Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:
O PT protocolou ontem, depois de registrar a candidatura do ex-presidente Lula no TSE, requerimento ao tribunal para que lhe seja garantida a participação no debate de sexta-feira, 17, na RedeTV. Embora reivindicação semelhante tenha sido negada por ocasião do debate na TV Bandeirantes, agora as coisas mudaram de figura.
Desde ontem, Lula “está” candidato. Só deixará de sê-lo a partir da impugnação de sua candidatura.
E como a lei eleitoral manda que os organizadores de debates convidem todos os candidatos cujos partidos tenham mais de cinco deputados, advogados do PT argumentam que agora sua participação é obrigatória.
O que a Justiça fará para cumprir a lei, sabe-se lá.
O polígono que abriga os tribunais superiores, entre eles o TSE, é uma área recuada, um pouco distante do centro nervoso de Brasília, formado pela Esplanada e Praça dos Três Poderes, onde ocorrem protestos e manifestações.
Ontem, pela primeira vez, aquele espaço foi tomado pela multidão que acompanhou o ato de registro da candidatura de Lula.
Sua condição de candidato pode durar apenas alguns dias, pois é grande a possibilidade de impugnação da candidatura com base na lei da ficha limpa.
Mas, enquanto ela durar, Lula terá que ser tratado como candidato, e isso afetará pelo menos a realização de debates e de pesquisas.
A RedeTV chegou a convidar Lula mas recusou o pedido para que ele fosse representado por seu vice, Fernando Haddad. Cogitava deixar uma cadeira vazia em referência a Lula. Agora, será preciso esperar pela resposta à petição apresentada ontem. Se o pedido for negado, o PT insistirá na participação de Haddad.
As pesquisas eleitorais que forem realizadas enquanto Lula “estiver” candidato terão que incluir seu nome.
Não poderão mais simular o cenário sem Lula nem substituir seu nome pelo de outros petistas.
Quanto tempo?
A campanha mais insólita de todos os tempos entrou agora em um novo momento de interrogação.
Teoricamente, a situação de Lula terá que ser resolvida pela Justiça Eleitoral até o dia 17 de setembro, quando se esgota o prazo para mudanças nas chapas apresentadas pelos partidos.
Mas já começou a pressão para que tudo se resolva com celeridade.
Na posse da ministra Rosa Weber como presidente do TSE, anteontem à noite, a procuradora-geral Raquel Dodge, sem citar Lula, disse que o eleitorado precisa saber logo quem poderá ser candidato.
O Ministério Público Eleitoral, a ela subordinado, deve ser dos primeiros a arguir a inelegibilidade de Lula.
Outros que poderão fazê-lo são os partidos políticos e os demais candidatos.
Rosa, em sua primeira entrevista, também sem citar Lula, lembrou que “a lei prevê prazos, e esse vai ser o caminho, observar a lei”. Dos prazos depende o êxito da estratégia eleitoral do PT: a transferência de votos seria diretamente proporcional ao tempo de exposição de Lula como candidato, tendo Haddad como vice.
Estimar um prazo para o desenlace é arriscado mas o problema não deve ser arrastar até 17 de setembro, nem será resolvido a toque de caixa como deseja Dodge.
Os advogados apontam como horizonte razoável a semana do 7 de setembro.
Pé na estrada
Chegou-se a um consenso na cúpula do PT sobre os próximos passos do candidato a vice, Fernando Haddad.
Para se tornar mais conhecido, ele deve mesmo intensificar sua exposição pública, desde que falando sempre como candidato a vice de Lula.
É o que ele fará agora, com a viagem por nove estados do Nordeste.
A candidata a vice Manuela D’Ávila também vai pegar a estrada, mas seguindo outro roteiro. Por ora, evitarão a exposição conjunta. Afinal, a chapa ainda é Lula-Haddad.
Tudo foi acertado ontem em almoço com dirigentes e governadores depois do lançamento do livro “Caravana da Esperança – Lula pelo Nordeste”, com fotos de Ricardo Stuckert e apresentação de Emir Sader.
O PT protocolou ontem, depois de registrar a candidatura do ex-presidente Lula no TSE, requerimento ao tribunal para que lhe seja garantida a participação no debate de sexta-feira, 17, na RedeTV. Embora reivindicação semelhante tenha sido negada por ocasião do debate na TV Bandeirantes, agora as coisas mudaram de figura.
Desde ontem, Lula “está” candidato. Só deixará de sê-lo a partir da impugnação de sua candidatura.
E como a lei eleitoral manda que os organizadores de debates convidem todos os candidatos cujos partidos tenham mais de cinco deputados, advogados do PT argumentam que agora sua participação é obrigatória.
O que a Justiça fará para cumprir a lei, sabe-se lá.
O polígono que abriga os tribunais superiores, entre eles o TSE, é uma área recuada, um pouco distante do centro nervoso de Brasília, formado pela Esplanada e Praça dos Três Poderes, onde ocorrem protestos e manifestações.
Ontem, pela primeira vez, aquele espaço foi tomado pela multidão que acompanhou o ato de registro da candidatura de Lula.
Sua condição de candidato pode durar apenas alguns dias, pois é grande a possibilidade de impugnação da candidatura com base na lei da ficha limpa.
Mas, enquanto ela durar, Lula terá que ser tratado como candidato, e isso afetará pelo menos a realização de debates e de pesquisas.
A RedeTV chegou a convidar Lula mas recusou o pedido para que ele fosse representado por seu vice, Fernando Haddad. Cogitava deixar uma cadeira vazia em referência a Lula. Agora, será preciso esperar pela resposta à petição apresentada ontem. Se o pedido for negado, o PT insistirá na participação de Haddad.
As pesquisas eleitorais que forem realizadas enquanto Lula “estiver” candidato terão que incluir seu nome.
Não poderão mais simular o cenário sem Lula nem substituir seu nome pelo de outros petistas.
Quanto tempo?
A campanha mais insólita de todos os tempos entrou agora em um novo momento de interrogação.
Teoricamente, a situação de Lula terá que ser resolvida pela Justiça Eleitoral até o dia 17 de setembro, quando se esgota o prazo para mudanças nas chapas apresentadas pelos partidos.
Mas já começou a pressão para que tudo se resolva com celeridade.
Na posse da ministra Rosa Weber como presidente do TSE, anteontem à noite, a procuradora-geral Raquel Dodge, sem citar Lula, disse que o eleitorado precisa saber logo quem poderá ser candidato.
O Ministério Público Eleitoral, a ela subordinado, deve ser dos primeiros a arguir a inelegibilidade de Lula.
Outros que poderão fazê-lo são os partidos políticos e os demais candidatos.
Rosa, em sua primeira entrevista, também sem citar Lula, lembrou que “a lei prevê prazos, e esse vai ser o caminho, observar a lei”. Dos prazos depende o êxito da estratégia eleitoral do PT: a transferência de votos seria diretamente proporcional ao tempo de exposição de Lula como candidato, tendo Haddad como vice.
Estimar um prazo para o desenlace é arriscado mas o problema não deve ser arrastar até 17 de setembro, nem será resolvido a toque de caixa como deseja Dodge.
Os advogados apontam como horizonte razoável a semana do 7 de setembro.
Pé na estrada
Chegou-se a um consenso na cúpula do PT sobre os próximos passos do candidato a vice, Fernando Haddad.
Para se tornar mais conhecido, ele deve mesmo intensificar sua exposição pública, desde que falando sempre como candidato a vice de Lula.
É o que ele fará agora, com a viagem por nove estados do Nordeste.
A candidata a vice Manuela D’Ávila também vai pegar a estrada, mas seguindo outro roteiro. Por ora, evitarão a exposição conjunta. Afinal, a chapa ainda é Lula-Haddad.
Tudo foi acertado ontem em almoço com dirigentes e governadores depois do lançamento do livro “Caravana da Esperança – Lula pelo Nordeste”, com fotos de Ricardo Stuckert e apresentação de Emir Sader.
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