quarta-feira, 10 de abril de 2019

Os atos da Jornada Mundial Lula Livre

Bolsonaro e os 100 dias de desmonte

Charge: Cartoonist Ralfo
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Se existe uma marca ao completarem-se os 100 dias do novo governo, é aquela que o próprio presidente anunciou nos Estados Unidos que “nós temos de desconstruir muita coisa”.

Isso, de fato, ele vem fazendo, com denodo.

Na Educação, todos vêem, o esforço destrutivo vem tendo um enorme sucesso: o ministério tornou-se um centro de intrigas e disputas – além das chacotas, claro – completamente paralisado naquilo que deveria ser sua função. Dado o fato de que o novo ministro é pessoa afinada pelo mesmo diapasão aloprado de Ricardo Vélez, há pouco a acrescentar e menos ainda a esperar, senão o desmanche do pouco que construímos em construção e disseminação do saber.

Bolsonaro cairá ainda mais nas pesquisas

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Especialistas renomados em imagem de políticos explicam com clareza por que atos de Bolsonaro como nomear outro psicopata para dirigir a Educação no Brasil não vão parar e vão torná-lo cada vez mais odiado pelos brasileiros. No ritmo em que as coisas vão, no segundo semestre teremos um presidente que não poderá aparecer em público sem ser vaiado…

Cientistas sociais de todo país e do exterior analisam fenômeno que muitos consideram surpreendente, o da queda livre da popularidade de Bolsonaro menos de seis meses após ter sido eleito com expressiva votação em meio a grandes expectativas que, em tempo recorde em todos os governos do pós-redemocratização, deterioraram-se profundamente.

A "uberização" das relações de trabalho

Por Alexandre Andrada, no site The Intercept-Brasil:

Uma das grandes maravilhas do capitalismo é a inovação. Inovar significa, de maneira simples, criar algo novo ou fazer algo velho de uma nova maneira. E nisso o capitalismo é craque.

Talvez dois mais importantes economistas políticos que analisaram o fenômeno da inovação foram o alemão Karl Marx (escudado por vezes por seu amigo Friedrich Engels) e o austríaco Joseph Schumpeter.

No Manifesto de 1848, numa das passagens mais famosas do texto, Marx e Engels afirmam:

“A burguesia não pode existir sem revolucionar permanentemente os instrumentos de produção, portanto as relações de produção, portanto as relações sociais todas”.

Lula Livre e a paz na Venezuela

Novo ministro da educação é um pitbull

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

O presidente Jair Bolsonaro anunciou no Twitter a demissão do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. Bolsonaro informou também que o novo ministro será Abraham Weintraub.

Bolsonaro e Vélez tiveram uma reunião no Palácio do Planalto pouco antes do anúncio da demissão do agora ex-ministro.

“Comunico a todos a indicação do Professor Abraham Weintraub ao cargo de Ministro da Educação. Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta. Aproveito para agradecer ao prof. Velez pelos serviços prestados”, afirmou.

TV Globo impõe o silenciamento de Lula

Por Ângela Carrato e Eliara Santana, no blog Viomundo:

“Não adianta tentar acabar com as minhas ideias, elas já estão pairando no ar e não tem como prendê-las. Não adianta parar o meu sonho, porque quando eu parar de sonhar, eu sonharei pela cabeça de vocês e pelos sonhos de vocês.Não adianta achar que tudo vai parar o dia que o Lula tiver um infarto, é bobagem, porque o meu coração baterá pelos corações de vocês, e são milhões de corações”.

Sete de abril de 2018, do caminhão de som na frente do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo (SP), última vez em que se ouvia a voz de Luiz Inácio, calado pelos desmandos e abusos da Lava Jato.

Naquele dia, Lula era finalmente detido, preso. E a partir da prisão, o que se viu foi uma verdadeira operação de silenciamento colocada em ação pela mídia corporativa.

O desastre bolsonarista em cem dias

Editorial do site Vermelho:

Cem dias andando para trás. Ao fechar esse simbólico ciclo inaugural, o governo do presidente da República Jair Bolsonaro coleciona um considerável acervo de feitos contrários aos interesses do país e do povo. A expressão - cem dias - foi criada por Franklin Delano Roosevelt, presidente dos Estados Unidos, quando ele apresentou, em 24 de julho de 1933, os êxitos dos seus atos “dedicados a pôr em marcha o New Deal” e tirar o país da Grande Depressão.

Desemprego e a destruição da Previdência

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Se de fato a reforma da Previdência proposta pelo governo for aprovada nos termos em que foi apresentada, deverá afetar severa e negativamente o mercado de trabalho brasileiro.

A drástica redução da massa de benefícios previdenciários (cujo valor deverá agora ser igual à média de 100% das contribuições e só será plenamente pago aos trabalhadores que contribuírem por ao menos quarenta anos) e dos benefícios assistenciais (que serão desvinculados do salário mínimo e não terão garantida sequer a correção monetária) deverá produzir um importante impacto negativo na renda disponível de um grande contingente de famílias brasileiras de baixa renda.

Witzel é um criminoso à solta no RJ

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, é um desequilibrado dotado de instintos assassinos. Há vários maneiras desse instinto aparecer. Uma, é através da perpetração pessoal de assassinatos. Outra, é através do estímulo aos assassinos.

O Código Penal trata essas pessoas como partícipes, ou autores intelectuais dos crimes. Quando essa pessoa tem um cargo público, com ascendência sobre a opinião pública, e sobre as forças de repressão, há agravantes óbvios.

Chileno desmente fake news de Paulo Guedes

Andras Uthoff
Por Felipe Bianchi e Leonardo Wexell Severo, de Santiago, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

“Apesar dos subsídios estatais, 80% das aposentadorias pagas no Chile estão abaixo do salário mínimo e 44% estão abaixo da linha da pobreza. O sistema fracassou e seria uma completa loucura implementá-lo no Brasil”, afirmou Andras Uthoff , consultor do Instituto Igualdad e professor da Universidade do Chile.

Doutor em Economia pela Universidade de Berkeley, ex-assessor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Uthoff avalia que “o sistema de capitalização tem levado multidões às ruas, pois empobrece idosos e nega direitos, enquanto é extremamente rentável às Administradoras de Fundos de Pensão (AFP)” . Devido à “falta de transparência” e à “desinformação” ditada pelos conglomerados midiáticos, que respondem aos “poderes econômicos e financeiros”, “as pessoas não se dão conta do quão mau é este sistema até que se aposentem”.“A realidade está se impondo, demonstrando que a capitalização é um desastre. A realidade é nossa melhor aliada”.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Tiros em Evaldo, Witzel sai da reta

Bolsonaro estreia a TV estatal verde-oliva

Por Daniel Giovanaz e Vivian Fernandes, no jornal Brasil de Fato:

10 de abril de 2019. Essa é a data que trará uma pá de cal sobre a experiência de uma TV pública no Brasil. Nossa potencial BBC tupiniquim vai, definitivamente, ser oficializada como uma máquina de propaganda para o governo federal. E, ainda que o fim de uma TV pública agrade o oligopólio privado do rádio e da TV no país, um outro segmento vai ser ainda mais beneficiado: os militares.

No próximo dia 10, estreia a nova programação da TV Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Criada em 2007 em cumprimento à Constituição Federal, a EBC sempre sofreu mandos e desmandos dos governos passados, mas conseguiu manter um caráter público, voltado ao cidadão, em defesa dos direitos humanos e dando voz a quem nunca teve na mídia tradicional. Ainda que tenha sido atacada por Temer (MDB), que destituiu o Conselho ocupado pela sociedade e acabou com a independência do presidente da empresa, agora, sob Bolsonaro (PSL), a ordem é não disfarçar mais: propaganda pura, sem debates editoriais.

Julian Assange, um dissidente ameaçado

Por Rôney Rodrigues, no site Outras Palavras:

Julian Assange é um incômodo hóspede da embaixada equatoriana em Londres. Já não é mais uma ilustre visita; é tratado, praticamente, como um prisioneiro bem guardado, pronto para ser entregue às autoridades londrinas. No noite da última quinta-feira (dia 4), o portal WikiLeaks anunciou que seu fundador será expulso da embaixada – que o acolheu por mais de sete anos – em questões de dias – ou mesmo de horas. As informações teriam sido vazadas ao WikiLeaks por um funcionário do alto escalão do governo equatoriano que, em resposta, disse que não responderia “rumores sem fundamentos” divulgados.

Bolsonaro e a antipolítica

Por Renato Francisquini, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Inúmeras hipóteses têm sido apresentadas a fim de explicar a ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República. Antes do processo eleitoral, muito embora o então candidato figurasse como favorito nas pesquisas – notadamente quando se excluía o ex-presidente Lula da lista apresentada aos entrevistados – poucos confiavam em sua capacidade de vencer o pleito. Havia boas razões para tal descrédito: à luz dos estudos sobre comportamento eleitoral e de nossa experiência mais recente (1994-2014), soava implausível que o candidato sem uma estrutura partidária sólida e com uma retórica ofensiva, para dizer o mínimo, pudesse ampliar o apoio que até então desfrutava nas pesquisas.

A impotência dos economistas liberais

Por José Luís Fiori

“Quem diria que no começo do mandato de um governo liberal ele iria sancionar subsídios e discutir a retomada de proteções setoriais. Não é só a tarifa do leite, é a proteção de bens de capital”. Marcos Lisboa, O Globo, 18/02/2019 p:17.

Súbito, fez-se o consenso, e já não é mais possível tapar o sol com a peneira: no primeiro trimestre de 2019, a economia brasileira entrou em marcha forçada na direção do colapso. Em apenas três meses, o mercado reduziu quatro vezes seguidas seu prognóstico com relação ao crescimento do PIB de 2019, que caiu de 3% para 1.8%. E tudo indica que seguirá caindo, tanto que o próprio mercado reconhece que não haverá retomada dos investimentos neste ano, qualquer que seja a circunstância. 

O "caçador de comunistas" na Educação

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Os comunistas são o topo do país. Eles são o topo das organizações financeiras; eles são os donos dos jornais; eles são os donos das grandes empresas; eles são os donos dos monopólios…” (economista Abraham Weintraub, novo ministro da Educação, em palestra no final do ano passado, durante encontro de líderes de extrema direita, em Foz do Iguaçu, no Paraná).

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Começou tudo outra vez, com os mesmos discursos de 50 anos atrás.

“Maluf assume a prefeitura e fala sobre combate à ideologia marxista”: este é o título da coluna “Acervo Folha- Há 50 anos” de hoje (página A-4).

Brasil escolheu cultura de morte, não da paz

Por Roberto Malvezzi (Gogó), no site Correio da Cidadania:

A ne­cro­filia faz parte de nossa his­tória: o mas­sacre de 10 mi­lhões de in­dí­genas, mi­lhões de ne­gros, de po­bres em Ca­nudos, Cal­deirão, Con­tes­tado, Pau-de-Co­lher, os co­ro­néis do sertão, chegam hoje às gan­gues e mi­lí­cias das pe­ri­fe­rias ur­banas bra­si­leiras. Matar é cons­ti­tu­tivo de nossa his­tória. 

Porém, há no­vi­dade. A li­be­ração de armas iria ine­vi­ta­vel­mente in­cre­mentar a vi­o­lência na classe média, à se­me­lhança do que acon­tece nos Es­tados Unidos. É li­te­ral­mente uma cul­tura de morte. Eu mesmo fiz um texto sobre esse tema.

Não é car­to­mancia, é a ló­gica. Os únicos com poder de com­prar armas são a classe média e os ricos. Por­tanto, a ten­dência é que cha­cinas au­mentem em shop­pings, es­colas, ci­nemas, te­a­tros, praças públicas, enfim, nos es­paços ocu­pados por esses se­tores da so­ci­e­dade. Acon­teceu na Ca­te­dral de Cam­pinas, agora numa es­cola de Su­zano.

Generais pressionam Bolsonaro. Conspiração?

Charge: Jefferson Portela
Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Jair Bolsonaro voltou de Israel, onde declarou que “não há dúvida” de que o nazismo era de esquerda, notável exibição mundial de falta de superego, e depois foi seu vice quem saiu, para os Estados Unidos. Hamilton Mourão foi se encontrar, em Washington, com Mike Pence, o vice de Donald Trump, e participar na Universidade Harvard, em Boston, de uma conferência anual sobre o Brasil, organizada por alunos nascidos aqui. Na capital americana fará também uma palestra, nesta terça-feira 9, no Wilson Center, um think tank comandado por um brasileiro, o jornalista Paulo Sotero. “Os 100 primeiros dias do governo Bolsonaro têm sido marcados pela paralisia política, em larga medida devido às sucessivas crises geradas pelo círculo mais próximo do próprio presidente, se não por ele mesmo”, diz o convite do think tank aos interessados em ouvir o general. “No meio da barulheira política, o vice-presidente Hamilton Mourão tem emergido como uma voz de razão e moderação, capaz de prover direção em assuntos domésticos e de política externa.”

Educação sai da 'anomia' para entrar no 'caos'

Da Rede Brasil Atual:

O perfil do novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, na opinião de especialistas consultados pela reportagem de Cosmo Silva, na Rádio Brasil Atual, comprova que o governo Bolsonaro não tem um projeto para atender às demandas educacionais do país. Em pouco mais de três meses de gestão, o MEC coleciona dezenas de exonerações de cargos na administração, além de esta ser a segunda mudança no primeiro escalão do governo.