Por Renato Rabelo, em seu blog:
Pode parecer incrível, mas o número especial desta semana da revista inglesa The Economist - dedicado à ascensão do capitalismo de Estado - estampou a figura de Vladimir Illych Lênin em sua capa e assume em editorial que existe uma crise deliberada do “capitalismo de livre mercado”, lançando luzes e números sobre um fenômeno nada novo, mas que a crise se encarregou de revelar.
O Estado é mais que um empresário em países como a China, Rússia e Brasil. Uma quase centena de dados e alguns gráficos bem postados buscam demonstrar que o novo “inimigo principal” se reciclou, está mais sofisticado. Aprendeu com a história. Está menos pesado, pensando de forma empresarial. Com ares de eficiência impressionantes.
É um “leviatã” (o poder estatal, na visão de Thomas Hobbes) que pode colocar em risco os alicerces da Economia Política inglesa. Um monstro com grande poder de persuasão. Um inimigo a ser enfrentado, sobretudo, no debate de ideias. O anti-Leviatã ainda precisa ser gestado. Assim reconhecem a derrota de caráter “quase estratégica”.
Marx transformou a Economia Política que herda de Adam Smith e David Ricardo num poderoso corpo científico capaz de compreender os grandes movimentos da humanidade a partir do reflexo das leis econômicas no âmbito de cada formação social. Enquanto isso, os “economistas vulgares” sucessores de Smith e Ricardo reduziram este pensamento em uma mera “ciência do comportamento”.
Daí, grandes discussões e contendas quase sempre se encerrarem em argumentos de cunho moral. Este DNA é o grande limite da edição especial da citada revista. Os limites do capitalismo de Estado contemporâneo residem, sobretudo, na “corrupção” engendrada em relações sociais onde o Estado detém o controle do processo. Faltou explicar qual “moral” explica a “não-corrupção” do sistema financeiro e de suas “agências de risco”. Se o sistema que advogam é tão perfeito assim, qual a razão deste mundo “de cabeça para baixo”?
Somos materialistas históricos. Nossa cultura não permite ter respostas prontas e simples para problemas complexos. A história trata de demonstrar as possibilidades e os limites de cada “modelo”. A história e as crises do capitalismo demonstraram que o equilíbrio econômico, em qualquer regime social, demanda controle estatal sobre os meios estratégicos de produção e principalmente sobre o sistema financeiro. Isso não significa cultivar uma chamada “estatolatria” que nunca esteve presente nem em Marx, nem tampouco em Lênin.
O que significa que complexas relações de complementaridade e competição entre Estado, mercado, livre iniciativa e planejamento demandam abordagens que levem em conta a estrutura social de cada formação social. As coisas não são tão simples assim.
Fica cada vez mais claro perceber que Lênin indicou o caminho certo...
Pode parecer incrível, mas o número especial desta semana da revista inglesa The Economist - dedicado à ascensão do capitalismo de Estado - estampou a figura de Vladimir Illych Lênin em sua capa e assume em editorial que existe uma crise deliberada do “capitalismo de livre mercado”, lançando luzes e números sobre um fenômeno nada novo, mas que a crise se encarregou de revelar.
O Estado é mais que um empresário em países como a China, Rússia e Brasil. Uma quase centena de dados e alguns gráficos bem postados buscam demonstrar que o novo “inimigo principal” se reciclou, está mais sofisticado. Aprendeu com a história. Está menos pesado, pensando de forma empresarial. Com ares de eficiência impressionantes.
É um “leviatã” (o poder estatal, na visão de Thomas Hobbes) que pode colocar em risco os alicerces da Economia Política inglesa. Um monstro com grande poder de persuasão. Um inimigo a ser enfrentado, sobretudo, no debate de ideias. O anti-Leviatã ainda precisa ser gestado. Assim reconhecem a derrota de caráter “quase estratégica”.
Marx transformou a Economia Política que herda de Adam Smith e David Ricardo num poderoso corpo científico capaz de compreender os grandes movimentos da humanidade a partir do reflexo das leis econômicas no âmbito de cada formação social. Enquanto isso, os “economistas vulgares” sucessores de Smith e Ricardo reduziram este pensamento em uma mera “ciência do comportamento”.
Daí, grandes discussões e contendas quase sempre se encerrarem em argumentos de cunho moral. Este DNA é o grande limite da edição especial da citada revista. Os limites do capitalismo de Estado contemporâneo residem, sobretudo, na “corrupção” engendrada em relações sociais onde o Estado detém o controle do processo. Faltou explicar qual “moral” explica a “não-corrupção” do sistema financeiro e de suas “agências de risco”. Se o sistema que advogam é tão perfeito assim, qual a razão deste mundo “de cabeça para baixo”?
Somos materialistas históricos. Nossa cultura não permite ter respostas prontas e simples para problemas complexos. A história trata de demonstrar as possibilidades e os limites de cada “modelo”. A história e as crises do capitalismo demonstraram que o equilíbrio econômico, em qualquer regime social, demanda controle estatal sobre os meios estratégicos de produção e principalmente sobre o sistema financeiro. Isso não significa cultivar uma chamada “estatolatria” que nunca esteve presente nem em Marx, nem tampouco em Lênin.
O que significa que complexas relações de complementaridade e competição entre Estado, mercado, livre iniciativa e planejamento demandam abordagens que levem em conta a estrutura social de cada formação social. As coisas não são tão simples assim.
Fica cada vez mais claro perceber que Lênin indicou o caminho certo...
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