sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O desejo de vingança de Joaquim Barbosa

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Vagner Freitas, no sítio da CUT:

Depois de oito anos de execração pública, decisões arbitrárias, autoritárias e sem base legal, o julgamento da Ação Penal 470 terminou com o mais deprimente espetáculo de violação de direitos constitucionais: a prisão ilegal, em pleno feriado de Proclamação da República, dos companheiros José Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares.


Condenados - sem nenhuma prova - a regime semiaberto foram colocados em regime fechado durante quatro dias, por ordem da autoridade máxima do Poder Judiciário, Joaquim Barbosa. O ministro não teve o menor pudor em deixar de cumprir sua obrigação, que é preservar o Estado de Direito, o cumprimento das regras democráticas e da Carta Magna do País. Expediu os mandados de prisão contra os companheiros sem encaminhar, como lhe cumpria fazer, a carta de sentença de cada um deles, e foi para o Rio de Janeiro comemorar o feito com a sua torcida. Uma ilegalidade que deixou o juiz da Vara das Execuções Criminais de Brasília sem saber o que fazer. Resultado: encaminhou todos para Papuda, em Brasília, enquanto Barbosa se divertia no Rio.

Entre tantas ilegalidades, a prisão de Genoino, um cidadão com um currículo e uma biografia exemplares e que está extremamente doente, precisando de cuidados médicos constantes, é uma crueldade que deixa claro o ressentimento, o desejo de vingança que move Joaquim Barbosa.

Nem Barbosa, nem tampouco a mídia conservadora do País esperavam uma reação tão forte e sistemática da sociedade contra a desumanidade que representa a prisão, sem direitos a cuidados específicos, de uma pessoa com a história de vida e de luta de Genoino que neste momento vive sua segunda tortura – a primeira foi no Araguaia.

Eu, como presidente da CUT e representante de mais de 23 milhões de trabalhadores, conclamo a parcela sensata e honesta da sociedade a exigir Justiça e para que prevaleça o Estado de Direito. Genoino precisa ser imediatamente solto ou cumprir prisão domiciliar. Esta é uma questão humanitária. O estado de saúde dele é gravíssimo e todos sabem disso. O parecer do IML comprovou. Se alguém ainda duvidava dos laudos dos médicos que operaram o deputado em junho e o do IML, depois de hoje, não há mais do que duvidar. Genoino passou mal de novo e precisou ser internado.

Já Joaquim Barbosa, a própria história o julgará. Como já o fazem vários e vários juristas sérios do mundo inteiro. No momento, ele está escrevendo a história de um magistrado que atropelou a lei que jurou defender e demonstra, com fartura de provas, estar psíquica e intelectualmente despreparado para o cargo que ocupa. Ele colocou seus interesses pessoais, rancores e desejos de vingança acima da Constituição. A decisão do ministro coloca em risco a credibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente da corte foi irresponsável e agrediu o bom senso nacional.

A sociedade brasileira não quer impunidade. Nós não queremos impunidade. Prova disso é que nunca houve tanta liberdade de ação da Polícia Federal e dos órgãos de controle como nos últimos dez anos. Mas, isso não significa que uma única pessoa possa rasgar a Constituição e tomar decisões descabidas, autoritárias e ilegais, como se estivesse acima da Lei, da Ordem Jurídica, do poder supremo do País.

Para acabar com a impunidade, temos de acabar com a esse tipo de comportamento intempestivo, emotivo, violento, agressivo e sem ética que desestabiliza as instituições e põe em risco a democracia brasileira.

Essa manipulação da Justiça, que se tornou marca de Joaquim Barbosa, ao prender José Genoino e deixar tantos outros sequer sem julgamento, ao contrário do que imaginava a mídia conservadora, não vai melhorar a imagem que o povo tem do Judiciário e aprofunda o mal-estar causado pela sensação de impunidade. A demora em julgar o mensalão mineiro, que chegou no STF antes da AP 470, é uma prova disso.

Tudo nesse caso é exceção. Tudo nessas prisões explicita o caráter político, de perseguição que marca, desde o início, o julgamento da AP 470.

Por tudo isso, exigimos a anulação da sentença e a imediata revisão do processo. Está mais do que claro que não existe provas de crime. O julgamento foi político e transcorreu como uma novela que mais parece um queijo suíço – cheio de buracos – para ser explorada pela mídia conservadora que há muito queria criminalizar o PT, a CUT e os movimentos sociais.

Acima de tudo foi claramente armado para desconstruir os avanços sociais do governo Lula. Os conservadores não suportam ver ou saber que o pobre tem oportunidade de ascender socialmente, frequentar a universidade, viajar de avião, ter máquina de lavar e carro zero.

E como não conseguiram vencer nas urnas a nossa proposta de desenvolvimento social com distribuição de renda, valorização do trabalho e igualdade de direitos para homens e mulheres, apelaram para a manipulação da Lei e o desrespeito à democracia. Não é assim que vão nos derrubar.

Queremos Justiça e não vingança e ódio. Vamos lutar para garantir a lisura, a legalidade do processo e que a lei seja para todos. Jamais aceitaremos essa punição dupla: aos companheiros e também a nós. Somos solidários aos companheiros José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Sabemos que eles são inocentes. Temos consciência de que eles são, junto com a militância, os construtores da luta por um Brasil melhor e mais justo.

Não vamos baixar a cabeça. Ninguém vai punir a militância nem diminuir nossa capacidade de luta e resistência contra decisões ilegais e arbitrárias que visam impedir que o nosso projeto de transformação do Brasil, iniciado e construído na luta diária há 30 anos, junto com os companheiros condenados na AP 470, continue avançando e mudando a cara do País.

No próximo dia 26, a Executiva da CUT vai a Brasília visitar os companheiros Dirceu, Genoino e Delúbio e prestar solidariedade. E no dia 9 de dezembro, data da entrega do 2º Prêmio CUT - Democracia e Liberdade Sempre - 2013, cujo tema é “Nada vai nos calar” -, vamos fazer um ato de desagravo, uma homenagem aos companheiros.

4 comentários:

Anônimo disse...

Miro,

Creio que vocês jornalistas estão perdendo uma ótima oportunidade no caso da condenação e prisão do Genoíno.

Normalmente a imprensa "policial", após a prisão de um criminoso, costuma visitar os vizinhos, colegas de trabalho enfim, mostrar a vida que existe por trás do criminoso.

Que tal vocês jornalistas fazerem uma reportagem abordando estes aspectos do José Genoíno:

- O que os vizinhos acham dele ?
- Qual o patrimônio, em bens materiais, dele ?
- Quantos e quais os projetos ele aprovou na câmara ?
- O que os deputados da oposição acham da pessoa dele ?
- Qual a frequência dele às seções legislativas ?

Compare o Genoíno com outros presos famosos ?

- Quantos de apresentaram a PF espontaneamente ?
- Compare o patrimônio de pessoas condenadas pelos mesmos crimes dele ?
- Onde estão estas pessoas agora ?
- Quem teve habeas corpus da justiça ?
- Quem pagou multa/ressarciu ao governo ?

Essa é um excelente pauta...não acha ?

Anônimo disse...


[Ainda sobre vingança &$ outras mesquinharias mundanas!]


[OS COXINHAS DE JALECO CBRANCO COMETEM MAIS UM CRIME HEDIONDO! ‘PAPUDA’ ‘NELLES(AS)’!]

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“Trouxe meu filho aqui com febre alta e ele passou dipirona injetável e a em gotas para eu dar em casa.
Ele me disse que eram 10 gotas, já que meu filho pesa 10.200 kg, ou seja, uma gota por cada 1 quilo.
Se tivesse alguma coisa errada eu mesma teria denunciado”, disse.
“Ela me pediu a receita para mostrar a uma outra médica, como não desconfiei entreguei depois de um tempo trancada em uma sala ela retornou e me entregou o documento. Foi aí que vi que estava prescrito 40 gotas”
Demonstrando revolta, a diarista acusou a médica de ter feito a denúncia e ter prejudicado os moradores do bairro. “Ela não teve ética. Fez algo que não autorizei, o médico me explicou certo, apenas errou. Quem nunca errou? Eles estão com raiva porque os cubanos estão fazendo o trabalho que eles não querem fazer, pois os médicos brasileiros tratam a gente como se fôssemos animais, diferente dos cubanos”, frisou.
“Meu filho melhorou logo graças ao médico. Queremos o médico de volta, passamos mais de 2 meses sem médico e agora inventam coisa para tirar o médico daqui”
Os moradores afirmaram que, caso o médico não retorne para a unidade, eles farão uma manifestação fechando a entrada da unidade. “Se não retornar na próxima semana, iremos impedir o funcionamento do posto de saúde. A secretaria deveria ouvir a comunidade e não acreditar em uma mentira”, ameaçou Maria da Glória Martins.
Médico cubano não receitou dose excessiva e volta a trabalhar segunda, diz prefeitura
Segundo nota divulgada esta noite, médico prescreveu de maneira que estava acostumado, com quantidade de gotas a serem tomadas no dia
Um dado curioso, o médico orientou corretamente a mãe, e a receita está errada, mas veja o que diz a mãe, destaco o trecho:
“Ela me pediu a receita para mostrar a uma outra médica, como não desconfiei entreguei depois de um tempo trancada em uma sala ela retornou e me entregou o documento. Foi aí que vi que estava prescrito 40 gotas”.
Estranho não? Quem não nos garante que um 1 virou um 4 numa sala fechada?
De todo modo, resta-nos uma grande questão, quando foi mesmo que nos ambulatórios Brasil afora os médicos se fiscalizaram entre si, para cuidar tão bem de nossa saúde e evitar erros de seus colegas de trabalho?
Antes do programa Mais Médicos quando foi que a atenção dos médicos brasileiros se voltou tanto para a atenção básica?

Atualizado em 21.11.2013 – 23:13
http://mariafro.com/2013/11/22/medico-cubano-nao-receitou-dose-excessiva-e-volta-a-trabalhar-segunda-diz-prefeitura-de-feira-de-santana/

Ignez disse...

Quem não se indignar diante dessa violação à Constituição e aos Direitos Humanos deve estar morto. O comportamento do JB parece torná-lo o habitat natural do demônio. "Vade-retro satanás!".

Unknown disse...

Vergonha... Enquanto a população está agradecendo por ter mais médicos...falcatruas estão sendo armadas para boicotar os mesmos.