quarta-feira, 11 de junho de 2014

A crise de identidade de Eduardo Campos

Do blog de Zé Dirceu:

Com 8% das intenções de voto, segundo o Vox Populi e/ou 13%, de acordo com o Ibope, publicados hoje, o candidato do PSB ao Palácio do Planalto, Eduardo Campos, debate-se nestes dias em meio a séria crise de identidade, que só não se assemelha ao dilema hamletiano de Shakespeare “ser ou não ser”, porque ele sabe o que quer nessa hora. O problema é que o “amigo” dele, Aécio Neves está atrapalhando. E a parceira e companheira de chapa, candidata a vice-presidente, ex-senadora Marina Silva, então, nem se fala…

Há mais de um mês, o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, está num esforço danado, cotidiano, suado, para convencer o eleitor de que ele é que é a cara oposição, o candidato anti Dilma Rousseff, o postulante que é, sem tirar nem por, a verdadeira imagem da oposição. Mais que isto, Campos há mais de mês dispende maior esforço, ainda, para se mostrar diferente de Aécio Neves, para realçar as diferenças entre ele e o companheiro de oposição, negócio em que ele foi muito cobrado lá atrás, no meio da parceria, pela parceira Marina Silva.

Mas, o senador Aécio Neves, candidato tucano ao Planalto este ano, não colabora. Bons amigos até poucas semanas atrás, esta semana deu uma estocada em Campos: disse que que “não vai perder tempo” com, mas como bom político mineiro, não deixou de deixar uma casa de banana no outro lado da rua pra o “amigo” escorregar”: simplesmente reduziu o governo de Eduardo Campos em Pernambuco (2007-2014) a uma imagem de seu governo em Minas (2003-2010).

Aécio: “Eduardo se inspirou em nossas medidas em Minas”

“Tenho orgulho de ver que o Eduardo se inspirou em algumas de nossas medidas em Minas e até aprimorou algumas delas”, alfinetou Aécio. Nitroglicerina pura, ou pá de cal para quem, como Eduardo Campos, se empenhava ao limite máximo de suas forças para parecer diferente justamente de Aécio e principalmente no quesito oposição…

Enfim, é a oposição, os dois sem-programa candidatos a presidente da República repetindo o blá blá blá de sempre. Mas, o mais triste para Eduardo Campos nesse seu dilema e briga por imagem vazia de discursos, o que mais salta à vista é que a oposição se apossa e os seus candidatos fazem uma cópia descarada dos programas sociais do governo do PT e da agenda neoliberal que afundou o país nos oitos anos de FHC.

Aécio, nem se fala, encampou a agenda neoliberal de seu patrono, FHC e foi com muita sede ao pote emcima dos programas do PT – agora ele é adepto do Bolsa Família, do PRONATEC e outros, desde “criancinha”. E Eduardo Campos, repete ipsis literi o discurso neoliberal da era FHC. Está bem o eleitor que optar pela oposição e quiser escolher entre esses dois tão iguais, hein!

Enquanto isso…

Como se já não bastassem os problemas gerados pelo amigo Aécio Neves e a necessidade de se diferenciar dele, Campos tem. ao mesmo tempo, de colar também os cacos da encrencada aliança que selou com sua vice a ex-senadora Marina Silva. A entrevista que deram no Estadão para garantir que estão unidos, amigos desde criancinhas, é hilária.

Afinal, por que seria problema a cisão entre a Rede de Marina e o PSB de Campos fechado com o PSDB em São Paulo e em tantos outros Estados? Ou em Minas? Aliás, em praticamente todos os Estados, onde há candidatos, Marina tem um, Eduardo tem outro. Como já dissemos uma vez em relação a esses dois, nada os une e tudo os separa. E eles ainda ousam vir a público dizer que a aliança nacional PSB-Rede está perfeita e que nada a abala…

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