Por Altamiro Borges
Desde 17 de setembro, milhares de pessoas estão acampadas numa praça próxima a Wall Street, o principal centro financeiro do mundo capitalista, em Nova York. Elas protestam contra o “1% de ricaços dos EUA que exploram 99% da sociedade” e que são culpados pela grave crise econômica que abala o país desde 2008, gerando desemprego, despejos e miséria.
O movimento batizado de Occupy Wall Street foi convocado pelas redes sociais e teve como referência as revoltas na Espanha e no mundo árabe. Ele exige que o governo de Barack Obama, tão covarde diante das elites, adote medidas mais duras de combate à especulação financeira, eleve os impostos da minoria abastada e invista em políticas de geração de emprego e renda.
O significado da ocupação
Diariamente, ocorrem assembléias, debates e atividades culturais. Artistas famosos, como o diretor de cinema Michael Moore e a atriz Susan Sarandon, já estiveram no local prestando solidariedade aos manifestantes. Várias lideranças políticas, religiosas e dos movimentos sociais também se revezam no local para dar apoio ao protesto, formado principalmente por jovens. Intelectuais de renome, Noam Chomsky e Amy Goodman, produziram artigos sobre o significado deste inédito movimento.
“Wall Street e as instituições financeiras iniciaram o ciclo vicioso que levou a imensa concentração de riqueza e, com ela, também do poder político, em um pequeníssimo setor da população, uma fração de 1%. Ao mesmo tempo, o restante da população foi transformado no que às vezes é chamado de ‘precariado’ - lutando para sobreviver numa existência precária. Wall Street e as instituições financeiras também praticam com impunidade quase completa suas atividades nefastas: não só são ‘grandes demais para quebrar’; também são ‘grandes demais para ir pra cadeia’. Os corajosos e honrados protestos em curso em Wall Street devem chamar a atenção pública para essa calamidade”, escreveu Noam Chomsky.
“Não queremos distúrbios”
Apesar do significado do protesto, o prefeito de Nova York, o “republicano” Michael Bloomberg, oitavo homem mais rico dos EUA (fortuna calculada em US$ 20 bilhões), esbanja truculência. “Não queremos esse tipo de distúrbio aqui”, disse na semana passada. No sábado (24), acatando as suas ordens, a polícia investiu com violência contra os acampados, prendendo mais de 80 jovens e ferindo várias pessoas.
Além da energia dos manifestantes e da truculência da polícia, chama atenção a atitude pusilânime da mídia. Como denuncia Amy Goodman, a maior parte da imprensa estadunidense simplesmente omite o protesto. “Se 2 mil ativistas do grupo conservador Tea Party se manifestassem em Wall Street, provavelmente haveria a mesma quantidade de jornalistas cobrindo o acontecimento”.
A seletividade da imprensa colonizada
No Brasil, a mídia colonizada segue o mesmo padrão “jornalístico”. Não fala nada sobre a ocupação de Wall Street. Até agora, os jornalões publicaram apenas pequenas notinhas; já as emissoras de televisão nem tocaram no assunto. Se fosse um protesto em Caracas contra Hugo Chávez ou em Havana contra Raul Castro, a mídia burguesa faria o maior escarcéu. Seria manchete todos os dias.
A seletividade da mídia é algo realmente impressionante: omite o que não interessa a ela e realça o que serve aos seus interesses políticos e econômicos, à sua visão de classe. E ainda tem gente que acredita na imparcialidade e na neutralidade da chamada "grande imprensa".
Desde 17 de setembro, milhares de pessoas estão acampadas numa praça próxima a Wall Street, o principal centro financeiro do mundo capitalista, em Nova York. Elas protestam contra o “1% de ricaços dos EUA que exploram 99% da sociedade” e que são culpados pela grave crise econômica que abala o país desde 2008, gerando desemprego, despejos e miséria.
O movimento batizado de Occupy Wall Street foi convocado pelas redes sociais e teve como referência as revoltas na Espanha e no mundo árabe. Ele exige que o governo de Barack Obama, tão covarde diante das elites, adote medidas mais duras de combate à especulação financeira, eleve os impostos da minoria abastada e invista em políticas de geração de emprego e renda.
O significado da ocupação
Diariamente, ocorrem assembléias, debates e atividades culturais. Artistas famosos, como o diretor de cinema Michael Moore e a atriz Susan Sarandon, já estiveram no local prestando solidariedade aos manifestantes. Várias lideranças políticas, religiosas e dos movimentos sociais também se revezam no local para dar apoio ao protesto, formado principalmente por jovens. Intelectuais de renome, Noam Chomsky e Amy Goodman, produziram artigos sobre o significado deste inédito movimento.
“Wall Street e as instituições financeiras iniciaram o ciclo vicioso que levou a imensa concentração de riqueza e, com ela, também do poder político, em um pequeníssimo setor da população, uma fração de 1%. Ao mesmo tempo, o restante da população foi transformado no que às vezes é chamado de ‘precariado’ - lutando para sobreviver numa existência precária. Wall Street e as instituições financeiras também praticam com impunidade quase completa suas atividades nefastas: não só são ‘grandes demais para quebrar’; também são ‘grandes demais para ir pra cadeia’. Os corajosos e honrados protestos em curso em Wall Street devem chamar a atenção pública para essa calamidade”, escreveu Noam Chomsky.
“Não queremos distúrbios”
Apesar do significado do protesto, o prefeito de Nova York, o “republicano” Michael Bloomberg, oitavo homem mais rico dos EUA (fortuna calculada em US$ 20 bilhões), esbanja truculência. “Não queremos esse tipo de distúrbio aqui”, disse na semana passada. No sábado (24), acatando as suas ordens, a polícia investiu com violência contra os acampados, prendendo mais de 80 jovens e ferindo várias pessoas.
Além da energia dos manifestantes e da truculência da polícia, chama atenção a atitude pusilânime da mídia. Como denuncia Amy Goodman, a maior parte da imprensa estadunidense simplesmente omite o protesto. “Se 2 mil ativistas do grupo conservador Tea Party se manifestassem em Wall Street, provavelmente haveria a mesma quantidade de jornalistas cobrindo o acontecimento”.
A seletividade da imprensa colonizada
No Brasil, a mídia colonizada segue o mesmo padrão “jornalístico”. Não fala nada sobre a ocupação de Wall Street. Até agora, os jornalões publicaram apenas pequenas notinhas; já as emissoras de televisão nem tocaram no assunto. Se fosse um protesto em Caracas contra Hugo Chávez ou em Havana contra Raul Castro, a mídia burguesa faria o maior escarcéu. Seria manchete todos os dias.
A seletividade da mídia é algo realmente impressionante: omite o que não interessa a ela e realça o que serve aos seus interesses políticos e econômicos, à sua visão de classe. E ainda tem gente que acredita na imparcialidade e na neutralidade da chamada "grande imprensa".
3 comentários:
A Primavera Americana não será televisionada.
O pig escondeu protestos contra tucanos de Curitiba, tá no blog Os Amigos do Presidente Lula
Ana
Imagina se vão comentar este tipo de coisas! Pior é ver os "colonizados" que continuam a crer que os EUA são democráticos e que por lá existe o que chamam de "liberdade de informação"
Bela matéria, parabéns!
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