terça-feira, 7 de maio de 2019

Primeiros efeitos da asfixia sobre a ciência

Por Regiane Oliveira, no site da Fundação Maurício Grabois:

Primeiro a universidade não poderá pagar água e energia. Depois os contratos de prestação de serviços (como limpeza e segurança) deixarão de ser cumpridos. Em seguida, o restaurante universitário ficará sem recursos. Programas de assistência a estudantes pobres também estão ameaçados. E se a medida não for revista, o corte comprometerá as atividades da universidade já no segundo semestre deste ano. 

Este é um resumo dos primeiros efeitos da asfixia financeira de Bolsonaro na educação e ciências do Brasil, divulgado por várias instituições, como a Universidade Federal do Paraná (UFPR), que teve bloqueio de 30% de suas verbas de custeio, em 48 milhões de reais. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que teve suspensão de 41% das verbas destinadas à manutenção, no valor de 114 milhões de reais, apontou ainda o bloqueio de recursos para investimentos que impede o desenvolvimento de obras e compra de equipamentos para laboratórios e hospitais. "Há cinco anos a Universidade vem sofrendo cortes e contingenciamentos sem reposição. Em valores corrigidos, a diferença entre o orçamento de 2014 e o de 2019 é superior a 200 milhões de reais", informou a UFRJ.

Entenda as armadilhas do golpe da Previdência


A reforma da Previdência 2019 volta a tramitar na Câmara dos Deputados esta semana. Nesta terça-feira (7), a Comissão Especial da Câmara que vai analisar o mérito da Proposta de Emenda à Constituição 6/2019, a PEC da Previdência fará a primeira reunião, a partir das 14h30. Estão previstas 11 audiências públicas com cerca de 60 convidados para debater a tentativa de "reforma" da Previdência do governo Jair Bolsonaro.

O presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), afirma trabalhar para aprovar o texto da reforma na comissão e entregar análise ao plenário da Câmara até julho, onde são necessários 308 votos (três quintos dos 513 votos) para a aprovação da medida, por se tratar de uma alteração da Constituição.


Censo do IBGE: Não verás país nenhum

Por Antônio C. Alkmim, no site Brasil Debate:

Vivemos dias dos mais tristes para o IBGE em seus quase 83 anos de existência.

Nem a ditadura militar ousou tanto.

Demissão do Diretor de Pesquisa. Quebra da autonomia técnica. Intervenção externa. Corte drástico do orçamento do Censo. Redução de um questionário fundamental para o diagnóstico social e demográfico do país e planejado há dois anos pelo corpo técnico. Proposta de redução inexplicável da amostra. Indicação de um Diretor de Pesquisa de fora da Instituição, combinada com a emergência de um personagem, que viveu no lusco-fusco técnico e de poder há mais de 30 anos no Instituto e que se presta a assumir a Diretoria de Informática, ao mesmo tempo em que passa a deter o controle operacional da pesquisa.

Bolsonaro apoia Olavo e esbofeteia generais

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Qualquer um perceberia e este blog disse ontem que era vã a esperança dos generais de que Jair Bolsonaro fosse deter a ousadia das suas falanges, personificadas em Olavo de carvalho.

Hoje, num Twitter com toda a “pinta” de ter sido preparado pelo filho Carlos, o presidente mostra que é aquela a verdade e humilha publicamente o porta-voz dos militares, general Eduardo Villas Bôas.

Diz que Olavo de Carvalho se somou à sua luta contra a esquerda e que este “se tornou um verdadeiro fã (sic) para muitos”.

STF pode soltar Lula para retaliar Bolsonaro

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O fenômeno que fez o STJ reduzir em 1/3 a pena de Lula e o STF permitir que ele dê entrevistas, pode, agora, libertá-lo. Tanto nas Forças Armadas quanto no Judiciário há grande preocupação com o descontrole emocional de Bolsonaro e sua legião de zumbis. O antipetismo está em queda livre no Judiciário, nas Forças Armadas e na mídia.

Em poucos dias, o Brasil se surpreendeu com decisões judiciais de Cortes Superiores a favor do ex-presidente Lula.

Macri quebra a Argentina e frustra a direita

Por Martín Fernández Lorenzo, no blog Socialista Morena:

Em menos de quatro anos o governo de Mauricio Macri, um dos ídolos da “nova” direita brasileira, conseguiu levar a Argentina à ruína e a um provável calote que já está batendo à porta. A revista Forbes publicou no último dia 17 de abril que o país irá repetir o default dos anos de Fernando De la Rúa (1999-2001): “Prepare-se para outro default argentino!”, alertava a publicação. Naquele dia, o dólar estava em 42,36 pesos; nesta segunda-feira está em 45,70 pesos. “A Argentina está à beira do abismo”, ecoava o Financial Times uma semana depois.

O que fez o Rio para merecer um Witzel?

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                             

Há alguns anos nem o mais pessimista dos habitantes do estado do Rio de Janeiro poderia prever a aproximação de um tsunami devastador movido a burrice, incompetência, estupidez, violência e falta de escrúpulos representado pela tríade das trevas Crivella, Witzel e Bolsonaro.

Impossível assistir nas redes sociais à palhaçada protagonizada pelo governador do Rio, Wilson Witzel, em Angra dos Reis, sem se perguntar o que nós, cidadãos fluminenses, fizemos para despertar a ira dos deuses.

Sim, porque até mesmo para pessoas não religiosas como eu a esfera da racionalidade parece insuficiente para entender os meandros do fenômeno que levou ao governo de um estado importante com o nosso um sujeito que se gaba de sua vocação para matar.

A quem Bolsonaro baterá continência?

Do site Vermelho:

O mais recente entrevero no interior do governo de Jair Bolsonaro revela bem a essência dos grupos que assumiram o poder. A junção que se formou, reunindo peças mal encaixadas que perfilaram na campanha e na pré-campanha eleitoral, tem se mostrado frágil. A base política de Bolsonaro e seus filhos, as ideias de extrema direita de Olavo de Carvalho, tem se chocado com a ala militar. Esse pensamento medíocre do presidente e sua prole é uma verdadeira ameaça ao avanço civilizacional no país.

Bateu o desespero na economia

Por Luiz Carlos Bresser-Pereira

Em sua excelente coluna de domingo na Folha, Vinicius Torres Freire, diante da estagnação econômica, diz que “começa a bater o desespero”.

“Economistas sorriem amarelo, sem graça com as previsões furadas de recuperação. Mais que isso, parecem desnorteados, sem explicações precisas para o fato de mesmo o broto verde e mirrado do PIB estar murchando. Empresários parecem com medo, nervosos ou acham que a retomada de 2019 deu chabu… Gente do governo começa a falar em ‘pacotes’ e ‘medidas’ para estimular o crescimento.”

Mas como poderia ser de outra maneira?

O que quer Olavo de Carvalho?

Por Manuel Domingos Neto

Os pesquisadores do futuro borrarão seus textos com palavrões.

No movimento militar que proclamou a República, eram corriqueiras expressões agressivas tipo “canalhocracia jurídica”, “pedantocracia fardada”... Ao longo da história republicana, a criatividade na linguagem foi bem exercitada.

Agora, a coisa complicou. Depois de agredir o general Mourão, Olavo de Carvalho chamou um ícone da operacionalidade do Exército, o general Santos Cruz, de “bosta engomada”. Imagine-se o impacto nas fileiras diante desta ofensa à farda!

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Witzel metralha e curte em hotel de luxo

Por Altamiro Borges

Na cavalgada neofascista que devastou o país graças à escandalização midiática da política, os cariocas elegeram o desconhecido Wilson Witzel, um sinistro aventureiro, como governador de um dos mais importantes Estados da federação. O ex-juiz saltou do 1% nas pesquisas no início da campanha para 60,6% dos votos no segundo turno das eleições. A sua disparada se deu a partir do comício no qual foi destruída uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada covardemente. Ele passou a ser encarado como o candidato do ódio, da violência.

Um dos principais sistemas de ensino do mundo

Por Marcio Pochmann, no site da Fundação Perseu Abramo:

O Brasil possui um dos principais sistemas de formação no ensino superior do mundo. Embora o país represente 2,8% da população mundial, a sua participação relativa no total de estudantes universitários no planeta saltou de 2,7%, em 2000, para 4,4%, em 2014, segundo a Unesco.

O sistema universitário nacional compreende o funcionamento de 2.448 Instituições de Ensino Superior que anualmente absorvem cerca de 3,2 milhões de novos ingressantes e formam ao redor de 1,1 milhão de profissionais oriundos de 35,4 mil cursos de graduação (MEC-Inep). Além de grandioso e complexo, o sistema universitário detém uma das principais plataformas de ensino e pesquisa na pós-graduação mundial que forma anualmente mais de cinquenta mil mestres e quase dezessete mil doutores.

Por que as universidades ameaçam Bolsonaro?

Por Jessy Dayane, no jornal Brasil de Fato:

Abril refletiu fortemente o nível de irresponsabilidade e a total ignorância do governo federal e seus aliados com a educação brasileira. Uma série de fatos demonstra a falta de compromisso e a intenção de patrulhamento ideológico, em especial com as universidades públicas.

Com essas ações, o governo se comporta como verdadeiro inimigo da educação e pretende atingir objetivos econômicos, políticos, sociais e culturais que fazem nosso país retroceder décadas em desenvolvimento.

Como acertadamente afirmava Darcy Ribeiro: “A crise da educação no Brasil não é uma crise; é projeto”. Diante dessa grave ameaça não podemos vacilar; é preciso enfrentar os ataques à educação pública, defender a autonomia universitária e a pluralidade de ideias.

Anarcocapitalistas ganham espaço no Brasil

Por João Filho e Alexandre Andrada, no site The Intercept-Brasil:

O mercado das ideias alucinógenas anda saturado. É terraplanismo, é negacionismo climático, é movimento anti-vacina, é olavismo. Há groselhas para todos os gostos no submundo do pensamento. O mais novo hit é o anarcocapitalismo, um engodo teórico que vem fazendo sucesso na internet entre os jovens de direita, entre empresários e no governo Bolsonaro. Há o incrível caso de um diretor no Ministério da Economia que ganha dinheiro do estado, veja só, para defender o fim do … estado.

A desigualdade e a erosão da democracia

Por Tomás Rigoletto Pernías, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

É razoável supor que, num país democrático, o governo seja capaz de conter facilmente o crescimento da desigualdade social empregando políticas públicas que redistribuam a renda e desconcentrem a riqueza. O raciocínio é elementar: na medida em que a riqueza se concentra cada vez mais nas mãos de uma ínfima minoria, a vasta maioria da população irá, por meio dos mecanismos de representação democrática, eventualmente reverter a concentração da riqueza exercendo seu poder de maioria eleitoral. Aqueles prejudicados pela crescente desigualdade social poderiam influenciar as políticas públicas, modificando a distribuição dos frutos econômicos e, assim, revertendo a concentração da renda e da riqueza. São suposições razoáveis e, à primeira vista, aparentemente factíveis.

A defesa da democracia exige coragem

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

É forçoso reconhecer que, até agora, o desgaste do governo Bolsonaro se deve muito mais aos seus desatinos do que a uma atuação consistente das oposições. Com efeito, Bolsonaro mostra-se absolutamente despreparado para o cargo que exerce e não passa dia que não promova algum mal-estar. Seu governo volta-se para a destruição dos débeis pilares de uma democracia incompleta e parcial. Os poucos avanços e consolidações que ocorreram em algumas áreas – a exemplo da educação, da saúde, da habitação, da agricultura familiar, dos direitos, do meio ambiente, entre outras – vêm sendo atacados e demolidos de forma impiedosa e cruel. Bolsonaro e alguns de seus ministros, a exemplo de Ricardo Salles, são vistos como pessoas deploráveis e indesejáveis em setores crescentes das sociedades e dos governos de outros países. A incultura, a insciência e o caráter néscio deste governo causam indignação, repulsa e vergonha.

Exército protege Bolsonaro de protestos

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

De um lado, pais, alunos e professores de colégios federais no Rio, com faixas e cartazes.

Do outro lado da calçada, tropas do Polícia do Exército com metralhadoras.

No meio, ficou o presidente Jair Bolsonaro cercado de generais, incluindo o vice Mourão.

Esta cena bélica, em frente ao Colégio Militar do Rio, que comemora 130 anos, poderá se tornar corriqueira depois que o governo decidiu abrir guerra contra as universidades e instituto federais, com o corte de 30% das verbas para este ano.

Os protestos contra Bolsonaro, ao entrar no seu quinto mês de governo, estão saindo das redes sociais para as ruas e, quando isso começa, ninguém sabe como vai acabar.

"Imprensa deve muito à causa da democracia"

Por Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Com uma homenagem a Julian Assange, fundador do Wikileaks preso em Londres por ter ajudado a divulgar documentos comprovando crimes de governos e corporação internacionais, a jornalista Eleonora de Lucena, copresidente do Tutaméia, começou sua participação em seminário realizado no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, três de maio.

“Assange é hoje, no mundo, a pessoa que encarna a luta pela liberdade de imprensa e as ameaças que sofre a liberdade de imprensa. Até o silêncio sobre o caso dele, em muitos lugares do mundo, revela muito sobre o momento que a gente está vivendo.”

Nem todos os economistas se rendem

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

Dia sim, outro também, os grandes meios de comunicação oferecem alguma manchete para seus leitores afirmando que “os economistas” pensam isso ou propõem aquilo. Nossos jornalões e as redes de televisão não se cansam de se apoiar na suposta narrativa técnica, neutra e isentona dessa entidade inatingível chamada de “os economistas” para oferecer suporte para medidas de política econômica de inspiração conservadora. Em geral, diga-se de passagem, trata-se de decisões a respeito das quais a maioria do povo nem imagina a natureza e muito menos as consequências.

Recado de NY: Bolsonaro é uma aberração

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A mensagem que Nova Iorque transmitiu ao mundo é muito representativa. A cidade mais cosmopolita do planeta tratou Bolsonaro como uma aberração intolerável, que tem de ser repelida.

A repulsa de Nova Iorque à presença de Bolsonaro no seu território simboliza a resistência à barbárie e ao que ele significa enquanto antítese radical dos valores humanos e civilizatórios.

Com seus atos, idéias e gestos, Bolsonaro atesta que é muito mais que uma aberração política; ele é, principalmente, uma monstruosidade humana.