domingo, 13 de março de 2011

Obama e as torturas: nada mudou nos EUA

Reproduzo artigo de Antônio Mello, publicado em seu blog:

O soldado americano Bradley Manning, que teria vazado documentos para o WikiLeaks, está preso e submetido a tratamento degradante: é mantido nu, em isolamento, impedido de dormir, sob iluminação direta e vigilância de câmeras 24 horas por dia.

Questionado, o presidente Obama, que antes de presidente é advogado constitucionalista, disse o seguinte:

“Fui informado [pelo Pentágono] de que sim, as condições são apropriadas e conforme nossos padrões básicos. Garantiram-me que são.”

E disse a verdade. Porque a tortura, a humilhação, o tratamento desumano e degradante são práticas corriqueiras ("padrões básicos") nos EUA.

Tão corriqueiras que apenas em 2007 o Congresso americano aprovou uma lei, em votação apertadíssima (222 a 199), que determinava que “a CIA não poderia mais submeter prisioneiros a simulação de afogamento, simulação de fuzilamento e humilhação sexual. Os agentes também não poderiam usar cães em interrogatórios”.

O presidente Bush vetou a lei, porque ela “limitaria as técnicas de interrogatório da CIA, impediria que os Estados Unidos conduzissem interrogatórios legais de terroristas importantes da al-Qaeda para obter informações necessárias para proteger americanos de ataques”.

Alguns exemplos dessas técnicas:















Conforme informei aqui, Exército americano tortura prisioneiros desde 1901. O método de tortura conhecido como waterboarding, em que é simulado o afogamento do prisioneiro, é usado desde aquela época, há 110 anos.

O que espanta na resposta de Obama é sua postura pusilânime. Ele que foi eleito sob tantas esperanças, com uma plataforma de mudanças, decepciona a cada dia os que acreditaram nele. Não muda nada e parece conformado com isso.

Quem via Obama como próximo a Lula percebe que ele na verdade é o FHC americano.

1 comentários:

Alexandre Figueiredo disse...

Foram exatamente essas técnicas que, no final da década de 60, os militares norte-americanos apresentaram para os pares brasileiros em diversos seminários.

Alguns militantes de esquerda, feitos prisioneiros, eram usados para amostra desses instrumentos ou métodos de tortura. Ou seja, eram humilhados diante de uma plateia inteira, não bastasse a tortura física.

Depois os EUA se vangloriam de dizer que são "a maior democracia do mundo".