frase “Je suis Charlie”.
Mídia brasileira usa o sangue do Charlie
Foto: http://www.humanite.fr/ |
Um jornalista britânico pergunta, no Independent, se haveria a mesma comoção se o atentado contra o Charlie Hebdo tivesse como alvo uma publicação de extrema direita.
Respondo com uma pergunta.
Alguém consegue imaginar uma marcha, no Brasil, que congregue pessoas emocionalmente arrasadas que segurem cartazes que digam: “Sou a Veja?” Ou mesmo: “Sou a Globo?” Ou ainda: “Sou a Folha?”
Respondo com uma pergunta.
Alguém consegue imaginar uma marcha, no Brasil, que congregue pessoas emocionalmente arrasadas que segurem cartazes que digam: “Sou a Veja?” Ou mesmo: “Sou a Globo?” Ou ainda: “Sou a Folha?”
Fórum-21 define grupo executivo
Da Rede Brasil Atual:
Em reunião realizada hoje (13) em São Paulo, o Fórum 21 aprovou o grupo executivo encarregado de organizar textos, temas, seminários e livros para a produção e divulgação dos conteúdos que serão debatidos em seu âmbito.
Segundo a carta de princípios aprovada a partir de discussões por e-mail entre o final de dezembro do ano passado e o início deste mês, o Fórum 21 se propõe a ser um “espaço de convergência e debates em rede, horizontal, empenhado na conformação de sínteses programáticas que contribuam para a renovação do pensamento de esquerda no Brasil”. Ele foi instalado em 15 de dezembro. Segundo Igor Felippe, jornalista do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o fórum é um “grupo em construção”.
Em reunião realizada hoje (13) em São Paulo, o Fórum 21 aprovou o grupo executivo encarregado de organizar textos, temas, seminários e livros para a produção e divulgação dos conteúdos que serão debatidos em seu âmbito.
Segundo a carta de princípios aprovada a partir de discussões por e-mail entre o final de dezembro do ano passado e o início deste mês, o Fórum 21 se propõe a ser um “espaço de convergência e debates em rede, horizontal, empenhado na conformação de sínteses programáticas que contribuam para a renovação do pensamento de esquerda no Brasil”. Ele foi instalado em 15 de dezembro. Segundo Igor Felippe, jornalista do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o fórum é um “grupo em construção”.
Carta Maior derrota ex-editor da 'Veja'
Do site Carta Maior:
O ministro Moura Ribeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou provimento ao recurso impetrado pelo jornalista Mário Sabino, ex-redator chefe da revista Veja, na ação que este movia contra o sociólogo Emir Sader e contra a Carta Maior. O ministro manteve, assim, decisão anterior do Tribunal de Justiça de São Paulo, contra Sabino, na ação de indenização por danos morais decorrentes de um texto publicado pelo sociólogo.
O ministro Moura Ribeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou provimento ao recurso impetrado pelo jornalista Mário Sabino, ex-redator chefe da revista Veja, na ação que este movia contra o sociólogo Emir Sader e contra a Carta Maior. O ministro manteve, assim, decisão anterior do Tribunal de Justiça de São Paulo, contra Sabino, na ação de indenização por danos morais decorrentes de um texto publicado pelo sociólogo.
O showzinho de Marta Suplicy
Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Em política, não existe vazio, já ensinavam os sábios mais antigos. Assim, nestas duas primeiras semanas de 2015, junto com as chuvas de verão, um calor dos infernos e as excelências maiores descansando em berço esplêndido, quem tomou conta da cena foi uma figura do segundo time, a ex-prefeita, ex-ministra e quase ex-petista Marta Suplicy. É a nova estrela da estação.
Um plebiscito para regular a mídia
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
A nomeação do ex-ministro da Secretaria de Relações Institucionais Ricardo Berzoini para o Ministério das Comunicações reacendeu a esperança dos ativistas pela regulação da mídia devido às posições dele nessa questão. Todavia, um fato recente revela que ter nessa pasta um ministro simpático a essa regulação está longe de ser suficiente.
A nomeação do ex-ministro da Secretaria de Relações Institucionais Ricardo Berzoini para o Ministério das Comunicações reacendeu a esperança dos ativistas pela regulação da mídia devido às posições dele nessa questão. Todavia, um fato recente revela que ter nessa pasta um ministro simpático a essa regulação está longe de ser suficiente.
"Máfia das próteses" e cobertura doentia
Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:
O escandaloso caso de médicos que recebiam propina para recomendar próteses caríssimas e nem sempre necessárias, revelado em reportagens do programa Fantástico, da Rede Globo, ganha nova dimensão com um ou outro episódio que denuncia cirurgiões que realizam cirurgias cardíacas e vasculares utilizando materiais com validade vencida. No entanto, o leitor abre o jornal nos dias seguintes, procura e não acha qualquer referência a esses assuntos.
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
Centrais sindicais vão às ruas
Em reunião realizada nesta terça-feira (13), as principais centrais sindicais do país decidiram ocupar as ruas em defesa dos direitos dos trabalhadores. Houve consenso de que as medidas baixadas pelo governo Dilma em 29 de dezembro, em pleno clima de festas do final do ano, são erradas na forma e no conteúdo. Com base no discurso do "ajuste fiscal", tão festejado pelos patrões e pela sua mídia, elas prejudicam os assalariados. As centrais exigem a revogação das medidas provisórias e cobram da presidenta reeleita os compromissos assumidos na campanha eleitoral com a "pauta trabalhista". Elas aprovaram uma carta aberta e um intenso calendário de mobilizações para os próximos meses.
Hackers "atacam" comando militar do EUA
Por Altamiro Borges
O mundo é bastante irônico. Em meados de 2013 surgiram as primeiras revelações sobre as os crimes de espionagem praticados pelo governo dos EUA. Elas foram feitas pelo ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA), Edward Snowden, e provaram que o império bisbilhotava mensagens na internet e ligações telefônicas de vários líderes mundiais – como a chanceler alemã Angela Merkel e a presidenta do Brasil. Em corajoso discurso na ONU, Dilma Rousseff condenou o crime cibernético. Houve muita gritaria, mas os EUA mantiveram a ação criminosa. Já nesta segunda-feira (12), como uma vingança maligna, o Comando Central Militar dos EUA confirmou que foi alvo de um ataque virtual "constrangedor".
A marcha em Paris e os oportunistas
Por Altamiro Borges
O atentado à sede do jornal satírico “Charlie Hebdo”, que resultou em 12 mortos – incluindo renomados cartunistas –, causou enorme comoção na França. De forma espontânea, durante vários dias da semana passada, milhares de pessoas foram às ruas para prestar apoio às famílias das vítimas e para condenar o terrorismo. Neste domingo (11), numa marcha já não tão espontânea, cerca de 3,7 milhões de populares ocuparam as ruas das principais cidades francesas – na maior manifestação pública da história do país. Na linha de frente do protesto em Paris, porém, um “cordão de autoridades” reuniu famosos carniceiros que nunca respeitaram as vidas humanas e as liberdades democráticas. Puro oportunismo!
O atentado à sede do jornal satírico “Charlie Hebdo”, que resultou em 12 mortos – incluindo renomados cartunistas –, causou enorme comoção na França. De forma espontânea, durante vários dias da semana passada, milhares de pessoas foram às ruas para prestar apoio às famílias das vítimas e para condenar o terrorismo. Neste domingo (11), numa marcha já não tão espontânea, cerca de 3,7 milhões de populares ocuparam as ruas das principais cidades francesas – na maior manifestação pública da história do país. Na linha de frente do protesto em Paris, porém, um “cordão de autoridades” reuniu famosos carniceiros que nunca respeitaram as vidas humanas e as liberdades democráticas. Puro oportunismo!
O dilema econômico de Dilma
Por Luis Fernando Vitagliano, no site Brasil Debate:
O Brasil já teve o Plano de Metas do governo JK, e os Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND I e II) dos governos militares. De certo modo, o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) dos governos Lula e Dilma enquadra-se nesta tradição de gerar desenvolvimento econômico a partir da atuação do Estado. E nos permite retomar uma discussão que hoje não se faz nem na academia nem na imprensa, mas que faz parte do ciclo de governos do PT: a questão do planejamento econômico.
Ano agitado pela democratização da mídia
http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/ |
2015 promete ser um ano agitado para os que lutam pela democratização da comunicação. Além da nomeação de Ricardo Berzoini para o Ministério das Comunicações, assumindo a árdua missão de promover o debate público em torno da regulação econômica da mídia, os movimentos mobilizam-se para a construção de uma agenda de debates e atividades que envolve temas como direito à comunicação e Internet livre. Confira:
Dez empresas decidem o que você consome
Do site Repórter Brasil:
Talvez passe despercebido àqueles que vão ao supermercado que um conjunto pequeno de grandes transnacionais concentra a maior parte das marcas compradas pelos brasileiros. Dez grandes companhias – entre elas Unilever, Nestlé, Procter & Gamble, Kraft e Coca-Cola – abocanham de 60% a 70% das compras de uma família e tornam o Brasil um dos países com maior nível de concentração no mundo. O que sobra do mercado é disputado por cerca de 500 empresas menores, regionais.
Talvez passe despercebido àqueles que vão ao supermercado que um conjunto pequeno de grandes transnacionais concentra a maior parte das marcas compradas pelos brasileiros. Dez grandes companhias – entre elas Unilever, Nestlé, Procter & Gamble, Kraft e Coca-Cola – abocanham de 60% a 70% das compras de uma família e tornam o Brasil um dos países com maior nível de concentração no mundo. O que sobra do mercado é disputado por cerca de 500 empresas menores, regionais.
Ali Kamel e a guerra dos livros didáticos
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
A cartelização dos grupos de mídia foi o passo inicial do pacto de 2005, que teve como grande mentor o finado Roberto Civita, da Editora Abril, baseado no modelo Rupert Murdoch – o australiano que se mudou para os Estados Unidos e definiu uma estratégia pesada de sobrevivência, que acabou servindo de modelo para grupos de mídia inescrupulosos.
A cartelização dos grupos de mídia foi o passo inicial do pacto de 2005, que teve como grande mentor o finado Roberto Civita, da Editora Abril, baseado no modelo Rupert Murdoch – o australiano que se mudou para os Estados Unidos e definiu uma estratégia pesada de sobrevivência, que acabou servindo de modelo para grupos de mídia inescrupulosos.
Rumo a uma nova Santa Cruzada?
Josetxo Ezcurra |
Movem-se e disparam como verdadeiros comandos. Nada de rajadas, para não desperdiçar munição. Apenas um ou dois disparos em cada vítima, como o policial já ferido e liquidado no chão, com um só tiro, pelo assassino que passa a seu lado, volta ao carro e, antes de subir, recolhe com toda calma um tênis – que poderia servir de prova, por meio de análise do DNA.
Dilma, Lula e o chororô dos colunistas
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
O jornalismo político no Brasil, definitivamente, está precisando de um analista.
Os mais ilustres comentaristas da grande imprensa, um após outro, dedicam-se a analisar supostas emoções, muito menos que os fatos.
Dias atrás, Merval Pereira disse que Dilma, segundo seus informantes, teria chorado por sentir-se “abandonada” por Lula.
Agora, é Ricardo Noblat quem coloca Lula distante e apreensivo, porque Dilma – a mesma que disse Merval estava chorando sem Lula – não o ouve e consulta.
O jornalismo político no Brasil, definitivamente, está precisando de um analista.
Os mais ilustres comentaristas da grande imprensa, um após outro, dedicam-se a analisar supostas emoções, muito menos que os fatos.
Dias atrás, Merval Pereira disse que Dilma, segundo seus informantes, teria chorado por sentir-se “abandonada” por Lula.
Agora, é Ricardo Noblat quem coloca Lula distante e apreensivo, porque Dilma – a mesma que disse Merval estava chorando sem Lula – não o ouve e consulta.
As tragédias e mortes que dão audiência
Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:
Mantive, durante anos, na sala do meu escritório uma capa da revista Time retratando centenas de corpos espalhados no chão de Ruanda, vítimas do genocídio perpetrado pela maioria hutu contra a minoria tutsi em 1994. Nela, pessoas procuram por parentes e aves procuram por almoço.
O título era algo como “Este é o início dos últimos dias, o apocalipse'' – talvez uma tentativa de chamar a atenção dos Estados Unidos e Europa para o massacre através de um elemento simbólico que está no alicerce de sua fundação: o julgamento final do Novo Testamento.
O título era algo como “Este é o início dos últimos dias, o apocalipse'' – talvez uma tentativa de chamar a atenção dos Estados Unidos e Europa para o massacre através de um elemento simbólico que está no alicerce de sua fundação: o julgamento final do Novo Testamento.
Os desafios das (tele) comunicações
Não há dúvidas de que a agenda dos próximos quatro anos do governo Dilma terá dois principais temas no setor de (tele) comunicações: a regulação da mídia e a universalização da banda larga. As declarações do novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, e da presidenta Dilma, ainda durante a campanha, reforçam essa tese.
A França e a falsificação histórica
Paco Catalán Carrión/Rebelión |
Antes de completar uma semana, a justa indignação diante do assassinato dos profissionais da revista Charlie Hebdo pode transformar-se num espetáculo inesquecível de falsificação histórica.
Submetidos a um longo passado de segregação, preconceito e violência, os 6 milhões de franceses que seguem a religião muçulmana agora são apresentados como a principal ameaça à segurança e ao progresso de seu país. Saudadas como reivindicações legítimas por várias décadas, suas aspirações a uma vida menos desigual, sem exclusão, passaram a ser vistas como inconvenientes e perigosas.
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