O boato sobre a deserção de ACM Neto já é antigo. Em 2012, nas eleições municipais, ele conseguiu sobreviver ao inferno dos demos. Outros coronéis da legenda decadente foram surrados nas urnas e o DEM quase sumiu do mapa político. Diante da tragédia, o novo prefeito de Salvador deu os primeiros sinais de que abandonaria o barco à deriva. No seu pragmatismo oportunista, ele chegou a negociar com várias siglas – mas nem sempre foi bem recebido. ACM Neto suspirou e aguardou as eleições de 2014, nutrindo a esperança de que o DEM venceria as eleições na Bahia e ainda teria uma sobrevida.
Não deu certo. O partido perdeu no estado e não elegeu nenhum governador – em 2010, a sigla havia eleito em dois estados – Rio Grande do Norte e Santa Catarina. Em 2014, ficou sem nenhum governo estadual e ainda assistiu a sua bancada de deputados federais cair pela metade. De "maior partido do Ocidente", na época da ditadura militar – quando seu nome era Arena –, o DEM é hoje uma força em franca decadência, em visível processo de extinção. No desespero, a sigla até tentou uma fusão com o PTB, mas também não deu certo. Caso se confirme a saída de ACM Neto, não sobrarão mais ratos na velha legenda da oligarquia brasileira.
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