sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A solidariedade à revolução sandinista

Enviado por Leonardo Severo:

Autor de livros sobre o papel da mídia e a América Latina, o jornalista Leonardo Wexell Severo, conselheiro do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, está organizando, junto com o seu irmão Leandro, ex-secretário de Comunicação de São Carlos, o livro “Nicarágua, a flor mais linda do meu querer”. O trabalho, que inclui reportagem fotográfica, relata a história da solidariedade brasileira à revolução sandinista e a luta anti-imperialista. Abaixo, uma pequena entrevista com Leonardo, que continua coletando material para a obra a ser lançada ainda neste ano.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Marisa Letícia? Dor, mas também raiva

Por Nirlando Beirão, na revista CartaCapital:

Por mais que se respeite o espírito cordato de Iemanjá, em seu dia festivo de hoje, não dá para separar na morte de dona Marisa a emoção da dor e um forte sentimento de raiva. Muita raiva. E uma tremenda sensação de injustiça.

Penso, por exemplo, naquelas duas patetas que foram fazer plantão de ódio diante do Sírio Libanês, quando a companheira de Lula foi internada.

Batiam naquela velha tecla, com seus cartazes ridículos: vai para o SUS, não para o Sírio.

Deu Fachin no sorteio da Lava-Jato, claro!

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Dou o braço a torcer.

Merval Pereira tinha razão.

O algoritmo do STF escolheu Edson Fachin como novo relator da Lava Jato.

A gente tinha alguma dúvida, por vício de acreditar na Justiça. Acho que vício é palavra melhor, a esta altura, do que esperança.

Mas “deu” aquilo que em futebol chama-se de “passe telegrafado”.

O AVC de Marisa Letícia e a Lava-Jato

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Arrisca ser uma simplificação culpar diretamente o juiz Sérgio Moro pela morte da ex-primeira dama Marisa Letícia.

Mas como dissociar seu AVC da pressão a que estava sendo submetida?

Em 1997, o jornalista Elio Gaspari colocou o infarto de Paulo Francis na conta de Joel Rennó, ex-presidente da Petrobras que acionou Francis nos EUA.

Rennó, escreveu Elio, era um “estrategista vitorioso” porque “seu processo ocupou um espaço surpreendente na alma de Francis”.

Marisa Letícia, uma brasileira

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A morte de dona Marisa Letícia é a síntese dolorosa da força do ódio inoculado nas veias do Brasil nos últimos anos contra o PT, contra ela, Lula e a família, contra tudo o que representaram desde 2003. Sua ausência na vida do ex-presidente terá consequências pessoais e políticas mas haverá tempo para falar de Lula sem Marisa. A hora é de recordar uma mulher do povo, uma brasileira de fibra que silenciosamente ajudou a escrever páginas importantes da história contemporânea. Neste tempo, o aneurisma que era inofensivo há dez anos foi se expandindo sob o martelar constante das injúrias, implicâncias, achincalhes, preconceitos e, finalmente, da perseguição implacável contra os Lula da Silva, indiciados e denunciados sem provas para evitar banir o ex-presidente da política.

O assassinato de Dona Marisa

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Por Renato Rovai, em seu blog:

A morte de Dona Marisa Letícia não foi natural. Ela foi sendo assassinada aos poucos por um conluio, cujo pilar foi a mídia tradicional com destaque ultraespecial às Organizações Globo, à grande maioria do Judiciário envolvido nas investigações da Lava Jato e a uma classe política corrupta que se lambuzou em acusações sem provas contra ela e sua família.

Dona Marisa Letícia sempre foi uma mulher simples, mas não simplória como alguns idiotas imaginavam. Fui o primeiro jornalista a entrevistá-la para uma publicação de caráter nacional ainda em 1989, quando Lula disputava sua primeira eleição presidencial.

Dilma: “Estamos juntos, presidente Lula"

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Hoje é um dia triste para todos nós, que conhecemos e admiramos Dona Marisa Letícia. Sabemos do amor e da força que sempre emprestou ao presidente Lula. Uma mulher de fibra, batalhadora que conquistou espaço e teve importante papel político.

Dona Marisa foi o esteio de sua família, a base para que Lula pudesse se dedicar de corpo e alma à luta pela construção de um outro Brasil, mais justo, mais solidário e menos desigual, desde as primeiras reuniões sindicais na Vila Euclides, passando pela fundação do PT e da CUT, até a chegada à Presidência da República.

Elegia para Marisa Letícia Lula da Silva

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A ele te dedicaste por décadas tantas
Como séculos, silente e loquaz,
Olhar sorridente, voz ausente
Regaço do exaurido, elixir do guerreiro

Torturada, nem um lamento te escapou
Da boca ou do olho, da voz ou do alhar
Desafiaste o carrasco, silêncio impávido,
Sereno, negando súplica, capitulação

Marisa Letícia: Não há de ser inutilmente!


Por Leandro Fortes, em sua página no Facebook:

A morte de Dona Marisa Letícia é o triunfo físico da narrativa de ódio reinaugurada pela direita brasileira, a partir da vitória eleitoral de Dilma Rousseff, em 2014, contra as forças reacionárias capitaneadas pela candidatura de Aécio Neves, do PSDB.

Em sua insana odisseia pela retomada do poder, ainda quando o TSE contabilizava os últimos votos das eleições presidenciais, Aécio e sua turma de mascarados se agregaram, não sem uma sinalização evidente, aos primeiros movimentos da Operação Lava Jato e com ela partiram, sob os auspícios do juiz Sergio Moro, para a guerra de tudo ou nada que se seguiu.

Marisa Letícia: Eterna companheira

Por Flávia Martinelli, no site Jornalistas Livres:

Foi num palácio. O Palácio da Alvorada. E era domingo festivo: Dia das Mães, 11 de maio de 2003, ano do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos jardins, acontecia um churrasco. Diante da corte de fotógrafos, jornalistas e curiosos, Lula ajoelha-se aos pés de sua mulher. A primeira-dama, então, pousa os pés sobre a perna do marido. E ele amarra o cadarço solto do tênis dela.

No dia seguinte, UAU, a foto sai estampada na capa dos principais jornais e revistas do país. Mais uma vez, o Brasil inteiro se derretia com a demonstração explícita de afeto do presidente por sua companheira, Marisa Letícia Lula da Silva. A vida de dona Marisa, no entanto, nunca foi de Cinderela. Nem Marisa sonhou ser princesa. Lula sempre a tratou como rainha, fato. Mas isso nada tem a ver com os jardins palacianos do flagra em Brasília. A majestade de dona Marisa Letícia já vinha de muito, muito antes do cargo de primeira-dama.

Morre Marisa Letícia: tristeza e revolta!

Do blog A justiceira de esquerda
Por Altamiro Borges

A confirmação da morte cerebral de Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Lula, é muito triste e revoltante. Estive com ela em dezembro passado num belo jantar na residência de uma grande jornalista. Já tinha estado com ela em outras ocasiões mais formais – em solenidades e eventos políticos. Este foi meu primeiro contato mais direto, mais íntimo, com “dona” Marisa. O impacto foi muito positivo. Ela se mostrou uma pessoa carinhosa, risonha, cheia de histórias e com excelentes sacadas. Bem informada sobre o complexo quadro político, ela também não perdeu a oportunidade para aporrinhar Lula, demonstrando a sua enorme ascendência sobre o ex-presidente.

O zumbi da Base de Alcântara

Por Marcelo Zero, no site Outras Palavras:

No Brasil, há mortos-vivos. Quando você pensa que eles já se foram, acabam retornando do mundo dos mortos para nos assustar.

Um deles é o famigerado Acordo de Alcântara.

Em abril de 2000, os EUA e o Brasil (sob gestão tucana) assinaram acordo bilateral com o objetivo, em tese singelo, de permitir que empresas norte-americanas pudessem usar a nossa Base de Alcântara para lançar os seus satélites.

Conforme informações do governo da época, tal uso poderia gerar recursos de monta (cerca de US$ 30 milhões ao ano, numa avaliação muito otimista) para reativar a base que ainda está subutilizada. Para as empresas norte-americanas, este uso seria proveitoso, em razão do fato de que o Centro de Lançamentos de Alcântara está bastante próximo da linha do Equador, o que diminui significativamente os custos dos lançamentos.

Eike e a celebração ritual do linchamento

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O linchamento, moral ou físico, é ritual tão antigo quanto a civilização. A crucificação de Cristo foi celebrada. É o momento em que o pequeno pode atingir o grande, em que o anônimo se vinga dos célebres, o medíocre consegue seu momento de destaque. E todos se igualam, se democratizam na forma de manifestação ancestral: o ato de devorar a alma do inimigo, que pode ser qualquer um que as circunstâncias colocam do lado errado da onda.

Aécio, Janot e a conta em Liechtenstein

Por Marco Aurélio Carone, no blog Viomundo:

A cada dia que passa fica mais evidente o pouco ânimo do Ministério Público Federal (MPF) para investigar irregularidades cometidas pelo grupo político, econômico e familiar do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Em 8 fevereiro de 2007, agentes da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal (PF) fizeram busca e apreensão num dos apartamentos do luxuoso edifício residencial Murça, na Avenida Rui Barbosa, 400, Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Era a“Operação Nobert” em andamento.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O mistério nos sorteios do STF

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O sorteio para escolha do sucessor de Teori Zavaski como relator da Lava Jato pode ser uma boa oportunidade para o STF esclarecer o método empregado para a distribuição de casos na corte.

Explico. Não há a menor dúvida de que o sorteio é feito eletronicamente, por um programa de computador, no qual todos os ministros têm chances iguais de serem concorridos.

A pergunta é se a escolha é 100% aleatória, como num bilhete de loteria. Ou se entram em conta outros fatores.

Janot vai investigar Aécio Neves. Será?

Por Altamiro Borges

O Jornal do Brasil noticiou nesta terça-feira (31) que Rodrigo Janot finalmente decidiu investigar as relações sinistras do cambaleante Aécio Neves com poderosas empreiteiras. "Após as delações da Odebrecht, a Procuradoria-Geral da República deve pedir nos próximos dias ao STF que um inquérito sobre o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves, seja aberto. A acusação é de que o tucano teria recebido dinheiro das empreiteiras que fizeram as obras da Cidade Administrativa em Minas Gerais: entre elas a Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez".

O demagogo Doria já sumiu da periferia

Por Altamiro Borges

Durante a campanha eleitoral, o ricaço João Doria se fantasiou de “João Trabalhador” nos programas de televisão. Ele comeu pastel na feira e bebeu cafezinho em botecos da periferia de São Paulo – sempre com cara de nojo. Muita gente acreditou no marketing do candidato do PSDB. Tanto que ele venceu no primeiro turno a eleição para a prefeitura. Mas bastou um mês de gestão para revelar toda a falsidade do demagogo. Nesta terça-feira (31), a Folha serrista publicou uma matéria que mostra que o novo prefeito já abandonou a periferia da capital paulista. Pobre dos pobres que acreditaram em “João Dólar”.

Temer esconde custos das viagens aéreas

Por Altamiro Borges

Pelos nomes indicados para compor o seu “ministério de notáveis” já era possível prever que o “governo” de Michel Temer seria um paraíso dos corruptos. Vários deles estavam metidos em falcatruas, colecionando processos na Justiça. Sete deles inclusive já foram defecados do covil golpista. Outros tantos, como Eliseu Padilha e Moreira Franco, estão na linha de tiro. Mas a sujeira ainda não veio totalmente à tona. A quadrilha no poder tomou inúmeras medidas para encobri-la. A falta de transparência é uma marca deste bando. Uma matéria postada na servil revista Época é prova de que o pior ainda está por vir.

Globo, Lava-Jato e o circo Brasil

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

A manchete principal do site do jornal O Globo, às 18h29min desta segunda-feira, simboliza perfeitamente a principal arma da Globo para controlar a opinião pública: jornalismo de péssima qualidade.

A chamada, como se fosse a grande notícia do dia, é a seguinte: “Merval Pereira: Liberação das delações pode diminuir a pressão”.

O artigo de Merval (meus comentários vem em negrito):

O ego supremo na disputa do STF

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Tem ganhado espaço nos meios de comunicação os nomes de possíveis indicados a preencher a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal, que era ocupada por Teori Zavascki, morto em desastre aéreo sob investigação. A enxurrada de sugestões que surgem em meio a balões de ensaios, defesas de posições e exibições vergonhosas de sabujice explícita, indica a força que o Judiciário vem ganhando no jogo político.

Como fica cada vez mais patente, não se trata de uma discussão que leve em conta apenas as atribuições da corte, mas seu papel decisivo num momento de desequilíbrio dos poderes da República. O interesse na substituição de Teori Zavascki não escondeu, em nenhum momento, a perspectiva de procrastinação possível dos processos por ele relatados. Toda a consternação com as circunstâncias trágicas da morte do ministro surgiu tingida de pragmatismo.