terça-feira, 28 de junho de 2016

Falências e cortes. Crise na mídia é grave

Por Altamiro Borges

Em artigo publicado neste domingo (26), a ombudsman da Folha, Paula Cesarino Costa, até fez um baita esforço para relativizar a crise vivida pelo jornal que a emprega. Mas, com base nos próprios dados apresentados no texto, fica evidente que a situação é dramática. Ao tratar dos correspondentes do diário no exterior, ela relata que "a rede murchou. Sucumbiu ante os altos custos em moeda forte e a evolução tecnológica que trouxe acesso instantâneo à notícia em qualquer lugar do mundo". Quase não há mais jornalistas em outros países. O mesmo quadro de cortes e até de falências é vivido pelo restante da imprensa tradicional – e não apenas da mídia impressa. A agonia do setor é crescente.

Denúncia perde força e Dilma reúne aliados

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A conclusão da perícia do Senado, de que a presidente suspensa Dilma Rousseff não foi responsável pelas pedaladas fiscais, explicita a natureza golpista do impeachment e enfraquece muito a denúncia de crime de responsabilidade, avaliam o PT e a defesa de Dilma. Restará a acusação de que três decretos violaram a meta fiscal, o que não se sustenta, pois a meta foi reajustada no final de 2015, diz o deputado petista Paulo Pimenta. Com este ganho para a defesa técnica, Dilma tentará, em reunião amanhã, aparar diferenças com a Executiva do PT sobre a proposta de um compromisso público dela com a realização de um plebiscito sobre nova eleição, tão logo seja absolvida e reconduzida ao cargo. A reunião com os movimentos sociais ocorrerá depois do acerto com o partido.

Um debate sobre o neoliberalismo e o FMI

Por Luiz Gonzaga Belluzzo e Gabriel Galípolo, na revista CartaCapital:

No último dia 10 fomos informados por um amigo que um economista chamado Márcio Garcia dedicou todo seu espaço na coluna do Valor para comentar o nosso artigo “Foi o patrão quem falou”, zeloso da condição que nos arvorou em formadores de opinião.

Não vamos levar a sério a sugestão de que distorcemos as palavras do FMI para que soassem como críticas ao neoliberalismo. O título do estudo do FMI é Neoliberalism: Oversold? O próprio Valor já havia publicado matéria em 30 de maio com o título: “Desigualdade leva o FMI a rever agenda neoliberal”.

Cunha e Temer no Jaburu, o amor é lindo…

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Eduardo Cunha não pode ir à Câmara, ordena o STF, porque pode, por ali, espalhar sua nefanda influência sobre os deputados.

Mas pode, falando em “temerês”, ir à socapa, à sorrelfa, na sede provisória do Governo, no Palácio do Jaburu.

É o que diz o Estadão:

Pelas mãos de Temer, a volta ao passado

Por Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

Logo da sua pouco eufórica instalação, o governo golpista passou a mostrar ao que veio: desconstrução de tudo o que foi construído desde 2003, tanto do ponto de vista de direitos sociais como de distribuição de renda, de fortalecimento do Estado e do patrimônio das empresas públicas. Ao mesmo tempo que vai revelando os executores dessa agenda.

Além da malta peemedebista, louca para se reapropriar do botim e fazer as nomeações correspondentes nos cargos essenciais, Temer apela para neoliberais de carteirinha e trajetória. Não apenas Meirelles e toda sua equipe, mas tucanos na educação, no Itamaraty, na Petrobras, no BNDES e em outros postos-chave no governo golpista.

Reino (des)Unido e a complexidade do Brexit

Por Thiago Cassis, no site da UJS:

Na última quinta-feira (23) foi realizado no Reino Unido um plebiscito para que os britânicos decidissem entre permanecer (remain) ou deixar (leave) a União Europeia.

O resultado do Brexit (trocadilho em inglês com as palavras british e exit) demonstrou que 51,9% dos eleitores preferem que a ilha não faça mais parte do bloco europeu, enquanto 48,1% prefeririam que o Reino Unido permanecesse na União Europeia. Porém os motivos que levaram os eleitores a decidirem seus votos são diversos, e isso só reforça a complexidade e as “rachaduras” que podem ser notadas na sociedade britânica através dos resultados.

Lindbergh despacha Janaina Paschoal

O Funk e a cultura do preconceito

Por Theo Rodrigues, no blog O Cafezinho:

“Diversão hoje em dia não podemos nem pensar
Pois até lá nos bailes, eles vêm nos humilhar”


“Uma ameaça devastadora”. Com essas palavras o deputado estadual Milton Rangel definiu a cultura do Funk em assustador artigo publicado no jornal O Globo.

Intitulado “Cultura da futilidade” o artigo do líder do DEM na ALERJ argumenta - se é que podemos chamar de argumento – que “seria o cúmulo da vergonha considerar um tipo de música tão vulgar e ridícula como forma de manifestação cultural”.

Perícia do Senado expõe o golpe

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Os brasileiros de boa-fé que só se dispõem a aceitar o impeachment de Dilma Rousseff em caso de ser possível provar cabalmente que ela cometeu um crime de responsabilidade como o que é exigido pela a Constituição e pela chamada “lei do impeachment”, de 1950, para um presidente regularmente eleito perder o mandato, por certo já se deram conta de que a denúncia alegada para tirar a presidente do poder é absolutamente inepta.

Um dos princípios universais do Direito nas sociedades civilizadas requer ao menos três premissas para alguém ser condenado por algum crime, mesmo sendo um crime político:

PF investiga fraudes na Lei Rouanet

Da revista Fórum:

Em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), a Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (28), a Operação Boca Livre, que investiga fraudes na Lei Rouanet. A ação cumpre 14 mandados de prisão temporária e 37 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal em São Paulo.

Os encontros suspeitos de Temer

Por Jeferson Miola

O presidente usurpador Michel Temer tem a estranha prática de reunir nas noites de sábados e domingos com os personagens mais controvertidos – para não dizer de outra forma – da política nacional.

No 28 de maio de 2016, um sábado, Temer antecipou o regresso a Brasília para se reunir às pressas com o ex-Advogado-Geral da União do FHC e atual presidente do TSE, o tucano Gilmar Mendes.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Globo e Temer querem “privatizar tudo”

Por Altamiro Borges

A bilionária famiglia Marinho, que até hoje não esclareceu as várias denúncias sobre sonegação fiscal e outros crimes praticados pelo Grupo Globo, está excitada com o covil do Judas Michel Temer. Após protagonizar o "golpe dos corruptos", ela agora aposta as fichas em um radical programa de desmonte do Estado e de privatizações imposto pelo governo interino de bandidos. Em editorial publicado neste domingo (26), intitulado "Existência de estatais é causa básica da corrupção", O Globo escancara sua visão privatista e explicita os reais motivos da sua cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma.

Os golpes vêm para ficar

Por Flavio Aguiar, de Berlim, no site Carta Maior:

“Perde-se a vida, ganha-se a batalha!” ou “Ganha-se a vida, perde-se a batalha!”. Do Capítulo LV, de “D. Casmurro”, de Machado de Assis.

No referido capítulo do romance de Machado, o protagonista e narrador Bentinho hestia entre os dois finais di soneto que pretende escrever. E que, no final, não o faz. Em suma, o soneto, quando menos, perdeu ambos, a vida e a batalha.

Mutatis mutandis, é uma situação hoje enfrentada pelas esquerdas brasileiras, sobretudo, as extremas. Que não gostam do PT. Que nunca gostaram do PT. Que se desiludiram com o PT. Enfim, tudo.

Pesquisa confirma a alta rejeição de Temer

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Temer é um fenômeno. Essa é a boa notícia para ele. A má é que ele é um fenômeno de impopularidade.

Uma pesquisa Ipsos revelada nesta segunda pelo Estadão mostra que em menos de dois meses a desaprovação de Temer já bate em 70%.

Seria, em qualquer circunstância, um número devastador, dado que começos de governo contam com uma clássica tolerância da sociedade. Mas é ainda mais trágico para Temer quando se considera o maciço apoio que a mídia vem lhe dando. Um editorial do Estadão sobre ele, nesta segunda, leva o seguinte título: “Competência e habilidade”.

EBC e o pensamento único do 'Estadão'

Por Renata Mielli, no site do FNDC:

O jornal O Estado de São Paulo tem uma obsessão contra a democracia. Está no seu DNA. É um veículo de comunicação que historicamente defendeu os interesses da elite econômica e lhe causa profunda repulsa iniciativas, movimentos e posições que buscam ampliar direitos sociais, distribuir renda e aprofundar os instrumentos de participação social em qualquer que seja o espaço político.

Não vejo nenhum problema nisso, a priori. Afinal, defendo a liberdade de expressão. A sociedade brasileira é complexa e convivemos no Brasil com as mais diferentes matizes políticas que se antagonizam historicamente. O problema está no fato de que este amplo arco de posições – a diversidade cultural, social e a pluralidade política e de opiniões sobre os mais diferentes temas que interessam à sociedade brasileira – não estão presentes nos meios de comunicação brasileiros.

Sindicalistas denunciam golpe contra CLT

Dilma: "Eles não me tiraram, não"

Por Andrea Dip, Marina Amaral, Natalia Viana e Vera Durão, na Agência Pública:

Uma van nos conduz do portão ao imponente Palácio da Alvorada, fincado no cerrado de Brasília. Subimos alguns lances de escada, entramos em uma sala de enorme pé-direito, colorida por uma tapeçaria do chileno Kennedy Bahia, ao lado do quadro “Colhendo Café”, de Djanira, sobre a parede de madeira. É ali, no ambiente mais acolhedor da sala, em um sofá branco ladeado de poltronas, que a presidente, afastada do cargo em 12 de maio passado até que o processo de impeachment seja julgado pelo Senado, tem dado entrevistas, a maioria delas para a imprensa internacional. A entrevista para a Agência Pública é a primeira concedida a um grupo de jornalistas mulheres.

Luta pela EBC é tema de debate em SP

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A luta em defesa da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da Comunicação Pública será tema de debate no dia 11 de julho, a partir das 19 horas, na sede do Barão de Itararé, em São Paulo (Rua Rego Freitas, 454, conjunto 83 - República). A EBC está sob ataque desde que Michel Temer assumiu a presidência interina. A ingerência começou com a demissão ilegal do diretor-presidente Ricardo Mello e, agora, o próprio caráter público da EBC está em xeque. Confira o time que compõe a mesa de debate:

Descartado, Cunha ameaça seus comparsas

Por Altamiro Borges

A cena de Eduardo Cunha, solitário e cabisbaixo, na mesa de um hotel em Brasília durante entrevista coletiva na semana passada revela o quadro de isolamento do ex-todo-poderoso presidente da Câmara Federal. Na ocasião, ele até tentou esbanjar valentia, garantido que não renunciará ao seu mandato e nem participará da "delação premiada" da Lava-Jato. Mas seus comparsas no "golpe dos corruptos", que deflagrou o impeachment da presidenta Dilma, não estão tão seguros destas bravatas. Crescem os boatos de que o correntista suíço, temendo a sua cassação e prisão - e, principalmente, às represálias à sua esposa, Cláudia Cruz, ex-apresentadora da TV Globo -, ligará em breve o ventilador no esgoto!


'Escola sem Partido' e a falsa neutralidade

Por Ivanilda Figueiredo, no jornal Brasil de Fato:

Brasileiras e brasileiros querem um país melhor, onde possam viver em segurança, terem uma vida produtiva, divertida, saudável, exercer suas crenças e viver de acordo com suas convicções. Esses sentimentos em si unem grande parte da nação. No entanto, o debate sobre como conquistar tais objetivos divide a sociedade. Para uns, é preciso maiores garantias de direitos. Para outros, maior rigor penal. Para uns, é preciso se falar sobre cidadania, gênero, raça, orientação sexual, identidade de gênero e discriminação em sala de aula. Para outros, tais assuntos devem ser debatidos apenas no seio familiar sem qualquer interferência do Estado. Para uns, retomar o respeito a valores religiosos em todas as esferas da vida seria a solução para a pacificação social. Para outros, o respeito à Constituição é o único modo de viver numa sociedade plural, com inúmeras crenças e convicções diferentes, todas elas igualmente válidas.