sábado, 14 de março de 2020

Bolsonaro começa a perder direita moderada

O teste de Bolsonaro (e do sistema)

A crise e o despreparo do Paulo Guedes

Bolsonaro e a cronologia da barbárie

O discurso que o bolsonarismo vaiou

Bolsonaro cancelou! Mas será que eles vão?

O coronavírus atropelou o mercado

Regina Duarte e a cultura caricaturizada

sexta-feira, 13 de março de 2020

Dallagnol, Moro e as negociações com os EUA

Guedes diante do coronavírus e do pibinho

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O governo anunciou em 11 de março nova projeção de crescimento econômico este ano, de 2,1%, não mais de 2,4%.

Com um PIB mais fraco, a arrecadação de impostos será 7,8 bilhões de reais menor.

No dia da divulgação, o coronavírus foi declarado uma pandemia, sinal de que os cálculos terão de ser refeitos. O PIB será ainda pior, idem a arrecadação. O que não muda é a disposição do governo de tomar dinheiro dos funcionários públicos para tapar buracos.

A tunga foi proposta pelo Ministério da Economia em novembro, e o ministro Paulo Guedes tratou dela na manhã de 11 de março com o relator do projeto no Senado, Oriovisto Guimarães (Podemos-PR).

Bolsonaro adia ato fascista, mas chantageia

Por Jeferson Miola, em seu blog: 

Na transmissão via facebook às 19 horas desta 5ª feira [12/3], Bolsonaro decidiu adiar – mas não cancelar – os protestos de 15 de março convocados para emparedar o Congresso e o STF.

Ele se assumiu, novamente, como capitão e comandante do atentado ao pouco que resta do ordenamento jurídico brasileiro sob a vigência do Estado de exceção [aqui].

Dizendo que “o movimento é espontâneo e popular”, Bolsonaro recomendou “adiar, suspender, adiar” – mas não cancelar – o movimento que viola a Constituição. E então prometeu: “daqui a um mês, dois meses se faz”.

Ele explica que a decisão de adiar o 15 de março vai mais além dos riscos sobrevindos com o coronavírus: “Já foi dado um tremendo recado pro parlamento. Não há dúvida de que o recado ao Parlamento … foi dado”.

Bagunça do governo agrava crise econômica


O índice da Bolsa de Valores brasileira despencou novamente nesta quinta-feira (12), em mais um dia de forte nervosismo nos mercados financeiros globais em razão dos desdobramentos ligados à pandemia do coronavírus. Às 10h, o Ibovespa, o índice de ações em São Paulo, caiu 11,65% e os negócios foram paralisados por meia hora. Às 11h12, o índice recuou para 15,43% (a 72.026 pontos) e foi acionado o segundo circuit brake, sistema que interrompe os negócios automaticamente. Dessa vez, a paralisação foi por uma hora.

Durante a tarde, por volta de 15h30, o Ibovespa tinha queda de 14,16%. A última paralisação por queda de mais de 15% ocorreu em 2008. No ano, a queda de valor das ações é de quase 40%.

Derrotas importantes do governo no Congresso

Editorial do site Vermelho:

A derrota do governo no Congresso Nacional, que derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que expande o limite de renda para o recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), e a resistência às manobras do Executivo sobre o Orçamento impositivo, são boas notícias. Mostram que a política de rolo compressor não está funcionado como pretendia o bolsonarismo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, não tem obtido muita simpatia em suas visitas aos parlamentares e partiu para a ameaça ao dizer que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de questionar a votação do Congresso sobre o veto ao BPC. “Você não pode criar R$ 20 bilhões de despesas sem dizer de onde vem os recursos”, vociferou.

Fake news é o tratamento dado a Cuba

Imagem do site: http://www.cubadebate.cu/
Editorial da revista Fórum

A matéria com o título: “Coronavírus: Sem nenhum caso, Cuba desenvolve vacina e pode salvar planeta” não é fake news como sugeriram ontem alguns perfis nas redes e também a matéria de um grande jornal paulista. Pode haver certo exagero no título com o “salvar o planeta”, mas nada a mais em relação ao conteúdo principal.

O fato é que quem errou foi um veículo da mídia tradicional do Rio de Janeiro, o JB, que noticiou que os cubanos haviam criado a vacina, que foi posteriormente editado. O que não é fato. E levou muita gente a misturar uma informação errada, a outras corretas.

A fake news de Eduardo Bolsonaro na Fox

Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

A família Bolsonaro está acusando a imprensa, como sempre, de fake news no caso do teste do presidente que teria dado positivo para coronavírus.

A Fox News publicou a notícia pela manhã, citando Eduardo Bolsonaro.

De acordo com a emissora, a favorita de Trump e onde Eduardo tem cadeira cativa, ele afirmou que “estão fazendo mais testes para confirmar o diagnóstico.”

O segundo conjunto de resultados de testes sairia nesta sexta-feira, de acordo com o que o Zero 3 falou à Fox.

Pouco depois, o pai dele apareceu no Twitter com uma foto dando banana para a mídia com o diagnóstico negativo.

Zema e a arte de desagradar a todos

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

O governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) é um dos mais inábeis políticos em atuação no país. De certa maneira era de se esperar, já que ele se elegeu com a bandeira da antipolítica e da proposição de um jeito novo de governar, distante do diálogo e da participação popular. Logo mostrou que o discurso não era para valer e que, mais que inimigo da política, ele era na verdade ruim de jogo.

Nesta semana, ele protagonizou uma série de atitudes que colocam em risco a governabilidade. Ao vetar parte de seu próprio projeto de reajuste dos servidores da segurança, deixou claro que não tinha ninguém ao seu lado. Prometeu com medo e vetou com mais medo ainda.

Paulo Guedes e sua quarentena

Por Fernando Brito, em seu blog:

O ex-Posto Ipiranga Paulo Guedes transformou-se, à vista de todos – a aos olhos do mercado, que são os que lhe importam – numa peça inútil.

Ao contrário do comercial, ali não se encontra nada.

A única providência expressiva é uma pouco mais do mesmo, a antecipação em três meses do pagamento do 13° de aposentados e pensionistas, um pastiche das liberações de FGTS e de PIS que vêm sendo usadas como “calmantes” para o estresse recessivo.

Até os mais obtusos mercadistas, a esta altura, sabem que o organismo econômico precisam é do antibiótico do investimento, porque o perigo é uma recidiva do desemprego, causado pelo inevitável baque nas atividades que virá quando o Brasil repetir, como repetirá quase que certamente, o que se passa pelo mundo.

O último sacrifício de Marielle?

Por Boaventura Santos, Luis Lomenha e Scarlett Rocha, no site Outras Palavras:

Marielle Franco sacrificou a sua vida pela luta contra o racismo, o sexismo, a injustiça social e a captura do Estado pelo crime organizado. A nobreza e a coragem da sua luta impressionaram todos os que a conheceram, independentemente de posições políticas, e o seu bárbaro assassinato abalou o mundo. Infelizmente, este não foi o seu último sacrifício. Logo depois da sua morte assistimos ao espetáculo macabro de uma investigação criminal que quase investiga, que quase sabe quem a matou e mandou matar, que quase se dispõe a formular acusações e a julgar, mas cujo quase parece não terminar nunca.

Jair Messias vai para a quarentena?

Por Eric Nepomuceno

Três dias depois de Jair Messias, em sua turnê de vassalagem explícita ao seu ídolo Donald Trump, ter dito na Flórida que as notícias alarmantes sobre o coronavírus eram fantasia da grande mídia, o secretário Especial de Comunicação, Fabio Wajngarten, foi diagnosticado com a doença.

Conhecido por ter uma empresa que recebe dinheiro das mesmas emissoras de televisão a quem concede verbas mais que generosas, Wajngarten cometeu outra façanha: posou numa foto ao lado de Trump.

Se já estava com o coronavírus no tal jantar do espetáculo de submissão de Jair Messias e sua trupe é algo que não se sabe. Terá ele contaminado o ídolo do seu chefe?

Petardo: Dallagnol e as mutretas com os EUA

Por Altamiro Borges

Parceria The Intercept-Brasil e Agência Pública analisa novas conversas vazadas que confirmam a colaboração secreta e ilegal entre a midiática Lava-Jato e o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) e o FBI. O procurador do power point Deltan Dallagnol chefiou diretamente a mutreta.

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O acordo secreto com o Departamento de Justiça dos EUA previa o repasse de parte das multas do caso pra fundação que seria criada e chefiada pelos próprios procuradores. A reportagem da Vaza-Jato "é a prova mais contundente sobre a corrupção da Lava-Jato", garante o blogueiro Luis Nassif.

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Como afirma Luis Nassif, os novos vazamentos "revelam a prova definitiva da corrupção da Lava-Jato: os acordos ocultos com o Departamento de Justiça e procuradores com o objetivo de negociar parte das multas, definir sua aplicação e receber sua parte na forma de palestras pagas".

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