sábado, 6 de maio de 2017

A Previdência e a especulação financeira

Editorial do site Vermelho:

A questão da “reforma” da Previdência, que o rejeitado governo Temer quer impor aos brasileiros, esconde, por trás da difusão de uma fraude (o chamado deficit da Previdência), o necessário debate da realidade fiscal injusta que existe no Brasil.

O governo tenta justificar os ataques aos direitos dos trabalhadores alegando que o deficit da Previdência é insustentável, sendo a causa principal das dificuldades financeiras do governo.
Encontra dificuldades – que cresceram desde a greve geral do dia 28 de abril – mesmo em sua base parlamentar e tropeça na busca dos necessários 308 votos para aprovar a PEC 287/2016 que dificultará, e muito, o acesso dos trabalhadores à aposentadoria.

Para compreender a falência dos Estados

Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:

O Brasil atravessa a mais grave recessão da história, no contexto da maior crise da história do capitalismo, e em plena execução de um golpe de Estado. O impacto desta conjuntura sobre a arrecadação pública, em todos os níveis, é dramático e inevitável. O debate é bastante complexo, pois, além da queda da arrecadação, em si, nele está presente com muita força a questão político ideológica, que leva a uma leitura de que o Estado brasileiro estaria quebrado em função dos salários e dos direitos sociais.

Assim, além da queda da arrecadação em si, decorrência da mais grave recessão da história do país, temos uma narrativa, dada de barato pelos “formadores de opinião”, de que o déficit público decorre dos direitos trabalhistas e sociais. O desdobramento do raciocínio é automático: a solução do problema passa pela liquidação dos salários, demissões, implosão da Previdência Pública, redução de gastos com saúde e educação, e assim por diante. Essa leitura, equivocada e calcada no senso comum, é hegemônica no interior da sociedade.

De onde vem tanto ódio fascista?

Do site da UJS:

Uma onda de ódio assola o país a algum tempo. Detectamos suas consequências e diariamente somos bombardeados com notícias desse tipo. Apenas para citar casos recentes, dessa semana, podemos lembrar o atleta do Palmeiras, Felipe Melo, que ao declarar seu apoio ao xenófobo e preconceituoso, Bolsonaro, ainda chamou os grevistas de “vagabundos” e incitou a violência contra os trabalhadores que lutam pelos seus direitos. Alguns dias depois, na última terça (2), durante manifestação contra a imigração no país, integrantes de um grupo de extrema direita saudaram a brutalidade da PM contra um grupo de refugiados que reside no país, e gritaram coisas como “comunistas tem que morrer”.

Desgoverno Temer põe indústria em xeque

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

Em comparação com os mesmos períodos de 2016, os meses de janeiro e março deste ano foram melhores para a indústria nacional. No entanto, outros métodos de medição do próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a fragilidade do setor continua, contrariando o discurso do governo em relação à retomada do crescimento. Comparando, por exemplo, março e fevereiro de 2017, a produção recuou 1,8%.

Segundo especialistas ouvidos pelo Brasil de Fato, a política econômica do governo impede uma retomada da industrialização e, consequentemente, de um crescimento vigoroso da economia.

Quem paga outdoors do ódio em Curitiba?

Por Bajonas Teixeira, no blog Cafezinho:

É muito conhecido o dito de Nietzsche de que se deus morreu tudo é permitido. Sem perder um pingo de verdade, pode-se dizer que se a justiça está morta nada é proibido. Esse é o caso dos outdoors que brotaram como cogumelos em Curitiba. São trinta outdoors em áreas movimentadas da cidades incitando a ira da população contra Lula. Coisa bem organizada, feita com o intuito óbvio de insuflar ondas de ódio, e certamente de alto custo. Quem permite uma coisa dessas? Por que Sérgio Moro não manda retirar esses outdoors e investigar os responsáveis?

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Editorial de O Globo desmoraliza Moro

A encruzilhada das forças golpistas

Wanderley Guilherme dos Santos
Por Lilian Milena, no Jornal GGN:

Apesar de aparentemente constitucional, o processo que afastou a presidente Dilma Rousseff foi pavimentado por ações que se desviaram das regras legais do país, subvertendo o equilíbrio da democracia. As consequências do rompimento constitucional ainda estão em curso e podem impedir que as forças populares participem em pé de igualdade das eleições em 2018.

A avaliação é de Wanderley Guilherme dos Santos, professor aposentado da UFRJ e um dos maiores cientistas políticos da atualidade, reconhecido por ter prenunciado o golpe militar de 1964, dois anos antes, no seu livro "Quem Dará o Golpe no Brasil" (Civilização Brasileira, 1962).

Doria vai tocando o terror. Acelera, SP!

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Quem pensa que o antipetismo hidrófobo e a falta de educação do prefeito de São Paulo, João Doria, são seus únicos defeitos, engana-se. Ele também apela ao autoritarismo direto, valendo-se de uma polícia municipal que, sob suas ordens, vem usando a repressão para que ele consiga cumprir sua promessa de campanha de tirar gente pobre das vistas da elite higienista.

Membros da GCM (Guarda Civil Metropolitana), da gestão João Doria (PSDB), foram flagrados em um vídeo agredindo um homem em situação de rua por volta das 10 hors de quarta (3) no Jabaquara (zona sul).

Por que o ódio doentio da direita a Dirceu?

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                    
Aos 71 anos de idade, José Dirceu de Oliveira e Silva está em liberdade provisória, depois de mofar por dois anos nas masmorras da Lava Jato. Condenado sem qualquer prova, com base em ilações e conjecturas, pelo juiz de 1ª instância Sérgio Moro, há 30 anos de cadeia, ele viveu dignamente seu calvário em Curitiba.

Dedicou seu tempo ao trabalho na biblioteca do presídio, à leitura e aos exercícios físicos, enquanto dezenas de outros réus se degradavam moralmente apontando o dedo acusador na direção exigida pelo juiz Moro e pelo procuradores da Lava Jato, jovens e inconsequentes militantes da direita nativa.

Baleia Azul e os ataques à internet livre

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

O mundo inteiro está de olho na internet. A frase tem vários sentidos, mas o que cabe aqui é o que diz respeito às centenas de tentativas – que pipocam nos quatro quadrantes do planeta – de controlar a circulação de dados na rede mundial de computadores.

Cada vez que aparece alguma situação de crime ou algum escândalo que tem a internet como intermediário ou foco central, os setores que querem restringir liberdades arregalam os olhos. Aproveitam-se de uma comoção nacional e transformam essas situações no pretexto ideal para emplacar alguma proposta para alterar a lei que o Brasil conquistou e que define os direitos e deveres para os usuários da internet – o Marco Civil da Internet, ou para aprovar uma lei para tipificar mais crimes na internet.

A comoção da vez é a Baleia Azul. O jogo que usa redes sociais para reunir pessoas em torno de desafios que envolvem mutilações até levar, na última etapa, ao suicídio.

Temer usa Refis para comprar votos

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Na noite desta quarta-feira, 3, o toma-lá-dá-cá foi sincronizado. Enquanto os deputados aprovavam a reforma previdenciária na comissão especial, e a polícia legislativa, contemplada com regra especial, jogava gás de pimenta nos agentes penitenciários que pediam o mesmo, a comissão mista (deputados e senadores) da Medida Provisória 766 aprovava o maior perdão de débitos fiscais já havido no país. É o “Refis do Temer”, que concede redução de até 99% no valor das multas e encargos e prazos de até 240 meses para quitação parcelada. Muitos parlamentares serão beneficiados, ou quando não diretamente eles, empresários de suas relações. O relator, Newton Cardoso Filho, será será premiado om redução de até 90% nas dívidas de empresas de sua família, que somam R$ 67 milhões.

"Reformas": Autoritarismo e retrocesso

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A insistência do governo Temer em levar à frente sua agenda de retrocesso social parece ter finalmente encontrado um obstáculo em seu caminho. Consolidou-se uma resistência ampla e organizada a tais medidas, dirigida pelo movimento sindical de forma unitária e por um conjunto amplo de setores descontentes com o rumo dado ao País pelo grupo que se instalou no comando da Esplanada após o processo do golpeachment.

Ao que tudo indica, aquele que foi eleito como vice-presidente em 2014 não se preocupa mesmo com seus baixíssimos índices de popularidade. Parece que teria aceito, entre resignado e orgulhosos, a tarefa que lhe foi confiada pelos representantes do financismo e dos grandes meios de comunicação. As classes dominantes exigem dele ações com o intuito de promover a verdadeira liquidação daquilo que ainda resta de um arremedo de Estado de Bem Estar Social em nosso País. Consumado o afastamento definitivo de Dilma Rousseff, entrou em campo a montagem de uma estratégia de fazer terra arrasada da experiência iniciada em 2003.

Os seis mitos da reforma trabalhista

Por Juliana Duffles Donato Moreira e Ana Luíza Matos de Oliveira, no site Brasil Debate:

Não há evidências que sustentem as teses apresentadas pelo governo. Aumentar a flexibilidade dos contratos de trabalho e reduzir direitos, além de não gerar empregos, fragilizará ainda mais o trabalhador, debilitará seus planos de vida e piorará as condições de trabalho no país

Órgãos oficiais confirmam a extensão da crise econômica enfrentada pelo Brasil: o PIB, que caíra 3,8% em 2015, recuou 3,6% em 2016. A taxa de desemprego, que decrescia desde 2003 e atingiu o menor valor da série história em 2014, quase dobrou desde 2015, atingindo 13,5 milhões de pessoas no início de 2017.

STF pode decretar fim de 'sequestros de Moro'

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A BBC noticia que está marcado para o dia 18 o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, da ilegalidade mais flagrante das muitas cometidas pelo juiz Sérgio Moro e, agora, reproduzida por outros magistrados: a condução coercitiva – ou mais propriamente o sequestro temporário – de cidadãos que sequer foram intimados a depor, seja como testemunhas ou investigados.

É, como já disse em plenário o Ministro Marco Aurélio Mello, um abuso que não poderia ter sido tolerado desde o início. O Código de Processo Penal, nos diversos artigos em que prevê a condução coercitiva, refere-se sempre ao fato de que ela será usada quando alguém se furtar, sem motivo justificado, a comparecer a interrogatório para o qual tenha sido regularmente intimado. Jamais como “pega ele e leva para a PF”.

PL do trabalho rural “revoga a Lei Áurea”

Por Dimalice Nunes, na revista CartaCapital:

Caso avance na Câmara dos Deputados, o PL 6442/2016 – que altera a regulamentação do trabalho rural – pode significar o maior retrocesso da história do País quando se fala em trabalhadores, uma perda de direitos ainda mais severa do que aquela pretendida pela reforma trabalhista. “Esse projeto revoga a Lei Áurea”, resume o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury.

O projeto, de autoria do presidente da bancada ruralista na Câmara, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), foi protocolado em novembro na Casa e constituído para não “sobrecarregar” o texto da já polêmica reforma trabalhista. É uma espécie de filhote do PL mãe.

Lula dá primeira chinelada em Moro

Foto: Ricardo Stuckert
Por Carlos Fernandes, no blog Diário do Centro do Mundo:

Não está sendo uma semana fácil para os pródigos justiceiros de Curitiba.

Após o procurador Deltan Dallagnol ter sido humilhado e ridicularizado pelo STF na sua transloucada tentativa de manter José Dirceu na cadeia à revelia do Direito, foi a vez do juiz Sérgio Moro receber uma aula pública das instâncias superiores sobre o que reza o nosso Código Processual Penal.

Primeiro, vamos ao caso.

Em 18 de abril, Moro havia determinado que o ex-presidente Lula participasse pessoalmente, em Curitiba, de todas as 87 audiências das testemunhas arroladas pela sua defesa.

Doria quer censurar críticos na internet

Da Rede Brasil Atual:

O prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), contratou o escritório de advocacia de seu secretário de Justiça, Anderson Pomini, para monitorar e notificar críticos do prefeito nas redes sociais. Segundo informações do site BuzzFeed Brasil, autores de postagens consideradas ofensivas pela equipe do prefeito serão contatados com pedidos para retirar as postagens, sob ameaça de processo por calúnia, difamação, injúria ou incitação à violência. A contratação foi feita pelo próprio Doria e não pela prefeitura.

Caso Mateus Ferreira já lembra Edson Luís

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Internado numa UTI em Goiânia, o estudante de Ciências Sociais Mateus Ferreira da Silva, de 33 anos, luta pela vida depois que teve o crânio afundado a golpes de cassetete por um capitão da PM durante um ato público da greve geral de 28 de abril.

Em estado grave, com sinais de melhora nos últimos dias, sua recuperação é alimentada pelas esperanças que a medicina oferece em nestes casos. Assim que soube da tragédia, a mãe do estudante, Suzete Barbosa, deslocou-se para a capital de Goiás, para ficar ao lado do filho. Através de imagens gravadas por duas câmaras de vídeo, ambas portadas por estudantes presentes, o país inteiro pode assistir à cena de violência que levou para a UTI. Pode ver o momento em que Mateus era atingido na cabeça por golpes de cassetete - ouve-se até um clique neste momento - numa sequência tão violenta que a arma se partiu no meio. Exibidas no dia da greve, a cena seria reprisada nos telejornais, mais tarde. Mas o amor de mãe impediu Suzete de olhar as imagens. "Não tive coragem," disse ela aos jornalistas.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Temer, Aécio e a bancada dos sujos no STF

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

O site ‘Congresso em Foco’ publicou nesta quarta-feira (3) um levantamento que até mereceria destaque no Jornal Nacional da TV Globo. Mas, lógico, “não vem ao caso”, como diria o juiz Sergio Moro. Segundo a reportagem, assinada por Joelma Pereira, PMDB e PSDB lideram a bancada dos senadores investigados pelo Supremo Tribunal Federal. O título da matéria é sacana – destaca Renan Calheiros e omite o nome do Judas. Mas o conteúdo é revelador. “Dono da maior bancada no Senado, o PMDB, do presidente Michel Temer, lidera o bloco dos investigados: 11 dos 22 peemedebistas respondem a inquéritos (investigações preliminares que podem resultar em processo) ou ações penais (processos que podem terminar em condenação) na corte. Desses, nove são alvos da Operação Lava Jato. Entre eles, o atual e o ex-presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Renan Calheiros (PMDB-AL)”.

Sindicalismo decide "ocupar Brasília"

Por Altamiro Borges

Em reunião realizada nesta quinta-feira (4), as noves centrais sindicais existentes no país - CUT, FS, CTB, UGT, NCST, CSB, CGTB, Intersindical e Conlutas - decidiram intensificar a pressão contra as "reformas" trabalhista e previdenciária do covil golpista de Michel Temer. Levando em conta o êxito da greve geral de 28 de abril, que teve a adesão de mais de 40 milhões de trabalhadores, e a rápida desmoralização do usurpador e das suas contrarreformas - como atestam as últimas pesquisas -, os sindicalistas avaliam que estão dadas as condições para ampliar o movimento de resistência e para radicalizar nas formas de luta. Neste rumo, as centrais decidiram, por consenso, "ocupar Brasília" para reforçar a pressão sobre os parlamentares - muitos deles já ameaçam abandonar o covil golpista.

Confira a íntegra da nota aprovada pelas centrais sindicais: