terça-feira, 12 de janeiro de 2016

As ameaças do jagunço de Eduardo Cunha

Lúcio Bolonha Funaro
Por Altamiro Borges

O correntista suíço Eduardo Cunha, frequentador assíduo de cultos religiosos e que posa de temente a Deus, parece que também é adepto da violência. Esta é, ao menos, a conclusão da "delação premiada" dos irmãos Milton e Salim Schahin, empresários investigados pela Operação Lava-Jato que apura o esquema de corrupção na Petrobras. Eles disseram aos procuradores da Justiça que foram ameaçados de morte por Lúcio Bolonha Funaro, apontado como o "operador" do ainda presidente da Câmara Federal. As denúncias foram registradas em boletins de ocorrência entregues aos investigadores.

Segundo Salim Schahin, as ameaças foram feitas por telefone ou mensagens. "Funaro certa vez ligou para o depoente, dizendo que sabia onde o filho do depoente morava e onde o neto estudava... Que escutou da própria boca dele que iria arrebentar o carro do [...] depoente e coisas do gênero", revela a transcrição do seu relato. A delação dos empresários, que afirmaram que foram vítimas de coação, não deverá livrá-los da responsabilidade pelos crimes de corrupção, conforme documento assinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator do processo da Lava-Jato.

Conforme registra o Jornal do Brasil, "os depoimentos de Milton e Salim estão no despacho do STF que autorizou as buscas e apreensões em imóveis de Eduardo Cunha e de Funaro em dezembro do ano passado. Os procuradores do Ministério Público acreditam que cabia a Funaro lavar o dinheiro dos ganhos ilícitos de Eduardo Cunha. De acordo com a investigação, Funaro pagava despesas do amigo, e em troca o deputado recrutava políticos para que apresentassem requerimentos na Câmara para pressionar o Schahin". Tanto Lúcio Funaro como Eduardo Cunha já negaram as acusações.

Cabe lembrar, porém, que esta não é a primeira vez que os envolvidos neste esquema de corrupção afirmam que foram ameaçados por "jagunços" ligados ao presidente da Câmara Federal. O próprio doleiro Aberto Youssef, também em sua "delação premiada e premeditada", garantiu que foi alvo de ameaças de pessoas ligadas a Eduardo Cunha. O mafioso chegou a afirmar que tinha medo do correntista suíço. Se estas informações se confirmarem, fica comprovado que o ainda presidente da Câmara Federal atrapalha as investigações e deve ser urgentemente afastado do seu posto.

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