Ilustração: Gladson Targa |
A indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao cargo da embaixada do Brasil em Washington tem gerado um efeito de pente fino nas qualificações do ‘recruta zero três’. Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, já anunciou que não existe uma segunda alternativa até agora para o cargo, que está vago há três meses. Em defesa do filho, o presidente Jair Bolsonaro alegou que Eduardo possui inglês fluente, bom relacionamento com o presidente norte-americano Donald Trump e até já fritou hambúrguer nos EUA. Agora, é o currículo acadêmico do deputado que está sob questão.
Eduardo Bolsonaro não concluiu a pós-graduação em Economia Liberal no Instituto Mises Brasil – uma escola que ensina pensamentos do liberalismo econômico baseados em doutrinas do austríaco Ludwig von Mises -, informou o jornal Folha de S. Paulo. O Instituto confirmou a informação. O deputado ainda não entregou o trabalho de conclusão de curso, que deveria ter sido feito em agosto de 2017, mas foi-lhe concedido tempo extra para apresentar uma monografia ou artigo científico.
Apoio e desafetos
Na base governista, o apoio à indicação de Eduardo é amplo. Entre os ministros que já se manifestaram, estão Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Abraham Weintraub (Educação) e Osmar Terra (Cidadania).
No campo internacional, o vice-premiê e ministro italiano Matteo Salvini também manifestou satisfação com a indicação de Eduardo. Nas redes sociais, mandou um abraço ao ‘amigo’.
Mesmo com amplo apoio de parte dos eleitores, o nome de Eduardo foi rejeitado por figuras apoiadoras do governo, como o humorista Danilo Gentili, apresentador do programa The Noite - que já teve o presidente como um dos convidados. “Eles [filhos de Bolsonaro] se dariam muito bem com o Trump, porque o Trump é laranja e eles têm experiência com laranjas”, disse Gentili em programa da noite da terça-feira 16, que também ironizou um vídeo viral no qual Eduardo se enrola com o inglês em entrevista.
Arthur Du Val, deputado estadual pelo Democratas e youtuber de direita conhecido pelo canal “Mamãefalei”, foi outro dos críticos à proposta. “Não é de bom tom indicar um filho para um cargo tão alto. Pega mal. O Brasil não precisa disso e tem ótimos diplomatas”, escreveu o deputado nas redes sociais.
Em entrevista à Rádio França Internacional (RFI), o ex-embaixador do Brasil nos EUA, Rubens Ricupero, disse considerar que a nomeação de Eduardo Bolsonaro, sem carreira diplomática ou estudos de Relações Internacionais, seria um ato “sem nenhum precedente, nem na nossa história, nem na de nenhum país civilizado democrático“.
Em defesa de seu preparo para o cargo, de importância estratégica para as Relações Exteriores do País, Eduardo Bolsonaro levantou também a graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e seu trabalho como escrivão da Polícia Federal.
De acordo com as regras previstas no Itamaraty, os embaixadores devem ter ao menos 35 anos – comemorados por Eduardo no dia 10 de julho, um dia antes do presidente comentar primeiramente os indícios da nomeação. Após a indicação prevista pelo presidente, o nome do deputado deverá passar por aprovação de comissão do Senado.
A lei não exige formação diplomática para exercer o cargo. No entanto, desde o governo de José Sarney, todos os nomeados saíram do Instituto Rio Branco, o centro de formação de diplomatas do Palácio do Itamaraty, que Eduardo nunca cursou. Na história da diplomacia mundial, apenas uma vez aconteceu de um líder indicar seu filho ao cargo de embaixador: o rei da Arábia Saudita, Salman, indicou o príncipe Khalid bin Salman para ocupar o cargo entre 2017 e 2019 em Istambul.
Eduardo Bolsonaro não concluiu a pós-graduação em Economia Liberal no Instituto Mises Brasil – uma escola que ensina pensamentos do liberalismo econômico baseados em doutrinas do austríaco Ludwig von Mises -, informou o jornal Folha de S. Paulo. O Instituto confirmou a informação. O deputado ainda não entregou o trabalho de conclusão de curso, que deveria ter sido feito em agosto de 2017, mas foi-lhe concedido tempo extra para apresentar uma monografia ou artigo científico.
Apoio e desafetos
Na base governista, o apoio à indicação de Eduardo é amplo. Entre os ministros que já se manifestaram, estão Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Abraham Weintraub (Educação) e Osmar Terra (Cidadania).
No campo internacional, o vice-premiê e ministro italiano Matteo Salvini também manifestou satisfação com a indicação de Eduardo. Nas redes sociais, mandou um abraço ao ‘amigo’.
Mesmo com amplo apoio de parte dos eleitores, o nome de Eduardo foi rejeitado por figuras apoiadoras do governo, como o humorista Danilo Gentili, apresentador do programa The Noite - que já teve o presidente como um dos convidados. “Eles [filhos de Bolsonaro] se dariam muito bem com o Trump, porque o Trump é laranja e eles têm experiência com laranjas”, disse Gentili em programa da noite da terça-feira 16, que também ironizou um vídeo viral no qual Eduardo se enrola com o inglês em entrevista.
Arthur Du Val, deputado estadual pelo Democratas e youtuber de direita conhecido pelo canal “Mamãefalei”, foi outro dos críticos à proposta. “Não é de bom tom indicar um filho para um cargo tão alto. Pega mal. O Brasil não precisa disso e tem ótimos diplomatas”, escreveu o deputado nas redes sociais.
Em entrevista à Rádio França Internacional (RFI), o ex-embaixador do Brasil nos EUA, Rubens Ricupero, disse considerar que a nomeação de Eduardo Bolsonaro, sem carreira diplomática ou estudos de Relações Internacionais, seria um ato “sem nenhum precedente, nem na nossa história, nem na de nenhum país civilizado democrático“.
Em defesa de seu preparo para o cargo, de importância estratégica para as Relações Exteriores do País, Eduardo Bolsonaro levantou também a graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e seu trabalho como escrivão da Polícia Federal.
De acordo com as regras previstas no Itamaraty, os embaixadores devem ter ao menos 35 anos – comemorados por Eduardo no dia 10 de julho, um dia antes do presidente comentar primeiramente os indícios da nomeação. Após a indicação prevista pelo presidente, o nome do deputado deverá passar por aprovação de comissão do Senado.
A lei não exige formação diplomática para exercer o cargo. No entanto, desde o governo de José Sarney, todos os nomeados saíram do Instituto Rio Branco, o centro de formação de diplomatas do Palácio do Itamaraty, que Eduardo nunca cursou. Na história da diplomacia mundial, apenas uma vez aconteceu de um líder indicar seu filho ao cargo de embaixador: o rei da Arábia Saudita, Salman, indicou o príncipe Khalid bin Salman para ocupar o cargo entre 2017 e 2019 em Istambul.
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