domingo, 18 de novembro de 2012

STF nunca aterrorizou os banqueiros

Por Altamiro Borges

Após incentivar os exageros do STF no julgamento do “mensalão do PT” – como a condenação sem provas ou o uso indevido da tese do “domínio dos fatos” –, a mídia privada agora parece temer a fúria dos ministros. Os jornalões já afirmam que as “punições rigorosas deixam bancos apreensivos”. A Folha de hoje critica, pela primeira vez, os “métodos” de Joaquim Barbosa, o “Batman”. Até “calunistas” que aplaudiram o fuzilamento do chamado “núcleo petista do mensalão” alertam para o risco de descontrole no STF.

Como expressão do capital rentista, o maior temor da mídia é com o futuro dos banqueiros. A condenação de Kátia Rabello, dona do Banco Rural, teria provocado reuniões emergenciais dos agiotas. Eles temem ser enquadrados em crimes financeiros e até já estudam medidas para se proteger. “A dosagem da pena [contra Kátia Rabello] foi o que deixou apreensivos o empresariado e boa parte dos banqueiros. Para eles, está claro que o STF vai instituir a teoria usada na decisão como ‘regra’ a partir de agora”, relata a Folha.

Este temor dos agiotas e da mídia rentista, porém, não se justifica. Afinal, banqueiro nunca foi para a cadeia no Brasil. Para acalmá-los, basta citar alguns casos recentes. Ângelo Calmon de Sá, do Banco Econômico, foi condenado a 25 anos de prisão em 1995. Não passou um dia na cadeia. Salvatore Cacciola, do Banco Marka, foi condenado a 13 anos, mas “fugiu” do país. Edemar Cid Ferreira, do Banco Santos, e Luís Octávio Índio da Costa, do Banco Cruzeiro do Sul, também conseguiram escapar das grades.

Os banqueiros têm muito influência política, inclusive no Poder Judiciário. Eles também gozam da proteção da mídia rentista. O julgamento do “mensalão do PT” teve objetivos políticos. Ele foi cronometrado para socorrer a oposição demotucana nas eleições municipais de outubro e, do ponto de vista estratégico, para prejudicar as forças de esquerda no país. Por isso, ele exagerou no teatro e nas punições. Os rentistas não precisam se preocupar. A encenação tem data de vencimento e o Brasil é o paraíso dos banqueiros!

4 comentários:

JL disse...

Acho que está faltando um banqueiro.

O. Alencar disse...


Ao constatar a criminalidade em Sampa, o Barbosa ministro viu indícios de que a humanidade não deu certo e condenou DEUS com base no domínio dos fatos...

Anônimo disse...

Caro Miro
Exatamente isso: aquelas teses absurdas para condenar os membros do governo petista estão esgotadas nos seus objetivos.
Esses sinais foram dados nas recentes "crises legalistas" de alguns colunistas dos jornalões.
Exemplo?
Jânio de Freitas.
Agora, ele critica as condenações sem provas.
Agora ... porque até aqui, calou-se.
Conclui-se que o objetivo é proteger a casa grande, ou limitar as condenações pelo judiciário aos famosos 4 "P's"

Unknown disse...

Miro,
A Imprensa e o Povo Brasileiro devem exigir do STF um tratamento igual para todos...Inclusive aos Banqueiros. De acordo com o dado ao Mensalão.
O PT tem que fazer pressão apresentando Emendas para uma Reforma Geral no Judiciário...Você vai ver que o STF arria as calças. Isso aconteceu com o CNJ.