Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
Uma característica destes tempos estranhos que estamos vivendo é a “naturalização” do que não é natural, não é normal e foge ao Estado Democrático de Direito. Neste “novo normal”, vamos engolindo pedras em lugar de pão sem nos espantar. Pela manhã, esperei mais espanto, pelo menos, diante da proibição do show que Caetano Velloso faria ontem no acampamento “Povo Sem Medo”, do MTST, em São Bernardo do Campo.
Uma característica destes tempos estranhos que estamos vivendo é a “naturalização” do que não é natural, não é normal e foge ao Estado Democrático de Direito. Neste “novo normal”, vamos engolindo pedras em lugar de pão sem nos espantar. Pela manhã, esperei mais espanto, pelo menos, diante da proibição do show que Caetano Velloso faria ontem no acampamento “Povo Sem Medo”, do MTST, em São Bernardo do Campo.
O que fizeram o Ministério Público, através de uma promotora, e o Judiciário, através de uma juíza, foi censura e interdição da liberdade de expressão, alegando supostas questões de segurança. Mas há algum tempo nos acostumamos com o poder maior que vem sendo exercido por estas duas instituições, mais potentes que os outros poderes. Mas Caetano, mesmo impedido de cantar “pela primeira vez depois da redemocratização”, como disse, furou a bolha de esquecimento com que a mídia trata a ocupação (que já dura dois meses) de São Bernardo.