sábado, 22 de julho de 2017

Salvação de Temer custará R$ 300 bilhões

Por Paulo Pimenta, no blog Viomundo:

A salvação de Temer, acusado de corrupção, além dos prejuízos políticos para o país, tem um custo econômico altíssimo.

Os R$ 11 bilhões em aumento de impostos anunciados essa semana já são reflexos do uso indevido e irresponsável da máquina pública que Temer faz para comprar votos na Câmara e tentar se salvar.

A estimativa inicial que se faz, por baixo, é que o valor que está em jogo chega próximo aos R$ 300 bilhões.

Essa quantia pode ser ainda maior até o dia 2 de agosto, data da votação.

A questão do poder na Venezuela

Por Raphael Lana Seabra e Gladstone Leonel Júnior, no jornal Brasil de Fato:

Os meios de comunicação tradicionais pintam o presidente Maduro como o grande causador dos problemas na Venezuela. Não por acaso, o discurso que há alguns anos cabia a Cuba, então inimiga número um do chamado “mundo moderno”, foi deslocado para esse novo inimigo. Da mesma forma do feito com Cuba, agora a Venezuela torna-se alvo da pretensa falta de liberdade individual e desrespeito às cláusulas democráticas, tanto pelo discurso oposicionista que vigora no senso comum, quanto por algumas vozes progressistas. Mudam-se os alvos, mantêm-se o enredo!

O capitalismo sem ossos do Brasil

Por Marcelo P. F. Manzano, no site da Fundação Maurício Grabois:

A destruição do Estado brasileiro realizada pelo governo Temer é avassaladora e inédita. A cada semana que se passa, novos desmontes aprovados a toque de caixa por um congresso manchado por inúmeras denúncias de corrupção e que negocia cargos e verbas com um governo ilegítimo que se orienta apenas pelos interesses do mercado financeiro.

Nos últimos dias, além de esfacelar a CLT e lançar dezenas de milhões de brasileiros à incerteza, de propor a regularização de 350 mil hectares de terras griladas na Amazônia (um presente de meio bilhão de reais!), de avançar com o desmonte da Petrobras (leia aqui), ficamos sabendo agora que, em plena recessão, o BNDES reduziu em 17% o volume total de empréstimos no primeiro semestre de 2017 e que o crédito para o setor industrial voltou ao patamar dos anos 1990, com uma queda de 42% sobre o mesmo período do ano passado (leia aqui).

A gritaria de Bolsonaro e o avanço do 'mito"

Por Gabriel D. Lourenço e Luiz Gabriel Braun, no site The Intercept-Brasil:

Militar da reserva, político de carreira (sete vezes deputado federal, uma vez vereador) e presidenciável, Jair Messias Bolsonaro tirou alguns dias fora de Brasília, reino dos memes da corrupção brasileira, para vir até Florianópolis (SC) em maio. Em seguida, sua turnê passaria por Joinville, Blumenau e Jaraguá do Sul. Pela primeira vez, de acordo com evento criado no Facebook, para uma palestra: 2,7 mil pessoas mostraram-se interessadas no encontro aberto ao público, sem cobrança de ingresso. Uma amostra dos 21% de eleitores brasileiros que dizem que, se a eleição fosse hoje, escolheriam Bolsonaro para comandar o país. Número que parece consolidar a direita mais radical como uma alternativa cada vez mais real de poder no Brasil.

Agora, onde vão enfiar o pato?

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                                  

Pessoas, em geral, de poucas luzes intelectuais, as lideranças empresariais brasileiras jamais foram capazes de formular um miserável projeto de país. Sua rala imaginação não vai além da elaboração de projetos e campanhas para fugir do pagamento de impostos.

A obsessão por uma margem de lucro cada vez maior, custe o que custar, e o corte de pessoal diante do menor sinal de retração dos negócios, são outros traços marcantes dos donos dos meios de produção. O apoio incondicional dado ao projeto de antirreforma trabalhista de Temer revela uma visão burra até a raiz dos cabelos a respeito das relações entre demanda, oferta, salário e consumo.

Aumento de impostos e demissões em massa

Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:

O presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Adilson Araújo, afirmou nesta sexta-feira (21) que o aumento de impostos e o corte no orçamento adotado pelo presidente Michel Temer confirmam que a política econômica do governo é fracassada. “Enganaram os empresários. O pato voltou para a porta da Fiesp”, ironizou Adilson.

De outro lado, os trabalhadores continuam a ser os mais penalizados com demissões em massa e com o aumento do custo de vida, afirmou o sindicalista.


Marco Aurélio Garcia, Lula e 2018…

Foto: Agência Brasil
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Dilma e Lula estavam lá.

Haddad, Suplicy e outras lideranças do PT também estavam.

Jovens acadêmicos, que Marco Aurélio Garcia ajudou a formar e hoje ocupam cátedras nas universidades Brasil afora, marcaram presença.

Militantes emocionados, professores, jornalistas…

Marco Aurélio era um bem-humorado professor e militante. Frasista brilhante. Culto, sem ser pernóstico.

O texto mais bonito sobre ele talvez tenha sido escrito por Gilberto Maringoni – hoje no PSOL (clique aqui para ler).

O discurso mais emocionante, claro, veio de Lula – clique aqui para ver: https://www.facebook.com/Lula/videos/1381450791923917/

Alta da gasolina sem impacto na inflação?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Não adianta ficar fazendo previsões otimistas de que o aumento dos combustíveis terá pouco impacto na inflação ou que o repasse será reduzido.

Fui atrás dos preços dos postos mostrados no G1 e posto o resultado que as reportagens não dão, expressamente, em todos os casos.

Como o preço da gasolina varia muito de estado para estado, o valor absoluto mostra pouco, o que revela muito é o “antes e depois”.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Fiesp ressuscita o pato. E cadê os otários?

Por Altamiro Borges

O farsante Paulo Skaf, amigo íntimo de Michel Temer e filiado ao mesmo partido do usurpador, não teve como escapar. Diante da forte pressão nas redes sociais, ele anunciou nesta sexta-feira (21) que a decadente Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) vai ressuscitar o seu pato amarelo contra o aumento dos tributos sobre os combustíveis decretado pelo covil golpista. Até a revista Época, da agora “oposicionista” famiglia Marinho, cobrou uma atitude do velhaco oportunista, metido em inúmeras falcatruas.

Aumento de imposto aprofunda a recessão

Por José Carlos de Assis, no Jornal GGN:

O aumento de impostos para reduzir o déficit público é uma dessas demonstrações de estupidez da política econômica neoliberal que mostra o descompasso entre classes dominantes, donas dos meios de produção, e as elites dirigentes, que governam em seu nome. Uma política econômica progressista admitiria sem maiores problemas crescimento de déficit público e rejeitaria o aumento de impostos. A estupidez neoliberal propõe o oposto.

É muito importante que as elites dirigentes continuem estúpidas. A receita keynesiana para superação do desastre econômico em que nos encontramos pressupõe o gasto público deficitário, convertido em compras reais de bens e serviços pelo governo. Busca-se, com isso, estimular a economia, a demanda, o investimento, o emprego. Entretanto, esse déficit será inútil para o crescimento se for “queimado” na ciranda financeira.

O turista que denunciou o triplex da Globo

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Daniel Szames passeava de escuna pela baía de Paraty quando viu a praia de Santa Rita com uma construção ostensiva, boias que impediam o acesso, um deck de grandes proporções e a construção de três andares incompatível para região que é reserva da natureza, a Área de Proteção Ambiental (APA) de Cairuçu.

Ele queria parar na praia, mas o condutor da escuna informou que não poderia. No passado mais distante, quando a área pertencia a Francisco William Munhoz e sua irmã, Elizabeth, o acesso era livre, mas, depois que “um membro da família do sr. Roberto Marinho” comprou o sítio, a praia e um pedaço de mar foram “privatizados”, como se diz em Paraty.

Caso o barqueiro passasse pela barreira, ele não conseguiria entrar na praia, pois havia seguranças e cachorros que impediriam o desembarque.

Parlamentarismo numa hora dessas?

Por Theófilo Rodrigues, no blog Cafezinho:

Volta e meia retorna ao debate público o tema da mudança de sistema de governo no Brasil. Os propositores do debate argumentam em favor da substituição do presidencialismo pelo parlamentarismo como solução para as recorrentes crises políticas pelas quais o país passa.

O debate não é novo. O parlamentarismo já foi objeto de dois plebiscitos nos últimos cinquenta anos: um em 1963 e outro em 1993. E nas duas vezes foi derrotado pelo voto popular. Afinal de contas, em sã consciência e sem constrangimentos externos, por qual razão os eleitores concordariam em abrir mão do direito de escolher o governante maior do país e passariam esse poder para outros?

Não obstante a recusa popular expressa nos dois plebiscitos, insistentes lideranças não desistiram de articular em favor da proposta.

Mendigos molhados, patos enfurnados

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Por onde andarão os patos amarelos da Fiesp que enfeitavam as avenidas paulistanas e a Esplanada dos Ministérios em Brasília durante os protestos do ano passado contra a corrupção e o aumento de impostos?

Em lugar deles, agora podem ser encontrados moradores de rua molhados por jatos d´água pelo serviço de limpeza urbana da Prefeitura de São Paulo no dia mais frio do inverno, segundo noticiou a rádio CBN.

Com o anunciado aumento do imposto nos combustíveis a partir desta quinta-feira, será que o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, agora vai soltar os patos enfurnados em algum porão?

Lula e o "implacável" juiz Sergio Moro

As duas caras de um Mercosul esvaziado

Por Rubén Armendáriz, no site Carta Maior:

Pela primeira vez desde 2006, uma cúpula presidencial do Mercado Comum do Sul (Mercosul) não estará acompanhada pelo tradicional evento paralelo oficial dedicado a temas sociais, com a participação dos ministros dessas áreas, por decisão do país que exerce a presidência pro tempore, a Argentina – obviamente apoiada pelos demais membros.

Na próxima sexta-feira, dia 21 de julho, o Hotel Intercontinental da cidade de Mendoza receberá Michel Temer, o presidente de facto do Brasil, país que assumirá a presidência pro tempore do organismo que suspendeu a Venezuela e ficou reduzido ao tridente de presidentes conservadores – o argentino Mauricio Macri, o paraguaio Rodolfo Cartes, e o próprio Temer – e um quarto (o uruguaio Tabaré Vásquez) que embora eleito por uma coalizão de esquerda não tem força para se desmarcar da tendência seguida por seus pares.

Moro quer matar Lula de fome

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Moro mandou confiscar tudo o que Lula tem: R$ 606 mil em bancos, o apartamento em que mora e dois outros pequenos apartamentos em São Bernardo, um lote, dois carros e todos os ativos financeiros, inclusive planos de previdência privada. Conta no exterior, a Lava Jato não achou. Este patrimônio modesto, prova de que Lula não roubou, será dado à Petrobrás em suposta reparação por perdas em contratos com a OAS. O que Moro quer com esta nova agressão a Lula é sanar uma falha grave em sua sentença, forçando a relação entre o famigerado tríplex e a Petrobrás, para sustentar a condenação por corrupção passiva. Mas, dando a impressão de que deseja matar Lula de fome, Moro amplia a percepção, inclusive no círculo de admiradores, de que realmente persegue o ex-presidente.

Avenida Paulista clama pela defesa de Lula

Av. Paulista, 20/7/17. Foto: Mídia Ninja
Da Rede Brasil Atual:

Milhares de manifestantes ocupam a Avenida Paulista, em frente ao Masp, em São Paulo. Os presentes criticam a agenda de reformas do governo de Michel Temer (PMDB) e, sobretudo, estão em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pelo juiz Sérgio Moro no âmbito da Operação Lava Jato relativo ao processo envolvendo o tríplex do Guarujá, no litoral paulista.

Entre os militantes, jovens e idosos, integrantes da população LGBT, negros, ativistas de movimentos de moradia, de sindicatos, entre outros. Os manifestantes fazem uma verdadeira festa na Paulista com batuques e bandeirões. “Eleição sem Lula é fraude” são as palavras desenhadas no maior deles.

Google, um gigante golpeado

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

A multa recorde de 2,4 bilhões de euros aplicada pela Comissão Europeia ao Googleno mês passado alimentou esperanças de alguma contenção, pela esfera pública, do poder dos monopólios globais que, no caso das empresas da internet, gera para a sociedade efeitos negativos muito além da economia e do consumo.

A punição foi aplicada por abuso da posição dominante do Google no mercado de mecanismos de busca, ao dar vantagem ilegal ao seu próprio serviço de comparação dos preços informados nos anúncios divulgados na internet, justificou a Comissão. Mais de 90% da receita da companhia provém de anúncios.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Ricardo Barros e o silêncio dos médicos

Por Altamiro Borges

Nos últimos dias, o ‘ministro’ da Saúde Ricardo Barros protagonizou duas cenas que deveriam gerar a indignação dos médicos – muitos deles que foram às ruas esbravejar pelo “Fora Dilma” e, que desta forma, ajudaram a alçar ao poder a quadrilha de Michel Temer. Em um evento no Palácio do Planalto, ele deixou escapar ao anunciar um novo factoide para a área da saúde: “Vamos parar de fingir que pagamos os médicos e os médicos vão parar de fingir que trabalham”. Dias depois, o fingido bancou um "casamento ostentação" para a sua filhota. Nas duas ocasiões, os médicos falsamente moralistas também se fingiram de mortos e não expressaram a sua irada revolta. Talvez estejam arrependidos da besteira que fizeram contra a democracia.

As angústias de Marco Aurélio Garcia

Por Altamiro Borges

No final de maio, o sociólogo Marco Aurélio Garcia participou de uma conversa com blogueiros na sede do Centro de Estudos Barão de Itararé. Ele abordou o cenário político mundial – principalmente latino-americano – e brasileiro, enfatizando que a marca deste período é a “imprevisibilidade”. Em vários momentos, o ex-assessor especial dos presidentes Lula e Dilma se mostrou angustiado com a atual onda de retrocesso no mundo – destacando a vitória do belicista Donald Trump nos EUA, o crescimento de seitas fascistas na Europa, os recentes reveses sofridos pelas forças progressistas na América Latina e o golpe orquestrado pela oligarquia rentista no Brasil. Mas, sempre irônico e risonho, nunca deixou transparecer qualquer desânimo. Pessimista no diagnóstico, ele se mostrou um otimista na vontade de lutar – como Antonio Gramsci. Nesta quinta-feira (20), infelizmente, Marco Aurélio Garcia faleceu em decorrência de um infarto fulminante.