sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

A prisão dos neonazistas alemães e o Brasil

Polícia detém Heinrich XIII (príncipe) em Frankfurt
Foto: Boris Roessler/AP
Por Altamiro Borges

O site alemão Deutsche Welle (DW) revelou nesta quinta-feira (8) que “cresce para 54 o número de suspeitos de envolvimento em complô golpista de extrema direita na Alemanha. Autoridades já prenderam 25 pessoas, incluindo um ‘príncipe’, juíza e ex-militares”. Um dos chefes da milícia neonazista vivia parte do seu tempo no Brasil, possuindo três empresas em Santa Catarina.

O chefe do Departamento Federal de Investigações (BKA, na sigla em alemão), Holger Münch, avalia que a cifra de fanáticos envolvidos na conspiração para derrubar o atual governo e instalar um novo Reich nazista ainda pode crescer. “Ele afirmou que outras pessoas foram ‘identificadas’ e que a polícia está trabalhando para determinar a ligação delas com a rede... Boa parte dos suspeitos era de apoiadores do movimento de extrema direita Reichsbürger (cidadãos do reich)”.

“Não dá para supor que um grupo composto por um número de pessoas de dois ou talvez três dígitos tinha condição de realmente desafiar o sistema estatal alemão ou mesmo abalá-lo. Mas temos aqui, sim, uma mistura perigosa de pessoas que seguem convicções irracionais, algumas com muito dinheiro e outras em posse de armas, e com um plano que querem realizar. Isso o torna perigoso e é por isso que agora intervimos e colocamos um claro sinal de ‘pare’”, explica Holger Münch.

Empresário em Santa Catarina

A operação policial desta quarta-feira, que resultou na prisão de 25 nazistas, alvejou 150 propriedades em 11 estados alemães. Armas foram encontradas em mais de 50 imóveis. Uma das buscas resultou na prisão do líder do Reichsbürger, o “príncipe” Heinrich 13º Reuss. Oriundo de uma família aristocrata, o ricaço foi detido em sua casa em Frankfurt. Ele tem ligações com o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

“Outro líder da conspiração foi identificado como Rüdiger von Pescatore., um ex-comandante de paraquedistas de 69 anos... Ele foi expulso do exército devido à venda não autorizada de armas dos estoques do antigo exército da Alemanha Oriental. Rüdiger costuma passar parte do seu tempo no Brasil, mas estava em Freiburgo, no sul da Alemanha, onde mora sua filha, quando foi preso. Há empresas registradas em seu nome em Santa Catarina e ele atuou como representante comercial de companhias de energia no Brasil”, relata o site DW.

A Alemanha está cada dia mais preocupada com o crescimento das seitas neonazistas. Um relatório do serviço de inteligência divulgado em julho de 2022 estimou que cerca de 21 mil pessoas estão ligadas ao Reichsbürger – e que cerca de 10% de seus integrantes “são avaliados tendo tendência a cometer atos de violência” e que “havia planos para realmente implementar uma derrubada do governo”.

A pesada operação desta semana, que envolveu mais de 3 mil policiais, indica que o governo alemão não está disposto a tolerar esses terroristas. Já no Brasil, o “capetão” Jair Bolsonaro chegou a receber no Palácio do Planalto líderes da Alternativa para a Alemanha (AfD). Será que os bolsonaristas também mantinham alguma ligação com o empresário neonazista Rüdiger von Pescatore, em Santa Catarina? Caberá ao governo Lula agir com muita firmeza contra esses grupos de extrema-direita, golpistas e terroristas!

1 comentários:

Anônimo disse...

Informações interessantes!