Por Luana Forlini, no site da Fundação Perseu Abramo:
No dia 13 de agosto, o governo brasileiro recebeu a visita do secretário de Defesa dos Estados Unidos, general James Mattis, que se reuniu com os ministros da Defesa e das Relações Exteriores, respectivamente, General Joaquim Silva e Luna e Aloysio Nunes. Após a parada no Brasil, Mattis também irá a outros países da América do Sul, como Argentina, Chile e Colômbia.
Neste momento em que os governos da maioria dos países da região estão mais inclinados a se alinharem com os Estados Unidos devido ao retorno da direita ao comando da Argentina, do Brasil e do Chile, além de sua continuidade no Paraguai, Peru e Colômbia, a viagem do secretário americano tem dois objetivos principais: discutir a situação da Venezuela com uma posição clara de confronto a Nicolás Maduro e o estreitamento dos laços militares entre os dois países. Em ambos casos, os resultados deverão ser (e já estão sendo) favoráveis aos interesses estadunidenses.
No caso do Brasil, desde a posse do golpista Michel Temer, não foram medidos esforços para subordinar-se aos Estados Unidos, mesmo com a derrota de Hillary Clinton, a candidata favorita de Temer, Serra e Nunes, para Donald Trump nas eleições de 2016. Mesmo que este não tenha apresentado uma diretriz clara de política externa para a América do Sul e tenha posições contrárias ao livre-comércio defendido pelos presidentes neoliberais desse continente, incluindo Temer, o presidente brasileiro atuou de forma a abrir as fronteiras do país para os militares norte-americanos, em movimentos como o treinamento conjunto das forças armadas de ambos países na Amazônia e a atual renegociação da base de Alcântara no Maranhão.
Inclusive, em junho deste ano, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, esteve no Brasil e reacendeu a discussão sobre a base de Alcântara. Naquela ocasião também colocou a Venezuela em pauta. Pence chegou a visitar refugiados venezuelanos em Manaus, além de “orientar” o governo golpista sobre o que deveria fazer para endurecer a postura em relação ao nosso vizinho. Vale ressaltar que Temer já tinha contribuído para barrar a participação da Venezuela em cúpulas regionais e aprovar sua suspensão do Mercosul.
Já no âmbito regional propriamente dito, o caso da Unasul é emblemático. O bloco, criado em 2008, foi ao longo dos anos tornando-se uma importante plataforma para os governos do continente sul-americano, particularmente, dos “bolivarianos”. Tornou-se, também, uma articulação que criava uma identidade própria na defesa regional. Tudo isso, porém, está ruindo com a guinada à direita dos governos da região, a começar pelo rompimento temporário com o bloco feito em abril pela Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru.
Entretanto, uma das primeiras medidas tomadas pelo novo presidente da Colômbia, Iván Duque, foi propor a retirada definitiva do país da Unasul, dias depois do atentado que Maduro sofreu e pelo qual o ex-presidente colombiano, Juan Manuel Santos, foi acusado de participação, conjuntamente com o governo dos Estados Unidos. É no mínimo curioso que, logo após esses fatos, aconteça a visita do secretário de Defesa estadunidense ao país.
O isolamento da Venezuela, bem como o estreitamento militar entre os Estados Unidos e os países sul-americanos, que são os objetivos da visita de Mattis, passam, evidentemente, pelo desmantelamento da Unasul. E, soma-se a isso, a abertura às forças estadunidenses do maior país da região, o Brasil, além do posicionamento deste de ataque a Maduro. Até agora, está indo tudo conforme os interesses de Washington.
No dia 13 de agosto, o governo brasileiro recebeu a visita do secretário de Defesa dos Estados Unidos, general James Mattis, que se reuniu com os ministros da Defesa e das Relações Exteriores, respectivamente, General Joaquim Silva e Luna e Aloysio Nunes. Após a parada no Brasil, Mattis também irá a outros países da América do Sul, como Argentina, Chile e Colômbia.
Neste momento em que os governos da maioria dos países da região estão mais inclinados a se alinharem com os Estados Unidos devido ao retorno da direita ao comando da Argentina, do Brasil e do Chile, além de sua continuidade no Paraguai, Peru e Colômbia, a viagem do secretário americano tem dois objetivos principais: discutir a situação da Venezuela com uma posição clara de confronto a Nicolás Maduro e o estreitamento dos laços militares entre os dois países. Em ambos casos, os resultados deverão ser (e já estão sendo) favoráveis aos interesses estadunidenses.
No caso do Brasil, desde a posse do golpista Michel Temer, não foram medidos esforços para subordinar-se aos Estados Unidos, mesmo com a derrota de Hillary Clinton, a candidata favorita de Temer, Serra e Nunes, para Donald Trump nas eleições de 2016. Mesmo que este não tenha apresentado uma diretriz clara de política externa para a América do Sul e tenha posições contrárias ao livre-comércio defendido pelos presidentes neoliberais desse continente, incluindo Temer, o presidente brasileiro atuou de forma a abrir as fronteiras do país para os militares norte-americanos, em movimentos como o treinamento conjunto das forças armadas de ambos países na Amazônia e a atual renegociação da base de Alcântara no Maranhão.
Inclusive, em junho deste ano, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, esteve no Brasil e reacendeu a discussão sobre a base de Alcântara. Naquela ocasião também colocou a Venezuela em pauta. Pence chegou a visitar refugiados venezuelanos em Manaus, além de “orientar” o governo golpista sobre o que deveria fazer para endurecer a postura em relação ao nosso vizinho. Vale ressaltar que Temer já tinha contribuído para barrar a participação da Venezuela em cúpulas regionais e aprovar sua suspensão do Mercosul.
Já no âmbito regional propriamente dito, o caso da Unasul é emblemático. O bloco, criado em 2008, foi ao longo dos anos tornando-se uma importante plataforma para os governos do continente sul-americano, particularmente, dos “bolivarianos”. Tornou-se, também, uma articulação que criava uma identidade própria na defesa regional. Tudo isso, porém, está ruindo com a guinada à direita dos governos da região, a começar pelo rompimento temporário com o bloco feito em abril pela Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru.
Entretanto, uma das primeiras medidas tomadas pelo novo presidente da Colômbia, Iván Duque, foi propor a retirada definitiva do país da Unasul, dias depois do atentado que Maduro sofreu e pelo qual o ex-presidente colombiano, Juan Manuel Santos, foi acusado de participação, conjuntamente com o governo dos Estados Unidos. É no mínimo curioso que, logo após esses fatos, aconteça a visita do secretário de Defesa estadunidense ao país.
O isolamento da Venezuela, bem como o estreitamento militar entre os Estados Unidos e os países sul-americanos, que são os objetivos da visita de Mattis, passam, evidentemente, pelo desmantelamento da Unasul. E, soma-se a isso, a abertura às forças estadunidenses do maior país da região, o Brasil, além do posicionamento deste de ataque a Maduro. Até agora, está indo tudo conforme os interesses de Washington.
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