domingo, 26 de fevereiro de 2017

O castelo na Espanha do "operador do PMDB"

Por Hildegard Angel, em seu blog:

Jorge Luz, o maior operador da corrupção do país, permanece na ativa desde os militares. Conforme o noticiário, na Petrobras ele age desde 1986, em conluio com o PMDB. Contudo, perto do tamanho de seu próprio enriquecimento, parecem irrisórios os 40 milhões de dólares que ele teria distribuído em propinas ao partido nas negociatas.

Só mesmo o detentor de imensa fortuna poderia ter adquirido, como ele fez, um dos castelos da duquesa de Alba, em Sevilha, após a morte, em 2014, da mulher mais rica da Espanha e maior colecionadora de títulos de nobreza do mundo – e por isso não precisava se ajoelhar nem para o Papa. Naquela ocasião, Luz interessou-se em obter a cidadania espanhola, empenhando-se para isso junto um amigo português, lobista com bom trânsito na realeza de Espanha.

O futebol não será televisionado

Por Rafael Duarte Oliveira Venancio, no site Jornalistas Livres:

Wilson Simonal eternizou de maneira célebre, na música Aqui é o País do Futebol, os versos que pautam, normalmente, as discussões políticas sobre o esporte:

“Brasil está vazio na tarde de domingo, né?

Olha o sambão, aqui é o país do futebol

No fundo desse país

Ao longo das avenidas

Nos campos de terra e grama

Brasil só é futebol

Nesses noventa minutos

De emoção e alegria

Esqueço a casa e o trabalho

A vida fica lá fora

Dinheiro fica lá fora

A cama fica lá fora

Família fica lá fora

A vida fica lá fora

E tudo fica lá fora”


Por mais que as Diretas Já tenham tido influência da Democracia Corinthiana, que o futebol tenha sido uma das principais portas da luta contra o preconceito racial com times como a Ponte Preta e o Vasco da Gama, o futebol é visto como um esporte de manutenção do status quo ou de reacionarismo. Muitas vezes nem é o esporte que faz isso, mas sim pessoas que utilizam a camisa esportiva para motivos extracampo.

Cinco falas polêmicas de Sergio Moro

Por Helena Borges, no site The Intercept-Brasil:

Em um evento na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, o juiz Sérgio Moro respondeu a acusações de uso político da Operação Lava Jato e mandou indiretas para seus críticos. A fala de Moro foi atrasada por protestos contra sua presença no evento. Cerca de dez estudantes e professores se manifestaram contra a forma como Moro conduz a Operação Lava Jato, que chamaram de “enviesada”. Manifestantes interromperam a fala do juiz no início do discurso, mas foram vaiados pelos presentes no auditório.

Confira aqui uma lista das falas de Moro e o contexto por trás das bordoadas.

No rastro da soja, o deserto verde

Por Mauricio Torres e Sue Branford, no site Outras Palavras:

Em apenas 40 anos, o norte do estado de Mato Grosso sofreu uma transformação profunda: o avanço do agronegócio substituiu o cerrado e a floresta amazônica por extensas monoculturas agrícolas, protagonizadas pela soja.

A soja entrou no estado a uma velocidade assustadora: a área sob cultivo pulou de 1,2 milhões de hectares em 1991 para 6,2 milhões de hectares em 2010 e para 9,4 milhões de hectares em 2016. Segundo o geógrafo Antônio Ioris, professor da Universidade de Cardiff, que pesquisa o avanço do agronegócio em Mato Grosso, um fator-chave neste processo foi a participação do órgão de pesquisa agrícola do governo federal: “As novas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa para os solos ácidos e outros problemas permitem que a soja entre após uma crise do setor na década de 1980, dando novo fôlego à fronteira agrícola”. Entretanto, a grande expansão da soja aconteceria no final dos anos 1990, “beneficiada pelo boom das commodities e pela liberalização da economia”, completa Ioris.

A tempestade se aproxima de Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Todos diziam que a revelação das delações da Odebrecht seriam um vendaval sobre o governo.

Ela (ainda) não veio, mas os ventos que a antecedem fizeram estragos evidentes no acampamento golpista, mesmo com a safra de notícias empurrando um “tout va bien, Madame La Marquise” da recuperação econômica, com um superavit das contas públicas visivelmente inflado e um desemprego que infla a cada mês.

O campo da política, porém, vai despencando com acontecimentos que surpreendem, não por incoerentes, mas por formarem um conjunto de “coincidências” , ainda que inesperadas.

Filho de Muhammad Ali e a ditadura nos EUA

Muhammad Ali Jr.
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Filho do mais famoso boxeador de todos os tempos, Muhammad Ali Jr. ficou retido durante horas em um aeroporto na Flórida, nos Estados Unidos, no início de fevereiro, “acusado” de ser muçulmano, apenas por causa da aparência e do nome que carrega. Os policiais interrogaram o rapaz por duas horas perguntando: “Onde você arranjou este nome?” “Você é muçulmano?” A história foi revelada pelo jornal USA Today, na última sexta-feira.

Nascido Cassius Marcellus Clay Jr. em Louisville, Kentucky, o lutador de boxe Muhammad Ali trocou de nome em 1964, ao se converter ao islamismo. Até então, lutava como Cassius Clay. Seu filho Muhammad Ali Jr. nasceu na Filadélfia em 1972, ou seja, como o pai, é cidadão norte-americano. Quando respondeu aos oficiais do aeroporto que sim, é muçulmano, os policiais continuaram perguntando sobre sua religião e onde ele tinha nascido, como se Muhammad Jr. tivesse acabado de chegar do Oriente Médio.

Yunes e Marinho: a misteriosa sociedade

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

O Cafezinho teve acesso a um documento interessante, seguindo a trilha de reportagem iniciada pelo blog do Rovai, que por sua vez se baseou em post e documentos divulgados pelo blog Tabapuã Papers.

É o documento [aqui] oficial de criação da empresa Marau Administração de Bens, que integra um conjunto de documentos divulgados pelo Tabapuã Papers.

Nela, figuram como sócios, entre outros, José Roberto Marinho, um dos donos da Globo, Marcos Yunes – filho do “amigo de Temer” e ex-assessor presidencial, José Yunes -, e a offshore Shadowscape Corporation, que aparece no Panama Papers, um dos maiores vazamentos do mundo de contas em paraísos fiscais.

Nova crise põe Temer na berlinda

Por Afonso Benites, no site Carta Maior:

A sexta-feira de Carnaval foi um dia atípico no centro do poder brasileiro. Enquanto o Congresso Nacional estava às moscas, auxiliares do presidente Michel Temer (PMDB) praticamente sambavam em busca de explicações sobre o relato que atingiu em cheio o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), e ameaça chegar ao chefe do Executivo. As justificativas iam do formal “por enquanto, nada a declarar” ao “isso não tem nenhuma relação com o presidente”. Só no fim da tarde, apareceu uma nota de defesa.

'Fora Temer' vira o hit do Carnaval

Do site Vermelho:

Durante apresentação na noite dessa sexta-feira (24), o cantor Russo Passapusso, vocalista da banda Baiana System, decidiu trazer o debate político para o desfile de seu trio na Barra-Ondina.

Arrastando uma multidão em torno do trio elétrico, Russo entoou gritos de ordem como "machistas, fascistas, não passarão", devidamente acompanhados pelo público.

Também nesta sesta, durante show em homenagem aos 50 anos do Tropicalismo, Caetano Veloso encerrou o show com um "Fora, Temer!", acompanhado pela plateia.

Problema de Serra é a (quinta) coluna

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A notícia foi divulgada lá pelo final da noite da última quarta-feira (22): José Serra largara o osso, pedira demissão de cargo que, para ele, a mídia tucana passou a chamar de “chanceler” – para outros, era meramente ministro das Relações Exteriores, mas chanceler é mais pomposo e passou a ser usado para o eterno candidato a presidência dos barões da mídia.

A carta de demissão falava em “problemas de saúde”; a expressão foi repercutida pela mídia sem maiores detalhes, gerando especulações de que o tucano poderia estar sofrendo de algum mal sério, alguns falaram em câncer.

Temer, Yunes e o encontro dos bilionários

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O dossiê distribuído pelo Anonymous, com informações sobre supostos negócios entre o presidente Michel Temer e o primeiro amigo José Yunes é composto por 30 documentos, entre PDFs e Words, basicamente registros na Junta Comercial e em paraísos fiscais.

Versam sobre uma infinidade de holdings e off-shores, algumas delas com os mesmos sócios, outras entrelaçando-se nas relações societárias, algumas soltas sem que, de cara, se possa montar alguma ligação maior.

Como é um quebra-cabeça extremamente complexo, vamos desbastando pelas bordas para ver onde chega. Pode não chegar a nenhum lugar, mas pode chegar a paragens interessantes.

As holdings que surgem da papelada são as seguintes:


Lula e a zebra Bolsonaro. Zebra?

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Embora seja cedo demais para afirmações irrevogáveis, principalmente quanto às apostas eleitorais, talvez não seja inteiramente descartável, pela distância do tempo, acreditar nos números apresentados pelas pesquisas sobre a disputa presidencial no próximo ano.

O crescimento da intenção de voto espontânea em Lula, à esquerda, pulou de 11,4%, em outubro de 2016, para 16,6% agora. Magnífico para ele. Este salto não se previa. Mais surpreendente, no entanto, foi o avanço, à direita, de Jair Bolsonaro, deputado federal com domicílio eleitoral no Rio de Janeiro. Dobrou a intenção de voto nele. De 3,3% escalou para 6,5%. Bolsonaro será mesmo a “zebra” em 2018?

Doria veste fantasia definitiva no Carnaval

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Depois do gari, do jardineiro, do cadeirante e do camelô, João Doria inaugurou o que promete ser sua fantasia definitiva: o populista bobo vaiado.

Chegou ao limite a paciência do paulistano com a marquetolagem irrefreável do prefeito de São Paulo, uma attention whore sem limite.

No Sambódromo, quando foi assistir os desfiles do primeiro dia das escolas do Grupo Especial, Doria fingiu que sambava - o que ele não finge fazer? - e pegou, para variar, uma vassoura para executar seu número preferido, que é varrer o chão que já está limpo.

A marchinha de carnaval do "coxinha otário"

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Carnaval da Globo não tem "Fora Temer"

Belo Horizonte. Foto: Jornalistas Livres
Por Altamiro Borges

O Jornal Nacional deste sábado (25) fez uma ampla cobertura sobre o carnaval de rua em todo o país e conseguiu esconder os inúmeros protestos contra o covil golpista. Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Salvador foram destaques em três blocos do telejornal de maior audiência da tevê brasileira. Mas a TV Globo simplesmente omitiu o "Fora Temer" gritado por centenas de milhares de foliões. Na Praça Campo Grande, por exemplo, a banda System puxou um gigantesco coro contra o usurpador diante do camarote do prefeito de Salvador, o demo ACM Neto. Não saiu nada no JN. Já no tradicional Pelourinho, o cantor Caetano Veloso apareceu de surpresa, cantou a música "Alegria, alegria" e foi acompanhado de um alegre refrão contra o Judas. Também nada no JN.

Serra, Temer e os erros da política externa

Eliseu Padilha e o “mula” do Temer

Por Altamiro Borges

O cerco ao usurpador Michel Temer vai se fechando. Aparentemente, ele ainda demonstra força – aprovando a toque de caixa seus projetos ultraliberais no Congresso Nacional, bancando o nome de Alexandre de Moraes para a função de guarda-costas no Supremo Tribunal Federal e escolhendo um aliado de Eduardo Cunha para o Ministério da Justiça. Mas no subterrâneo do poder a situação é bem mais complicada, com o agravamento da crise econômica, as primeiras fissuras no bloco golpista da burguesia e as brigas sangrentas no covil. Se aparência fosse igual a essência, não seria necessária a ciência – dizia Karl Marx.

Cunha emplaca Serraglio na Justiça

Por Altamiro Borges

Quem melhor definiu a escolha do deputado Osmar Serraglio (PMDB-SC) para o Ministério da Justiça do covil golpista foi o jornalista Xico Sá. “Cunha emplacou o novo ministro da Justiça. O recado da prisão deu resultado”, disparou no seu Twitter. De fato, o correntista suíço, que sempre ameaça revelar os pobres de Michel Temer caso não deixe a cadeia, deve estar feliz da vida. Entre outras atribuições, Osmar Serraglio chefiará a Polícia Federal, o que pode aliviar a barra do amigo presidiário. A operação para “estancar a sangria” segue em ritmo acelerado. Um dia após a aprovação do “guarda-costas” Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal, agora o governo ilegítimo emplaca um nome sinistro para o Ministério da Justiça.

"Fora Temer" empolga o carnaval da Bahia

A luta para manter as rádios comunitárias

Do site do FNDC:

A Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), entidade filiada ao FNDC, está mobilizada para garantir que a emenda que incluiu as emissoras comunitárias no texto final da Medida Provisória 747/16 seja mantida no Senado. Aprovada na Câmara dos Deputados na noite desta terça (21/2), a MP amplia os prazos de solicitação de renovação das concessões e anistia as emissoras que perderam o prazo para renovação da concessão. O texto original beneficiava apenas as emissoras comerciais.

Wagner Souto, membro da Coordenação de Comunicação da Abraço Nacional e da Abraço Pernambuco, informa que cerca de 1.288 emissoras comunitárias correm risco de extinção no país por não estarem com sua situação regular perante o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). "Não é justo que essas novas regras alcancem apenas as emissoras comerciais e nós fiquemos relegados à extinção", pondera.