Por Roberto Amaral, em seu blog:
No Brasil, o pluripartidarismo – visto pela media dos comentaristas como fonte de todas as crises - o que é um erro – ensejou o chamado ‘presidencialismo de coalizão”, aquele no qual o Chefe do Executivo, entre nós uma figura ainda quase imperial, é obrigado a negociar com as forças representadas no Congresso para poder governar. A negociação, uma prática essencial nos regimes democráticos, relembre-se, é aí indicada como estorvo, por reduzir a liberdade de ação do presidente da República. Mas o que se conhece como obstáculo à governabilidade – principalmente em regime no qual frequentam o Congresso mais de 30 siglas e um sem número de bancadas super-partidárias (boi, bala, bíblia… ) – também deve ser visto como antígeno à tendência imperial-autoritária do presidencialismo, qual o conhecemos e praticamos, ao impedir que a mesma força partidária controle, a um só tempo, Poder Executivo e Poder Legislativo, o que, na história republicana posterior à democratização de 1946, só se observou na ditadura, a cujo mando também não escapou o Judiciário.