Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Rede Brasil Atual:
Lula já falou para a BBC inglesa, para a alemã Der Spiegel, para o francês Le Monde, para o espanhol El Pais, para o argentino Página-12, entre outros. Sua primeira entrevista depois da prisão, em abril deste ano, concedida ao El Pais e à Folha de S.Paulo repercutiu pelo mundo. Foi notícia, por exemplo, no The Guardian, do Reino Unido; no francês Le Figaro; na agência russa Sputinik; no New York Times, no Washington Post e até na conservadora Fox TV dos Estados Unidos.
As visitas de líderes políticos de várias partes do mundo à prisão são frequentes, contrastando com o desprezo generalizado pelo atual presidente da República. As visitas em Curitiba repercutem internacionalmente e as declarações dos visitantes, sempre destacando visões de mundo e análises políticas do ex-presidente, ganham o noticiário pelo mundo.
Só aqui, na chamada “grande mídia”, há silêncio. Com a exceção isolada da Folha de S.Paulo, já mencionada, os grandes veículos de comunicação brasileiros seguem à risca o roteiro traçado pelo golpe, do qual a prisão de Lula era peça-chave.
Lula foi preso para impedir sua candidatura à Presidência da República, o que é ponto pacífico. Mas à sanha golpista isso não bastava. Era preciso torná-lo invisível, se possível para sempre. Levá-lo ao ostracismo como ocorria na Grécia antiga com os suspeitos de exercerem poderes excessivos. Lula tinha que sumir do mapa, em português claro. Para isso o conluio entre a organização autodenominada Lava Jato e a mídia foi decisiva.
Na fase inicial de incriminação do ex-presidente as informações vazadas pelo juiz e promotores de Curitiba eram alardeadas insistentemente. O famoso “powerpoint” grotesco do procurador Dallagnol, com Lula no centro de um círculo fechado de acusações, mostrado à exaustão pela Globo, é o principal símbolo dessa etapa do processo.
De forma concreta o trabalho de desconstrução da imagem do ex-presidente foi medido por um grupo de pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, coordenado pelo professor João Feres Junior. Entre as evidências apontadas está a revelação de que entre o final de dezembro de 2015 e agosto de 2016, foram ao ar no Jornal Nacional praticamente 13 horas de notícias negativas sobre Lula, apenas quatro horas de noticiário considerado neutro e nem um segundo com notícias positivas. Nem um santo aguentaria tal bombardeio.
Com Lula condenado e preso, tudo mudou. O seu nome sumiu do noticiário com o início da fase do ostracismo. Um ex-presidente da República de uma das maiores economias do mundo, respeitado mundialmente, deixava de ser notícia, pelo menos aqui no Brasil. A mídia hegemônica seguia cumprindo a sua pauta no golpe, mesmo sabendo que para um jornalismo sério, um político preso nessas condições deveria continuar sendo notícia sob qualquer critério jornalístico.
No exterior, no entanto, Lula permaneceu no noticiário e os pedidos de entrevistas começaram a surgir. Mas o script do golpe as impediam sob pretextos jurídicos que, na verdade, eram apenas políticos.
Só depois de passadas as eleições, e alguns meses depois de empossado o governo eleito nessas circunstâncias, foi autorizada a primeira entrevista do ex-presidente.
Daí para frente elas se intensificaram, produzidas por veículos estrangeiros e pela mídia não hegemônica brasileira. O ostracismo calculado rompia-se devido a importância jornalística do personagem e o profissionalismo de veículos estrangeiros e da mídia alternativa brasileira.
Aqui cabe a pergunta: quais são os critérios jornalísticos que impedem a Rede Globo, os jornais O Globo e o Estado de S.Paulo, as TVs Record, SBT, Rede TV, Bandeirantes, Cultura, Brasil e outras de solicitarem entrevistas com o ex-presidente?
Resposta: não existem, porque os critérios desses veículos não são jornalísticos, são político-partidários. Está ai um belo tema para os estudiosos da comunicação se debruçarem.
No caso da televisão, a síntese simbólica de todo esse processo foi dada pela patética presença de três concessionários de redes de televisão, ao lado do presidente da República, assistindo ao desfile de 7 de setembro em Brasília.
A foto revelou de um lado uma afronta à independência que deve existir entre o poder midiático e o poder político e, de outro mostrava personagens caricatos dignos da República de Sucupira.
A fila para entrevistar Lula é cada vez maior. Jornais, revistas, emissoras de rádio e sites noticiosos de várias partes do mundo querem ouvir o ex-presidente. Sabem que ele é um dos mais importantes políticos de alcance global, mesmo preso.
Lula já falou para a BBC inglesa, para a alemã Der Spiegel, para o francês Le Monde, para o espanhol El Pais, para o argentino Página-12, entre outros. Sua primeira entrevista depois da prisão, em abril deste ano, concedida ao El Pais e à Folha de S.Paulo repercutiu pelo mundo. Foi notícia, por exemplo, no The Guardian, do Reino Unido; no francês Le Figaro; na agência russa Sputinik; no New York Times, no Washington Post e até na conservadora Fox TV dos Estados Unidos.
As visitas de líderes políticos de várias partes do mundo à prisão são frequentes, contrastando com o desprezo generalizado pelo atual presidente da República. As visitas em Curitiba repercutem internacionalmente e as declarações dos visitantes, sempre destacando visões de mundo e análises políticas do ex-presidente, ganham o noticiário pelo mundo.
Só aqui, na chamada “grande mídia”, há silêncio. Com a exceção isolada da Folha de S.Paulo, já mencionada, os grandes veículos de comunicação brasileiros seguem à risca o roteiro traçado pelo golpe, do qual a prisão de Lula era peça-chave.
Lula foi preso para impedir sua candidatura à Presidência da República, o que é ponto pacífico. Mas à sanha golpista isso não bastava. Era preciso torná-lo invisível, se possível para sempre. Levá-lo ao ostracismo como ocorria na Grécia antiga com os suspeitos de exercerem poderes excessivos. Lula tinha que sumir do mapa, em português claro. Para isso o conluio entre a organização autodenominada Lava Jato e a mídia foi decisiva.
Na fase inicial de incriminação do ex-presidente as informações vazadas pelo juiz e promotores de Curitiba eram alardeadas insistentemente. O famoso “powerpoint” grotesco do procurador Dallagnol, com Lula no centro de um círculo fechado de acusações, mostrado à exaustão pela Globo, é o principal símbolo dessa etapa do processo.
De forma concreta o trabalho de desconstrução da imagem do ex-presidente foi medido por um grupo de pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, coordenado pelo professor João Feres Junior. Entre as evidências apontadas está a revelação de que entre o final de dezembro de 2015 e agosto de 2016, foram ao ar no Jornal Nacional praticamente 13 horas de notícias negativas sobre Lula, apenas quatro horas de noticiário considerado neutro e nem um segundo com notícias positivas. Nem um santo aguentaria tal bombardeio.
Com Lula condenado e preso, tudo mudou. O seu nome sumiu do noticiário com o início da fase do ostracismo. Um ex-presidente da República de uma das maiores economias do mundo, respeitado mundialmente, deixava de ser notícia, pelo menos aqui no Brasil. A mídia hegemônica seguia cumprindo a sua pauta no golpe, mesmo sabendo que para um jornalismo sério, um político preso nessas condições deveria continuar sendo notícia sob qualquer critério jornalístico.
No exterior, no entanto, Lula permaneceu no noticiário e os pedidos de entrevistas começaram a surgir. Mas o script do golpe as impediam sob pretextos jurídicos que, na verdade, eram apenas políticos.
Só depois de passadas as eleições, e alguns meses depois de empossado o governo eleito nessas circunstâncias, foi autorizada a primeira entrevista do ex-presidente.
Daí para frente elas se intensificaram, produzidas por veículos estrangeiros e pela mídia não hegemônica brasileira. O ostracismo calculado rompia-se devido a importância jornalística do personagem e o profissionalismo de veículos estrangeiros e da mídia alternativa brasileira.
Aqui cabe a pergunta: quais são os critérios jornalísticos que impedem a Rede Globo, os jornais O Globo e o Estado de S.Paulo, as TVs Record, SBT, Rede TV, Bandeirantes, Cultura, Brasil e outras de solicitarem entrevistas com o ex-presidente?
Resposta: não existem, porque os critérios desses veículos não são jornalísticos, são político-partidários. Está ai um belo tema para os estudiosos da comunicação se debruçarem.
No caso da televisão, a síntese simbólica de todo esse processo foi dada pela patética presença de três concessionários de redes de televisão, ao lado do presidente da República, assistindo ao desfile de 7 de setembro em Brasília.
A foto revelou de um lado uma afronta à independência que deve existir entre o poder midiático e o poder político e, de outro mostrava personagens caricatos dignos da República de Sucupira.
Confira as entrevistas de Lula na prisão [aqui].
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